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Capa B+: Na primeira Capa de 2025 do Caderno, uma entrevista exclusiva com o ator Mouhamed Harfouch

"A minha primeira grande oportunidade na TV veio muito por conta do meu nome".

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Após o sucesso de três apresentações especiais em Juiz de Fora, Minas Gerais, Mouhamed Harfouch leva seu monólogo “Meu Remédio” para o Rio de Janeiro, com estreia marcada para 10 de janeiro de 2025, no Teatro Ipanema.

Dirigido por João Fonseca, o espetáculo traz uma narrativa profundamente pessoal e emotiva, onde Harfouch mergulha na sua história de vida, lidando com temas como identidade, pertencimento e aceitação de sua própria história. A peça é uma mistura de comédia e drama, resultado de um processo criativo íntimo que levou o artista a revisitar momentos de sua própria trajetória, especialmente sua relação com seu nome e sua herança cultural.

Com “Meu Remédio”, Mouhamed transforma um projeto profundamente pessoal em uma expressão artística única, tanto no palco quanto fora dele. O ator e cantor, que acumula mais de 40 produções teatrais em seu currículo, além de uma carreira de destaque na TV, é bastante lembrado por suas performances em novelas como “Pé na Jaca”, “Amor à Vida” e “Órfãos da Terra”, em séries como “Rensga Hits” e “Betinho - No Fio da Navalha”.

Sua trajetória inclui também produções teatrais musicais como “Querido Evan Hansen”, vencedor do prêmio de Destaque Elenco no Prêmio Destaque Imprensa Digital 2024, e em “Ou Tudo ou Nada”, trabalho que lhe garantiu uma indicação ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator em 2016. Contudo, é agora, em "Meu Remédio", que ele se reinventa, assumindo diversas funções e se desafiando na autoexposição.

O espetáculo traz à tona questões do universo árabe, relembra episódios importantes que fizeram parte de sua jornada e revela, de forma sincera e orgânica, o impacto de suas escolhas em sua trajetória profissional e na vida pessoal.

“Meu Remédio" nasce da minha vontade de entender e compartilhar a relação com o meu nome, com minha história de vida, com a mistura de culturas que carrego. Sou filho de imigrantes – sírios por parte de pai e portugueses por parte de mãe.

Crescer com um nome tão emblemático em um Brasil dos anos 70, em que o preconceito e a dificuldade de aceitação eram muito presentes, não foi fácil. A peça é uma comédia, mas carrega uma reflexão sobre aceitação e pertencimento, sobre entender que, muitas vezes, o maior remédio é aceitar quem somos", explica Harfouch, que busca, com o espetáculo, tocar o coração do público ao falar sobretudo, como cada ser é único e especial em sua individualidade, origem e essência.

Embora a ideia de levar "Meu Remédio" aos palcos tenha surgido há dois anos, uma inquietação sobre o tema já acontecia desde a novela "Órfãos da Terra". Durante as gravações, Harfouch foi levado a olhar mais profundamente para sua própria história, sua relação com o pai e com os muitos imigrantes que o cercam. Esse desejo de explorar sua ancestralidade e as dificuldades vividas ao lidar com seu nome e identidade se intensificou ao longo das apresentações da peça "Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito", estrelada ao lado de Vera Fischer. A reflexão do ator durante a turnê foi o impulso que consolidou a ideia do monólogo e depois de meses de escrita, finalmente, o projeto tomou forma, desafiando-o para além da atuação solo.

A decisão de assumir a produção do monólogo, que é um dos maiores desafios da sua carreira, foi um passo corajoso. “Meu Remédio” não é apenas uma obra autoral, mas também o reflexo de sua visão como criador. “Já tinha produzido no começo da minha carreira, mas agora, com mais maturidade, me senti mais preparado para enfrentar esse desafio. Produzir e atuar ao mesmo tempo é uma tarefa árdua.

A maior dificuldade foi lidar com as duas funções e ainda me manter fiel à ideia que queria transmitir. Mas, com o apoio de grandes amigos e parceiros como Tadeu Aguiar e Eduardo Bakr, senti que tínhamos força para fazer isso acontecer”, revela ele, que viu na soma de funções um grande desafio ao ter que equilibrar seu tempo entre o papel de ator e o de produtor.

Já a parceria com o diretor João Fonseca foi outro pilar fundamental para tirar o sonho do papel. Com vasta experiência à frente de obras biográficas, a exemplo dos Musicais sobre a vida de Tim Maia, Cazuza, Cássia Eller, Elvis Presley e Tom Jobim, a condução do criativo trouxe à cena a delicadeza necessária para que o espetáculo equilibrasse o tom de comédia e a profundidade emocional da história. "João Fonseca é um amigo e um grande diretor.

Ele segurou a minha barra de maneira sensível e honesta, e acreditou no meu projeto desde o início. Sem ele, não sei se teria conseguido fazer essa transição entre o autor e o ator de forma tão tranquila", comenta ele sobre Fonseca, com quem repete a parceria afinada em “Homem de Lata”, monólogo online criado durante a pandemia.

O ator Mouhamed Harfouch é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, a primeira do ano de 2025.
Em entrevista ao Caderno ela fala principalmente sobre sua estreia com a peça "Meu Remédio" ainda este mês no Rio de Janeiro.

O ator Mouhamed Harfouch é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Sergio Baia - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves

CE - Quando e como você descobriu sua veia artística? Houve alguém ou algo que te inspirou a seguir essa trajetória?
MH -
 Quando criança, eu gostava de me vestir com roupas dos meus pais e inventar personagens. Lembro que eu e minhas primas brincávamos na portaria da minha avó materna, criando personagens, situações e improvisando. O Amir fala que a criança é o melhor ator, porque ela realmente se joga na brincadeira de ser!

Mais tarde, na adolescência, fui levado ao teatro pela primeira vez por minha professora de português, em um trabalho extracurricular. Assistimos à peça “Confissões de Adolescente” no teatro Casa Grande. Fui embora achando aquilo o máximo! Até que um dia, minha tia Beth me levou escondido para fazer um teste de teatro... foi paixão à primeira vista!

CE - O que te motivou a transformar suas experiências pessoais em um monólogo? Como foi o processo de dar vida a esse projeto ao longo desses três anos, conciliando as funções de produção e criação?
MH - 
Minha vontade de falar sobre minha origem, minha ancestralidade e sobre meus pais. Acho muito corajoso um imigrante sair de sua terra, muitas vezes não por escolha, para tentar uma vida melhor, sobreviver, buscar um horizonte. Estava em turnê com outra peça, viajando com a Vera Fischer pelo Brasil, e já fazia tempo que eu queria produzir um espetáculo, mas ainda não sabia sobre o quê. Até que um dia, caiu a ficha: queria falar sobre meu pai, minha origem e minha dificuldade em aceitar o meu próprio nome. Esse foi o pontapé inicial!

CE - Durante sua trajetória, você enfrentou preconceitos ou obstáculos por conta de sua ascendência árabe? Como lidou com essas situações e como elas moldaram sua visão artística?
MH -
 Nasci na década de 70 e minha infância e adolescência foram nos anos 80 e 90. Naquela época, não tínhamos a consciência que temos hoje sobre o que é bullying, ou até mesmo da dimensão do quanto éramos e somos preconceituosos.

Ter um nome emblemático de outra cultura me colocava sempre em evidência, o que, muitas vezes, não era confortável. Foi preciso muito jogo de cintura e humor para sair de situações desconfortáveis. Brinco que esse nome acabou me fazendo virar ator, por sobrevivência! (Risos).

Poster da peça "Meu Remédio" - Divulgação

CE - Você já interpretou outros personagens com raízes árabes na televisão. Como essas experiências contribuíram para sua conexão com sua própria identidade cultural?
MH -
Estou completando 30 anos de carreira e, antes de entrar na TV, já fazia teatro há uns 15 anos, mas nunca interpretei um árabe no teatro. Quando tive minha primeira grande oportunidade na TV, ela veio muito por conta do meu nome.

O produtor estava procurando um ator que falasse árabe para a novela “Pé na Jaca”, do Lombardi. Ele viu meu nome no banco de dados e concluiu: “Esse fala!” Mas eu não falo! (Risos) Foi graças ao meu nome que consegui fazer meu primeiro teste para uma novela, que acabou sendo muito importante na minha carreira. O que era para ser uma participação de 10 capítulos acabou virando a novela inteira, graças ao sucesso com o público.

CE - O que você espera que as pessoas levem consigo ao assistir "Meu Remédio"? Há algum aprendizado ou emoção que você deseja despertar?
MH -
 Todo nome carrega uma história. É curioso pensar que nosso nome nos é imposto, mas ao mesmo tempo é como nos apresentamos ao mundo. Um nome não fala só sobre nós; fala também sobre os que vieram antes de nós, nossos antepassados, suas jornadas e caminhadas. Conhecer e aceitar nossa origem nos liberta, nos ajuda a escolher melhor nossos próprios caminhos, nos fortalece e nos traz pertencimento.

Peça "Meu Remédio" - Foto: Gustavo de Freitas Lara

CE - Participar de produções tão variadas no ano de 2024, como "Querido Evan Hansen", "Rensga Hits" e "Betinho", mostra sua pluralidade artística. Qual é o maior desafio de transitar pelo teatro, o cinema e a TV?
MH - 
Não penso na pluralidade, embora fique feliz com ela. Não penso se estou no cinema, no teatro, no streaming, na TV ou fazendo um show. A única coisa que sempre me preocupo é: contar uma boa história. Esse é o ponto que me fisga em qualquer trabalho. Claro que cada veículo tem suas especificidades, mas, se estamos embasados por uma boa história, tudo fica mais fácil!

CE - Como foi o desafio de interpretar uma figura tão icônica como Chico Buarque em "Betinho"? Como cantor, sentiu uma responsabilidade extra ao dar vida a ele?
MH - 
Confesso que fiquei surpreso com a escolha e, claro, muito feliz em dar vida a um ídolo do tamanho e da importância do Chico Buarque. Mas fiquei com medo, sim. Sou muito fã do Chico, admiro sua postura tanto como artista quanto como cidadão.

Foi uma honra imensa! Procurei não mimetizá-lo, nem criar uma caricatura, mas trazer a verdade da cena, especialmente contracenando com o talento do Júlio Andrade, que fez um maravilhoso Betinho. Chico tem uma simplicidade, uma timidez sincera e um senso de humor incrível. Quando recriamos o show no Memorial da América Latina para a campanha do Betinho, cantando “Brejo da Cruz”, fiquei muito feliz! Não foi fácil, mas me senti desafiado e instigado, o que foi maravilhoso.

Órfão da Terra -TV Globo

CE - Em paralelo à atuação, você também tem uma carreira musical. Como andam os projetos nessa área? Tem planos de shows e gravações?
MH - 
2024 foi o ano em que mais fiz shows na minha vida. Toquei em São Paulo, Rio, Curitiba e no interior do país, tudo isso conciliando com gravações e teatro. Dividi o palco com vários artistas que admiro.

Foi muito gratificante. Tenho fãs que gostam do meu trabalho autoral, escutam minhas músicas no streaming e até me cobram por lançamentos novos. Quem sabe? Acho que "Rensga Hits" também ajudou muito nesse sentido. O que me deixa feliz é que hoje a música e a atuação se complementam na minha vida, uma fortalece a outra, e meu trabalho só ganha com isso.

CE - A estreia da peça marca sua celebração de 30 anos de carreira. Imaginava estar onde está hoje? Como avalia essa trajetória?
MH - 
Carreira não é uma prova de 100 metros, é uma maratona. Nunca pensei na chegada; sempre me preocupei com o caminho, com as trocas e descobertas da estrada. Me sinto igual a quando comecei. Sei que estou fazendo isso há 30 anos e que estou quase com 50, mas não perdi a chama nem o brilho no olhar de seguir tentando e descobrindo novas possibilidades. "Meu Remédio" é a celebração disso. Me arrisco como autor, produtor e ator. Toco em lugares muito íntimos, me sinto exposto e desafiado. Então, está tudo certo! (Risos).

Mouhamed Harfouch também se dedica a música - Divulgação

CE - Com tantos trabalhos, ainda há algum papel ou personagem específico que almeja? O que espera do seu ano de 2025?
MH -
 Espero oportunidades que me tirem da zona de conforto, que me façam crescer e me abram novos caminhos e horizontes. Que seja um ano leve, com muita saúde, trabalho, boas risadas e lindas novas histórias! Em 2025, quero rodar com meu monólogo pelo país e devo lançar a terceira temporada de "Rensga Hits", que já está gravada. E, claro, seguir com os shows e muita música!

 

 

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Especial Cinema B+: Fernanda Torres e a Corrida pelo Oscar 2025 - Por Ana Claudia Paixão

O que está "contra" Fernanda é o pouco alcance internacional de filmes não falados em italiano, espanhol, francês ou inglês, que ficam muito restritos para o público americano (em geral, avesso às legendas).

06/01/2025 15h30

Especial Cinema B+: Fernanda Torres e a Corrida pelo Oscar 2025

Especial Cinema B+: Fernanda Torres e a Corrida pelo Oscar 2025 Foto: Divulgação

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Fernanda Torres – merecidamente – arrancou na frente na corrida da temporada de premiações com uma vitória nem tanto inesperada, e ultra importante. O que ela significa para o Oscar? Assim como ela, sentimos algumas surpresas (Jodie Foster, estou pensando em você) dão alguma perspectiva para os Emmys também. Vamos ao recap e aos palpites?

Um quarto de século e “A prova de que a arte permanece ao longo da vida”

Tirando todo “patriotismo” de comportamento viralata aos que resumem “a vitória do Brasil”, o reconhecimento de Fernanda Torres nos Estados Unidos é sem dúvida emocionante porque embora seja filha de uma lenda, ela mesma é icônica. “Nanda”, como os amigos dela a chamam para diferenciar de sua mãe, “Fernandona”, é a mais bem sucedida (em termos de prêmios) das atrizes brasileiras com alcance internacional, sem jamais ter dado uma pausa ou focado em mudar de país para ganhar maior fama ou ampliar horizontes artísticos.

Isso não é crítica aos que estão em Hollywood, mas um fato. Fernanda ganhou o prêmio de Melhor Atriz em Cannes quando ainda tinha 20 anos, em 1986, mas ficou no Brasil circulando entre TV, Teatro e Cinema, construindo um legado sólido e tão importante quanto o dos seus pais famosos. Seu trabalho em Ainda Estou

Aqui é unanimidade e se ela tinha uma chance de repetir os passos de sua mãe 25 anos depois, vencer no Globo de Ouro (onde Fernanda Montenegro perdeu), era vital.

Walter Salles viveu duas realidades que são paradoxalmente semelhantes e opostas. Em 1999, Central do Brasil ganhou como Melhor Filme Estrangeiro, apesar da presença e empenho de Harvey Weinstein de emplacar suas produções e artistas.

Havia o fenômeno A Vida É Bela, mas “Brasil bateu a Itália” na imprensa estrangeira. Na categoria de Atriz, Fernandona perdeu – no Globo de Ouro – para Cate Blanchett em Elizabeth, sentimos na época mas hoje é razoável.

Em 2025, Walter volta à premiação sendo interrompido pelo fenômeno que é Emilia Perez, e “Brasil perdeu para França” na categoria de filme, meio que dando uma esfriada em quem não prestava atenção. Nicole Kidman era a favorita, Angelina Jolie era forte, mas Fernanda tinha tudo para vencer:

Nicole está meio que “super exposta” e Angelina não arrasou como Maria Callas. A corrida pelo Oscar agora tem maior peso no nome de Demi Moore por A Substância que reúne as fórmulas irresistíveis de Hollywood e fez um discurso histórico e emocionante. E Fernanda? Tem tudo agora para estar entre as indicadas.

Para os que vêem em Fernanda Torres vencendo como uma resposta às derrotas de Fernanda Montenegro vale lembrar que em 25 anos muita coisa mudou em Hollywood. As chances de uma estrangeira vencer – na época – eram ainda menores do que as de hoje.

Especial Cinema B+: Fernanda Torres e a Corrida pelo Oscar 2025Fernanda ao lado da mãe Fernanda Montenegro - Divulgação

Ainda mais em um filme estrangeiro e falado em português. Por isso, o carinho, a inteligência e a educação da atriz foram um show de classe e merecimento. “Quero dedicar este prêmio à minha mãe. Vocês não fazem ideia… Ela esteve aqui há 25 anos. Isso é uma prova de que a arte permanece ao longo da vida, mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva enfrentou.”

O que está “contra” Fernanda é o pouco alcance internacional de filmes não falados em italiano, espanhol, francês ou inglês, que ficam muito restritos para o público americano (em geral, avesso às legendas). Ela está de fora das finalistas de outros prêmios como o BAFTA e dos Críticos, mas quem sabe entre os atores foi diferente?

Amanhã sai a lista do SAG Awards, essa sim um sinal do que vai parar no Oscar. E, essa vitória, em plena época de votos para os indicados da Academia coloca Demi Moore e Fernanda Torres entre as cinco melhores. A terceira vaga certamente é de Nicole Kidman. Será que Angelina Jolie e Tilda Swinton garantem suas vagas? Não aposto muito e nenhuma das duas ganhou força…

Parabéns Fernanda, foi muito lindo.

Uma festa que ainda precisa de ajustes

O Golden Globes passou por mudanças nos últimos anos, tanto nos bastidores como no palco. Em termos de ‘formato’, ainda é longo, mas excluiu a transmissão de algumas categorias que poderiam estender mais a duração, como o Cecil B Demille e o Carol Burnett Awards, tampouco fez homenagem aos mortos. Fizeram falta? Tenho dúvidas.

A apresentadora Nikki Glaser herdou uma função difícil, mas em geral teve um desempenho positivo. Fez piadas “quase” perigosas, mas com tato e agilidade para não criar embaraço. Não expôs nem intimidade com as estrelas ou se mostrou intimada por elas. Fez o suficiente para ser um dos pontos altos da transmissão.

Especial Cinema B+: Fernanda Torres e a Corrida pelo Oscar 2025A atriz Demi Moore - Divulgação

A posição das câmeras e o fundo das mesas como cenário ainda gera estranhamento. Os apresentadores ficam de costas para parte da platéia, muitas vezes de costas para os indicados. Isso é ruim. E o formato de dupla fazendo piadinhas entre eles é tão antigo como essas festas, raramente tendo alcançado o efeito desejado. Melhor se fossem direto ao ponto.

As zebras da noite

Para os Emmys teremos algumas possíveis surpresas. Os prêmios de Bebê Rena e Shogun são ainda o reflexo do sucesso dessas séries em 2024 (elas foram lançadas depois da premiação do ano passado) mas a vitória de Jodie Foster deixou muita gente indignada. Eu mesma e porque esqueci que ela é f********* Jodie Foster, maravilhosa em tudo o que faz, e que já tinha levado o Emmy!

Isso não tira a chance de Kristin Millioti (Jodie estará fora do páreo porque True Detective não estará elegível), mas nos lembra que embora a série tenha sido considerada apenas razoável, o efeito Foster sempre se aplica.

No campo dos atores, Ralph Fiennes está perdendo espaço para a unanimidade que Adrien Brody e O Brutalista vêm ganhando. Dos 10 filmes para o Oscar, quatro estão definidos: O Conclave, Wicked, Emilia Perez e O Brutalista. A maior disputa estará mesmo na categoria de Melhor Atriz.

Antes de ir, vamos falar do karma de The Bear? A série febre dos últimos três anos virou febre, ganhou tudo, mas despertou polêmica por estar na categoria errada. A série definida como comédia, tirou a onda de crescimento de Abbot Elementary, nunca deu chance para Only Murders in the Building e só foi interrompida por Hacks, ela mesma uma série dramática mas sobre comédia e com momento (desde o início) cômicos.

Com isso, quem sofre são os atores, todos brilhantes mas a cada premiação que se passa, pagando a conta. O único que ainda se mantém na liderança é Jeremy White Allen, mas até ele vai começar a sentir uma rejeição.

Assim, o Golden Globes 2025 foi bem mais positivo do que seus últimos anos, sinalizando uma retomada interessante de prestígio, surpresas e influência na indústria. Uma ótima notícia para abrir o ano!

VIDA SAUDÁVEL

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Confira 10 dicas para começar a fazer atividade física neste ano e deixar o corpo em forma; para especialista, a solução é procurar alternativas mais coerentes de encaixar os exercícios na rotina e manter o foco na saúde

06/01/2025 10h00

A consistência dos exercícios é mais importante até mesmo que a intensidade, o volume e a frequência na busca de benefícios físicos e mentais

A consistência dos exercícios é mais importante até mesmo que a intensidade, o volume e a frequência na busca de benefícios físicos e mentais Foto: Freepik

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O ano de 2025 chegou, e com ele, a oportunidade de estabelecer metas para uma vida mais saudável. Incluir a prática de atividades físicas na rotina é uma das melhores maneiras de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar. Para não desistir do plano, a solução é adotar estratégias coerentes e personalizadas.

Especialista no assunto, o professor Tácio Santos, graduado, mestre e doutor em Educação Física, lista 10 dicas para começar este ano da melhor maneira e manter a constância nos novos hábitos. Confira o passo a passo e não perca mais tempo.

1. AVALIAÇÃO FÍSICA

Antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é essencial passar por avaliações físicas. Medir a composição corporal, a força muscular e a flexibilidade ajudam a prescrever atividades seguras e eficientes:

“Avaliar a capacidade cardiorrespiratória, feita em esteiras, bicicletas ergométricas ou outras áreas adequadas para atividade física, é vital para determinar o nível inicial de aptidão física e prescrever exercícios aeróbicos”.

2. IDADE E HISTÓRICO

Histórico médico e idade determinam exames específicos, como hemogramas e monitoramento cardiovascular. Crianças em crescimento e pessoas com condições como hipertensão ou diabetes necessitam de atenção especial.

Condições médicas específicas, como diabetes ou hipertensão, exigem avaliações mais frequentes desses parâmetros. Além das avaliações subjetivas, incluindo a escala de dor em casos como a fibromialgia.

3. ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

Ao começar um novo programa, é fundamental buscar orientação de um profissional de Educação Física registrado nos órgãos reguladores nacionais. Para consultorias on-line, é importante garantir que as informações transmitidas estejam claras e aplicáveis à realidade de cada indivíduo. Garantir a execução correta dos movimentos, a utilização adequada dos equipamentos e evitar exceder os limites são importantes para prevenir lesões.

4. ALIMENTAÇÃO E SONO

Uma dieta equilibrada, alinhada com os exercícios, potencializa o desempenho. Dormir entre seis e oito horas por noite é igualmente importante para recuperar o corpo e melhorar a performance.

5. EVITE LESÕES

Prevenir lesões depende da execução correta dos movimentos, do uso de equipamentos apropriados e da escolha de calçados adequados. Superfícies e equipamentos também devem estar em boas condições. Garantir a execução correta dos movimentos, considerar a superfície e a manutenção dos equipamentos, utilizar calçados adequados e roupas apropriadas são medidas para minimizar os riscos de lesões.

6. MODALIDADE IDEAL

Atividades que combinam capacidade cardiorrespiratória, força muscular e flexibilidade são ideais para iniciantes, como a corrida, a musculação e o pilates, contribuem para os pilares da aptidão física.

7. EQUILÍBRIO

Combine aeróbicos, força e flexibilidade. Modalidades como treinamento funcional e crossfit integram diferentes aspectos do condicionamento em uma única sessão, promovendo um equilíbrio geral.

8. PROGRESSÃO

Aumente primeiro o volume de exercícios (tempo e frequência) antes de intensificar a carga. Progressão também pode incluir movimentos mais complexos, especialmente em exercícios de força.

9. CONSISTÊNCIA

A frequência ideal de exercícios é de cinco dias por semana, permitindo atender às recomendações ideais para todos os componentes de aptidão física relacionados à saúde. Porém, é possível adaptar um programa de exercícios para três ou até dois dias por semana, caso a disponibilidade seja limitada.

Mesmo praticando exercícios apenas uma vez por semana, ainda é possível colher benefícios para a saúde, embora em menor escala. A consistência é importante, superando até mesmo a intensidade, o volume e a frequência em importância para alcançar benefícios físicos e mentais.

10. MOTIVAÇÃO E HÁBITOS

Escolher atividades agradáveis e que sejam divertidas ajuda a manter a regularidade. Encarar a prática de exercícios como a aquisição de qualquer outro hábito, utilizando estratégias comprovadas para a aquisição de novos hábitos, pode ser benéfico para a manutenção da regularidade nos treinos.

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