Correio B

ENTREVISTA

Após licença-maternidade, Sheron Menezzes se diverte com sua personagem em "Bom Sucesso"

Após licença-maternidade, Sheron Menezzes se diverte com sua personagem em "Bom Sucesso"

Continue lendo...

O trabalho sempre dominou a vida de Sheron Menezzes. Porém, o nascimento de Benjamin, seu primeiro filho, em 2017, acabou invertendo a ordem de prioridades da atriz. “Sou uma mãe presente. Então, para me afastar da cria, o projeto tem de realmente valer a pena. Há tempos que não fazia uma vilã e fiquei encantada com a possibilidade”, explica a atriz, empolgada com as trapaças da passional Gisele de “Bom Sucesso”. Na trama de Paulo Halm e Rosane Svartman, Gisele planeja roubar parte da fortuna da família Prado Monteiro e viver longe e feliz ao lado de Diogo, o marido de sua chefe, Naná, personagens de Armando Babaioff e Fabiula Nascimento. “Gisele é totalmente duas caras. E justifica suas maldades com o amor que sente pelo Diogo. Ela é vítima e algoz”, resume a atriz.

Sheron Menezzes - Foto: Divulgação

Apaixonada por teatro desde a infância, a atriz gaúcha de 35 anos se descobriu na televisão. A estreia foi sob o comando de Luiz Fernando Carvalho, que ficou impressionado com seu teste e a escalou para “Esperança”, de 2002. A partir daí, a trajetória de Sheron segue em um crescente. Em 17 anos de Globo, passou pelo posto de “patricinha” afetada em “Duas Caras”, chorou muito ao viver a humilde e iludida Milena de “Caras & Bocas” e teve sua primeira experiência como vilã em “Lado a Lado”, um de seus desempenhos preferidos. “Eu gosto muito do mosaico que tenho conseguido criar na minha carreira. E ser vilã é mesmo muito instigante. Mesmo que elas, na maioria das vezes, se deem mal no final”, brinca. Agora dividida entre mamadeiras e textos para decorar, a atriz assume que estava com saudades da rotina de gravação. “Está funcionando, mas preciso de muita organização para dar conta de tudo. Meu filho vai crescer entendendo que, de vez em quando, terei de acumular as funções mãe e atriz de forma integral”, diverte-se.

P - Você ficou quase dois anos fora do ar por conta do nascimento de Benjamin, seu primeiro filho. Estava com saudade dos estúdios?

R - Na verdade, desde que estreei na Globo, em 2002, não consegui ficar nem seis meses descansando. Fiz um trabalho por ano e me acostumei a esse ritmo. Então, foi estranho ficar tanto tempo em casa. Ao mesmo tempo, não descansei, pois ser mãe de recém-nascido é um trabalho árduo. Ainda mais porque optei por não ter babá durante os primeiros meses. Então, foi um período bem intenso.

P - A maternidade mudou sua forma de olhar a carreira?

R - Totalmente. As responsabilidades e prioridades mudam. Por muito tempo, fui fazendo todas as personagens que foram aparecendo. Era o meu momento de ganhar repertório e me jogar no trabalho. De uns tempos para cá, comecei a analisar melhor os convites. Agora, é claro que prefiro ficar com meu filho do que me envolver com um trabalho que não me diz nada.

P - E como recebeu o chamado para voltar ao ar em “Bom Sucesso”?

R - Sabia que minha folga estava acabando porque vários convites para trabalhar começaram a aparecer (risos). Antes de realmente voltar aos estúdios, fui escalada para dublar a protagonista da série “Meu Nome é Liberdade”, produção maravilhosa e com uma mensagem de amor e resistência muito forte. Foram só alguns dias de trabalho, mas senti que vinha mais coisa pela frente. Além disso, foi um convite do Luiz Henrique (Rios), diretor que conheci lá em “Belíssima” (2005).

P - O fato de Gisele ser uma vilã tornou o convite mais atrativo?

R - Com certeza. Não tem jeito, é o papel mais divertido da novela. É a vilã que diz o que o público quer dizer e o resultado é sempre louco e criativo. Ainda mais que Gisele é uma antagonista da faixa das sete, o que me dá a possibilidade de exagerar um pouco. Ela é totalmente cara-de-pau e foi isso que me fez gostar tanto dela.

P - Como assim?

R - Ela é totalmente dissimulada. Posa de funcionária perfeita para a Naná, (Fabíula Nascimento) mas, na verdade, tem um caso e é completamente apaixonada pelo marido da chefe, Diogo (Armando Babaioff). Ele também é outro crápula e os dois juntos vão idealizando e realizando golpes. De vez em quando, ela até tem uns acessos de humanidade, mas é cega de amor.

P - A relação entre a Gisele e o Diogo é bem tóxica. Você recorreu a alguma inspiração para a composição?

R - É um assunto muito atual. Histórias de mulheres que cometeram crimes ou se envolvem em coisas erradas por questões amorosas estão sempre no noticiário. Segui por esse caminho da passionalidade. Ela justifica todas as burradas em nome do amor. Gisele não tem amigos. Então, falta alguém para dizer na cara dela que ela está em uma cilada (risos).

P - Você já deu esse tipo de toque para alguma amiga?

R - Com certeza. Acho que é dever do amigo proteger e cuidar. Então, é importante alertar. Quem está dentro da relação dificilmente consegue enxergar os problemas com clareza. Sou direta, vou lá e falo mesmo. É o meu jeito. É por causa disso é que algumas pessoas acham que sou grossa (risos).

P - É uma “fama” que a incomoda?

R - Quem me conhece sabe que não sou grosseira. Sou direta e gosto de gente assim. Não fico fazendo rodeios. Falo as coisas “na lata”, mas é claro que tenho o cuidado de não ferir ou parecer deselegante. Engraçado que, durante a preparação para a novela, me identifiquei com a Fabíula (Nascimento) instantaneamente: somos duas sulistas, extremamente diretas e que falam o que pensam. Não temos tempo para “climão” (risos).

Toda iluminada
O tempo longe da televisão fez Sheron Menezzes voltar a encontrar um velho amigo: seu cabelo original. Já sem usar tanta química desde as gravações da novela de época “Novo Mundo”, de 2017, a atriz evitou qualquer tratamento capilar agressivo por conta da gravidez. Assim que a equipe de caracterização de “Bom Sucesso” começou a discutir o visual de Gisele, a atriz se mostrou totalmente a favor de uma grande mudança estética. “Até usar franja eu topei. Nunca tive grandes restrições e estou a serviço das personagens. Nunca estive tão loura, mas acho que esse cabelo mais claro combina muito com a Gisele”, explica.

Orgulhosa de seus cachos, Sheron sempre valorizou a praticidade de seu visual no dia a dia. No entanto, com o tom mais claro, os cuidados precisam ser redobrados para que os fios não ressequem. “Como não tenho tempo de ir ao salão, faço tudo em casa. O grande segredo é secar da maneira certa e hidratar sempre. Amo meu 'jubão' e é importante não deixar o cacho sem estrutura”, detalha.

Em forma
Sheron Menezzes sempre adorou exercícios físicos. Agora, com o pequeno Benjamin correndo pela casa, a atriz está craque na técnica batizada por ela mesma como “agachamento com filho no colo”. “Benjamin não para um segundo. Troquei a minha rotina e agora é ele que comanda tudo. Mas ainda dá para fazer um Muay Thai de vez em quando”, conta.

Sem grandes complicações, Sheron já emagreceu boa parte dos oito quilos que ganhou na gravidez. Ela acredita que ainda não está no “shape” ideal, mas é algo que não a incomoda como antes. “Engordei pouco durante a gravidez. Algumas amigas minhas chegaram a ganhar 30 quilos. Nunca tive devoção pela magreza, só sempre fiz questão de cuidar da saúde. Estou saudável, estou feliz”, analisa.

Instantâneas

# Antes de enveredar pelas Artes Cênicas, Sheron Menezzes participou e venceu diversos concursos de beleza.

# Em 2003, a atriz mostrou sua porção apresentadora no programa especial “Fábulas Modernas”, produção da RBS TV, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul.

# Por sugestão da numerologia, em 2010, Sheron acrescentou mais um Z ao sobrenome.

# A atriz é apaixonada por Carnaval. Tanto que já foi Rainha de Bateria da Portela em 2011 e 2012. Fiel à Escola de Samba, ela atualmente desfila no posto de musa.

Correio B+

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

Continue Lendo...

Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

Continue Lendo...

Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).