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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz Cacá Ottoni destaque no remake de Vale Tudo da TV Globo

"A Marieta é assistente de produção e secretária pessoal do Renato Filipeli na Tomorrow. Ela é agilizada, proativa e adora trabalhar na agência".

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Cacá Ottoni é Marieta, assistente de produção da agência de conteúdo Tomorrow, no esperado remake de “Vale Tudo”, sucesso absoluto da emissora em 1988. A personagem, que na primeira versão foi interpretada por Rita Malot, é  pró-ativa, trabalhadora, bem humorada e acaba se envolvendo em confusões provocadas, principalmente por Maria de Fátima (Bela Campos).

Com 32 anos, a atriz estreou profissionalmente aos 17 com a peça “Improzap”. Mas foi aos 21 que ganhou projeção nacional ao dar vida a Morgana em “Malhação”. Seu último trabalho em novela foi como Joana, uma jovem que dividia seu tempo entre os estudos numa escola pública e o trabalho no bar do pai, em “Amor de Mãe”, obra da mesma autora de “Vale Tudo”. Ela ainda é orientadora em um programa formativo no Firjan e está roteirizando uma série em fase de produção. 

Carioca, Cacá Ottoni ganhou o prêmio de Melhor Atriz do Festival Cine-Maracanaú por seu trabalho no filme “Caubóis do Apocalipse”. Já o longa “Canastra suja” lhe rendeu indicação a Melhor Atriz do Festival de Los Angeles- LABRFF.

 Formada em artes cênicas pela Unirio, Cacá Ottoni participou de vários espetáculos como “Há vagas para moças de fino trato”, “Cavalos e Baias”, “O leitor de aluguel” e trabalhou nos musicais infantis “A Árvore que fugiu do quintal” e a adaptação de Aderbal Freire Filho do texto “Flicts”, de Ziraldo. Com o espetáculo “Ana Fumaça Maria Memória”, foi indicada como melhor atriz a dois importantes prêmios: O CBTIJ e o Botequim Cultural..

 Em seu currículo também constam as séries: “Vizinhos”, “Sob Pressão", “Histórias Quase Verdadeiras” e “Santo Forte”, no GloboPlay. Na Record, atuou em “Lia” e “Jesus”. Trabalhou também durante seis anos como palhaça de Hospital pelo programa Enfermaria do Riso.

Cacá é Capaexclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre seus personagens nesses anos de carreira, como se vê daqui alguns anos e de fazer parte do elenco tão esperado do remake da novela Vale Tudo na TV Globo.

A atriz Cacpa Ottoni é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Karen Gadret - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flavinha Viana 

CE - Cacá o que pode contar sobre Marieta, sua personagem no remake de Vale tudo? Você chegou a ver a primeira versão para observar a trama de Marieta etc? Teme comparações?
CO -
 A Marieta é assistente de produção e secretária pessoal do Renato Filipeli na Tomorrow. Ela é agilizada, proativa e adora trabalhar na agência. Como todo mundo sabe, quem vive os bastidores é que fica por dentro das fofocas.

Então, a Marieta acaba sabendo de muitas informações por estar sempre produzindo os eventos da Tomorrow, que é palco de vários momentos marcantes da trama. E também, acaba envolvida nas confusões, principalmente pela proximidade com a Maria de Fátima.

Na primeira versão a Marieta foi interpretada pela Rita Malot, assisti quase todas as cenas dela, muito legais por sinal. A comparação é inevitável, nas redes sociais então, ela é o combustível, o motivo das pessoas investirem tanto tempo de suas vidas ali.

Mas acredito que, apesar de partir da mesma premissa, o remake carrega tantas mudanças, seja pelo tempo - de 1988 até agora o mundo mudou bastante - seja pelo elenco totalmente novo, bem como direção, roteiro, enfim…

A Tomorrow era uma revista na primeira versão, e agora é uma agência de conteúdo, então a dinâmica do trabalho mudou bastante. Inclusive a comparação nesse sentido, da percepção das mudanças drásticas das últimas décadas, pode ser bem interessante pros espectadores. 

CE - Vale Tudo é uma das novelas mais celebradas da nossa teledramaturgia e foi exibida antes mesmo de você nascer. O que escutou sobre essa produção? Já tinha assistido algo antes mesmo de saber que atuaria na nova versão?
CO -
 Quando eu era criança na minha escola tinha uma festa das décadas, onde as turmas pesquisavam sobre os momentos marcantes de cada período. Lembro de ter estudado Vale Tudo na aula de história, quando a década da minha turma foi a de 80.

Mais tarde, enquanto eu gravava Malhação, me lembro do jornal comparar o último capítulo de Avenida Brasil, com o de Vale Tudo, devido às ruas absolutamente vazias (todo mundo em casa vidrado na TV). É, sem dúvida, uma novela histórica.

Eu conhecia apenas as personagens mais emblemáticas, fui assistir mais a fundo quando soube que estaria no elenco. E acho incrível como a novela levanta temas atuais de máxima importância: Do dilema ético vivido pelas personagens da Raquel e da Maria de Fátima, mas que se estende pra todos os núcleos, à importância de se debater e questionar o impacto desastroso causado pelas grandes fortunas. 

CE - Vale Tudo é uma produção muito aguardada pelo público, pela imprensa e pelo mercado. E qual a sua expectativa quanto a esse projeto? 
CO - 
A maior possível! E ainda assim espero superá-la. Não sabia que a expectativa externa reverberaria em mim dessa maneira. Tô numa ansiedade que não cabe em mim. Não vejo a hora de estrear! 

CE - A novela Vale Tudo é seu segundo trabalho assinado por Manuela Dias. Como é essa parceria?
CO -
 Sou fã da Manu desde ligações perigosas. O texto dela é primoroso! Um sonho pra qualquer atriz receber um texto tão bom de falar. Conheci a Manu quando ela estava grávida, durante as filmagens de um longa-metragem. Logo depois engravidei, e a maternidade nos aproximou ainda mais. Então minha admiração por ela se estende para além do campo profissional.  

A atriz Cacpa Ottoni é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Karen Gadret - Diagramação: Denis Felipe - Por: Flavinha Viana 

CE - Você ganhou destaque fazendo parte do elenco de Malhação em 2013, que foi uma temporada de muito sucesso. O que aprendeu fazendo esse trabalho? 
CO -
 Malhação foi meu primeiro trabalho na televisão, então tudo era novidade: o posicionamento pras câmeras, pra luz, a própria dinâmica do set, enfim… Foi uma espécie de alfabetização nesse idioma que é o audiovisual. Eu ainda gravava de segunda a sábado o dia inteiro, então foi uma experiência realmente intensa. Além disso era uma turma muito boa! Malhação tinha isso de bom, a possibilidade de aprender junto. Fiz grandes amigos pra vida toda.

CE - Você está completando 15 anos de carreira. Como avalia sua trajetória? E o que espera dos próximos 15 anos?
CO -
 Olha, eu vivi viu? Tive a oportunidade de me experimentar tanto no teatro, quanto na TV e no cinema. Conheci muita gente maravilhosa durante esses quinze anos. Trabalhei com atrizes e atores que admiro desde criança. Sou muito grata pelos caminhos que a vida me proporciona. Nos próximos 15 anos espero amadurecer meu trabalho e receber personagens desafiadoras e surpreendentes. Também pretendo conquistar mais autonomia profissional. 

CE - Você tem o costume de assistir seus trabalhos? É muito crítica consigo mesma?
CO - 
Já fui mais. Hoje consigo silenciar um pouco a crítica, principalmente no que diz respeito a vaidade. Assistir um pouco depois também ajuda, porque gera um distanciamento, como costuma acontecer no Cinema. Mas novela não tem jeito, tem que acompanhar em tempo real pra interagir com o público. No caso de Vale Tudo estou ansiosa pra assistir pela história mesmo! Serei atriz e espectadora assídua desse projeto. 

CE - Você chegou a trabalhar como palhaça em enfermarias. Fale um pouco dessa experiência como artista e como cidadã. 
CO -
 Eu fiz parte durante seis anos do programa enfermaria do Riso, que ganhou inclusive o prêmio Shell esse ano. A palhaçaria por si só já é revolucionária, inserida dentro do hospital então… É impossível não se transformar.

A gente partia do princípio de que o palhaço não está ali pra ajudar o paciente, mas para ser ajudado, porque ele consegue se colocar sempre nas piores situações. Então não tinha esse viés assistencialista, nem infantilizado.

Palhaço pra mim é coisa séria. Atuei no hospital até os 8 meses de gestação, só parei pra parir, e sinto muita saudade e vontade de me reaproximar da palhaçaria. O trabalho no hospital ainda ressignificou minha relação com a morte, e consequentemente com a vida. 

CE - Quais os sonhos de Cacá Ottoni? E os próximos projetos?
CO -
 A construção de personagem me encanta muito! Meu sonho agora é emendar um trabalho no outro, encarar novas histórias e seus desafios.

Me interesso bastante pela escrita também. Fui dialoguista de uma série paulista esse ano, e fiquei muito empolgada com esse desdobramento profissional. Pretendo colocar meus projetos autorais pra jogo! Além disso tenho sonhado muito em voltar pro teatro, e dizem as boas línguas que vou conseguir realizar esse desejo ainda em 2025.

Sempre fui de sonhar alto, mas alguns acontecimentos tristes e recentes na minha vida apequenaram minhas ambições. Só que esse ano começou dando a volta por cima! Me sinto pronta.  

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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