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Capa B+: Entrevista exclusiva com a cantora e atriz Lucy Alves

"A Dança dos Famosos" foi muito especial e incrível! Uma experiência rica, transformadora e que eu levarei para a vida".

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Lucy Alves tem se consagrado cada vez mais como uma artista de multitalentos. A paraibana iniciou sua carreira na música ainda criança no Grupo Clã Brasil, ao lado das três irmãs e dos pais.

Formada em música pela Universidade Federal da Paraíba, Lucy lançou o primeiro CD “A Sedução do Clã Brasil”, em 2002, e desde então tem se firmado como uma voz potente na representatividade nordestina musical. A artista lançou também o single MELAÇO, que aposta na sensualidade e no calor do Nordeste. No trabalho, Lucy faz parceria com Rachel Reis. O projeto faz parte do EP da artista e a música nasceu de forma inusitada. 

“Eu gosto muito do trabalho de Rachel e a gente começou a se falar pelas redes sociais. Mandei uma ideia de melodia e palavras, e ela me respondeu com outras palavras e versos e ali começou a nascer Melaço”, diz a cantora, que define ainda que Melaço é “o tom da pele, de peito apaixonado e temperatura de Nordeste que gosta de dançar coladinho”. A produção musical é da equipe de Tiê Castro.

Apesar de ter nascido em berço musical, Lucy equilibra seus dons artísticos e se firma como uma grande atriz. Seu trabalho mais recente na televisão foi a novela “Travessia”, como a protagonista Brisa. 

Lucy se destacou no reality “The Voice Brasil” (2013), o que lhe rendeu convite para participar do musical “Nuvem de Lágrimas”, recebendo uma indicação para o prêmio Bibi Ferreira. Ainda na carreira musical, em 2016, com o álbum “Lucy Alves & Clã Brasil no Forró do Seu Rosil”, ela foi indicada ao Grammy Latino.

A sua estreia na TV foi em 2016, quando viveu a antagonista Luzia dos Anjos, em “Velho Chico”. No ano seguinte, esteve em “Tempo de Amar” e, em 2020, interpretou a protagonista de “Amor de Mãe” na primeira fase da novela. Em 2022, estreou na Netflix na série “Só Se For Por Amor”.

A participante da última edição da "Dança dos Famosos", é a nossa Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista exclusiva ao caderno ela fala de sua atuação na Dança na TV Globo, carreira e música.

Lucy Alves é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto - Divulgação - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves

CE - Como foi participar do Dança dos Famosos e chegar na final do programa?
LA -
Foi muito especial, incrível. Uma experiência rica, transformadora e que eu levarei para vida, para os palcos. Eu quando entro em uma competição - e olha que eu gosto de um reality, hein, risos - eu me jogo, mergulho pra valer.

Levei tudo muito a sério, mas me diverti também, aprendi coisas novas sobre a dança, sobre o meu corpo... A cada etapa vencida, uma motivação a mais para continuar e assim fui avançando até chegar à final. Foi demais. Se me convidassem mil vezes, eu aceitaria todas elas!

CE - Qual a maior lição você tirou dessa participação? E qual foi o maior desafio enfrentado?
LA -
Acho que não teve uma lição, algo muito específico. É um processo de aprendizagem. Toda competição nos ensina algo e isso é bem particular porque depende de como a disputa nos atravessa. É sobre como encaramos os desafios que vão se desenhando ao longo do processo.

Diz muito mais sobre o nosso íntimo, sobre como lidamos com situações de pressão, sobre como controlamos nossas emoções, como nos ajustamos para darmos conta de chegar até o final. Acho que o maior desafio foi me entender, sabe dosar minha ansiedade, estar disponível para aprender coisas novas e entender que precisava me dedicar para que minha participação fosse exatamente aquilo que eu esperava de mim mesma.

CE- Você já é bastante conhecida pelo talento na música e na atuação, e surpreendeu a todos com a dança. Pretende seguir praticando?
LA -
Claro! A dança nos permite, mais do que exibir uma performance deste ou daquele ritmo, um autoconhecimento corporal e, com isso, controle do que fazemos com o nosso corpo. Já sinto uma diferença em meus shows e isso viu levar pra vida!

Dançar traz ainda um prazer, uma liberdade que deveriam ser experimentados por todo mundo. Limpa a alma e a mente. Acho que praticar alguma modalidade específica, por enquanto, não está nos meus planos. Mas como eu aprendi tanta coisa durante o quadro, quero trazer para o meu dia a dia, para meus shows especialmente.

CE- Recentemente você lançou novas músicas. O que podemos ainda esperar para 2024 na carreira musical? E nos trabalhos de atuação, o que mais vem pela frente?
LA -
Estou ainda numa rodada de shows pelo país por conta dos festejos juninos - uma época do ano que eu amo, que diz muito sobre as minhas raízes como artista. Paralelamente voltarei à telinha, em Renascer.

O convite para essa participação veio do autor e eu não tinha como negar, afinal terei em minhas mãos uma personagem muito especial, que também é artista e, vejam só, é sanforneira! Mas meus planos para este ano ainda incluem um álbum no qual já venho trabalhando. Lançar um disco é muito trabalhoso e eu cuido de todos os detalhes, do começo ao fim. Mas quando tudo estiver mais amadurecido, eu correrei para contar para vocês.

Lucy Alves - Divulgação

CE- Você começou na música ainda muito nova, seguindo uma tradição da família, certo? Se não fosse por isso, acha que teria seguido alguma carreira diferente?
LA -
Isso mesmo. A minha família teve uma influência muito forte na minha vida, na minha carreira. A arte sempre fez parte de tudo lá em casa.

Fugir disso seria quase impossível - e eu sou muito grata por ter sido desta forma. Eu tenho certeza de que a música e o teatro me chamariam de alguma forma, em algum momento da minha vida se eu não tivesse esse "facilitador" que foi ter minhas maiores referências dentro de casa. Eu só acho que talvez fosse mais tardio, mais trabalhoso. Não que tenha sido fácil. Mas eu tive muito apoio e isso sempre fez toda a diferença.

CE- Já passou por preconceitos por ser mulher, nordestina?
LA -
Sim, essa é uma realidade. Ainda! Mas ela ainda é muito presente. Por vezes, ele vem velado, numa "brincadeira" sobre o nosso sotaque, por exemplo. Mas em outros momentos, não! O preconceito vem escancarado mesmo, em comparações que transformam essas diferenças tão ricas que pertencem a determinadas regiões do país em algo melhor ou pior do que o outro.

Já fui pre-julgada sim, tive minha capacidade questionada por ser mulher e por ser uma mulher paraibana. E com isso tudo se torna mais difícil, porque você precisa mostrar duas, três vezes mais que vc é capaz sim! As oportunidades até podem ser as mesmas para todos, mas o percurso é bem mais curto para alguns poucos privilegiados.

CE - Fale um pouco sobre sua parceria com o cantor e músico Gabriel Sater pra gente?
LA -
É muito especial quando a vida nos permite ter alguns encontros que nos modificam de alguma forma. Eu tenho uma relação muito forte e única com a música, um respeito gigante. A música é um dos elementos que me alimentam enquanto artista, como ser humano. E Gabriel tem muito disso também. Poder estar com ele nessa parceria foi um prazer, um encontro leve e de muita conexão com o universo musical. 

Lucy Alves - Divulgação

CE - Quando e como aprendeu a tocar sanfona?
LA - 
Aprendi a tocar a sanfona com 15 anos e, embora ela já estivesse na minha família através dos meus tios que tocavam, os tios de meu pai que tocavam esse instrumento, meu bisavô também, que era sanfoneiro de folha e de oito baixos, forró muito presente e os sanfoneiros também, nunca foi o meu interesse assumir a sanfona.

Só que quando a gente fez um grupo musical chamado Clã Brasil, lá nos anos 2000, não tinha sanfoneiro e em determinado momento eu comecei tocando cavaquinho na primeira formação, e depois de um momento eu disse que grupo de folha tem que ter sanfona, e aí resolvi aprender. Já tocava piano, então a parte do teclado de piano foi mais familiar, fiquei cutucando baixos, peguei uma sanfona emprestada do meu tio Bill, e aí comecei a tocar, e terminei me apaixonando pela sanfona.

Hoje é um dos instrumentos mais queridos por mim, é um instrumento que é muito representativo, que me abriu muitas portas nas artes em geral. Eu posso trazer comigo nos meus personagens e isso é muito massa, muito identitário, então é um instrumento de muita potência, de muita força e, embora tenha sido um dos últimos que eu aprendi a tocar, se tornou um dos mais importantes. 

CE - Como você ingressou na carreira de atriz?
LA -
 O convite para uma novela veio juntamente a um convite para fazer um musical. Veio de uma vez, embora eu não tivesse a experiência propriamente dita, atuando. Mas o palco já era minha casa como cantora. Eu já tinha participado como instrumentista de alguns espetáculos fazendo trilha sonora, mas não atuando.

E aí, através de convites, veio Nuvem de Lágrimas, veio um teste para Dois Irmãos, uma minissérie também dirigida por Luiz Fernando Carvalho, mas através desse teste eu entrei em Velho Chico e vivi a minha primeira grande novela, entrando ali como uma espécie de antagonista, e aí começou o meu caminho como atriz, uma coisa que veio a partir da minha intuição enquanto artista.

Nas minhas ferramentas de comunicação, eu aprendo muito com as personagens, eu evoluo, eu cresço, eu amadureço, porque dar vida à personagem sempre nos transporta para conflitos muito diferentes, né? E a gente vive aquilo, então, além de ser uma profissão muito especial, que eu tenho muito respeito, essa da atriz, do ator, é uma forma de se expressar muito importante pra mim. 

CE - Cantar ou atuar?
LA -
Os dois, com certeza!! Jamais saberia escolher e também não vejo o porque de ter uma escolha. São artes complementares e que me definem como a profissional que eu sou. O meu desafio está em entender quando é o momento de privilegiar essa ou aquela arte, feito uma gangorra, mas não pode parar nunca!

CE - Um sonho que você tenha em sua carreira...
LA -
São muitos os sonhos! Tenho na minha cabeça alguns desenhos de shows, por exemplo. Quero lançar meus discos e ser desafiadas por personagens que me deixem com o coração na boca!
 

Tocando sua sanfona - Divulgação - Lucy Ramos

CE - um momento inesquecível em sua carreira...
LA -
 Eu tive alguns momentos, alguns bons encontros. Eu acho que a minha primeira novela foi um grande momento, a minha primeira participação no Rock in Rio foi um grande momento, no Palco Sánchez, que era um festival que eu sempre quis estar.

Nossa, vários momentos, eu me orgulho muito da trajetória que eu venho construindo, chegar no Rio de Janeiro também e construir tudo isso tem sido muito prazeroso e maravilhoso. Posso elencar o Dança dos Famosos também como o grande último feito que me fez girar chaves também, profissionais e pessoais.

Meus encontros musicais, que são muito especiais, com Dominguinhos, com Sivuca, que são artistas que já se foram e deixaram um legado marcante, e que me marcaram, são marcas que eu carrego comigo até hoje. Me fizeram transcender como musicista e artista. E é isso, são vários momentos legais. 

CE - Lucy por Lucy...
LA -
 Acho que sou uma artista em mutação constante, e cada vez mais eu descubro que a arte realmente é meu passaporte para a minha liberdade pessoal, como cidadã, como frequentadora deste mundo aqui. Eu já mudei muito com o passar do tempo, venho caminhando, evoluindo e podendo traduzir isso de alguma forma nas minhas músicas, na minha arte.

Eu acho que estou num momento muito especial de carreira e pessoal, por conta do amadurecimento das oportunidades que tive, que venho tendo. Sou uma pessoa muito sonhadora, muito lutadora, não desanimo fácil e venho aprendendo a enxergar a beleza também das minhas fraquezas, dos meus erros também.

Acolhê-los assim, têm me deixado cada vez mais forte e deixado a minha trajetória bonita também, mas sou uma pessoa acima de tudo muito feliz com a minha vida, com as escolhas que tomei até aqui, tudo isso me fez chegar até aqui e muito feliz de poder trabalhar com a arte nesse país, que realmente não é fácil, é uma luta, mas é um grande presente divino.

Na última edição da Dança dos Famosos - Divulgação Youtube

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Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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