Ele nos cantou, ironicamente, que nunca diria adeus. E está sofrendo de não cumprir a promessa. Sim, aos 62 anos, com mais de 40 anos de estrada e sendo um dos grandes “definidores” do som e imagens dos anos 1980s, Jon Bon Jovi, vocalista e líder da banda Bon Jovi deve estar se aposentando. O que o derrubou? Suas cordas vocais. No mais, ele segue inteiro, lindo e na ativa.
Milhões de fãs ao redor do mundo sentem duramente a notícia, mas com a bela série Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi, já disponível da Star Plus, ele confirma sua despedida. “Se eu não puder dar 102% de mim, então é melhor dizer obrigado, boa noite”, ele diz emocionado.
Em quatros deliciosos episódios nostálgicos acompanhamos duas viagens paralelas no tempo, amarradas com as jornadas inversas do cantor.
Ao mesmo tempo que as imagens de arquivo nos levam aos anos 1980s onde um determinado adolescente está determinado a virar uma estrela de rock, nas imagens atuais, realizadas nos anos 2020s, o vemos confrontado com os problemas nas cordas vocais que com o levam a inadiável aposentadoria dos palcos.
Não precisa ser fã para se emocionar com a honestidade e transparência do documentário que o acompanha em todo tratamento pré e pós cirúrgico.
Sei que me repito várias vezes quando falo dos anos 1980s e como foi vivê-los. No caso de Bon Jovi é ainda mais forte porque se tornou a minha trilha sonora de quando vivi pela primeira vez nos Estados Unidos, com todos os hits de Slippery When Wet tocando ad nauseaum nas rádios e na MTV.
A banda era uma febre (rapidamente, mundial) com aqueles visuais cafonas da década de roupas rasgadas, calças de couro apertadas e cabelos esvoaçantes. E particularmente Jon Bon Jovi tinha tudo: era bonito, cantava bem e tinha uma série de sucessos pop rock. E sim, todos os sucessos tocam no documentário e fazem a gente cantar e querer uma playlist imediata para resgatar o passado.
DivulgaçãoDiante de tantas biopics ultra editadas para pintar uma narrativa simpática para as personagens, um dos destaques de Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi é não cair nessa armadilha. Nada disso.
Há depoimentos honestos, cenas inéditas (até uma canção que o vocalista resgata de seu arquivo pela primeira vez) e com isso é um estudo muito interessante sobre várias questões, entre eles, o amadurecimento e envelhecimento do rock e suas estrelas.
Ao se organizar para sua turnê de 40 anos de banda, Jon Bon Jovi se depara com uma lesão nas cordas vocais que pode determinar sua despedida. O já introspectivo cantor então nos abre as portas de sua casa e de sua alma, com longas e honestas reflexões sobre suas escolhas, sejam artísticas ou pessoais.
Sim, inclui a briga com o guitarrista e parceiro, Richie Sambora que deixou a banda há mais de 10 anos. Todos os altos e baixos ganham uma perspectiva refrescantemente transparente justamente por serem mostrados em paralelo. Toda vez que vimos as imagens dos jovens felizes, quase inconsequentes, e eles hoje aos 60 anos, com a mesma alegria e energia, nos faz perguntar porque assim como a música, nossos ídolos não congelam no tempo.
DivulgaçãoEvitando qualquer clichê, até mesmo no uso das canções que poderiam nos fazer chorar (mais), Thank You, Goodnight: A História de Bon Jovi, é nada menos do que maravilhoso. Pensem, não são músicos de redes sociais, que compartilham cada segundo de suas vidas pessoais com a gente, é um acesso raro que eles nos concedem porque entendem a importância de mostrar o que palavras não seriam suficientes para descrever.
Não há informações tão pessoais como as colunas de fofoca insistem em destacar, mas não é sobre isso que eles querem falar. Como Jon Bon Jovi menciona, é sobre o legado que deixaram para várias gerações.
Recomendo cada segundo. Se já não era fã, certamente sairá dessa com o coração doendo, mas ultra agradecido. E sim, nós amamos Bon Jovi, Sempre.
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O apoio de familiares e de amigos é fundamental para que se consiga dar a volta por cima - Foto: Divulgação

Chayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral
Camila Fremder


