Julia Foti interpreta Adriane Galisteu na série “Senna”, que conta a trajetória do piloto brasileiro de Fórmula 1. A produção estreou dia 29 de novembro, na Netflix. Com 31 anos de idade e 12 de carreira, a paulistana também pode ser vista na mesma plataforma no filme “Vizinhos”, de 2022, ao lado de Leandro Hassum.
Em novembro, Julia Foti também entrou em uma participação na novela “Caverna Encantada”, no SBT até meados de dezembro. Em seu currículo constam ainda trabalhos no teatro, séries: “Todas as Garotas em mim” da Record, e “Juacas”, da Disney+, além da novela “Novo Mundo’, da Globo, e em “Toda forma de Amor”, com direção de Bruno Barreto no Globoplay.
Paralela à carreira de atriz, Julia Foti faz parte de um grupo de dança vertical, que se apresenta pelo país, e tem se dedicado à carreira de apresentadora com foco no esporte. Ela, inclusive, participa todas as segundas-feiras do programa “Resenha F.C.”, na Rádio Clip 88,7 FM (na região metropolitana de Campinas - SP), fez a cobertura dos Jogos Olímpicos em Paris pelo Time Brasil em parceria com a MormaiI em seu instagram e comanda a série “Te ajudo a encontrar seu match perfeito no esporte’ em suas redes sociais, onde incentiva mulheres a praticar diversas modalidades esportivas.
Julia é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno, ela fala sobre carreira e também da série de maior audiência da Netflix desde a sua estreia Senna onde vive a apresentadora Adriane Galisteu.
CE - Como foi o processo de preparação para interpretar Adriane Galisteu, uma figura tão conhecida e marcante na vida de Ayrton Senna?
JF - Eu busquei referências de entrevistas atuais e antigas, podcasts, mas principalmente no livro CAMINHO DAS BORBOLETAS, onde Adriane ainda era uma menina contando sobre, principalmente, o amor...
Trazer essa menina apaixonada era o mais importante pra mim, e o Gabriel foi um grande parceiro de cena também com olhos profundamente sensíveis à ela... A ideia era aproveitar todos os segundos de cena e entregar o melhor pra essa aparição tão aguardada. E eu acredito ter dado certo.
CE - Você sentiu algum peso ou responsabilidade em interpretar alguém que viveu uma história de amor tão pública e que ainda é lembrada com carinho por muitos fãs de Senna até hoje?
JF - Eu já sabia o quanto a Adriane Galisteu era, e é amada, principalmente quando se trata da história de Ayrton Senna, então, não senti um peso, mas queria sim trazer a meninez e a leveza que o próprio Ayrton descrevia nas entrevistas sobre ela.
CE - Você era fã de Ayrton Senna antes de entrar para a série? Como foi mergulhar na história dele e na relação com Adriane?
JF - Eu sou fã de esportes, super incentivada pela família, adoro correr de kart. Amo documentários esportivos, e eu estava vivendo um sonho! Trabalhar numa série tão grandiosa, representando pessoas tão importantes, pra mim era perfeito! Estudei com gosto! Devorei livros e matérias. Minha casa está cheia de referências incríveis de Senna até hoje!
CE - Como era o clima nos bastidores da série?
JF - Com certeza de muita emoção! A gente está falando de Ayrton Senna, então tudo que representa esse homem traz uma história, uma bagagem, uma memória muito grande. Além de ser muito divertido ver os atores tão próximos as personalidades retratadas. Foi muito especial!
CE - Tem alguma cena específica que te marcou muito?
JF - Com certeza no GP do Brasil, Ayrton ganhando a corrida com o câmbio preso na sexta marcha em 1991. Se a gente não soubesse que isso aconteceu de verdade, eu diria que os roteiristas são muito malucos! Foi muito emocionante rever essa cena pelo olhar dos diretores Vicente e Julia, e com a interpretação de Leone.
CE - O que você espera que a série "Senna" traga de novo para os fãs do piloto e para quem talvez não conheça tão bem sua história?
JF - Eu espero que a nova geração consiga ter, pelo menos um pouco, da dimensão de quem foi Ayrton Senna. E que, com a entrada do Gabriel Bortoleto na F1, reacenda essa paixão dos brasileiros pela modalidade. Além de colocar o Brasil para ser visto mundialmente com um projeto gigantesco, que bate de frente com grandes produções do cinema internacional. Isso é incrível!
CE - Considerando o alcance global da Netflix, como você vê a série "Senna" impactando sua carreira fora do Brasil?
JF - Eu acredito que pessoas do mundo todo se interessarão pela história de Ayrton, já que ele é uma pessoa mundialmente conhecida e respeitada. Sei que fãs entrarão em contato pelas redes sociais, o que já está acontecendo, mas minha carreira fora do país não é uma prioridade nesse momento. Quero solidificar muita coisa aqui ainda.
CE - Em "Senna", você interpreta um drama biográfico; em "Vizinhos", uma comédia. Como é transitar entre gêneros tão diferentes?
JF - Ambos têm trabalhos corporais bem importantes e suas peculiaridades e são maravilhosos de trabalhar. Eu amo! O desafio maior era, em Senna, não se emocionar o tempo todo... Já com Leandro Hassum, era não rir fora de hora. O Leandro foi um grande parceiro de cena, sempre muito bem-preparado, pontual, generoso e divertido, claro!
CE - Você também estará na novela do SBT. Como foi conciliar essas produções, que têm tons e públicos tão distintos?
JF - Eu acho que a maior diferença, além da leveza do roteiro quando se trata de uma história para o público infantil/juvenil. É a resposta deles nas redes sociais. “A Caverna Encantada” está cheia de fã clubes divertidos, que interagem e acompanham a novela.. o feedback vem na hora! Eles são muito sincerões rs.
Quanto a série, sempre vai ser uma coisa mais nostálgica e emocionante... Os fãs de Senna nas redes sociais se abrem e contam suas memorias e seus momentos de F1.. Está sendo uma expêriencia linda, de muito diálogo e troca.
CE - Sua paixão pelo esporte e a dança influencia sua abordagem como atriz? Algum desses elementos ajudou em sua performance na série "Senna"?
JF - Eu sempre falo que entrei na atuação por acidente. Eu praticava esportes e a primeira possibilidade de trabalho na área artística na minha adolescência era para uma série de meninas que jogavam bola. Com 16 anos, que amava futebol e jogava pelo Palmeiras na época, vi uma possibilidade divertida de ganhar dinheiro. A princípio, não era uma decisão para a vida toda, na verdade. A atuação era uma carreira muito distante pra mim.. Não tenho parentes do meio artístico, nem nada! Mas o bichinho da arte me picou. (risos)
Desde então, peguei outros trabalhos por causa das minhas habilidades esportivas. Talvez não exclusivamente por isso, mas me ajudaram! Na série “Pedro & Bianca”, que ganhou um Emmy de melhor série, eu jogava handball.. Em “Juacas 2”, da Disney, eu fazia uma surfista.. No caso de “Senna”, eu até brinco de Kart e entendo bastante de F1, mas isso me ajudou indiretamente por conhecer melhor a história de Senna, mas não para interpretar a Adriane.
CE - Agora com "Senna" estreando e outros projetos no ar, quais são seus próximos passos na carreira? Você já tem algo novo planejado para o futuro?
JF - Não posso adiantar muito, mas pela Dança Vertical, nós ganhamos o ProAc Circulação, então no primeiro semestre de 2025 apresentaremos o espetáculo Correnteza (e pra quem não conhece dança vertical, vale muito a pena pesquisar sobre).