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Cinema B+: Guerra Sem Regras: A Origem de 007 em um filme com Henry Cavill

O ator que sempre é lembrado como potencial James Bond, estrela filme inspirado em operação real na Segunda Guerra Mundial como um espião rebelde

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Olha, se Maomé não vai a Montanha, a Montanha vem à Maomé. Henry Cavill é um ator cujo nome é sugerido por todas as redes sociais para qualquer franquia de relevância, com um batalhão de apaixonados ativos para votar nele sempre, desde os papéis que conseguiu com Superman ou Witcher, até Aegon I Targaryen ou, claro, James Bond. Não deixa de ser irônico que sem seu último filme, Guerra Sem Regras (The Ministry of Ungentlemanly Warfare), disponível na Amazon Prime Video, Cavill interprete o homem que inspirou o escritor (e ex espião) Ian Flemming a criar o lendário 007: Gus March-Phillips.

O filme dirigido por Guy Ritchie pode ser imediatamente comparado à Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino (para mim, o melhor filme dele) só que enquanto a obra brilhante de 2009 é assumidamente ficção, Guerra Sem Regras (The Ministry of Ungentlemanly Warfare) nos avisa de cara que é inspirado em uma história real. Isso nos deixa boquiabertos 100% do tempo diante da loucura e impossibilidade aparente do que vemos desenrolar diante dos nossos olhos.

O conto de guerra é uma adaptação do livro de 2014, Churchill’s Secret Warriors: The Explosive Story of the Special Forces Desperadoes of WWII, escrito por Damien Lewis.

Ele retrata as origens do Special Air Service, um departamento criado por Winston Churchill para realizar operações militares secretas durante a Segunda Guerra Mundial e que, eventualmente, foi a semente para o Special Operations Executive (SOE), até hoje na ativa e que realiza espionagem, sabotagem e reconhecimento do lado inimigo.

O título original do filme, se traduzido literalmente, é mais irônico do que temos no Brasil – Guerra sem Regras – porque seria “O Ministério da Guerra Indelicada”, muito mais preciso e menos óbvio. Porque a meta era mesmo jogar sujo. A equipe da Small Scale Raiding Force (SSRF), foi a semente do que vemos na ficção de Ian Fleming como os “00”: agentes que têm licença para matar, mentir e roubar, mas, se forem pegos por qualquer um dos lados, estão sozinhos e serão punidos. Em outras palavras, homens suicidas em potencial e que não gostavam de seguir regras.

O que Churchill queria ao criar esse grupo de agentes especiais era “desenvolver um reino de terror na costa inimiga”. Sim, a mesma tese dos Bastardos Inglórios. O primeiro desafio deles foi batizado como Operação Postmaster, marcando efetivamente a primeira da unidade que viria a ser condecorada depois.

Cinema B+: Guerra Sem Regras: A Origem de 007 em um filme com Henry Cavill - Divulgação

A missão demandava da equipe, liderada pelo major Gus March-Phillips, destruir o controle marítimo alemão, furando o bloqueio que estava enfraquecendo o Reino Unido. Para isso, teriam que abordar navios alemães e italianos no porto de Fernando Po (hoje Bioko, na África Ocidental), para roubá-los e navegá-los até Lagos. Se não soa fácil lendo, acredite, era pior olhando.

E pode ler de novo. A missão dizia que eles tinham não apenas ir para o lado inimigo, mas também roubar cargueiros tendo apenas menos de 6 homens para realizar a missão. Alguém duvida de James Bond agora?

O humor e estilo de Guy Ritchie ressalta a vocação suicida do grupo e nos faz esquecer que tudo realmente aconteceu. A controvérsia de que a iniciativa foi considerada uma violação da neutralidade da Espanha, afinal, na época Fernando Po era uma colônia espanhola, é igualmente ironizada ao longo da trama e os registros da época mostram as negativas oficiais dos governos na cobertura jornalística, com desculpas risíveis, em especial, quando se sabe da verdade.

Tirando todas as ironias dos bastidores que poderíamos listar, reunir três atores britânicos que foram – ou ainda estão sendo - considerados para o papel de novo James Bond (além de Cavill, temos Henry Golding e Alex Pettyfer, que também circularam na lista de possíveis 007), Guerra Sem Regras (The Ministry of Ungentlemanly Warfare) é um festival de explosões, lutas violentas e suspense, exatamente como Ian Fleming testemunhou e depois usou para criar sua obra tão famosa. Aliás, Freddie Fox, que é o irritante Webb em Slow Horses e está em House of the Dragon, está ótimo como Fleming.

Se você for um 007-nerd como eu, vai identificar alguns atores que estão ou estiveram na franquia de Bond e, mais especificamente sobre o escritor, vale conferir outro filme incrível, que é O Espião Inglês (The Courier), com Benedict Cumberbatch e disponível na mesma Amazon Prime Video e que também traz a unidade onde Ian Fleming trabalhava.

Há diversas curiosidades sobre a história verdadeira e o filme atual que dariam outro filme, mas se Guerra Sem Regras (The Ministry of Ungentlemanly Warfare) é um teste para uma retomada de Bond, temos nosso espião e nosso diretor aprovados. Concordam?

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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