A atriz Vanessa Giácomo, 40 anos, comemora o sucesso de Leonor, sua personagem em Travessia, que reforça mais uma vez o talento da atriz, que já se prepara para novos projetos. Após o término da novela de Glória Perez, Vanessa estará envolvida em duas séries, para o Canal Brasil e Globoplay.
A estreia de Vanessa na Globo foi em 2002, quando fez uma participação em Malhação. De lá pra cá, protagonizou tramas como grande sucesso Cabocla (2004) e emendou diversas novelas como: Sinhá Moça (2006), Duas Caras (2007) e Paraíso (2009).
Vanessa é casada com o empresário Giuseppe Dioguard e mãe de três – Raul, Moisés e Maria. A atriz também brilha na carreira de empresária. Atualmente tem a Amai, marca de pijamas personalizados feitos a mão, uma linha de óculos e esmaltes veganos da La Femme que levam o seu nome. "Estou sempre com ideias e eu gosto de executar”, diz.
Além dos trabalhos na televisão, também atuou em diversas produções cinematográficas, e em 2021 lançou-se como roteirista no Festival do Rio com o curta-metragem Rodízio.
Vanessa é a nossa Capa especial e exclusiva do Correio B+ desta semana. Em conversa com o Caderno, ela fala da escolha de ser mãe, sucessos na carreira, da novela Travessia e novos projetos.
A atriz Vanessa Giacomo é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Pino Gomes - Diagramação: Denis Felipe/Denise NevesCE - Como descobriu sua vocação?
VG - Desde muito nova eu sempre pedia pra fazer ballet gostava de estar no palco. Comecei m três anos e fiz por muito tempo. Com 13 anos eu comecei a estudar teatro, já dizia que seria atriz. As pessoas achavam que seria impossível, porque não tinha ninguém da família nessa áream eu teria que me mudar pro Rio, não seria fácil.
Apesar da vergonha, eu sou muito tímida, eu amava me apresentar. A primeira peça que fiz foi a “Valsa No. 6”, do Nelson Rodrigues, em Volta Redonda. Aos 18 me mudei para o Rio, segui estudando aqui até que surgiu o teste para Cabocla, quando eu estava com 19 anos.
CE - CABLOCA foi de fato a sua “estreia” na TV?
VG - Na verdade, fiz uma participação em Malhação em 2002, mas o grande papel e que foi um divisor de águas na minha carreira foi sim a novela Cabocla. Eu fiz o teste sem saber que seria para protagonista e que seria o remake de um grande sucesso. Só depois que passei que o diretor Ricardo Waddington me falou dessa responsabilidade de fazer uma personagem que a Gloria Pires fez.
CE - Em 2004 você venceu o prêmio Melhor Atriz Revelação na novela CABLOCA qual foi a sensação?
VG - Eu era uma menina, cheia de vontades e sonhos. Sempre fui muito destemida na minha vida e gosto de desafios. Eu tinha total consciência da responsabilidade de fazer uma personagem desse tamanho. Mas, ao mesmo tempo, eu tinha tanta vontade de fazer e aprender. Aproveitei todas as oportunidades que esse trabalho me proporcionou, eu tinha excelentes profissionais ao meu lado, então eu fiquei me sentindo muito segura. O prêmio foi a coroação desse trabalho em equipe e da minha total dedicação. Me mostrou que eu realmente estava no caminho certo. Sou muito grata ao Benedito Ruy Barbosa por esse papel.
CE - De lá pra cá foram inúmeras novelas e trabalhos, sendo o mais recente a Leonor em TRAVESSIA, como foi a construção dela?
VG - Leonor não foi uma personagem que você entendia de cara. Ela era uma mulher, um ser humano com várias falhas e complexa. Foi bem desafiador pra mim, essa complexidade dela, as mudanças que foram ocorrendo ao longo da trama da personagem, me instigaram demais.
Busquei inspiração na história de uma amiga, que teve um relacionamento muito abusivo, no qual ela se culpava porque ele foi embora da vida dela. Ela teve questões e ama demais, tudo muito intenso.
Vanessa viveu Leonor em Travessia de Glória Perez - TV GloboCE - E trabalhar em uma obra de Glória Perez?
VG - Glória é ótima, uma das nossas maiores escritoras. Tenho uma admiração enorme por ela, por toda a sua trajetória. Travessia foi a primeira novela que fiz com ela. Gosto muito do texto da Glória e das questões sociais que ela aborda na dramaturgia. Poder contar histórias e ainda trazer luz para assuntos tão delicados é incrível. Em 2007, fiz dois episódios da minissérie Amazônia, também escrita por Glória. É sempre um prazer e uma honra estar com ela.
CE - Vanessa você já fez mocinhas e vilãs inesquecíveis. Alguma preferência?
VG - Olho para trás e gosto das personagens que fiz, dos trabalhos que participei. Eu vivo muito o presente, então aproveitei bastante cada um deles. E é bonito saber que tenho uma história sólida e com realizações profissionais. A preferência é sempre pelo o que estou vivendo no momento e por poder contar boas histórias.
CE - Um grande desafio na sua trajetória, consegue destacar pra gente?
VG - Acho que Cabocla foi um grande desafio pra mim, por tudo o que envolvia na época. Eu era muito nova, com pouca experiência de vida e de profissão, chegando em uma cidade grande para tentar a carreira artística. E dei de cara com uma personagem como a Zuka, de um remake de grande sucesso. Era uma responsabilidade enorme e entrei de cabeça.
CE - E como está sendo o desafio da vida como empresária conciliando com a de atriz e roteirista...
VG - Sou uma empreendedora nata, não consigo ficar parada. Estou sempre com ideias e eu gosto de executar, de ver uma ideia sendo realizada. Eu sou criteriosa. Se meu nome está envolvido, pode ter certeza de que é algo bom. Acho importante eu me identificar e gostar daquilo que agrego ao meu nome. Eu tenho pessoas que trabalham comigo, em quem confio bastante, e que me ajudam a conciliar tudo.
Vanessa Giacomo - Reprodução InstagramCE - Como surgiu a paixão por roteirizar?
VG - Sempre gostei de escrever e fiz vários cursos. Em 2016, transformei um dos meus textos em um curta-metragem, “Rodízio”, que foi exibido no Festival do Rio. Gosto muito de falar sobre família e em situações de humor, pensar diálogos mais simples e histórias mais intimistas.
CE - Como é conciliar carreira e família?
VG - É um desafio e a mulher carrega um peso a mais nessa correria do dia a dia. Sou muito agitada, mas tenho uma rede de apoio que faz toda a diferença na minha vida. Tem algumas funções da maternidade de que não abro mão, e por isso preciso ser prática e organizada.
Mas sou muito maleável, aprendi a fazer concessões, não pode ser sempre a ferro e fogo. Algumas coisas são inegociáveis, claro, mas no geral, acho que a inteligência emocional e a sanidade mental estão, também, nas batalhas que a gente escolhe enfrentar.
Vanessa em Cabocla TV Globo - DivulgaçãoCE - Você sempre quis ser mãe?
VG - Sempre. Amo ser mãe e todos os desafios que a maternidade nos impõe. Acordo cedo com eles para colocar para a escola, eu levo e busco quando não estou em algum projeto de trabalho. Fazemos as refeições juntos e conversamos muito. Quando não estou trabalhando, em um ritmo mais acelerado de gravações ou viagem, meu tempo e focado na minha família. E quando estamos juntos, ficamos juntos pra valer. Eu sou muito organizada e prática, e tenho ajuda no meu dia a dia. Assim fica mais tranquilo preservar o meu tempo com meus filhos, conciliar tudo e poder me dedicar ao trabalho quando ele exige mais dedicação e entrega.
CE - Você tem dois meninos e uma meninas, quem dá mais “trabalho”?
VG - Educar dá sempre trabalho, é um trabalho árduo e diário. Converso muito com os três, estou disponível para tudo, mas é preciso colocar limites também.
Aprendo a cada dia com eles e com as demandas das idades. Os meninos, Raul e Moisés, me trazem os desafios da adolescência. A gente aprende, erra, acerta. Repete erro por amar demais. Tem que dosar a bronca e o abraço, mas tudo sem abrir mão do afeto.
CE - Como foram as suas gestações?
VG - Gestação é uma eternidade, né? (risos). Parece que o tempo não passa. Temos que trabalhar a ansiedade que sentimos até o tão esperado momento do nascimento. Tive gestações tranquilas, cuidei bastante da minha alimentação, engordei pouco, segui tudo certinho como o médico recomendava. E curti todas as etapas, de preparar enxoval, arrumar o quartinho. É sempre uma alegria enorme, uma dádiva.
CE - O que tem de mais especial pra você em ser mãe?
VG - Ser mãe foi uma escolha. Como tudo o que faço na minha vida, tem dedicação e amor. Ser mãe do Raul, do Moisés e da Maria é meu maior desafio e realização na vida. É muito especial ver a nossa continuação, me enxergar neles. A conexão mãe e filho é muito bonita.
CE - Sabemos que dia das mães são todos os dias, mas neste escolhido para se comemorar o que poderia falar para todo as mães que estão lendo essa entrevista?
VG - Amem e respeitem seus filhos. Honrem o presente que é ser mãe, educar, e poder criar uma pessoa para um mundo melhor.
Vanessa em passeio com a familia no Rio - Divulgação
My Secret Santa Netflix - Divulgação


