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Capa B+: Entrevista exclusiva com a atriz Julianne Trevisol

"Além das novelas e séries, tive a oportunidade de atuar no cinema, no teatro e em outros projetos".

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A atriz Julianne Trevisol graduou-se em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e pela Universidade Estácio de Sá (ensino superior), além de cursar especialização em Preparação Corporal, na Angel Vianna. 

Na Televisão, a novela infantil Floribella (Band TV) foi o marco de sua estreia como atriz. Daí em diante, começou sua carreira de sucesso na TV. Já fez parte do elenco das produções da Record TV -  “Balacobaco” (2012), Vidas em Jogo (2011), Promessas de Amor (2009), Os mutantes: caminhos do coração (2008/2009), Paixões Proibidas (2007), Caminhos do Coração (2007) e a série Milagres de Jesus (2014).

Na Globo, integrou o elenco da série “Os dias eram assim” (2017) e da trama das sete “Totalmente Demais” (2015).

Entre seus trabalhos, ela também protagonizou a websérie Põe na Conta, do Gshow, participou da série TOC’S de Dalila, da Multishow; e esteve na série Desencontros, de Rodrigo Bernardo. No teatro, esteve em cartaz com a peça “Ela é meu marido”, ao lado de Bia Guedes.

No teatro, ela estrelou “Uma vida boa” (2014/2017) e o projeto ganhou prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro). Já no cinema, fez parte de “Divã” (2009) e “Ninguém ama ninguém... por mais de 2 anos” (2014).

"Não me limitei a apenas um tipo de plataforma ao longo da minha carreira. Além das novelas e séries, tive a oportunidade de atuar no cinema, no teatro e em outros projetos diversos.

Por exemplo, minha última incursão no universo bíblico foi há três anos, interpretando Nidana em Gênesis. Desde então, explorei diferentes papéis, como no musical "Casas de Cazuza", nos filmes "Nosso Lar" e "Casas e Casais", além das séries "Luz" da Netflix e "Vicky Amuza" da Globoplay, entre outros trabalhos", explica.

Em 2015, ela  participou do reality Super Chef Celebridades, do programa “Mais Você” - no qual ela foi a vencedora. Ela também tem formação em balé clássico, jazz e sapateado; danças de salão (gafieira, forró, bolero, soltinho, salsa, zouk) e contemporânea, além de canto e acrobacia em tecido aéreo.

A atriz já viveu também a ambiciosa Nidana, em Gênesis, da Record TV e atualmente está no longa “Nosso Lar 2”, em cartaz em todos os cinemas, e na série 'Luz' na Netflix.

Julianne é Capa do Correio B+ desta semana, e com exclusividade ao Caderno ela fala sobre escolhas, religião, trabalhos e projetos.

A atriz Julianne Trevisol é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Lineker Lenhard - Divulgação - Diagramação Denis Felipe e Denise Neves

CE - Entre novelas, séries, cinema e teatro, qual dessas plataformas você mais gosta de trabalhar e por quê?
JT -
Não me limitei a apenas um tipo de plataforma ao longo da minha carreira. Além das novelas e séries, tive a oportunidade de atuar no cinema, no teatro e em outros projetos diversos. Por exemplo, minha última incursão no universo bíblico foi há três anos, interpretando Nidana em Gênesis. Desde então, explorei diferentes papéis, como no musical "Casas de Cazuza", nos filmes "Nosso Lar" e "Casas e Casais", além das séries "Luz" da Netflix e "Vicky Amuza" da Globoplay, entre outros trabalhos.

Sobre a questão da fé e religiosidade, é importante destacar que, embora eu seja cristão e tenha uma forte fé em Deus, acredito na espiritualidade como um todo, independente de religião específica. Acredito que cada um de nós tem uma missão nesta vida e que nossa jornada vai além do que vivemos aqui.

O sucesso de uma obra como "Chico Xavier", especialmente em um momento pós-pandemia, reflete não apenas a audiência do público espírita, mas também na capacidade da história de tocar temas universais como amor, perdão e esperança na regeneração da humanidade.

Ela nos faz refletir sobre nossas ações e nos conforta ao lembrar que nossos afetos perduram para além desta vida. Acredito que obras assim têm o poder de expandir mentalidades e emocionar pessoas, especialmente em um contexto onde o cinema brasileiro busca revitalização.

Participar de um projeto como esse não é apenas uma oportunidade artística, mas também uma missão, pois todos os envolvidos têm o objetivo de emocionar e transformar através da arte.

O fenômeno que o filme tem se tornado não é apenas pela credibilidade da história de Chico Xavier, mas também pela maneira como ela é contada e como ressoa com as pessoas, motivando-as a voltar ao cinema em busca de uma narrativa que fala de amor, redenção e perdão.

CE - Como foi participar de um reality show culinário a e o que mais te surpreendeu durante o programa?
JT -
Sobre o superchefe, ele é um momento chave na minha vida, porque quando eu entrei eu achei que eu não era competitiva, eu entrei porque eu sou muito estudiosa e eu adoro aprender coisas novas e eu sempre gostei de gastronomia, mas eu não tinha conhecimento sobre cozinhar, tinha um instinto de gostar de cozinhar.

Como eu venho de uma família também que cozinha bem, né, mas uma coisa bem caseira, bem aquela coisa da comida caseira, eu não tinha muito esse olhar de como era uma gastronomia, como era esse universo dos chefes e aí eu aceitei esse convite, logo quando acabou totalmente demais, para participar do programa, que era um reality, muito no intuito de aprender, porque eu vi que nós ali, todos os dias, nós teríamos um workshop com cada chefe diferente de diversas modalidades, diversos estilos de gastronomia, uma culinária de cada lugar, uma culinária de cada tipo, isso me fascinou.

Quando eu fui vendo, eu já estava imbuída naquilo, eu já estava... dedicada naquilo, e aí eu não estava pensando em ganhar, mas a minha competitividade é muito grande comigo mesma, porque ela trabalha numa exigência minha.

Então essa minha exigência em querer me superar a cada momento, em ser melhor comigo mesma, foi o que fez eu ganhar esse programa, porque na final do programa, inclusive, eu perdi pontos por atraso, porque eu preferia atrasar o tempo e entregar os pratos para ganhar 10, entregar na qualidade, que eu sabia que eu estaria me superando, do que eu entregar no tempo e saber que eu poderia não ter entregue o meu melhor.

Então eu me arrisquei, perder para entregar o meu melhor, e eu lembro que eu tomei essa decisão em segundos na hora, eu falei, ou eu vou entregar, eu vou atrasar, eu posso perder por falta de pontos, porque vamos descontar os pontos, mas eu vou ganhar 10, ou eu posso, tenho a possibilidade de ganhar, mas também tenho a possibilidade de perder, porque eu posso não ganhar 10, porque os pratos não estão realmente como eu acho que estão, o melhor que eu poderia fazer, então eu optei em fazer o melhor.

Então essa minha competitividade, ela... Ela é, sobretudo, atravessada por mim, pelas minhas exigências, minha auto-exigência e a minha auto-superação. Então, o programa tem um marco na minha vida nesse sentido. Dali eu me apaixonei pela gastronomia e é algo que eu faço até hoje.

Estudo, faço curso na Le Cordon Bleu, faço experiências gastronômicas sempre que posso. Acabei conhecendo o universo da gastronomia, tenho grandes amigos chefes até hoje. Já viajei a outros lugares do mundo para conhecer gastronomias diferentes. E ainda pretendo ter projetos voltados para gastronomia e arte futuramente.

Julianne venceu o Super Chef na TV Globo - Divulgação

CE - O filme "Nosso Lar 2" e a série "Luz" na Netflix são projetos bastante distintos. Como é para você transitar entre diferentes gêneros e formatos de produção?
JT - 
Indiretamente, o público juvenil sempre me escolheu de alguma forma. Tenho uma conexão muito forte com crianças e sempre gostei delas.

Após me formar em dança, com especialização em balé de sapateado, comecei a dar aulas para crianças e pré-adolescentes. Posteriormente, ao concluir a faculdade de teatro, continuei lecionando teatro para crianças, inclusive em escolas especializadas.

Tenho ainda o desejo de reativar esse projeto para crianças especiais, sendo uma das madrinhas do Instituto Vidas Raras, que auxilia crianças com doenças raras. Entendo que é parte da minha vida me comunicar com esse público desde sempre e levar a arte a eles de alguma maneira, estabelecendo uma troca de energia gratificante.

Adoro o público infantil-juvenil. A novela Floribela, minha primeira atuação, foi muito especial, trazendo essa energia infantil. Em Mutantes, embora minha personagem, Gor, fosse inicialmente uma vilã, o público adolescente se identificou com ela, o que foi surpreendente. Mesmo sendo maléfica e possuindo poderes de hipnose, conectei-me de alguma forma com esse público, recebendo carinho mesmo interpretando uma vilã.

A vida sempre me proporciona trabalhos que me aproximam desse público. Os fãs de Mutantes cresceram, e novos públicos surgiram com trabalhos como Luiz e Vicky Amuza. Considero Luz uma série linda que aborda representatividade ao falar da comunidade indígena do Sky Gang, contando a história de Luiz de forma poética e lúdica. É crucial termos mais produções de qualidade para esse público, e é uma honra fazer parte delas quando convidada.

Em Vicky Amuza, interpretei uma sereia, exigindo preparação especial com uma cauda de 32 quilos e uma caracterização elaborada, levando mais de um mês para ser finalizada.

Embora tenham sido episódios específicos, a sereia se tornou uma figura marcante na série. Adoro quando há um esforço para criar personagens e histórias especiais para o público jovem, e é uma alegria fazer parte disso.

Com o elenco do filme Nosso Lar 2 - Divulgação

CE - Como está sendo a resposta do público para esses lançamentos mais recentes?
JT -
 Também é muito interessante essa comparação entre a Fernanda de "Luz" e a Lu de "Totalmente Demais". Coincidentemente ou não, nosso diretor geral, Thiago Teiter-Roy, que também foi meu diretor em "Totalmente Demais".

Quando me convidou para fazer os testes para "Luz", inicialmente fiz para outro personagem que não era a Fernanda. Isso se deu pelo receio de que a Fernanda pudesse ter alguma semelhança com a Lu, já que ambas eram secretárias e possuíam características joviais e solares. Achávamos que poderia haver muitas semelhanças entre elas, então, quando a Netflix decidiu que eu faria a Fernanda, pensei que seria interessante e desafiador, pois são personagens com algumas semelhanças.

O grande desafio seria encontrar as diferenças entre elas e atualizar certos aspectos, pois a Lu foi construída há sete anos. Eu, por outro lado, mudei e cresci como atriz nesse período. Embora ambas sejam jovens, interpreto a Fernanda com uma maturidade e repertório diferentes.

Foi uma grande brincadeira interpretar a Fernanda, explorar um universo que talvez eu já conhecesse um pouco devido à profissão dela, semelhante à da Lu, mas também encontrar as diferenças. Realmente havia diferenças nas quais me agarrei. Por exemplo, a Fernanda tem paixão por gatos, ela é completamente louca por eles.

Ao mesmo tempo que é solar, ela é muito solitária; sua família são esses gatos. Ela é uma menina bonita, divertida, mas também um pouco esquisita, com dificuldade em relacionamentos. Ela não sabe seduzir, chegar ou se colocar bem em relacionamentos, então ela comete erros constantemente. Portanto, há diferenças entre essas duas personagens, e foi isso que exploramos mais. Claro, a caracterização também ajudou bastante.

A Lu era muito colorida, com um cabelo claro e luminoso, enquanto a Fernanda tinha uma aparência mais São Paulo, com um estilo de cabelo mais clássico e uma paleta de cores sóbrias para o figurino. Essas diferenças contribuíram muito para a composição e construção da personagem.

CE - Existe alguma preferência entre trabalhar em produções para o cinema ou para o streaming?
JT -
Minha maior lembrança da jornada da Gor, sem dúvida, foi como ela se tornou uma porta de entrada para mim, especialmente na época em que estava na Record. Foi uma oportunidade incrível e uma possibilidade muito grande de desenvolver meu trabalho.

Lembro-me da confiança que o diretor, Alexandre Vansini, juntamente com Tiago Santiago e a Record, depositaram em mim. Quando fui escalada para interpretar a Gor, inicialmente era apenas uma participação de dois ou três meses, e a personagem não tinha a dimensão que acabou ganhando, no entanto, transformei esse desafio em uma oportunidade.

Encarei a personagem com determinação e consegui expandir seu papel, tornando-a a grande vilã da novela e mantendo-a por três temporadas. Foi um processo incrível ver a personagem crescer e o reconhecimento do público.

Me recordo claramente de ser reconhecida nas ruas, as pessoas querendo ver como era a Gor, algo que nunca havia experimentado antes. Apesar de já ter uma carreira consolidada no teatro, na publicidade e na dança, interpretar a Gor foi um marco em minha carreira na televisão, sendo a primeira personagem de grande repercussão nacional que interpretei. Essa é, sem dúvida, minha maior lembrança dessa jornada.

Em Genesis - Divulgação

CE - Qual é a diferença mais significativa entre trabalhar no teatro e na televisão/cinema, e como você se adapta a essas diferenças?
JT -
 Sobre os meus 40 anos, é incrível chegar a essa idade. Nunca imaginei que me sentiria tão bem e tão realizada aos 40 anos. Acho que é uma libertação. Lembro-me de uma frase do Caetano que fala sobre a calma que vem com a idade, sobre deixar de ser tão ansioso.

Claro, isso não significa que eu tenha perdido completamente a ansiedade, especialmente porque a arte é uma profissão que naturalmente nos leva a questionar e enfrentar muitas incertezas emocionais ao longo da jornada. No entanto, ao atingir os 40 anos, sinto-me mais equilibrada.

Percebi que minha felicidade está intrinsecamente ligada à maneira como eu me posiciono no mundo, às escolhas que faço e como cuido de minha vida profissional, equilíbrio emocional e saúde física e espiritual.

Chegar aos 40 anos me trouxe clareza sobre como lido com os diferentes aspectos da vida. Também percebo que me tornei mais seletiva em relação às pessoas ao meu redor, o que, paradoxalmente, abre novas possibilidades de conexão e me ajuda a refinar minhas escolhas, alinhando-as cada vez mais com meus verdadeiros desejos.

Recentemente, minha intuição se tornou mais aguçada. A intuição feminina, tão característica do meu signo de Câncer, tornou-se mais evidente com a chegada dos 40. Aprendi a prestar mais atenção nessa voz interior, distinguindo-a de meras preocupações, e busco equilibrar melhor esses insights.

Além disso, sinto que ganhei maturidade emocional e uma maior segurança como mulher. À medida que me tornei mais segura, passei a encarar a vida de forma mais leve e, curiosamente, a me sentir mais jovem.

Quando era mais jovem, precisei assumir uma postura mais madura em muitos aspectos da minha vida profissional e pessoal. Agora, não sinto mais essa pressão de provar algo para os outros. Conheço-me melhor, compreendo minha trajetória e tenho uma ideia mais clara do que desejo para o futuro.

Essa sensação de autoconhecimento e segurança traz uma confiança renovada, pois sei quem sou e o que me trouxe até aqui. Estou ciente das minhas conquistas e sei para onde desejo direcionar-me daqui para frente. Aos 40 anos, tudo isso converge de maneira mais interessante e gratificante.

CE - Conta sobre sua personagem em Reis, vc esta confirmada para a 10ª temporada?
JT - 
A gente brinca que o personagem que escolhe a gente, não somos nós atores que escolhemos as personagens e a Isabel, sem dúvida nenhuma, me escolheu e o Wagner me deu essa grande oportunidade de contar essa história.

E além de tudo que já falei aqui sobre a minha relação com a história e com as minhas crenças, Isabel vem trazendo pra minha vida esse universo da maternidade. Ela é diferente das outras vilãs que eu fiz. Eu já interpretei vilãs e personagens que eram mães, porém todas as outras personagens que eu fiz que eram mães, como por exemplo a Nidana de "Gênesis", que tinha uma filha, elas não eram boas mães, né, porque por elas terem uma característica de desvio de caráter por serem vilãs, naturalmente elas acabavam não sendo ali uma mãe muito presente ou uma mãe muito dedicada, ou uma mãe exemplar. Então eu não trabalhei tanto a fundo a relação com a maternidade antes e essa relação ela foi trabalhada durante.

De verdade, no filme "Nosso Lar", porque nós tivemos ali uma família muito coesa, a minha relação com essas crianças foi muito especial e foi uma relação que foi além do filme, nós temos essa relação até hoje, os meus filhos do filme me chamam de mãe até hoje, nós nos encontramos fora do trabalho durante esses dois anos que se sucederam entre as filmagens e agora a estreia. 

Eu estou acompanhando eles crescerem, então mexeu muito comigo fazer mãe dessas três crianças, porque isso veio numa fase onde eu tinha acabado de decidir fazer o congelamento de óvulos porque eu tinha entendido que realmente ser mãe é um dos meus sonhos de vida e que eu gostaria de preservar a minha fertilidade para que eu pudesse ser mãe quando eu achasse que é o momento, dentro de um contexto familiar que eu acredito, com os valores de família que eu acredito.

Então, eu ainda não tinha tido e ainda não tive a oportunidade de vivenciar essa experiência na minha vida real. E ter podido vivenciar isso na arte foi uma experiência muito deliciosa, foi uma troca maravilhosa.

E, naturalmente, eu estava também bem sensível, porque eu estava no meio do processo do congelamento de óvulos, onde a mulher passa por um processo de hormônios bem delicado, onde mexe com o nosso instinto maternal.

Você faz uma aplicação dos hormônios que você precisa fazer para desenvolver aqueles folículos, desenvolver aqueles óvulos para fazer a coleta. Então, naturalmente, você sente o seu corpo como se você estivesse um pouco gestando alguma coisa.

Você não sabe bem o que é, você não está gestando de fato, mas você está num processo ali de pré-gestação de algo, que na verdade é daqueles óvulos que vão ser coletados para futuramente realizar esse meu sonho.

Então, tinha uma expectativa maternal naquele momento e a Isabel veio preenchendo o meu coração dessa expectativa.

Eu usei todo esse emocional, essa sensibilidade para ela e, ao mesmo tempo, eu usei a serenidade que a personagem me exigia ter como uma mulher de fé, uma mulher que realmente pratica as boas ações dentro da família dela, dentro da casa dela, uma mulher que tem esperança, que tem certeza, que tem confiança em Deus, confiança de que as coisas realmente são como tem que ser e que as coisas vão ficar bem e vão melhorar.

Então, essa positividade, essa serenidade da Isabel eu levei para a minha vida no momento onde eu estava passando, embora gostoso, mas um processo difícil e delicado que é o processo de congelamento.

Julianne Trevisol - Divulgação

IGREJA DE SÃO BENEDITO

Restauração da igreja da Comunidade Quilombola Tia Eva começa em janeiro

Com orçamento de R$ 2,2 milhões, obras começam no dia 13 de janeiro e também envolvem a requalificação do entorno; tombada como patrimônio histórico municipal e estadual, construção de 1919 será reconhecida como patrimônio cultural brasileiro

18/12/2025 10h00

A intenção é de que a empresa executora (Marco Arquitetura, Engenharia, Construções e Comércio Ltda.) priorize as intervenções para

A intenção é de que a empresa executora (Marco Arquitetura, Engenharia, Construções e Comércio Ltda.) priorize as intervenções para "uma possível inauguração" da igreja até o período das festividades da Tia Eva, em novembro de 2026 Foto: Divulgação/Ricardo Gomes

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Em uma reunião realizada no fim de tarde de terça-feira, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) apresentou à Comunidade Quilombola Tia Eva o projeto de restauro da Igreja de São Benedito e de requalificação do entorno. O evento contou com a presença de representantes da comunidade e do poder público municipal e estadual.

A obra será executada pela empresa Marco Arquitetura, Engenharia, Construções e Comércio Ltda., vencedora da Concorrência Eletrônica nº 030/2025-DLO, homologada em 14 de outubro de 2025.

O contrato está estimado em R$ 2.213.000,00, e o prazo de execução é de 540 dias, a partir da ordem de início dos serviços, ou seja, o começo das obras ficou estabelecido para o dia 13 de janeiro de 2026.

Adanilto Faustino de Souza Júnior, gerente de projetos e orçamento da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), afirma que a intenção é de que a empresa executora priorize as intervenções na igreja para que até o período das festividades da Tia Eva, em novembro de 2026, o restauro tenha avançado e posso ocorrer “até uma possível inauguração” somente da igreja. “O restante segue o prazo de um ano e meio previsto”, afirma Adanilto.

O projeto foi contratado pela Prefeitura de Campo de Grande e, após uma pesquisa realizada junto à comunidade, foi doado ao governo para a execução. Adanilto explica que o foco principal é o restauro da Igreja de São Benedito, que se localiza no coração da Comunidade Tia Eva.

“Vai ser feito o restauro das portas, janelas, estruturas de madeira, que ainda são originais, um reforço do telhado, porque hoje ele e a estrutura estão cedendo, vai ser feito o reforço estrutural de toda a fachada, que está colapsando – ela tem uma fissura centralizada –, e o reparo, a pintura e a requalificação de todo o ambiente. Pisos, pinturas. Os altares vão ser feitos. Tem a parte de mobiliário e tem a parte de restauro de imagens”, especifica o gerente da Agesul.

ENTORNO

Também vai ser requalificado todo o entorno da igreja. “No entorno direto, vai ser feita a demolição de todas as construções existentes, são construções posteriores à igreja, então, não são considerados itens que devem ser restaurados, e vai ser construída uma praça no entorno imediato, com a recolocação do busto da Tia Eva, que hoje fica na frente da igreja. Vai ter o restauro do busto e a recolocação num local de mais destaque. O cruzeiro vai ser restaurado e colocado num ponto principal da praça”, prossegue Adanilto.

“Será feito um projeto urbanístico para a requalificação da área. Para que a comunidade venha mais para o entorno da igreja. Vai ser construída uma área para visitantes, turistas e educacional, onde hoje é a churrasqueira, que vai ser demolida. E o salão também vai sofrer uma grande intervenção. Vai ser reformado para ter capacidade, melhoria de banheiros, de palco. Vai ser construída uma cozinha, melhoria no bar e uma adaptação para atender acessibilidade e questões de incêndio e pânico, para que fique dentro das normas vigentes”, diz.

SÍMBOLO MÁXIMO

O presidente da Associação dos Descendentes de Tia Eva, Ronaldo Jefferson da Silva, afirmou que a igreja é um símbolo máximo da comunidade, “então, com o restauro da igreja e seu entorno, você traz novamente a memória de Tia Eva. Porque você tem a igreja hoje como símbolo da comunidade, e aí, é uma igreja que foi construída por Tia Eva, que deixou seu legado, sua história, e nós descendentes temos que manter viva essa memória de Tia Eva”.

PATRIMÔNIO BRASILEIRO

João Henrique dos Santos, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Mato Grosso do Sul, informa que logo a igreja vai ser um patrimônio reconhecido também pelo Iphan, como patrimônio cultural brasileiro.

“É um momento realmente ímpar e acho que é um momento de festa e de consagração da Comunidade Tia Eva”, diz João Henrique, um dos autores do projeto de restauro. A igreja já é tombada como patrimônio histórico municipal (1996) e estadual (1998/2022).

“Acho que a Comunidade Tia Eva merece o reconhecimento por meio de um projeto arquitetônico de restauração da igreja, da restauração desse patrimônio cultural nosso, de Campo Grande, de Mato Grosso do Sul, e que, em pouquíssimo tempo, a gente vai ter esse patrimônio reconhecido também pelo Iphan, enquanto um patrimônio cultural brasileiro. Então, eu acho que esse lançamento dessa obra é um coroamento de um trabalho árduo, tanto do Município quanto do governo de MS e também agora com a presença do Iphan”, diz.

“Ganha a comunidade, ganha a história de Campo Grande, ganha a nossa memória, nossa identidade, ganha a cidade, ganha Mato Grosso do Sul. Porque, para além desse espaço ser devolvido para a população, o entorno também vai poder curtir esse espaço, a gente vai ter aqui praça, vai estar reformado e apto para receber os eventos da comunidade, a festa de São Benedito [maio]. Vai ter um lugar para falar que ‘pronto, agora eu tenho um lugar equipado, um lugar adequado para essa festividade’. Acho que o patrimônio cultural brasileiro hoje sai mais forte com esse lançamento da obra”, celebra o superintendente.

Para o secretário de Turismo, Esporte e Cultura de Mato Grosso do Sul, Marcelo Miranda, a reunião representou um momento muito importante de apresentar, em uma prestação de contas, e ouvir a comunidade sobre o projeto que foi feito para o restauro desse prédio, “que é muito importante para a história de Campo Grande, para a história de Mato Grosso do Sul e, principalmente, para essa comunidade”.

“Tia Eva tem uma importância histórica, um símbolo de resistência, um símbolo de apoio às comunidades quilombolas, e é uma das fundadoras de Campo Grande, uma das primeiras moradoras. Eu acho que isso aqui é emblemático para Mato Grosso do Sul, para Campo Grande, é muito importante a gente apresentar para a comunidade, cumprindo uma etapa importante de preservação desse patrimônio histórico”, reforça o secretário.

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Diálogo

Estaria havendo "ruídos" entre a Prefeitura de Campo Grande e o governo do... Leia a coluna de hoje

Leia a coluna desta quinta-feira (18)

18/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Margaret Thatcher - política britânica

Não existe dinheiro público. Existe apenas dinheiro do pagador de impostos”.

Felpuda

Estaria havendo “ruídos” entre a Prefeitura de Campo Grande e o governo do Estado. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul abriu inquérito civil para acompanhar e cobrar providências voltadas ao aprimoramento da regulação de acesso aos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) nas áreas de urgência e emergência da Capital e da macrorregião Centro. O procedimento decorre de manifestações do Conselho Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde. Este último órgão alertou para potenciais impactos negativos da centralização e que não estaria havendo, segundo documentação, integração efetiva entre Município e Estado.

Mais um

Nos meios políticos, há quem não descarte a possibilidade real do surgimento de um pré-candidato ao governo que possa aglutinar o grupo da direita considerado extremamente conservador.

Mais

Fala-se, inclusive, que essa turma estaria conversando e que o nome para encarar a empreitada seria o do deputado federal Marcos Pollon, que estaria pronto para desembarcar do PL, porque o partido fechou as portas para candidatura própria.

Diálogo

A jornalista Maria Cândida foi a mestre de cerimônia do Araruna Fest, no dia 11, que recebeu, entre outras atrações, Lobão Power Trio. Na foto, Maria e os artistas Willian Paiva, Guto Passos, Lobão e o empresário Patrick Gontier, da 93 Produções. O evento foi realizado no Bosqueexpo e sua segunda edição acontecerá em maio de 2026, com a participação de Frejat.

DiálogoEstener Ananias de Carvalho e Renata dos Santos Araújo de Carvalho

 

DiálogoAnderson Varejão, Luiz Fruet e Aylton Tesch

Dupla

O fim do ano chega com dois nomes colocados como futuros candidatos ao governo do Estado. No caso, Eduardo Riedel (PP), que tentará a reeleição, e Fábio Trad (PT). Até o momento, não há outro nome posto que realmente possa conseguir entrar em campo com partido que tenha força política e estrutura. A direita e a esquerda, portanto, estariam representadas. Resta saber o que vem por aí.

Retroativo

O Senado aprovou na terça-feira projeto que autoriza os estados, o Distrito Federal e os municípios a pagarem para servidores, retroativamente, direitos remuneratórios congelados durante a pandemia de Covid-19. A proposta foi aprovada com 62 votos favoráveis, 2 contrários e 2 abstenções e agora segue para sanção presidencial. O texto trata de benefícios como anuênio, triênio, quinquênio, sexta parte, licença-prêmio e mecanismos equivalentes, sem transferência de encargos a outro ente.

Para todos

Os pagamentos são referentes ao período de 28 de maio de 2020 a 31 de dezembro de 2021. Os benefícios serão pagos desde que o ente federativo tenha decretado estado de calamidade pública em razão da pandemia da Covid-19 e conte com orçamento disponível. Antes da votação, o projeto sofreu alteração: a expressão “a servidores públicos” foi trocada por “ao quadro de pessoal”. Assim, a mudança valerá para os servidores públicos efetivos e para os empregados públicos contratados por CLT.

ANIVERSARIANTES

Alexandre Augusto Brandes, 
Marina Mazzini Thomaz,
Rubião Silva Ferraz,
Renata Potrich Dolzan,
David Souza,
Dirceu Roveda Deboni,
Dr. Paulo de Tarso Rosa Delfini,
Antônio Koester,
Neusa Maria de Almeida Correia,
Daniela Lopes,
Tânia Maria Lima Miguel,
José Antonio Soares,
Moises da Silva Pereira,
Cleuvanir Barbosa de Lima,
Sônia Maria Penrabel Galhardo,
Elídio Morales,
Elisabete Garcia Gomes,
Leila Cristina Sabino Pinho, 
Marcelo dos Santos Felipe,
Alderi Dal Lago,
Maria Ângela Correia Lúcio,
Viviane aparecida Lino de Almeida,
Maria Cândida Vieira Praxedes,
Lucy Chinzarian,  
Dra. Maria Isabel Dutra,
José Ferreira do Nascimento,
Bernardino Lopes,
Edna Batista de Carvalho da Silva,
Môrgana Gaspar do Valle,
Célia Sanches Nunes,
Aurea Cecília Villarinhos,
Wilian de Siqueira,
Régia Jussara Fagundes,
Amanda Rui Maia,
Laucídio Valdez de Barros,
Janete Isabel Galand de Bazan,
Cooracy Galdino,
Helbert Basso,
Edson Antunes,
Adalberto Ledesma dos Santos,
Thiago Vinicius Domingues,
Eloi de Lima,
Carlos Alexandrino de Arruda,
Tatiana Seda,
Zenaíde de Lemos Barroso,
Reinaldo Camacho Braga,
Dr. Clério Pereira Ferreira,  
Paulo Tadeu Klidzio,  
Antonio Cezar Naglis,
Tiago Castriani Quirino,
Maria Elipia Ferreira dos Santos,
Zuleika Freitas de Oliveira,
Renata de Oliveira Costa,  
Jeane Gleice Camargo Barros, 
Cleusa Benevides Gonçalves,
Zita Olinda Verçoza de Matos,
Cristiane Lopes mMiranda,
Alaide de Castro,
Carlos Frederico de Souza Baís,
Flávio Pedra,
José Gonçalves de Lima,
Hilde Brandão Souza Barbosa,
Elena Alves dos Santos,
Cristiane Borges Netto Medeiros,
Regina de Souza Vasco,
Odive Soares da Silva,
Karina Gindri Soligo Fortini,
Flávia Correia Lima,
Edson Gonçalves de Aguiar,
Carlos Maurício Corrêa da Costa, 
José Carlos Crisostomo Ribeiro,
Flávio Antonio de Almeida,
Gisele Camargo de Oliveira,
Rosilene Rosa Valota,  
Joaquim Guimarães Honorio, 
Daisson Saraiva,
Hilton Pereira Vargas,
Joanice Vieira Ramos,
Adenalcides Azevedo Silva,
Lindamir Fernandes Santos Ávila,
Ângela Maria de Jesus Gonzaga,
Josiley Costa de Oliveira Silva,
Ana Lúcia Pietramale Ebling,
Hilário Antonio Dalbosco,
Rosilda Ribeiro Rodrigues,
Anazuia Guedes Sá Earp,  
Clóvis Sylvestre Sant´ana,
Antonio Cavalheiro Ocampos, 
Eduardo de Oliveira Mendes, 
Thaysa Cervantes Ennes,
Michelle Melo de Melo,
Valfrido Pereira do Prado,
João Nelson Lyrio Filho,  
Sirlena Aquino de Oliveira,
Roberto Tognoli Alves da Silva,
Eleonor Carvalho Lossio,
Higor Thiago Pereira Mendes,
Rubens Dario Ferreira Lobo Junior,
Tobias Jacob Feitosa Gomes,
Wilton Cordeiro Guedes,
Ivan Corrêa Leite,
Jair Augusto de Almeida Lara,
Leila Benites Ricardo,
Jean Rodrigues Andrade, 
Maria Clara Machado Almeida, 
Lúcio Mauro Menezes, 
Carlos Henrique Torres Mendes, 
Carolina de Oliveira Barbosa, 
Amanda de Souza Miranda, 
Rosa Helena Lima Gonçalves, 
Telma Barros Costa, 
Luiz Claudio Ramos da Silva.

*Colaborou Tatyane Gameiro

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