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PERFIL

Caio Castro em dois tempos

De folga dos folhetins, o ator volta ao ar em "Novo Mundo" e "Fina Estampa" durante a pandemia

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Caio Castro surgiu jovem na televisão, aos 18 anos. Ao integrar o elenco da 15ª temporada de “Malhação”, o ator teve seu primeiro contato com a massiva repercussão da tevê. Ao longo dos anos, ele foi acumulando papéis de destaque, fama e glamour. No entanto, foi a oportunidade em “Novo Mundo”, no papel de Dom Pedro I, que permitiu ao ator mostrar uma vertente mais sólida e madura de sua atuação   produção que está de volta ao ar em uma edição especial, por conta das medidas de prevenção ao novo coronavírus. “Fiquei surpreso e muito feliz (com a reprise da novela). Foi um personagem que mostrou momentos distintos do meu trabalho como ator. Está sendo muito legal poder rever isso. E vale destacar a boa iniciativa da Globo em colaborar com o combate da propagação do coronavírus, cancelando as gravações e trazendo essas novelas em edições especiais. Foi importante e necessário para enfrentarmos essa pandemia”, defende o ator, que também pode ser visto na edição especial de “Fina Estampa”, em que vive o estudante de Medicina Antenor.

Durante as gravações da história assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson, Caio fez um mergulho histórico na trajetória do príncipe regente. No folhetim das seis, Dom Pedro I é retratado como um homem mulherengo ao extremo, explosivo e avesso às convenções. Apesar de ser apaixonado por Leopoldina, de Letícia Colin, não consegue esconder a atração que sente por Domitila, interpretada por Agatha Moreira. “Dom Pedro foi um personagem muito importante para mim. Criei uma conexão especial e inexplicável. Foi quase como se eu tivesse tido uma permissão ancestral para dar vida a esse Dom Pedro. Estamos vivendo um momento frágil e de muita incerteza, e ter algum entretenimento que leve um pouco de alegria e diversão para as pessoas é muito bom e bem-vindo”, explica o ator, que ainda lembra alguns detalhes do personagem. “Faz tanto tempo, mas acho que ficaram os ensinamentos da aula de violino. Ainda sei tocar algumas músicas. Também aprendi um pouco mais sobre cavalos, a montar, e consegui me relacionar melhor com eles depois da novela”, completa.

Já a participação em “Fina Estampa” marcou a estreia de Caio no horário das nove. Na trama de Aguinaldo Silva, ele viveu Antenor, filho da protagonista Griselda, de Lilia Cabral. O jovem estudante de Medicina tinha vergonha das origens humildes da mãe, o que fez com que mentisse sobre sua real condição financeira para a noiva Patrícia, papel de Adriana Birolli. “Eu queria fazer um personagem diferente do que vinha fazendo na época. Então, quando recebi o perfil do Antenor, fiquei muito feliz e grato pela oportunidade de interpretar um papel no horário nobre e com destaque na trama, cheio de nuances e ainda podendo trabalhar ao lado de grandes atores, como a Lilia Cabral”, relembra.

Aos 31 anos, Caio foi amadurecendo sua relação com a fama. Apesar de conquistar papéis de destaque na tevê, ele busca ainda manter sua vida privada de forma reservada. O ator compreende que a exposição de uma novela das nove gera maior curiosidade do público sobre sua rotina. “O interesse fica maior, mas a minha forma de me expor é sempre a mesma. Sou um cara reservado, não fico falando da minha vida. Minha vida não é pública, meu trabalho que é. Com o tempo, fui criando mais malandragem e maturidade para responder algumas perguntas. Não são todos, claro. Mas tem gente que faz de tudo por um clique, não pensa no outro lado”, ressalta.

 

“Novo Mundo” - Globo - de segunda a sábado, às 17h20.  

“Fina Estampa” – Globo – de segunda a sábado, às 20h30.

Marcado na memória

Tanto “Novo Mundo” quanto “Fina Estampa” foram novelas longas e que exigiram uma grande demanda de tempo de Caio Castro. Acompanhando a trama escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, o ator pretende rever diversas sequências novamente, como as cenas da declaração de independência por Dom Pedro I. “Quero ver de novo com certeza. Foi um momento muito especial e me emocionei gravando. Retrata um momento histórico do nosso país”, afirma.

Em “Fina Estampa”, Caio já teve a chance de acompanhar uma de suas sequências preferidas. Com uma edição mais corrida e compacta, a novela exibiu logo no primeiro mês a cena em que Antenor é desmascarado na frente de todos durante um jantar de noivado na casa de Tereza Cristina, papel de Christiane Torloni. “Ele apanha na frente de todos e não dá um pio, chora, chora e o chorar diz mais do que qualquer coisa... Ali, a Lilia conseguiu extrair de mim tudo que eu precisava para fazer a cena sem dizer nada. Ela é um monstro”, elogia.

Instantâneas

# Caio Castro também poderá ser visto em uma participação especial da quarta temporada de “A Vila”, do Multishow.

# O ator é faixa preta no judô e azul no jiu-jítsu.

# Caio tem uma experiência como apresentador em seu currículo. Em 2018, ele comandou o “reality” “Are You the One? Brasil”, da MTV.

# Atualmente, Caio namora a também atriz Grazi Massafera.  

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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