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Astrologia B+: A energia do Tarô da semana entre 05 e 11 de maio. Refletir e se alinhar no período

A carta do Eremita convida a uma profunda reflexão sobre quem somos, ressaltando a importância do recolhimento como caminho de transformação, reencontro com o próprio poder e alinhamento com nossa identidade e propósito.

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Não há nada mais poderoso e transformador do que escolher a si mesmo. Como disse Monteiro Lobato: “Seja você mesmo, porque ou somos nós mesmos, ou não somos coisa nenhuma.” Para isso, é essencial dedicar tempo ao autoconhecimento — um processo que, por natureza, precisa ser vivido a sós.

Estar só não é algo negativo, nem um sinal de que algo está errado, como muitas vezes a sociedade nos faz acreditar. Solidão e solitude são conceitos distintos: estar sozinho não significa estar solitário.

Em meio ao barulho, à correria e ao caos do cotidiano, a decisão mais sábia pode ser justamente fazer uma pausa e voltar-se para dentro. Com frequência, as respostas que tanto procuramos estão na serenidade e no silêncio revelador da solitude.

Quando a carta do Eremita surge como regente da semana, ela convida você a reservar um tempo para si. Esse momento de recolhimento é essencial para ganhar clareza e compreender questões profundas que exigem reflexão.

Embora o caminho da introspecção possa parecer desafiador, ele é necessário — e você está pronto para trilhá-lo. Esta é uma oportunidade para confiar em sua própria sabedoria interior.

É fácil se perder nas distrações e no hábito de buscar opiniões externas, mas o Eremita nos lembra da importância de nos conectarmos conosco antes de recorrer às vozes de fora. A revelação que você procura já está dentro de você — só precisa de espaço e silêncio para emergir.

Permita-se esse tempo. Ao fazer essa escolha simples, porém profundamente transformadora, você perceberá que já possui as respostas que tanto procura.. Conhecer-se e apreciar a própria companhia são fundamentos essenciais para qualquer sonho que deseja construir. Tudo começa com você.

O Presente do Silêncio

O Dia das Mães, celebrado neste domingo (11), é uma data especial para homenagear o amor, o cuidado e a força que só uma mãe tem. Mas e se, este ano, a homenagem também trouxesse um lembrete importante? Ela merece cuidar de si mesma com o mesmo carinho que dedica aos outros.

A carta do Eremita no Tarô fala justamente sobre isso: a importância de se recolher, ouvir a própria voz e recarregar a alma. Nesse espírito, que tal presentear sua mãe com algo que promova o bem-estar? Pode ser um kit com difusor de ambiente, home spray, vela aromática...

Produtos com aromas suaves para criar um ambiente tranquilo, que favoreça o relaxamento e o equilíbrio emocional. Quem sabe até um dia de spa, com uma massagem relaxante para ela aproveitar? Um tempo só para ela — longe das tarefas diárias. Toda mãe merece esse respiro. Você entendeu a ideia, né? Fica a dica.

Não podemos nos esquecer de que esse arcano também sugere prudência nas atitudes, cautela nas palavras e, sobretudo, escuta interior. E que ensinamento valioso para os encontros familiares: falar menos e com mais intenção, ouvir com presença, deixar de lado cobranças e expectativas.

Às vezes, um gesto silencioso, uma expressão cautelosa ou uma fala moderada é o que mais acolhe. O Eremita, com sua lanterna, ilumina esse caminho com sabedoria, calma e respeito.

O Chamado do Eremita: Reflexões Profundas sob Plutão Retrógrado em Aquário e a Lua Crescente em Leão

O céu nos presenteia com dois movimentos astrológicos importantes: Plutão iniciou seu movimento retrógrado em Aquário e a Lua entrou em sua fase crescente no signo de Leão. Para acompanhar essa poderosa dança cósmica, o Eremita é um arquétipo que ilumina perfeitamente o momento que estamos vivendo.

O Eremita representa a jornada interior, a busca por sabedoria através da introspecção e da maturidade. Ele carrega a lanterna da consciência, mas caminha devagar, atento aos detalhes, respeitando o ritmo natural do amadurecimento. Seu convite é para que silenciemos o barulho externo e olhemos para dentro — para nossos desejos, feridas, sonhos e verdades mais profundas.

Essa energia combina de forma impressionante com o trânsito de Plutão retrógrado. Plutão, o planeta das grandes transformações, do renascimento e da desconstrução de velhas estruturas, quando retrograda em Aquário, nos pede para revisar as formas como lidamos com o poder, especialmente no âmbito coletivo: como nos posicionamos diante dos grupos?

Onde insistimos em controlar o que já precisa mudar? Estamos realmente comprometidos com a construção de um futuro mais consciente ou apenas repetimos velhos padrões sob uma nova roupagem?

Plutão retrógrado em Aquário, sob a vigília do Eremita, traz um processo de depuração. Não é tempo de revoluções precipitadas, mas de um exame criterioso de nossas intenções mais íntimas.

Como verdadeiros Eremitas, somos convidados a nos afastar da agitação para escutar a voz da sabedoria interna — aquela que não se deixa seduzir por modismos, mas que permanece firme no que é essencial.

                                                                                              Carta do Eremita - Divulgação

Revisitar o Passado para Construir o Futuro

Com essa configuração de Plutão retrógrado em Aquário ativa até outubro, o momento pede que voltemos nossos olhos para trás antes de avançar. Questões relacionadas a escolhas financeiras, jornadas individuais e desafios coletivos — especialmente aqueles marcados pela energia de Aquário — exigem agora uma análise cuidadosa do que ficou para trás.

Somente ao compreender nossas origens, reconhecer os desafios e aprender com o que já vivemos seremos capazes de trilhar um caminho mais consciente. Refazer conexões, reavaliar escolhas e interpretar movimentos antigos serão passos essenciais para atravessar este período com mais clareza e maturidade.

Porém, a Lua crescente em Leão nos chama a agir. A energia leonina quer criar, brilhar, se expressar. Leão é regido pelo Sol, que representa o centro, o propósito, a identidade. Assim, há aqui uma tensão criativa: enquanto parte de nós sente a necessidade de pausar e refletir (Eremita + Plutão retrógrado), outra parte quer se lançar ao mundo com brilho e entusiasmo (Lua em Leão).

A chave está em integrar esses movimentos, sem precipitação. O Eremita nos ensina que o brilho verdadeiro não é impulsivo: ele é fruto da autenticidade que só nasce após uma jornada interior honesta. Antes de corrermos para mostrar ao mundo quem somos, precisamos descobrir — profundamente — quem somos de verdade.

Tempo de Escuta Interior

Para navegar por esse período de maneira mais consciente, é essencial reservar momentos de solitude para refletir antes de tomar grandes decisões. Práticas que conectem o seu interior, como meditação, journaling ou caminhadas solitárias, podem ser muito úteis para encontrar clareza. Aproveite também para revisar seus projetos e se perguntar: eles ainda expressam quem você é agora?

Quando chegar o momento de agir — e a Lua em Leão certamente pedirá ação! — que seja com autenticidade, consciência e maturidade. Evite agir por impulso ou simplesmente para agradar a plateias externas. Lembre-se de honrar o seu próprio tempo e espaço, priorizando o que realmente ressoa com o seu ser interior.

Conclusão

O Eremita, como guia, nos lembra que a verdadeira luz que desejamos mostrar ao mundo precisa primeiro ser acesa dentro de nós. Plutão retrógrado em Aquário nos convoca à transformação consciente, enquanto a Lua crescente em Leão nos oferece a chance de expressar essa transformação com coragem e brilho.

Que possamos honrar a sabedoria da carta do Eremita, permitindo que cada passo, cada palavra e cada gesto sejam expressões autênticas da verdade que habita em nosso coração. Lembre-se: este arcano representa alguém que permanece fiel aos próprios valores, crenças e identidade, mesmo diante de pressões ou desafios externos.

É alguém que não se deixa influenciar facilmente pela opinião alheia e age de acordo com a própria consciência — como já dizia Shakespeare, em Hamlet: “Acima de tudo, sê fiel a ti mesmo”.

Uma ótima semana e muita luz,

Ana Cristina Paixão

Diálogo

Tremenda de uma "cascata" a informação apregoada pelo governo de Lula que... Leia na coluna de hoje

Leia a coluna desta terça-feira (23)

23/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cecília Meireles - escritora brasileira

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”

Felpuda

Tremenda de uma “cascata” a informação apregoada pelo governo de Lula que ele ressarciu os aposentados, vítimas da roubalheira de esquema que envolve pessoas ligadas ao INSS, empresas privadas, ONGs, laranjas e políticos. Na realidade, essa conta sobrou para o cidadão, inclusive os próprios aposentados que pagam Imposto de Renda. Nenhum dos bandidos até agora restituiu aos cofres públicos o dinheiro que roubou. Aliás, a maioria está sendo blindada de forma vergonhosa. Há quem diga até que buscam “freio” para que a CPMI do INSS comece a patinar e não avance. Lamentável!

Pra cabeça

Quem entrará em 2026 com problemas no Conselho de Ética da Câmara é a deputada federal Camila Jara, do PT. O Partido Novo protocolou representação contra ela.

Mais

A acusação é de violação do decoro, ao se envolver na confusão originada quando da retirada à força de Glauber Braga, do Psol, e de ofensa ao secretário-geral da Mesa Diretora.

Diálogo

O vorí-vorí, tradicional prato paraguaio, foi eleito o melhor do mundo na lista anual do Taste Atlas, plataforma internacional que reúne avaliações gastronômicas de todas as partes do planeta. A iguaria recebeu nota 4,64 de 5, com base em votos de usuários reais que experimentaram o prato. Conhecido também como borí-borí, o vorí-vorí é descrito pelo portal como “a icônica sopa de galinha paraguaia com bolinhos de fubá recheados com queijo”. Rico em sabor, textura e história, o prato ocupa um lugar especial na mesa das famílias paraguaias e agora também no cenário global da gastronomia. Nos últimos anos, o vorí-vorí já havia figurado entre as melhores sopas do mundo em rankings do mesmo portal, reforçando sua reputação. A lista do Taste Atlas se tornou referência global por utilizar um sistema que identifica e descarta avaliações nacionalistas ou feitas por robôs, garantindo legitimidade às escolhas.

DiálogoChayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral

 

DiálogoCamila Fremder

Prova de fogo

O atual time que forma o entorno do governador Eduardo Riedel terá, no próximo ano, prova de fogo, porque a missão deverá ser reeleger o “chefe” para o segundo mandato. Será o momento de a tchurminha provar quem é quem na estrutura. Quando foi eleito em 2022, Riedel nunca havia disputado uma eleição, porém, tinha um grupo político forte que sabia “o caminho das pedras”, o que foi fundamental para sua vitória. Em 2026, ele não poderá contar com esse pessoal.

Nem tanto

O PT em Mato Grosso do Sul já não estaria demonstrando, digamos, tanto amor pela candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Senado pelo Estado, achando ser melhor por São Paulo. Lideranças petistas cá dessas bandas dizem que a ministra poderá ser um dos nomes para suceder a Lula. Ela figura entre algumas opções para ocupar o trono petista. A lista tem Alckmin, do PSB, e Haddad, o único do PT. Tudo indica que não se faz mais petista raiz como antigamente...

Entrave

Nos bastidores, o que se fala é que a ministra Simone Tebet, até então considerada excelente opção para disputar o Senado por MS, seria fonte de problemas. Algumas das alas do PT teriam torcido o nariz com a possibilidade de ela disputar pelo partido, até porque esse time lembra de que, quando candidata à Presidência, ela desferiu ataques a Lula. Além disso, há dúvidas se no Estado teria potencial eleitoral para o embate com outros candidatos, em sua maioria da direita, tendo em vista que o governo do qual faz parte, dizem, “está caindo pelas tabelas”

ANIVERSARIANTES

Beatriz Rahe Pereira, 
Dr. Gevair Ferreira Lima Júnior,
Julianne Stranieri Metello, 
Stephan Duailibi Younes, 
Maria Fatima Bueno,
Adhemar Mombrum de Carvalho Neto,
Augusto Costa Canhete,
Rosangela Neves,
Edgar Basmage,
Gileno Almeida Costa Nonato,
Sérgio Aguni,
Rinaldo da Silva Cruz,
Edna Maria Potsch Magalhães,
Dr. Márcio Molinari,
Ivo Batista Benites,
Ronaldo Fernandes Donizeti de Jesus,
Fabiano Borges da Silva,
Maria Aparecida Menezes,
Rafael Medina Araujo,
Rosilene Gois Paes,
Antonio Angelo Garcia dos Santos,
Maria Elisa Hindo Dittmar,  
Beatriz de Almeida,
Dr. Amaury Bittencourt Gonçalves, 
Izabella de Matos Lopes,
Cláudia Regina Di Felice,
Neide machado da Silva Gimenes,
Domingos Puckes,
Silvio Luiz de Moura Leite,
Helder Kohagura,
Maria Clementina Aparício Fernandes,  
Aurino Rodrigues Brasil,
Tânia Ignez Pinheiro,
Marilda Flores Haidar,
Samara Carvalho Gomes Binn,
Josselen Resstel Escórcio,
Valdo Maciel Monteiro,
Luiz Eduardo Yukio Egami,
Rafael Ferreira Ribeiro Lima,
Leila Maria de Albuquerque,
Maria Aparecida de Moura Leite, 
Datis Alves de Souza,
Aurea Leite de Camargo,
Maria de Fátima Vendas Muzzi, 
Thiago Ferraz de Oliveira,
Ruth Lopes Abreu,
Sandra Rodrigues Pereira,
Paulo da Costa Oliveira,  
Paulo César Reis Mendonça,
Fernanda Marques Ferreira,
Terezinha Alves Araújo,
Lucilaine Aparecida Tenorio de Medeiros,
Maria Helena Alves Lima,
Rosana Paes de Matos,
Laura Holsback Alvarenga,
Renato de Freitas Martins,
Miriam Fontoura Prata,
Nelson Maia de Melo,
Cleonice Gomes de Oliveira,
Rodolfo de Morais Dias,
Jussara Leite Barbosa,
Hugo Sabatel Neto,
Carolina Saves,
Solange Xavier Vargas,
Augusto Coelho Freire,
Soraia Kesrouani,  
Rubens Mendes Pereira,
Lilian Gabriela Heideriche Garcia,
Ana Maria Coimbra Santos,
Nelly Vasconcelos Coelho,
Valmir de Andrade Ferreira,
Eliana Miyuki Aratani Kaiya, 
Flávia Ribeiro Ramirez,
Laurinda Paiva Peixoto,
Patrícia de Souza Queiroz,
José Antônio Braga,
Elaine Viana Nunes,
Washington Justino Gonzaga,
Maria Stella Maia Pepino,
Vânia de Toledo Neder,
Osvaldo de Moraes Barros Neto,
Raquel Barbosa Franco,
Suely Ferreira Leal,
João Rafael Sanches Florindo,
Antonio Fernando Cavalcante,
Lúcia Torres Marchine,
Marcos Henrique Boza,
Adriana de Oliveira Rocha,
Suely Luiza Comerlato,  
Benedito Celso Dias,
Alirio Leitun,
Débora Queiroz de Oliveira,
Edson Pulchério Alves,
João Borges da Silva Filho,
Mário Zan Moreira,
Marcelo Luiz Ferreira Correa,
Valdecir Jorge,
Sérgio Carlos Borges,
Dr. Ruy Alberto Bueno,  
Marta Maria Vicente,
Guilherme Nucci dos Reis,
Marcelo Flores Acosta,
Noêmia Ramos de Oliveira,
Luiz Carlos de Carvalho,
Cláudia Garcia de Souza Trefilo,
Leonardo Marques Mourão,
Maria Delfina Louveira Trindade,
Camyla Queiroz de Faria Gonzales. 

*Colaborou Tatyane Gameiro

CINEMA

Curta-metragem "Carne Amarela" transforma a Terra do Pé de Cedro em set de filmagens

Com produção de Marcus Teles e direção de Gleycielli Nonato Guató, curta-metragem "Carne Amarela" tem equipe local e conta história que entrelaça memórias da infância em meio aos pequizeiros e banhos de rio

22/12/2025 10h30

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab),

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da natureza Divulgação: Marcus Teles

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Nostalgia e engajamento são os motores para evocar os sabores da infância que fizeram Coxim voltar a ser cenário de cinema. Conhecida como Terra do Pé de Cedro, a cidade localizada a 245 quilômetros de Campo Grande, no norte do Estado, é uma das protagonistas de “Carne Amarela”, curta-metragem de ficção dirigido por Gleycielli Nonato Guató e produzido por Marcus Teles.

Os dois nasceram na cidade, que também é conhecida como Portal do Pantanal, e são profundamente conectados ao Cerrado e ao Pantanal.

As filmagens se encerraram ontem e foram realizadas integralmente por lá, contando com elenco local, que envolveu moradores atuando pela primeira vez na frente de uma câmera e também uma equipe de produção majoritariamente formada por coxinenses. Ou seja, uma combinação de saberes tradicionais, talento regional e formação técnica.

A produção nasce do desejo de fazer Coxim se ver na tela grande, “suas cores, sua luz, seus frutos, suas infâncias”, como afirma a diretora. E nasce, segundo Gleycielli, também da necessidade urgente de lembrar o que esses mesmos elementos significam para a identidade do município.

“Eu estou completamente em êxtase. Planejei muito trazer esse filme para cá. É emocionante gravar na cidade onde cresci, com o povo daqui, com artistas da terra. Noventa por cento do elenco é coxinense, a equipe tem muita gente da cidade, e isso me deixa profundamente feliz”, compartilha Gleycielli Nonato Guató, que, além de dirigir a produção, também assina o roteiro baseado em seus próprios textos literários.

DOIS TEXTOS

“Carne Amarela” nasce de dois textos de Gleycielli – o poema “Carne Amarela” e o conto “É Tempo de Ouro no Cerrado” – que guardam lembranças de uma Coxim que pulsava mata, rio e fruta. A diretora explica que o filme busca reencontrar essa paisagem quase perdida.

“Eu quero trazer a infância que vivi. A gente saía para caçar pequi, pegava ingá, comia goiaba no pé, trazia caju para fazer doce. Coxim era meu ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Hoje, muitos lugares onde eu brincava viraram bairros. O filme é um lembrete do que ainda existe e do que não pode desaparecer”, afirma.

A obra convida as crianças e os adultos a olhar novamente para o Cerrado como pertencimento. O pequi, fruto central da narrativa, é apresentado como força, resistência e alimento da memória coxinense.

“O pequi já sustentou muitas famílias. Trouxe renda, trouxe mistura, trouxe nutrição. Ele resiste ao fogo, resiste ao tempo, mas não resiste ao machado. O filme quer acender esse sentimento de pertencimento e preservação, para que as próximas gerações vejam valor no que tantas vezes sustentou Coxim”, ressalta Gleycielli.

ZORAIDE

A protagonista adulta, Zoraide, teve como referências mulheres de alusão familiar e ancestral para Gleycielli: sua mãe, tias, avó e bisavó. A diretora revela que a personagem carrega traços de todas elas. E quem interpreta Zoraide é justamente Maria Agripina, mãe da diretora, pioneira do teatro coxinense.

“É muito emocionante ver minha mãe interpretando a Zoraide, que leva o nome da minha tia que faleceu na pandemia. Este filme é pioneiro em muitas coisas dentro de mim”, revela. Além disso, todos os cargos de direção são ocupados por mulheres, fortalecendo a presença feminina no audiovisual sul-mato-grossense.

“Trabalhar com essa equipe é um prazer imenso. Estamos construindo juntas. É uma energia muito poderosa”, afirma. A equipe ainda é formada majoritariamente por profissionais de Coxim, como Robertson Isan Vieira, artesão ceramista premiado, e José Carlos Soares, cabeleireiro e designer de imagem.

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da naturezaEquipe do curta-metragem posa em um boteco da cidade com a diretora Gleycielli Nonato Guató (em pé, à esquerda, de blusa preta) - Foto: Divulgação/Marcus Teles

ENCONTRO

Para o produtor executivo e corroteirista Marcus Teles, filmar em Coxim não foi uma escolha estética, mas ética e afetiva. “Coxim faz parte da nossa formação pessoal e artística. Os textos que deram origem ao filme nasceram daqui.

A luz, a paisagem, o modo de vida, o jeito como o pequi aparece na cidade, tudo isso faz parte da essência da história. Filmar em Coxim é garantir autenticidade”, afirma Marcus.

O produtor explica que mapear as locações foi um processo guiado pela afetividade. “Coxim é uma cidade onde o urbano e o rural se encontram o tempo todo. Não procuramos cenários: reconhecemos neles o que a história já trazia em essência”.

Marcus destaca ainda que oito moradores da cidade trabalharam pela primeira vez no audiovisual, acompanhados de profissionais experientes. “Queremos abrir portas. Que jovens de Coxim encontrem no set um caminho possível, uma nova profissão, um futuro”, destaca o produtor.

101 FILMES

O elenco também conta com a participação especial do ator Breno Moroni, que marcou gerações como o Mascarado na novela “A Viagem” (Globo, 1994), além de ter participado de diversas outras produções no cinema e na televisão.

Com uma carreira extensa que inclui desde aberturas de telenovelas e mais de 100 filmes, Breno esteve em Coxim para integrar o elenco de “Carne Amarela” como seu 101º trabalho audiovisual.

“Trazer o Breno foi como aproximar duas forças que se completam. Ele chega com experiência, mas com humildade. Ele senta na varanda e deixa a conversa fluir. É uma presença que soma sem apagar a simplicidade regional, que é a alma do filme”, reconhece Marcus.

“Ele é fantástico. Consegue ir do drama à palhaçaria. Traz o duo que a personagem dele pede: o velho ranzinza e o homem capaz de se transformar”, completa Gleycielli.

O CERRADO

O filme aborda temas urgentes como queimadas, perda de territórios e desmatamento, mas com a delicadeza necessária para o público infantil, segmento prioritário na meta de audiência da produção.

“O tema duro vem com sutileza. As crianças vão entender o sentimento de perder e o de pertencer. E, quando algo pertence a você, você quer cuidar”, explica Gleycielli. Ao fim, o curta reforça que a preservação é um aprendizado coletivo e que cuidar da terra só é possível quando ela é reconhecida como parte de nós.

Na semana passada, a equipe teve uma atividade formativa com Alexandre Lopes, que é doutor em Ciências Sociais e professor de Sociologia do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no campus de Coxim.

A interação rendeu contribuições fundamentais para reflexão sobre como pensar e construir um audiovisual mais inclusivo.

AUTOESTIMA

A expectativa da equipe é de que o filme leve Coxim para o Brasil e para o mundo por meio de festivais, mas, principalmente, que devolva à cidade a consciência de seu próprio valor.

“Esperamos que Coxim se veja com carinho. Que perceba que suas histórias merecem estar no cinema. ‘Carne Amarela’ é uma celebração da cidade, das suas raízes e da força do Cerrado”, diz Marcus.

Para Gleycielli, a gravação na cidade é também um gesto de retorno. “Eu sou uma Guató de Coxim. Este filme diz muito sobre de onde eu vim e quem sou eu”.

Como uma “semente que rompe a casca”, reforça a diretora, “Carne Amarela” nasce para devolver à cidade o brilho do seu fruto mais resistente.

Aquele que atravessa gerações, que muda o PIB, que alimenta famílias, que resiste ao fogo e que ensina a permanecer. E Coxim, agora, se prepara para ver sua história ganhar corpo, cor, movimento e tela.

O projeto conta com investimento da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do governo federal, por meio do Ministério da Cultura, operacionalizado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

"Carne Amarela"

> Direção e roteiro: Gleycielli Nonato Guató;
Direção de produção: Gabriela Lima Ferlin;
> Direção de arte: Maíra Espíndola;
Direção de fotografia: Dafne Alana;
Som direto e edição de mixagem: Laura Cristina;
Produção executiva, assistência de direção e roteiro: Marcus Teles;
Operador de câmera: Gabriel Ribeiro;
Produção de set: Jefley M. Cano;
Elenco: Breno Moroni, Maria Agripina, João da Mata, Elena Vendroscolo, Maria Sonea Domingos;
Trilha sonora original: Gian Markes;
> Edição de imagem e cor: Rafael Viriato;
Microfonista: 4real.wav;
Assistente de produção executiva: Lucas Moura e Guinha Serrou;
Assistente de produção e captação: Robertson Vieira;
Assistente de produção: Carlos Soares;
Assistente de arte: Angela Gabrieli;
2º assistente de direção: Eduardo Henrique;
2ª assistente de fotografia: Lavinia Ribeiro;
Assessoria de imprensa: Lucas Arruda e Aline Lira.

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