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Cinema B+: Prontos para a despedida de The Crown?

Uma das séries mais premiadas da Netflix, se despende em 2023

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É incrível o impacto e polêmica que cerca a excelente produção de The Crown e que tenha já alcançado ao longo de cinco temporadas. Quando estreou, em 2016, sabíamos tanto da Família Real e ao mesmo tempo tão pouco.

Com uma proposta de avaliar a instituição monárquica, a série também foi uma clara nostalgia que recapitulou a importância e a vida da mais longeva monarca britânica, com um plano de cobrir seis décadas até o Jubileu de Ouro de Elizabeth I, completou o de Platina em 2022. 

Em sete anos muita coisa mudou e nem a Netflix é hoje o que foi e nós nem sonhávamos que o pior drama entre os Windsors estava para eclodir com Meghan e Harry, em 2020. Éramos inocentes, podemos reconhecer.

O showrunner Peter Morgan era o que se poderia dizer, especialista no assunto. Dez anos antes ele, ainda em 2006, assinou o filme A Rainha, que rendeu um Oscar para Helen Mirren. Em seguida, o adaptou para os palcos como a peça The Audience, em 2013, com a mesma Helen Mirren repetindo o papel.

Percebendo que gerações mais novas não lembravam ou sabiam da juventude de Elizabeth II, ele reapresentou sua ascensão ao trono em forma de série dramática. O sucesso foi tanto que trouxe para a Netflix assinantes e prêmios (é uma das séries mais premiadas dos últimos anos) e, para a Rainha, uma nova onda de popularidade inesperada.

Última temporada de The Crown - Divulgação Netflix

Claire Foy, Matt Smith e Vanessa Kirby viraram estrelas internacionais com o mega sucesso das duas primeiras temporadas. A novata Emma Corrin despontou do anonimato para os prêmios como um meteoro quando deu vida à jovem Diana Spencer, na terceira, e Josh O’Connor proporcionou uma nova perspectiva sobre o hoje Rei Charles.

No entanto, quanto mais se aproximavam dos tempos atuais – com o drama atual do rompimento entre os Príncipes Harry e William – mais The Crown passou de querida à problemática. Atores e fãs se dividem na discussão se ela não deveria ter parado antes do previsto e nem sempre teve unanimidade para a resposta. Houve um atraso nas gravações que só contribuiu para o incômodo, afinal as pessoas retratadas estão vivas e nem sempre expostas com simpatia.

Mais ainda, por mais que a série alerte ser ficção, as pessoas a consideram documentário. Algo que a narrativa de Meghan e Harry contribui para confundir. E, depois de tanta qualidade no ar, há um consenso de alívio que Peter Morgan tenha batido o pé que vai parar mesmo na sexta temporada.

Conhecida como a série mais cara feita (certamente na Netflix), The Crown reune grande atuações e reconstituição de época, colecionando nada menos do que sessenta e três indicações ao Emmy Awards, ganhando vinte e um, incluindo o de Melhor Série Drama e atuações. É, sem trocadilho, histórica.

A insegurança de endereçar o problemático casamento de Charles e Diana já seria suficientemente delicada não estivesse sendo paralela ao drama de Harry e Meghan, que não ofuscou a série, mas a colocou frequentemente em maus lençóis.

Se The Crown fosse simpática à Camilla e Charles, como foi na terceira, os defensores de Diana alegavam as liberdades criativas como perigosas. No entanto, ao seguir a narrativa pró-Diana, criou um caos nas redes sociais contra o atual rei e sua rainha. Que dor de cabeça!

                        The Crown - Divulgação Netflix

A quinta temporada não teve o mesmo impacto que as anteriores justamente por conta da polaridade delicada e as brigas atuais entre fãs e amigos, sem mencionar que – com o falecimento de Elizabeth II – muitos acham desrespeito parte das histórias que serão abordadas sobre a rainha e Philip, também, mesmo que outra parte sonhasse que em vez de parar a narrativa no início dos anos 2000, The Crown chegasse até 2022, com o jubileu de platina e morte da Rainha. Peter Morgan se recusou e a sexta temporada será mesmo a última. Por hora.

As gravações da sexta temporada foram acompanhas de perto pelas redes sociais e dedica a metade da temporada para cobrir os últimos dias de vida de Diana. Posso falar? Emocionante.

A solidão de Diana é algo que The Crown destaca o tempo todo. Sua vida pública foi curta, apenas 16 anos, e significou uma mudança incrível da tradição da realeza. A série, embora ainda insistam em dizer o contrário, não é documentário, mas sim uma biografia fictícia.

Os fatos estão lá, a reconstituição de época é perfeita, mas ainda tem muito da imaginação e menos da realidade. Precisava encerrar e está incrível, mesmo que tenhamos uma Imelda Staunton quase desperdiçada em uma Elizabeth II mais fechada, mais observadora e menos participativa. Vale cada minuto e histórias delicadas foram abordadas com respeito e até carinho.

Me emocionei em vários momentos, mesmo sabendo antecipadamente o que iria acontecer. Por isso fica o aviso: será que estamos realmente prontos para dar adeus à The Crown?

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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