O ator Daniel Haidar, que integrou o elenco da famosa e aclamada série DOM, de Breno Silveira, na segunda temporada, como Nôzinho, e como Celinho, na novela “Garota do Momento”, da TV Globo, já se prepara para protagonizar Rocky Balboa, personagem Sylvester Stallone, no palco.
Ele que também deu vida a Elvis Presley, no espetáculo com direção de Miguel Falabella e também foi o protagonista do musical com canções de Luan Santana, dirigido por Ulysses Cruz, agora, está trabalhando com o diretor Zé Henrique de Paula, nome conhecido dos palcos paulistanos, para o espetáculo Rocky - O Musical.
Daniel tem uma carreira notável em musicais, mas o preparo que o Garanhão Italiano, apelido de Rocky, exige, vai além de qualquer outro papel que Daniel tenha vivido no teatro ou no audiovisual.
“Nunca tive um preparo tão intenso para um papel. Desde que recebi a confirmação de que seria o Rocky, no início de dezembro, meus dias são 100% em torno disso. Fora o contato com o boxe - já que eu nunca tinha nem visto uma luta de boxe na vida. Agora, estou muito conectado com a modalidade e com todo esse processo. Muito feliz por poder reviver esse clássico nos palcos.”, declara Daniel
Com uma rotina intensa que conjuga alimentação regrada, exercícios físicos, preparação corporal e, claro, aulas de boxe, Daniel está vivendo para entregar uma performance à altura do clássico de 1976, ganhador do Oscar de Melhor Filme no ano seguinte.
A parte física e de alimentação é toda organizada por Paulo Muzy, médico renomado na área dos esportes, e sua equipe. O boxe fica a cargo de Filipe Gomes, que trabalha com boxe há mais de 20 anos e segue a metodologia aplicada pela seleção brasileira.
A preparação corporal está sendo feita também nos ensaios, com a preparadora de elenco veterana Inês Aranha e o premiado coreógrafo Gabriel Malo.O espetáculo estreia dia 14 de março, no 033 Rooftop, em SP, de sexta a domingo, com temporada até 25/05.
Daniel é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, em entrevista ao Caderno, ele fala direto dos EUA sobre os desafios de sua carreira e da responsabilidade de interpretar o icônico Rocky nos palcos com estreia na capital paulista.
O ator Daniel Haidar é Capa exclusiva da semana do Correio B+ - Foto: Stephan Solon - Diagramação: Denis Felipe - Por Flávia VianaCE - Você está prestes a viver um personagem icônico nos palcos. Como surgiu esse convite pra viver Rocky Balboa?
DH - Nunca tinha me imaginado o Rocky Balboa. Nossa produtora, Adriana Del Claro, me chamou pro teste. Estava no meio do Elvis, espetáculo que eu estava fazendo, e só fui receber o material de madrugada. Eles já tinham testado alguns atores ao longo daquela semana.
Virei a noite pra pegar o material e fui fisgado por esse cara, me solidarizei muito das dores dele. Confesso que fiz o teste pensando “já vai ser uma super vivência poder ser esse personagem por um dia, trocando com essa equipe incrível.” Mal sabia eu que o Rocky se tornaria o foco dos meus dias pelos próximos meses todos.
CE - Qual é o peso da responsabilidade, em representar um personagem tão famoso de Silvestre Stallone? Você já era fã do ator?
DH - É muito grande. Esse personagem fez pessoas mudarem de vida ao longo desses anos. Tenho recebido inúmeros relatos de gente que decidiu se dedicar aos estudos e conseguiu formar na faculdade, gente que salvou o casamento, enfim, gente que fez do Rocky combustível para ter uma vida diferente.
Esse personagem evoca e inspira nossa resiliência, assim como a trajetória do Sly (apelido de Stallone). Sou um grande admirador da trajetória dele e, sobretudo, do caminho que percorreu até conseguir filmar Rocky, Um Lutador (1976).
CE - Você já tinha assistido ao filme?
DH - Já, quando era bem novo. Não reassisti para o teste e acho que foi bom, tive mais liberdade de me debruçar sobre o Rocky como um personagem escrito, e não sobre performance do Stallone. Agora, depois de saber que seria o Rocky, assisti os 6 Rockys e os 3 Creeds. Foi bem divertido.
CE - Como está sendo sua preparação? O filme te influenciou?
DH - Intensa. São muitas horas de academia, boxe, estudo de época e momento histórico, horários restritos para a alimentação que é exatamente regrada.
Tudo isso para chegar na sala de ensaio e fruir dessa história. É inevitável olhar para o filme como inspiração, afinal o Rocky 1 é uma obra de arte. Mas estamos tendo a liberdade de colocar nossa forma de contar essa história, ainda mais no teatro imersivo que permite uma intimidade muito grande com o público.
CE - Quais os maiores desafios, que vocês está encontrando para dar vida ao personagem?
DH - É um personagem complexo e profundo que carrega uma história muito potente. Isso por si só já é um desafio. Mas com todos os pormenores técnicos do boxe e do preparo físico, isso alcança um grau de dificuldade mais alto.
Porque tenho que me dedicar intensamente a isso, para poder me envolver plenamente com o cerne dessa obra, que por incrível que pareça, não está ligado ao boxe ou à parte física. A história mexe em lugares muito mais profundos.
Foto: Stephan SolonCE - Recentemente você interpretou o jornalista Celinho, na novela das 18h, A Garota do Momento. Como foi essa experiência?
DH - Boa demais! Nunca tinha feito uma novela de época. É tudo muito encantador, os figurinos, o universo. E a novela tem um astral incrível. Foi lindo o tempo que passei ao redor da Perfurmaria Carioca no Rio dos quase anos 1960.
CE - Seu último trabalho no teatro foi vivendo Elvis Presley. Quais boas recordações você guarda desse momento?
DH - Sem dúvida o calor da plateia. Ser o Rei do Rock era um poder gigantesco, me sentia um super-herói. Ser abraçado e celebrado pelos fãs do Elvis também foi inesquecível. Ainda pretendo fazer algo sobre ele ou com o repertório. É um artista infinito!
CE - Qual outro personagem conhecido, você gostaria de viver no palco?
DH - Nos palcos, gostaria de experimentar um personagem clássico. Tenho muita vontade de viver o príncipe Hamlet. Vou fazer isso um dia.
CE - Você se considera mais uma ator de teatro musical ou um ator de TV?
DH - Não acredito muito nessa “separação”. Acho que cada formato tem suas especificidades técnicas sim, mas não são excludentes. Gosto de transitar e experimentar outras possibilidades, seja no cinema, musical, televisão ou teatro falado.
CE - Atualmente como está o seu dia a dia?
DH - Acordar, malhar, comer, ensaiar, boxe, repetir.
CE - Quais são os seus projetos ainda para 2025?
DH - Por enquanto, estou imerso no Rocky. Esse projeto foi uma surpresa linda, então acho bom deixar esse espaço para o inesperado.
Foto: Stephan Solon


Reprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins
“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição
Reprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins


