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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz e produtora Simone Zucato

"Nunca tive a preocupação em ter sucesso, porque o sucesso, para mim, deve ser o resultado de muitos trabalhos bem realizados".

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A trajetória da artista Simone Zucato, é empenhada em levar experiências autênticas e reflexivas aos palcos e telas, a exemplo de “Sylvia - Uma Comédia Romântica”, sucesso da Broadway.

Tendo seu primeiro encontro com a arte na primeira infância, ao encantar os amigos de seus pais com passos de ballet, foi a partir dos 7 anos de idade, nos EUA, onde morava, que a jornada artística da atriz e produtora Simone Zucato floresceu, ao iniciar suas aulas de teatro no estudo elementar.

Desde então, sua paixão pela arte se tornou uma fonte inesgotável de estudo e dedicação, hoje refletida em sua trajetória de 16 anos de carreira, marcada por trabalhos na TV, como nas novelas "O Sétimo Guardião", "Cama de Gato", "Caras e Bocas", "Malhação" e “Corações Feridos”, e nos palcos, em peças como “A Toca do Coelho” e “Sylvia - Uma Comédia Romântica”, sucesso da Broadway que, após duas temporadas de sucesso em São Paulo, está em turnê pelo interior, onde, além do papel-título, assume também a idealização, produção e tradução do projeto.

Considerando o aprendizado algo contínuo e vital, a formação de Simone reúne uma série de instituições de renome, incluindo o Teatro Escola Macunaíma e a Escola de Atores Wolf Maya em São Paulo, além do curso livre de atuação da FAAP. No Rio de Janeiro, Zucato imergiu na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), O Tablado, e foi membro do grupo de estudos, liderado por Bárbara Heliodora.

Nos Estados Unidos, aprimorou suas habilidades com mentores ilustres como Robert Castle, no Lee Strasberg Theatre and Film Institute of New York, Nancy Bishop, Michelle Danner, Jandiz Strada e Susan Batson, além de participar de cursos livres na HB Studio, em Nova Iorque.

Embora dividida entre a tela e o palco, é nele que a artista destaca os dois momentos mais marcantes de sua carreira, e ambos são decorrentes de um grande encontro com Bárbara Heliodora, maior especialista em Shakespeare no Brasil, e que a convidou para integrar seu grupo de estudos.

Esse encontro foi fundamental, não apenas pela aprendizagem adquirida, mas também por um conselho de Heliodora, para que Simone se tornasse produtora de seus próprios projetos, e buscasse escolher papéis que desafiam e destacam seu talento. Já o segundo divisor de águas veio então com a  sua primeira autoprodução,a peça "A Toca do Coelho", que lhe proporcionou um período intenso de aprendizado e crescimento artístico, e que segue em ascensão com a realização de “Sylvia”, sucesso desde 2019.

“O teatro para mim é o cartão de visitas do ator; e o audiovisual é o resultado de muito, muito!, teatro, e ouvir o conselho de Bárbara (Heliodora), sobre me permitir escolher qual texto eu quero interpretar, se tornou uma maneira das pessoas conhecerem o meu trabalho e, consequentemente, aumentar as chances de realizar novos. E eu acho que é isso o que todo ator almeja: emendar um trabalho no outro e poder viver dessa profissão. Nunca tive a preocupação de ter sucesso, porque o sucesso, para mim, deve ser o resultado de muitos trabalhos bem realizados. Então, me produzir é uma maneira de me desafiar em bons personagens e assim me tornar uma atriz melhor para que tudo isso aconteça”, explica ela que, mantém ainda os estudos em dia, dedicando-se a aulas de dança, canto e francês, reforçando sua busca por conhecimento e crescimento pessoal.

E se tem algo que confirma ainda mais o poder dessa busca é o fato curioso de Simone ser também formada em medicina, uma faceta que surgiu a partir da influência e desejo de seu pai, que considerava essa uma profissão mais estável, e que, hoje em dia, só faz dela uma mulher ainda mais plural e versátil.

Embora tenha se destacado na faculdade de medicina e concluído o curso, ainda assim, certa de seu propósito como atriz, continuou seus estudos em teatro, equilibrando ambas as profissões.

Como médica viveu também uma jornada de responsabilidade e dedicação, mas em 2018, com a descoberta de um câncer de mama e a ciência das responsabilidades exigidas para quem, assim como ela, vive em uma dupla jornada, repleta de desafios emocionais, veio junto o desejo e a decisão de encerrar a prática médica para se dedicar integralmente à paixão pela atuação. 

“Sou extremamente grata à formação que meus pais me deram. Eles me proporcionaram o melhor com muito sacrifício e eu tentei conciliar as duas profissões até onde eu pude. Eu resolvi tomar uma decisão e seguir apenas como atriz. Serei médica para o resto da minha vida e sei que posso voltar a trabalhar como tal quando quiser; porém, para mim, é muito claro que, enquanto eu puder exercer apenas aquilo que me faz levantar da cama todos os dias, que é a paixão por atuar, eu seguirei apenas pelo caminho das artes, pela minha felicidade e minha saúde. Acho que posso dizer que o único chamado que eu tive de verdade foi o de ser Atriz, se fosse um bilhete, traria escrito a palavra ARTE em letra maiúscula”, afirma.

Foto: Pino Gomes

Cativada pela obra desde o primeiro momento em que a conheceu, em 2015, durante uma passagem por Nova Iorque, Simone foi apresentada à “Sylvia” pelo representante do autor, que chegou a ressaltar a sintonia entre a personagem e a própria Simone.

Como uma verdadeira apaixonada por cães, afinidade essa que permeia sua vida, desde sempre, cercada por esses companheiros leais, a artista soube imediatamente ao ler o texto, que desejava interpretar a cachorrinha - que já foi vivida também pela atriz Sarah Jessica Parker em uma das montagens da Broadway.

A primeira montagem do espetáculo aconteceu em 2019, e acabou tendo sua temporada interrompida pela pandemia. De volta ao cartaz, o reencontro com Sylvia, anos após sua primeira estreia, trouxe novas camadas de emoção e significado. As vivências pessoais, incluindo a Covid-19, a perda de seu pai e o nascimento de sua sobrinha, influenciaram a interpretação da personagem, que passa a ganhar novos contornos, conferindo-lhe uma profundidade ainda maior.

“É uma delícia fazer essa personagem e ter reencontrado ela depois de tudo o que vivemos nesses últimos anos me trouxe muita alegria. Muita alegria mesmo! Posso dizer que meus olhos voltaram a brilhar mais um pouco”, conta.

Simone também assume o desafio de produzir a peça, tarefa que a mergulhou em meses de intensa dedicação e perfeccionismo. Seu papel como produtora envolveu a supervisão de todos os aspectos do projeto, desde figurino e cenário até marketing e contratos.

Paralelamente, como atriz, Simone se submete a uma rigorosa rotina de exercícios físicos e estudos aprofundados da personagem para entregar uma interpretação à altura da montagem da Broadway que a inspirou e conta com a ajuda de um elenco assertivo, repetindo a parceria de sucesso com Cássio Scapin e descobrindo novas possibilidades com a atriz Vera Zimmermann e o ator Thiago Adorno, que garantem toda a energia e  dinâmica da peça, trazendo uma nova perspectiva e oferecendo ao público uma experiência única.

Capa do Correio B+ desta semana, a atriz e produtora fala com exclusidade ao Caderno sobre sua carreira, televisão e novos projetos.

A atriz Simone Zucato é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Pino Gomes - Diagração: Denis Felipe e Denise Neves 

CE - Como e quando começa a sua história com a Arte? 
SZ - 
Na infância. Quando tinha entre 4 ou 5 anos já dançava ballet e me apresentava na casa dos meus pais pros amigos que vinham.

Vivi grande parte da minha infância e adolescência nos EUA e ingressei nas aulas de teatro ainda no estudo elementar. De lá para cá, não parei mais. Na verdade eu nunca tive que pensar no que eu queria fazer na minha vida. É como se eu já soubesse. 

CE - Se pudesse definir um divisor de águas na sua carreira artística, qual seria e por que?
SZ -
 Eu tive dois. Um deles se chama Bárbara Heliodora. Bárbara era a maior especialista em Shakespeare no Brasil e eu tive muita sorte em estar no lugar e na hora certa e ser convidada por ela para participar do seu grupo de estudos em sua casa, no Rio.

Fiquei lá por três anos e aprendi muito. Que presente era poder estar ali, dentre oito pessoas escolhidas por ela! Bárbara foi quem me aconselhou a me auto produzir no teatro. Então eu posso dizer que conhecê-la foi um divisor de águas para mim porque eu logo aprendi que não poderia esperar nada cair do céu.  E o segundo eu diria que foi

A Toca do Coelho, pois foi minha primeira autoprodução no teatro e eu tive a sorte de estar ao lado de colegas muito talentosos que me ensinaram muito. Ficamos dois anos em cartaz com a peça e posso dizer que foi um período de muito aprendizado. 

CE - Outra função que soma, além da de atriz, é a de produtora. O que te motivou a buscar pelos próprios projetos e se dividir à frente deles?
SZ - 
Bárbara Heliodora me aconselhou a fazer isso e o fato de eu ter me dado conta, na ocasião, de  que seria uma oportunidade para interpretar bons papéis, os quais eu escolhesse, e que poderia assim mostrar meu trabalho para as pessoas. O teatro para mim é o cartão de visitas só de ator; e o audiovisual é o resultado de muito, muito!, teatro.

Então, além de ter a possibilidade de escolher qual  texto eu quero interpretar, seria uma maneira das pessoas conhecerem meu trabalho e assim aumentar as minhas chances de ter outro trabalho. E eu acho que é o que todo ator almeja: emendar um trabalho no outro e poder viver dessa profissão. Nunca tive a preocupação de ter sucesso, porque o sucesso, para mim, deve ser o resultado de muitos trabalhos bem realizados. Então, me produzir é uma maneira de me desafiar em bons personagens e assim me tornar uma atriz melhor para que tudo isso aconteça. 

Simone Zucato - Foto: Pino Gomes

CE - Atualmente você está em turnê com a peça Sylvia, mas já são muitos anos à frente dessa produção. Como começa sua história com ela? 
SZ - 
Em 2015 eu comecei a procurar um texto que não fosse drama para fazer nos palcos brasileiros pois apesar de ser de minha preferência, o público brasileiro consome mais comédias e musicais e para quem produz, é mais difícil viabilizar um drama que uma comédia no teatro brasileiro. Estava em NY, quando o representante do autor me sugeriu Sylvia dizendo que a peça voltaria aos palcos da Broadway em outubro daquele ano e que ele achava que a peça tinha tudo a ver comigo.

Naquele mesmo dia eu estava indo para Los Angeles fazer um teste para cinema e li a peça durante o voo. Não via a hora de aterrissar para ligar para o escritório em NY e dizer que queria fazer Sylvia, pois terminei a leitura apaixonada pelo texto.

CE - Entre vários temas abordados pela peça, um deles é a relação do ser humano com o animal de estimação, no caso, os cachorros. Como é sua relação com eles?
SZ - 
Tenho muito amor e afinidade com os cachorros. Se estou na rua e vejo algum a duas quadras de mim, eles vêm até mim. Observo muito o comportamento deles. Sou daquelas que saem pegando cachorros abandonados, cuida e depois doa para uma família. Posso dizer que sempre fui cachorreira, cresci com cachorros a minha vida toda. Não saberia viver sem eles. 

CE - E como é dar vida a Sylvia? Embora ela seja uma cachorrinha, possuem algum tipo de afinidade?
SZ -
 Muitos amigos e pessoas da minha família já me falaram que acham que eu sou parecida com a Sylvia no quesito ingenuidade. Acho pela minha criação. Eu acredito nas pessoas, no bem, no que é certo e correto. Claro que muitas vezes me decepciono e sofro muito por isso, como todos nós. Mas quem me conhece costuma dizer que eu sou mais inocente que a maioria das pessoas. 

                                            Simone Zucato - Divulgação

CE - O teatro te desafia de diferentes formas como atriz e como produtora. Já na televisão, com sua experiência em novelas e séries, o que considera mais desafiador?
SZ -
 A televisão tem uma linguagem diferente do teatro. É maravilhoso trabalhar na TV. Ninguém faz ideia, como no teatro, de quantas pessoas estão envolvidas na produção de uma novela, por exemplo. É tudo muito dinâmico, e isso para mim é desafiador.

O fato de você ter que chegar pronta. No teatro você ensaia, você repete e vai se tornando cada vez melhor. Na televisão eu acho que você se torna cada vez melhor quando consegue fazer de primeira o que precisa fazer. Não é fácil, e exige prática, entendimento e estudo da personagem. É um processo delicioso pelo qual eu sou apaixonada. 

CE - Ao revisitar sua carreira no audiovisual, qual o trabalho mais gosta de destacar e por que?
SZ -
 Para mim o mais importante dos meus trabalhos no audiovisual foi em “O Sétimo Guardião”. Primeiro porque a minha personagem era uma homenagem à Lilia Cabral e à sua personagem Amorzinho, em Tieta. Então já era uma baita responsabilidade.

Segundo porque foi a segunda novela inteira que eu fiz, numa emissora que eu sempre admirei muito e que é uma casa onde todo ator quer trabalhar, com colegas maravilhosos que admiro desde a infância e que são referência para o meu trabalho, escrita por um autor bárbaro que é Aguinaldo Silva e com direção de um dos maiores diretores, que é Rogério Gomes. Fazer uma personagem que tinha o antagonismo de Liliane, uma beata fogosa, foi desafiador e agregador para mim.

E essa história se passar num contexto de realismo fantástico, com o qual eu nunca tinha trabalhado, me trouxe mais desafios e responsabilidades ainda. 

Em "Sylvia" - Foto: Victor HugoCecatto

CE - E quais são seus projetos futuros?
SZ - 
Posso dizer que no audiovisual tem algumas novidades das quais ainda não posso falar mas espero poder falar em breve. No teatro tenho alguns projetos lindos em andamento como produtora e atriz, e espero conseguir colocar pelo menos um deles nos palcos ainda em 2024.

Também estou trabalhando em dois roteiros - não sei ainda se serão para o teatro ou para o audiovisual porque não me inaudito escritora e nem roteirista, mas sei o que quero falar - porém sem previsão de data -, e abri recentemente uma produtora de conteúdo audiovisual para poder me auto produzir. Com o surgimento dos streamings, acho que todo ator deve seguir esse caminho da autoprodução. Não sou daquelas que fica esperando as coisas caírem do céu, então corro atrás.

O Sétimo Guadião - TV Globo

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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