O artista visual Edson Castro realiza, neste fim de semana, o Atelier Portas Abertas Edson Castro, sexta-feira, sábado e domingo, das 10h às 20h, com entrada franca e seguindo as normas de prevenção e combate à Covid-19.
A mostra acontece na área externa do home estúdio do artista, com visitas guiadas programadas pelas salas de estudo, pelos sketches e finalizações, entre outras instalações.
Mais de quarenta obras – em formatos diversos – darão luz ao gênio de Castro para o público. O artista explora, no conjunto exibido, as gradações de seu projeto abstrato, que o consagrou na Europa, e abre sua pintura para intervenções em diferentes superfícies – a tela, o papel, o cartão –, que recebem, por vezes, mais que tinta.
Materiais recortados e transpostos de seu contexto original entram no jogo de cores e de formas.
Sim, o figurativo desponta aqui e ali, em uma expressão bem própria, recobrando nas novas criações fases anteriores do artista, que tem três décadas de carreira. Todas as obras apresentadas são inéditas e empregam o bastão a óleo, o grafite e outros procedimentos.
MERGULHO NA CRIAÇÃO
Quais os suportes, técnicas e estéticas que inspiram um artista? O público poderá ver com os próprios olhos.
Castro o convida a mergulhar livremente no processo de criação de quem se tornou um dos principais nomes das artes visuais de Mato Grosso do Sul.
Após consolidar-se no circuito europeu, com a temporada de nove anos morando e criando em Paris, de 2008 a 2017, Edson Castro realizou mostras individuais e montou um novo ateliê em Campo Grande.
NOVOS DIÁLOGOS
O interesse que sua obra vem despertando em colecionadores do Canadá e dos EUA ampliou os canais de expressão do artista, que, a partir de então, movido pelos paradoxos que alimentam seu chão, seus cenários e suas telas, mobilizou-se para conexões internas no Brasil e em Mato Grosso do Sul.
Em 2021, o trabalho de Edson Castro passou a integrar importantes acervos em São Paulo.
E agora, ciente do desafio de promover uma exposição durante o período de restrição da pandemia, o artista oferece à Capital Morena a chance de explorar sua obra por dentro do laboratório de criação que a conduz ao nosso desfrute, apreciação e sensibilidade, com o Atelier Portas Abertas Edson Castro.
A experiência contará ainda com a projeção de vídeos do portrait do artista e com ambiência musical pilotada pelo DJ Chiquinho. No sábado, o grupo instrumental El Trio colore o fim de tarde com o seu jazz que passeia por diferentes tradições e períodos, mantendo uma assinatura de frescor e de reinvenção.
“Eu vou compartilhar o meu espaço e o meu processo criativo. Uma oportunidade de ver a arte contemporânea no local onde está sendo produzida, além de fomentar a aproximação de novos públicos”, afirma Edson Castro.
CHANCE ÚNICA
Conhecer as paredes do lugar em que se criam obras tão impactantes, eis um sonho do público de arte, especialmente aquele de dedicação mais engajada, o que acaba sendo um privilégio recorrente para críticos, jornalistas e pesquisadores, além do estafe que trabalha mais diretamente com os artistas – produtores, assistentes, curadores, marchands, etc.
Visitar o ateliê de Edson Castro é estar perto da inquietação de um artista que faz o seu trabalho com sangue nos olhos e sonhos na cabeça, disposto a reagir febrilmente ao contato dos materiais com ideias e inspirações que, de modo intrigante, vão ganhando forma e cor.
Estamos diante de imagens abstratas que prenunciam, no gesto visível da execução, o vínculo intenso com a liberdade e a autonomia ao conduzir os passos de sua expressão.
Castro enfrenta o branco e as dimensões da tela com desenvoltura e extrema agilidade na execução, como já se viu em performances ao vivo, na França e no Brasil, combinando pintura, jazz e dança em cena aberta.
Já entrou para a antologia dos happenings artísticos de Campo Grande a intervenção “Corpo Sobre Tela” (2018), em que a dançarina Jackeline Mourão, após Castro aplicar-lhe tinta no corpo, lança-se performaticamente sobre o espaço da tela, bem ao estilo Yves Klein (1928-1962). E tudo sob a execução musical ao vivo do grupo El Trio, parceria retomada nesse projeto do ateliê aberto.
Oportunidade única, o Atelier Portas Abertas é uma chance e tanto para o espectador mergulhar, se perder e percorrer, por conta e risco próprio, as pistas vertiginosas e pulsantes que Edson Castro constrói com o bastão a óleo, o grafite, a aquarela e outros pigmentos.
Embora tenha passado pela arte figurativa, o enfant terrible ataca a arte regional mais carregada de uma simbologia tão literal.
TRANSGRESSÃO
Fã confesso de criadores libertários, como a escritora Hilda Hilst (1930-2004), Edson Castro, em três décadas de carreira, apresenta um portfólio de mais de 20 mostras individuais em várias partes do Brasil e do mundo.
Embora de formação autodidata, ele destaca como pontos altos de sua trajetória o encontro com mestres como Charles Watson e Aline Figueiredo, em cursos, workshops e curadorias. Talvez por aí esteja o rompimento em definitivo com qualquer traço de academicismo em sua obra e, quem sabe, as labaredas que lhe forjaram uma autoria bastante singular na busca de uma assinatura por meio da transgressão estética.
Serviço: Atelier Portas Abertas Edson Castro
– Exposição de obras recentes, com pequenos, médios e grandes formatos.
Endereço: Rua Quintino Bocaiuva, nº 456, Jardim Paulista, Campo Grande (MS). Sexta, sábado e domingo, 4 a 6 de fevereiro, das 10h às 20h, entrada franca.
Atrações: DJ Chiquinho, com sets ao vivo, na sexta-feira e no domingo, às 17h;
El Trio, com pocket show de jazz, sábado, às 18h.
Visitação ao acervo permanente: consultar agendamento. Obrigatório o uso de máscara e a higienização das mãos.
Mais informações: (67) 98118-7291, (67) 98188-6626 ou Instagram @edsoncaztro.


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