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Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e roteirista Fábio de Luca sucesso em "Porta dos Fundos"

"Unir a minha trajetória com a do grupo do Porta dos Fundos me levou aonde eu não imaginaria"

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Ator, diretor e roteirista, o carioca Fábio de Luca acabou de gravar sua participação no remake da novela “Dona Beija”, que estreia em breve na HBOMax, e agora ele também se dedica a escrever um espetáculo que levará aos palcos ainda este ano e um filme de comédia com temática espírita que terá direção de Wagner de Assis, o mesmo de sucessos cinematográficos como “Nosso Lar”.

Fábio prepara uma oficina de interpretação e criação de personagem de comédia, que será ministrada nos próximos meses em seu próprio espaço cultural no Rio. Em paralelo, o artista ainda comanda desde 2015 o canal “Amigos de Luz”, em que fala sobre espiritismo misturado com humor.

Aos 45 anos, Fábio de Luca ganhou exposição na internet ao entrar para o elenco do canal Parafernalha, onde também foi roteirista. Em 2023, atuou em “Sedes”, seu primeiro trabalho dramático e esteve nos cinemas no filme “Não tem volta”, ao lado de Manu Gavassi e Rafael Infante.

Em seu currículo, ainda constam longas como: "Juntos e Enrolados" e "Ninguém é de Ninguém". Já no streaming, o carioca fez parte do elenco do vencedor do Emmy de 2019 "Se Beber Não Ceie" e da série "Eleita", na Prime Video. Na TV, acumula participações em programas como “Tô de Graça”, "Filhos da Pátria", “Sob Pressão” etc.

Festejando 25 anos de carreira, Fábio de Luca resolveu fazer uma reviravolta na sua vida. Por questões de saúde, o ator do Porta dos Fundos está passando por uma reeducação alimentar. Em 2 meses confinado num spa no Paraná, emagreceu cerca de 20kg e parou de fumar. Tudo para se dedicar aos diversos projetos profissionais do ano.

O ator sucesso em Porta dos Fundos conversou com o Correio B+ com exclusividade sobre sua carreira, momento e novos projetos. Fábio celebra seus anos na profissão como nossa Capa desta semana.

Fábio de Luca é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Vinícius Mochizuki - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves

CE - Fábio de Luca está festejando 25 anos de carreira, mas muita gente te conheceu a partir do Porta dos Fundos. Como é fazer parte desse elenco? Acha que o projeto foi um divisor de águas da sua trajetória?
FL - 
Embora eu já tivesse trabalhado em outros canais do YouTube antes de chegar no Porta, como ator e roteirista, quando comecei a aparecer nos vídeos do Porta o impacto na minha carreira foi muito grande.
Eles alcançam muita gente, tem muita credibilidade e importância no cenário cultural brasileiro. Aliás, até fora do Brasil! Então, unir a minha trajetória profissional com a trajetória desse grupo me levou a lugares na minha carreira que eu nunca imaginei chegar. E fazer parte de um elenco daquele quilate, conviver com eles, compartilhar um Set de filmagem, participar das criações, é uma baita de uma escola.

CE - Sempre vemos seu trabalho em produções de humor. É uma escolha pessoal ou o mercado de forma geral te coloca nesse nicho?
FL -
 O humor entrou primeiro na minha vida pessoal, quando percebi que fazer as pessoas rirem me ajudava a me encaixar melhor nos grupos e amigos. Isso acaba especializando a gente, então quando caí no teatro, a comédia já veio meio que se impondo e ficou de vez.

CE - Como é fazer humor hoje em dia com essa preocupação com o politicamente correto?
FL -
 Exige mais cuidado, porque como a gente está vivendo esse momento em que a sociedade fica se rediscutindo todo dia, principalmente sobre a maneira como a gente se relaciona e se comunica, novos “filtros” sobre o que/como/quem se pode falar surgem a toda hora, e espera-se que a gente os use. Então precisamos estar atentos e atualizados. Concordo com alguns desses filtros, outros acho em exagero, mas na soma geral acho que toda essa discussão tem  criado um ambiente mais saudável pra todos.

CE - Você tem um canal no Youtube chamado “Amigos de Luz” em que mistura humor com a temática espírita. Como é fazer esse trabalho e levar o assunto com seriedade para leigos e adeptos da doutrina?
FL - 
O projeto "Amigos da Luz" é meu xodó, meu jardim particular. É muito bom ver como ele tem florescido e levado a mensagem consoladora do Espiritismo a tanta gente. Eu adoro falar sobre espiritualidade e juntar isso com humor que é outra coisa que amo. Aí é bom demais!

CE - Você está se dedicando ao roteiro de um longa com essa temática espírita que terá direção do Wagner de Assis, conhecido por vários filmes de sucesso desse tipo. O que pode já falar sobre a produção?
FL - 
Ainda estamos numa fase muito inicial, de desenvolvimento do roteiro e viabilização da produção. Mas acho que não vai demorar pra termos notícias mais concretas sobre nosso filme. A troca com Wagner, que traz consigo aquela experiência toda, a partir de uma carreira tão fértil em filmes de sucesso com essa temática, torna tudo mais ágil e eficiente.

                    Fábio no GNT - Divulgação

CE - E há planos para se dedicar mais à carreira de autor?
FL -
 Sem dúvida! Acho que todo ator, ainda mais de comédia, acaba nutrindo um dramaturgo ou roteirista dentro de si. A gente tem que reescreve roteiros o tempo todo pra caber na nossa boca de maneira natural.

CE - Em breve poderemos te ver numa participação no tão aguardado remake de “Dona Beja”, na HBO Max.  Como ator brasileiro, há uma cobrança sua e do seu público em fazer novelas?
FL -
 Do público não, mas minha acho que sim. Sou de um tempo que não tinha internet ou canais de streaming como locais de trabalho pra um ator. Era só teatro e TV aberta. Mas o que te validava mesmo como um ator aos olhos da família e amigos era pintar numa novela.

CE - Fábio, você tem passado por um momento de autocuidado e está em fase de emagrecimento. Essa decisão é totalmente pessoal ou há alguma questão quanto a estética imposta pelo mercado?
FL - 
Pessoal total. Questão de saúde mesmo, aliás questão urgente! Mas graças a Deus a coisa está caminhando bem. 

CE - Aliás, ainda hoje vemos poucos artistas gordos estrelando produções no audiovisual brasileiro. Como você enxerga essa questão?
FL - 
Acho que termos hoje poucos artistas gordos protagonistas, é ainda reflexo de um passado bem próximo que tínhamos zero artistas gordos protagonistas, ou pretos, gays, etc. É ruim ter poucos, mas já está melhor que antes e acho que vai melhorar. Como disse, estamos no meio de uma “DR” da sociedade com ela mesma. É tudo lento e difícil, mas acho que as próximas gerações vão chegar num mundo cada vez menos desigual. 

CE - Por conta desse processo de mudança, você ficou confinado num spa por dois meses. Por que optou em fazer um diário do processo? Como foi o retorno das pessoas que te acompanham?
FL -
 O vlog diário que está lá no meu Instagram foi meio que pra mim mesmo, pra quando eu precisar poder assistir e resgatar o “espírito saúde” que eu estava naquele momento. E eu tenho usado mesmo! Quanto ao retorno da galera foi sempre de muito incentivo e acolhimento. As redes sociais podem ser bem tóxicas, mas graças a Deus minha relação com a galera que me segue é sempre de muito carinho.

Fábio de Luca - Reprodução Internet

CE - O que te faz rir? E o que te tira o humor?
FL -
 As piadocas mais bobinhas me fazem rir. Quanto mais ridícula mais a piada me pega. Agora o que me tira o humor totalmente é ter que lidar com burocracia. 

CE - Com 25 anos de carreira, quais seus planos para os próximos 25?
FL - 
Meu objetivo para os próximos 25 anos é expandir meu alcance como ator, tanto na variedade de formatos e gêneros, podendo me conectar com uma audiência cada vez maior, seja através do cinema, da tv, dos streamings, da internet, de onde for.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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