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CULINÁRIA

Aprenda a fazer um delicioso Bacalhau à Gomes de Sá para se deliciar na Semana Santa

Isso mesmo, você tem a chance de dominar – e degustar – um dos pratos mais tradicionais da Semana Santa

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O Carnaval fora de época, a ser comemorado somente depois da Páscoa, pode estar deixando muita gente atrapalhada com as datas. 

Mas a Semana Santa já está aí, e você tem poucos dias pela frente até definir o banquete e deixar tudo pronto para o regalo doméstico. Que tal deliciar-se com um clássico e, de bônus, arrematar com uma sobremesa das mais pedidas?

Sim, todo mundo sabe que, no acompanhamento do calendário religioso do período, há mais fiéis à mesa do que ajoelhados no altar. 

Porque a gula não depende da fé e caminha com pernas próprias, sem pagar tributo a crença alguma e sem agravo para quem a toma como um dos sete pecados capitais.

BÊNÇÃO

O bacalhau à Gomes de Sá, depois de pronto, vai certamente fazer você se sentir abençoado. 

Primeiro, em função do custo, já que essa modalidade de peixe, que normalmente já não está entre os itens mais em conta da lista de compras, costuma deixar o remarcador de preços em atividade intensa, empurrando “para cima” a cotação do produto. 

Ou seja, a mão que desembolsa qualquer quantia para pagar pelo bacalhau é sempre prima-irmã de um coração bem generoso.

Segundo, pela disposição de assumir a receita do Gomes de Sá. Prepará-lo não é nenhum bicho de sete cabeças, mas tem, sim, lá suas complexidades, a exemplo da etapa do dessalgue e do uso correto do leite durante a execução, entre outros detalhes.

E, por último, o desafio cresce também pelo tempo de preparo, que é bem mais longo do que as receitas do cardápio do dia a dia. 

Leva mais de três horas para ficar pronto; isso, com todos os itens a postos, sem contar as preliminares, que envolvem a manipulação do peixe e o modo mais adequado de pré-preparar as batatas.

NOME E SOBRENOME

Os pratos com bacalhau que recebem nomes próprios, de pessoas ou lugares, pululam aos montes, especialmente na culinária portuguesa. Bacalhau à Brás, à João do Buraco, à Salazar, à Margarida da Praça, à Zé da Calçada e por aí vai.

O bacalhau à Gomes de Sá teria sido criado, no fim do século 19, por um comerciante da cidade do Porto que era cozinheiro do restaurante Lisbonense. 

O que o Gomes fez exatamente? Apenas adicionou leite aos ingredientes que usava para preparar seus maravilhosos bolinhos de bacalhau, que, aliás, você já aprendeu a fazer, na edição de 15 de maio do ano passado, com a artista culinária Maria Naves.

DESSALGANDO

Para dessalgar o bacalhau, você deverá mantê-lo de molho durante, pelo menos, 24 horas. Corte-o e coloque os pedaços em um recipiente com bastante água fria. 

A água precisa ser trocada de três a quatro vezes ao longo do período de 24 horas. O tempo para dessalgar vai depender da temperatura ambiente do local em que o recipiente estiver exposto.

Quanto mais elevada a temperatura, mais rapidamente a água deverá ser trocada. Uma dica importante: o ideal é que o processo de dessalgue ocorra em um ambiente de temperatura constante, como a geladeira.

SEM LEITE

Apesar de o leite quente ser fundamental durante o preparo, é preciso escorrê-lo com bastante rigor antes de partir para os “finalmentes” do prato. 

Como você verá na receita desta página, o bacalhau deve ficar duas horas de molho no leite quente, mas, antes de chegar à frigideira, deve estar bem escorrido. Mantenha as postas ou os pedaços do peixe em uma peneira por uns 10 minutos e não tem erro.

Para completar o caminho da felicidade, de bônus, entregue-se também ao pudim de leite. 

Ovos, açúcar e banho-maria, e a poesia está praticamente pronta. Vai faltar pouco para os convidados comerem de joelho e você ser tratado como santo. Bom apetite e amém.

Bacalhau à Gomes de Sá

Ingredientes

(6 porções)

> 900 g de bacalhau;

> 900 g de batata;

> 100 g de azeitonas pretas sem caroço;

> 2 cebolas médias ou grandes;

> 3 dentes de alho;

> 4 ovos cozidos;

> 370 ml de leite;

> 150 ml de azeite de oliva;

> Pimenta-do-reino;

> Sal

Modo de Preparo

Dessalgue, escorra, tire as espinhas e a pele e, em seguida, corte o bacalhau em postas. Passe para uma travessa, cubra com água fervente, tampe e deixe repousar durante 30 minutos. Escorra. Passe para um recipiente fundo, cubra com leite bem quente, tampe e deixe repousar por mais duas horas.

Esquente o azeite em uma frigideira funda e larga e salteie a cebola cortada em tiras bem finas e os dentes de alho cortados em lâminas em fogo lento, sempre mexendo até que a cebola comece a dourar.

Acrescentes as batatas (cozidas com casca) descascadas e cortadas em rodelas, o bacalhau bem escorrido, uma pitada de pimenta-do-reino e, se achar necessário, sal. Refogue, em fogo lento, durante alguns minutos, mexendo uma única vez, com cuidado para não romper as batatas.

Passe para uma assadeira e leve, por 15 minutos, ao forno preaquecido a 220ºC. Retire do forno, decore com os ovos cozidos cortados em rodelas e as azeitonas e sirva imediatamente.

Pudim de leite

Ingredientes

(6 porções)  

> 4 ovos;

> 1 lata de leite condensado;

> 2 medidas (lata) de leite;

> Calda com 150 g de açúcar e 200 ml de água

Modo de Preparo

Faça a calda levando ao fogo, sem mexer, por 10 minutos, o açúcar dissolvido em água fria. Desligue o fogo quando o caramelo estiver marrom. Deixe esfriar. Despeje na forma.

Ligue o forno em temperatura média (180ºC). Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata até ficar bem homogêneo.

Despeje a mistura do liquidificador na forma de pudim previamente revestida com a calda e untada com manteiga (de preferência, sem sal). Cubra com papel-alumínio.

Coloque um pouco de água em uma assadeira. Coloque a forma de pudim dentro da assadeira com água e leve ao forno. Asse por aproximadamente uma hora e meia.

Após uma hora de cozimento, abra o forno, retire o papel-alumínio e espete um palitinho. Se o palito sair seco, o pudim já está pronto. Mas, se sair molhado, o pudim deve ficar mais meia hora no forno. Nesse caso, recoloque o papel-alumínio.

Quando o pudim estiver pronto, retire do forno. Tire a forma de pudim de dentro da assadeira com água e deixe esfriar. Quando estiver frio, coloque um prato por cima da forma e vire com cuidado.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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