Rafael Saraiva é um jovem ator e roteirista, e uma promessa no humor de sua geração.
Com apenas 23 anos, ele integra o famoso sucesso 'Porta dos Fundos', e também faz parte do elenco do talk show de Rafael Portugal, o 'Portugal Show', exibido no Multishow. Recentemente, esteve no 'Que História é Essa Porchat?' exibido pelo canal GNT.
Em 2020, durante a pandemia, ele participou do filme Romeu e Julieta, realizado virtualmente com amigos, no papel de Mercúcio. Inquieto, Rafael também resolveu gravar vídeos em casa para o seu Instagram, criando personagens e improvisando o texto.
Depois, na perspectiva de retorno às ruas, elaborou um texto para fazer stand-up, o que não dependeria de cenário, mais atores e teatros abertos.
Nesses últimos três anos, sua vida mudou. Ele usou a pausa forçada fazendo conteúdo para suas redes sociais chegando a 85 mil seguidores. Sua atuação chamou inclusive a atenção de seus colegas de profissão e de outros comediantes e recebeu o convite para integrar o famoso programa de humor 'Porta dos Fundos'.
Ainda na faculdade, Rafael cursa Comunicação - novas mídias e cinema na Puc Rio. Ele tem trabalhado tanto como ator, quanto roteirista.
O ator é também roteirista e co-diretor do programa Na Tela da Glô, no canal de youtube da TV Globo, ao lado de Samuel Valladares, também seu companheiro de palco no espetáculo de improviso “PRESENTES”.
A peça foi um sucesso nas três primeiras temporadas e estará novamente em cartaz, agora no Teatro Café Pequeno no Leblon.
Rafael cursou O Tablado durante sete anos. Integrou o elenco de “Paz Sem Rosto”, espetáculo realizado no teatro em 2015. Ele também foi convidado a se apresentar e foi premiado no Festival “Kids on Stage” no Centro Europeu das Artes - Hellerau, na Alemanha.
Em 2022, foi um dos protagonistas da peça “O Cálice”, inspirada no grupo de comédia inglês Monty Phyton dirigida por Cacá Mourthé que também dirigiu as “Camaleão e as Batatas Mágicas” e “O Boi e o Burro no Caminho de Belém”, ambas com o ator no elenco.
No mesmo ano, Rafael protagonizou “Anísio e a Devoradora de Livros”, espetáculo baseado na vida de Anísio Teixeira. No audiovisual, ele atuou na série “A Vida Pela Frente", nos longas-metragens “Ciclo”, “Doidas e Santas”, “Desculpe o Transtorno” e no curta-metragem infantil “Souvernirs de Verão”.
Os vídeos no ator já ultrapassaram a marca de trinta milhões de visualizações na internet, e esta semana Rafael é a Capa exclusiva do Correio B+ e em entrevista ao Caderno fala de ateatro, escolhas, carreira e atuações.
CE - Você entrou para o Porta dos Fundos esse ano. Como surgiu o convite?
RS - O convite surgiu á partir das minhas participações em outros projetos. Já havia feito trabalhos com Ian SBF. Depois, o Antonio Tabet me assistiu no teatro. Foi uma junção de fatores e de projetos que participei até chegar ao "Porta dos Fundos".
CE - Como é contracenar com seus ídolos no humor?
RS - É uma aula! Estou o tempo todo aprendendo. Tenho estudado como nunca, até porque para estar no nível deles tenho que apresentar algo melhor que o meu melhor sempre!
CE - Você também está no elenco do "Portugal Show". Humor é o que você mais gosta de fazer?
RS - Sem dúvida! Adoro a leveza da comédia. É a forma que encaro a vida e, naturalmente, a forma que me expresso na arte.
CE - Você participou, dentre outras produções, de “A Vida Pela Frente”, do Globoplay, “Vai Na Fé”, exibida na Globo, já fez “O Ciclo”, de Ian SBF no cinema, e do Porta dos Fundos (internet ). Tem uma preferência de plataforma para atuar?
RS - Gosto de todos. Acho que o artista tem que estar em todas as plataformas porque assim está em contato com mais pessoas e diferentes perfis também.
CE - Conta essa história de chegar a 85 mil seguidores no Instagram antes da pandemia, e hoje é conhecido por desenvolver vídeos para internet que já ultrapassaram a marca de trinta milhões de visualizações. Como isso aconteceu?
RS - A pandemia paralisou tudo, fiquei muito angustiado com isso. Não era alguém ligado em rede social. Entretanto, passou a ser necessário, já que era minha única forma de estar em contato com os outros.
CE - Você ainda faz stand-up? Como surgiu stand-up na sua vida?
RS - Não faço mais, inclusive quero voltar. O stand- up surgiu pela necessidade que eu tinha de estar diante de um público sozinho; acho um exercício de coragem muito importante. Foi bem relevante pra mim.
CE - Você também é roteirista. Fale um pouco sobre essa paixão pela escrita. Pretende conciliar com a carreira de ator?
RS - Pretendo em algum momento sim, por enquanto tenho escrito apenas para projetos meus, mas tenho vontade de estar em salas de roteiro, construir histórias e de repente até escrever uma peça.
CE - Você acabou de fazer 23 anos e tem 12 anos de teatro. Como foi o início?
RS - Eu era uma peste na escola. Foi quase uma demanda do colégio entrar no teatro para canalizar a minha energia. Como minha mãe também é do teatro, foi perfeito. Entrei para o Tablado e construí tudo lá. Foi o lugar que me descobri em todas as esferas da vida.
CE - Você lida com improviso há mais de 10 anos. Já atuou em três temporadas de sucesso da peça “Presentes”, que restreia no dia 8 de dezembro, e é toda improvisada á partir de perguntas em que a platéia interage. Conta um pouco pra gente?
RS - Eu amo o improviso. A gente vive de improviso, por isso, estou amando essa experiência. Além disso, adoro o risco de estar na frente de uma plateia sem nada, isso me estimula.
CE - Você já tem uma trajetória apesar de muito jovem, e trabalhos importantes no seu currículo. Alguma dica para quem está começando?
RS - Coragem! Não deixa o medo te paralisar, porque vão te julgar sempre, mas melhor te julgarem por algo que você acredita de verdade.
CE - Você tem algum ritual antes de entrar em cena, seja no teatro ou para gravar?
RS - Tenhoa! Rezo e peço benção para Deus, sempre.
CE - Você acha que com humor tudo pode ser dito?
RS - Acho que tudo pode ser debatido, mas com responsabilidade, bom senso e nos limites da justiça.