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Cinema B+: The Acolyte: Teorias, Mistérios e Conflitos na Saga Star Wars

The Acolyte nos apresenta a origem de conflitos da Alta República em Star Wars, mas com resultado controverso e complexo

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The Acolyte é a mais um passo da Disney de avançar no Universo de Star Wars com conteúdo original e se passa durante a era da Alta República, aproximadamente 200 anos antes dos eventos do Episódio I: A Ameaça Fantasma, um período de grande expansão e prosperidade para a República Galáctica e a Ordem Jedi, antes da ascensão dos Sith e do início das Guerras Clônicas.

Com essa liberdade de estar ANTES de tudo que conhecemos, a série promete explorar o lado sombrio da Força e os segredos dos Sith durante um tempo em que os Jedi estão no auge de seu poder, com uma nova perspectiva dentro da vasta cronologia de Star Wars, focando mais nas origens e no crescimento das forças sombrias que eventualmente levarão à queda da República.

Com um elenco mais inclusivo, estrelado por Lee Jung-jae, de Squid Game, como o Mestre Jedi Sol; uma ponta poderosa da nossa esterna Trinity, Carrie-Anne Moss, também como uma mestre Jedi, Manny Jacinto como Qimir e Amandla Stenberg, como as gêmeas Mae & Osha Aniseya, as “Acólitas”.

Portanto, The Acolyte é uma prequela de todas trilogias e séries e pode fornecer um contexto mais profundo sobre como os Sith conseguiram operar nas sombras e planejar seu retorno durante a era da Alta República. O problema? Se você só tem os filmes e séries como base, sem ter lido os livros ou jogos… estará perdido. É pouca surpresa que o resultado da série esteja dividindo opiniões.

Teorias que soam ainda mais complexas do que estamos vendo

A trama oficial de The Acolyte diz que “uma investigação sobre uma onda de crimes chocante coloca um respeitado Mestre Jedi (Lee Jung-jae) contra uma perigosa guerreira de seu passado (Amandla Stenberg). À medida que mais pistas surgem, eles viajam por um caminho sombrio onde forças sinistras revelam que nem tudo é o que parece”. Super vago.

O problema nem é não ter conhecimento profundo da história ou de quem é quem, porque são todos novos e podemos nos deixar levar e ir descobrindo cada um, mas essencialmente quando falam de Força, Jedis, Siths, Aprendizes, Acólitos, Planetas… juro, a gente perde interesse rapidamente.

Aqui está sempre uma grande falha da franquia: mesmo que você seja muito fã, se não estiver atualizado com todos conteúdos, vai se sentir confuso. Osha Aniseya (Amandla Stenberg) é uma ex-Jedi Padawn (ou seja, aprendiz) que virou ‘meknek’ para CorpSec. Ela é presa porque corresponde à descrição de uma assassina que logo descobrimos ser sua irmã gêmea, Mae. Isso mesmo, uma Ruth e Raquel de Star Wars.

Assim como dois séculos depois Luke e Leia Skywalker vão encantar os fãs, essa era a expectativa por Osha e Mae, mas ainda não colou. Para acompanhar as teorias que estão online, e até criar uma teoria pessoal, é preciso relembrar conceitos importantes.

O que é DIAD em Star Wars?

Em Star Wars, um “Diad na Força” refere-se a uma conexão extremamente rara e poderosa entre dois indivíduos sensíveis à Força. Esse conceito foi introduzido em Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker. Um Diad na Força é uma ligação única que permite que os dois indivíduos compartilhem pensamentos, sentimentos e até mesmo habilidades físicas, independentemente da distância que os separa.

No filme, Rey e Kylo Ren (Ben Solo) são revelados como um Diad na Força. Isso explica a forte conexão que eles sentem entre si e a capacidade de se comunicarem e interagirem de maneiras que outros usuários da Força não conseguem. Por exemplo, eles podem lutar entre si ou transferir objetos através da Força, mesmo estando em locais diferentes.

Essa ligação é descrita como algo que não acontecia há gerações, destacando sua raridade e poder. A existência de um Diad na Força também tem implicações significativas para o equilíbrio da Força no universo de Star Wars, pois os dois indivíduos são vistos como duas metades de um todo, complementando-se e potencializando suas habilidades. E, em The Acolyte, o lema de Osha e Mae é “Sempre uma, mas nascida como duas”, que é uma referência à díade da Força e podem indicar que os gêmeos fazem parte de um só.

Os conflitos Jedis na Saga Star Wars

Na saga Star Wars, os Jedis enfrentam vários dramas e conflitos internos e externos ao longo das histórias. Aqui estão alguns dos principais dramas:

Conflito com o Lado Sombrio da Força: Os Jedis são constantemente tentados pelo Lado Sombrio da Força, que representa emoções negativas como medo, raiva e ódio. A luta para manter a pureza e a disciplina do Lado Luminoso é um dos principais dramas internos dos Jedis. Anakin Skywalker, por exemplo, é um Jedi que sucumbe ao Lado Sombrio e se transforma em Darth Vader. Osha e Mae também são tentadas, com cada uma, aparentemente, fazendo a escolha oposta da outra.

A Ordem Jedi e a Política: A Ordem Jedi é frequentemente envolvida em questões políticas, especialmente durante as Guerras Clônicas. Eles servem como generais e líderes em uma guerra que coloca à prova seus princípios pacifistas e de defesa. Isso cria um dilema moral e ético, já que os Jedis são treinados para serem guardiões da paz, não soldados.

A Perda e o Sacrifício: Muitos Jedis sofrem grandes perdas pessoais e são forçados a fazer sacrifícios difíceis. A Ordem 66, por exemplo, resulta na quase extinção da Ordem Jedi, com muitos Jedis sendo traídos e assassinados por aqueles que eles lideravam. Yoda e Obi-Wan Kenobi são exemplos de Jedis que perdem quase todos os seus companheiros e são forçados a viver em exílio.

A Profecia do Escolhido: A profecia de que um Jedi traria equilíbrio à Força é uma fonte de grande expectativa e tensão. Anakin Skywalker é inicialmente acreditado para ser o Escolhido, mas sua queda para o Lado Sombrio complica essa crença. Eventualmente, seu filho, Luke Skywalker, desempenha um papel crucial em trazer equilíbrio à Força ao redimir seu pai.

A Reconstrução da Ordem Jedi: Após a queda do Império, Luke Skywalker tenta reconstruir a Ordem Jedi. Este esforço é cheio de desafios, incluindo a busca por antigos ensinamentos Jedi e a formação de novos Jedis em um universo ainda cheio de perigos e influências do Lado Sombrio.

 The Acolyte: Teorias, Mistérios e Conflitos na Saga Star Wars - Divulgação

O desafio dos Siths na Saga Star Wars

Os inimigos dos Jedis, os Siths também enfrentam diversos desafios ao longo das histórias. Aqui estão alguns dos principais:

Conquista e Poder: Os Siths, guiados pelo lado sombrio da Força, buscam constantemente poder e controle sobre a galáxia. Isso os coloca em conflito direto com os Jedi, que defendem a paz e a justiça.

Regra de Dois: Estabelecida por Darth Bane, a Regra de Dois determina que só pode haver um Mestre Sith e um Aprendiz Sith. Esse sistema cria uma dinâmica interna de traição e desconfiança, pois o aprendiz eventualmente buscará superar e substituir o mestre.

Conflito com os Jedi: A rivalidade entre Siths e Jedi é central na saga. Os Siths devem constantemente combater os Jedi, que são mais numerosos e geralmente têm o apoio da República Galáctica.

Manter a Ocultação: Durante grande parte da saga, os Siths operam nas sombras. Eles precisam esconder suas verdadeiras intenções e identidades para evitar a detecção e a destruição pelos Jedi e pela República.

Manipulação Política: Os Siths frequentemente utilizam manipulação política para alcançar seus objetivos. Palpatine, por exemplo, ascende ao poder como Chanceler Supremo da República antes de se declarar Imperador. Esse tipo de manipulação exige inteligência, paciência e um entendimento profundo das políticas galácticas.

Equilíbrio da Força: A profecia do Escolhido, que traria equilíbrio à Força, é um desafio constante para os Siths. Anakin Skywalker, inicialmente treinado como Jedi, é visto como esse Escolhido, e sua trajetória representa uma ameaça direta ao domínio dos Siths.

O mistério de nascerem em dois e conectar como um: os Gêmeos conduzindo a Saga Star Wars

Em Star Wars, os gêmeos desempenham um papel central e simbólico na narrativa, especialmente nos episódios da trilogia original e na trilogia prequela. Os gêmeos mais notáveis são Luke Skywalker e Leia Organa, mas agora sabemos que antes deles vieram Osha e Mae. Como ainda estamos descobrindo a importância das duas, vamos lembrar os ‘originais’?

Relação Familiar e Herança: Luke e Leia são filhos de Anakin Skywalker (Darth Vader) e Padmé Amidala. A existência deles como gêmeos simboliza a dualidade do bem e do mal presente na saga. Anakin, que se torna Darth Vader, representa a queda para o lado sombrio, enquanto seus filhos representam a esperança de redenção e a luta pelo lado luminoso da Força.

Equilíbrio na Força: A presença de gêmeos pode ser vista como um reflexo do equilíbrio necessário na Força. Luke e Leia, apesar de seguirem caminhos diferentes (Luke como Jedi e Leia como líder política), ambos trabalham para restaurar a paz e a justiça na galáxia, equilibrando as forças que estavam em conflito.

Narrativa e Revelações: A revelação de que Luke e Leia são irmãos gêmeos é um dos momentos mais impactantes da saga. Isso ocorre em O Retorno de Jedi (Episódio VI) quando Luke descobre que Leia é sua irmã. Esta revelação não só fortalece os laços entre os personagens principais, mas também aprofunda a trama emocional e moral da história.

Simbolismo e Esperança: Os gêmeos representam a esperança e a continuidade. Mesmo diante da tirania do Império e da perda de muitos aliados, a existência de Luke e Leia simboliza a possibilidade de um novo começo e a persistência do bem.

Desenvolvimento de Personagens: A relação entre Luke e Leia também permite um desenvolvimento mais profundo dos personagens. Leia, inicialmente apresentada como uma líder forte e independente, revela uma vulnerabilidade e uma conexão emocional mais profunda ao descobrir sua verdadeira origem. Luke, por outro lado, encontra em Leia um motivo adicional para lutar contra o lado sombrio e salvar seu pai.

A dois episódios do fim: e aí?

A história de The Acolyte está tão complexa que não vai encerrar em dois episódios, que é o que falta quando escrevo essa crítica. Tem qualidade, mas demanda um comprometimento unilateral de fãs que queiram mesmo entender a proposta, algo mais do que ousado da Disney. Para alcançar o objetivo, mesmo com ótimas atuações, faltou protagonistas carismáticos.

Se você pesquisar online verá que há também uma onda conservadora reclamando do forte tom “gay” da história o que é efetivamente tolo, raso e longe do problema real. O que faltou, e sempre falta, é pensar que nem todos viram as animações, leram os livros, viram os filmes ou as séries. Esse comprometimento de ter TUDO em mente é o que afasta o público.

Por outro lado, sou uma fã apaixonada da franquia e vou até o fim com ela. Que a Força esteja com todos!

DIÁLOGO

Tudo transcorria tranquilo no campo colegiado, até que o "dono da bola"... Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta segunda-feira (07/04)

07/04/2025 00h02

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Arthur Schopenhauer - filósofo Alemão

"O dinheiro é uma felicidade humana abstrata;
por isso, aquele que já não é capaz de apreciar a verdadeira
felicidade humana, dedica-se completamente a ele”.

FELPUDA

Tudo transcorria tranquilo no campo colegiado, até que o “dono da bola” resolveu, como guri traquina que não aparentava ser, mexer na caixa de marimbondo com uma canetada, como se os colegas não estivessem atentos. Desta forma, time adversário ficou todo ouriçado e tratou de espalhar, tal qual papéi$ assinado$, o que considera malfeito, a fim de que sejam dadas várias ferroadas no autor da peripécia. Como bem escreveu o cardeal de Richelieu: “Os grandes braseiros brotam das pequenas faíscas”...

Empregos

Em fevereiro, Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo de 8.333 empregos formais. O melhor resultado para o mês desde que a nova série histórica do Novo Caged foi iniciada (2020), conforme divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Mais

Os dados estão na Carta de Conjuntura do Trabalho e Emprego, elaborada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação. O resultado positivo se deve a 41.338 admissões e 33.005 desligamentos registrados no mês.

Ana Claudia Arce Vaitti com seu filho Francisco Vaitti, que hoje comemora 11 anos
Alexandre Sá

Na real

O ex-presidente Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, estaria mais precavido para evitar os aproveitadores do seu nome em Mato Grosso do Sul e que, como aconteceu, venham a traí-lo no futuro. Assim, segundo os bastidores, terão seu apoio as candidaturas daqueles que, desde já, saírem na linha de frente empunhando a bandeira do conservadorismo e que estiverem comprometidos em travar luta contra a extrema esquerda. Dizem que Bolsonaro quer distância dos políticos dissimulados.

Corredor

A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou projeto que autoriza o Executivo a criar um corredor comercial no Bairro Jardim Centro-Oeste. O objetivo é fomentar o desenvolvimento econômico da região e atrair novos investimentos. O espaço será estabelecido na Avenida dos Cafezais, entre a Avenida Delegado Alfredo Hardman e a Rua Campo Nobre.

Mais caras

As tarifas do transporte rodoviário intermunicipal de passageiros em Mato Grosso do Sul foram reajustadas em 4,56% neste mês. O porcentual corresponde à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado nos últimos 12 meses e segue a política de atualização anual prevista na regulamentação do setor. A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de MS publicou portaria com os valores atualizados.

Aniversariantes

  • Francisco Vaitti,
  • Aldo Miranda,
  • Adelina de Souza Brandão Ota,
  • York da Silva Corrêa,
  • Monique de Paula Scaff Raffi,
  • Vilson Luiz Galvão,
  • Iracema Paixão de Souza,
  • Marcio de Oliveira Ribas,
  • Lucia Conceição de Oliveira Friozi,
  • Éder Marsiglia Ocampos Orué,
  • Mario Cesar Ferreira Santana,
  • Wanderley Matias Guimarães,
  • Tânia Maura Barbosa,
  • Guilherme Rahe Pereira,
  • Rosa Maria Martins de Oliveira,
  • Janaina Nunes Roque,
  • Josimar Machado dos Reis,
  • Antônio Carlos Navarrete Sanches,
  • Valdemir da Costa Lima,
  • Aguinaldo dos Santos,
  • Gisele Marques Carvalho,
  • Sérgio Roberto Barcelos,
  • Viviane Rodrigues Saad,
  • Dr. Carlos Roberto Delfim,
  • Germano Barros de Souza Filho,
  • Dra. Yassuco Ueda Purisco,
  • Hilda Nunes da Cunha,
  • Dr. Roberto Vinicius Bertoni,
  • Manoel Fernandes de Oliveira Neto,
  • Jackeline Santana,
  • Garcia Kemparsk de Andrade,
  • Waldir Tramontine,
  • Amadeu Furtado Alvim,
  • Adilson Edson Reich,
  • Silvestre Lopes,
  • Ana Maria Ferreira,
  • Vivian Luise Mendes da Silva,
  • Aylda Menezes Alves,
  • Luiz Gonzaga Prata Braga,
  • Dr. Paulo Sérgio dos Santos Calderon,
  • Luciana Lazarin,
  • Sérgio Adilson de Cicco,
  • Ciro José Guerreiro,
  • Tânia Maria Braga Netto,
  • Maria do Socorro Cavalcanti Freitas,
  • Elizabete do Carmo Cortez Pereira,
  • Maria Cristina Medeiros de Almeida,
  • Leila Rondon Pereira,
  • Tânia Maria Nahas Curado,
  • Irineu Navas,
  • Aureo Nogueira Lisboa,
  • Edilmar Soares Arruda,
  • Felipe Euripedes Amaral,
  • Florivaldo Bruno Ribeiro,
  • Valdo Batista de Souza Junior,
  • Izabel Morais,
  • Elizabete Fabris de Albuquerque,
  • Vilmê Maria Rodrigues Gomes,
  • Nelson Ruy Pitta,
  • Luciane Massaroto Gonçalves de Almeida,
  • Antônio Cancian Lopes,
  • Geraldo Macelaro Leite,
  • Iranilda Bordon Buchara,
  • Nelson Carlos Trindade,
  • Prudente Ramos da Silva,
  • Antônio Mandetta Filho,
  • Osnei Rosa da Costa,
  • Keila Renata Barreiro,
  • Regina Helena Barcelos Brandão,
  • Denise Cunha de Souza,
  • Ruben Campos Gehre,
  • Valdir Moritz,
  • Inaldo Geraldo Viedes,
  • Delarim Martins Gomes,
  • Aldecir Roque de Carvalho,
  • Edney Arantes de Campos,
  • Jucinez dos Santos Reis,
  • Rosilene Aparecida Mendes,
  • Vilmar Gomes de Carvalho,
  • Seiko Nakamura,
  • Hélio Costa Lima,
  • Patricia Robban,
  • Cláudia Ramos de Souza Magalhães,
  • Nelson Gracia Villa Verde,
  • Maria Dourado de Assis,
  • Edivaldo Cézar Germiniani,
  • Douglas Pavão Matos,
  • Lincoln Capurro Braga,
  • Sandra Cristina Brasileiro da Silva
  • Fontellas dos Santos,
  • Gustavo Medeiros Horn,
  • Roseli Veiber,
  • Bruno Russi Silva,
  • Dr. Vitor Hugo Santos,
  • Cristiane de Fátima Muller,
  • José Manuel Marques Candia,
  • Marcelo Kaun,
  • Claudeney Ferreira da Hora,
  • Vera Lúcia Marcondes,
  • Diva Dias dos Santos Rigato,
  • Fernando Zanélli Mitsunaga,
  • Lucia Gomes Barroso Pavani,
  • Aracelli Benatto,
  • Edvaldo Cezar Germiniani,
  • Andréia Martins da Conceição Terron,
  • Maria Helena Miranda Stevanato,
  • Cleusa Spinola,
  • Gustavo Feitosa Beltrão,
  • João Guilherme Miranda Carpes

* Colaborou Tatyane Gameiro

Correio B+

Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e diretor Guilherme Weber

"É sempre uma alegria encontrar um personagem com subjetividade, como somos todos nós. O Marco não é um "personagem de função" como acontece normalmente com personagens que entram em uma novela há um certo tempo no ar".

06/04/2025 20h00

Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e diretor Guilherme Weber

Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e diretor Guilherme Weber Foto: Sergio Baia

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Ator e diretor, Guilherme Weber está prestes a completar 35 anos de carreira, tudo isso com muito trabalho e dedicação. No elenco da novela “Volta por Cima”, da TV Globo onde vive o bicheiro Marco, o artista prepara para o segundo semestre deste ano a estreia de seu quarto monólogo no Teatro Sesi, no Rio: “O Corpo Mais Bonito já Visto Nesta Cidade”, que é um texto inédito no Brasil do catalão Joseph Maria Miró sobre o assassinato de um menino de 17 anos num vilarejo, levantando temas como abusos, homofobia e desesperanças.

Ele também aguarda o lançamento do longa “Dr. Monstro”, do premiado diretor Marcos Jorge. O true crime é baseado na história do cirurgião plástico Farah Jorge Farah, que matou e esquartejou a namorada e cujo julgamento polêmico marcou a história recente do judiciário brasileiro. A produção conta ainda com Taís Araújo e Marat Descartes. 

Para 2026, Guilherme Weber será o diretor da versão brasileira de Plaza Suíte no Brasil, um clássico da comédia de Neil Simon que teve temporada triunfal em NY e em Londres, marcando o retorno de Sarah Jessica Parker e o marido Mathew Broderick aos palcos.

Já em 2027, Guilherme Weber dirigirá a nova montagem de “Chanel”, com texto de Maria Adelaide Amaral, sobre as memórias da estilista francesa. O espetáculo foi sucesso na interpretação de Marília Pêra em 2004 e voltará aos palcos desta vez estrelado por Christiane Torloni.

Com mais de 20 trabalhos na TV, Guilherme Weber ganhou destaque ao dar vida ao vilão Tony de “Da Cor do Pecado”, em 2004. No cinema, o artista contabiliza dezenas de longas, como os aclamados “Olga” e “Árido movie”.

Ele ainda assina a direção do filme  “Deserto”, com Lima Duarte no elenco e que venceu diversos prêmios, como o de Melhor Direção no Festival de Cinema Brasileiro em Los Angeles. Nos palcos, ele já esteve em diversos espetáculos, como “Fantasmagoria IV”, com direção de Felipe Hirsch, em 2024.

Guilherme é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ele fala sobre o seu personagem em Volta Por Cima na TV Globo, carreira e novos projetos.

Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e diretor Guilherme WeberO ator Guilherme Weber é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Sergio Baia - Diagramação: Denis Felipe - Por Flávia Viana

CE - Guilherme Weber está no elenco de Volta por Cima vivendo um bicheiro. A trama tem tido situações de drama com a história de encontrar a mãe desaparecida e a vilania, como um bandido que está lutando pelo comando dos negócios da família.  Como é fazer um personagem com tantas possibilidades numa só história?
GW -
 É sempre uma alegria encontrar um personagem com subjetividade, como somos todos nós. O Marco não é um “personagem de função” como acontece normalmente com personagens que entram em uma novela há um certo tempo no ar, que vem para ajudar a desenvolver determinada situação; é um personagem com vida própria. E ele mexe com muito destreza nas expectativas dos espectadores.

Chega como um vilão, sequestra uma garota, acoberta crime de cárcere privado, ameaça comerciantes idosos, cheira com prazer o dinheiro arrecadado na contravenção. Mas carrega uma crise de identidade, se mostra um filho amoroso, um homem que sofre por amor, então estas facetas juntas complexificam de maneira positiva o personagem aos olhos dos espectadores, o que é sempre ótimo. 

É uma delícia poder transitar por diferentes estados emocionais e situações da história. E para isso é importante que em uma novela clássica, aberta, se componha um personagem com assinatura mas ao mesmo tempo deixe esta composição aberta para o que pode vir pela frente. E o público responde... começa odiando o ambicioso traidor, mas ele protege a mãe, a abraça, cheira seus cabelos, e todos se derretem, rs... 

CE - Marco, aliás, entrou em Volta por Cima depois da estreia. Como foi pegar “esse bonde andando”? Você já sabia como seria o desenrolar da trama dele?
GW -
 Nem eu, nem a Claudia Souto sabíamos como o personagem se desenrolaria. Ela queria um outro bicheiro na família Barros para poder ter retrato de clã na contravenção do lado antagonista da história. Mas no início até se pensou no Marco ser apaixonado pelo Gerson, personagem do Enrique Diaz, e esconder esta paixão em uma fidelidade canina.

Perguntei para a Claudia a caminha do meu primeiro dia de gravação, “será que já chego dando uma certa pinta?” rsrsrs e ela falou para segurar um pouco que estava pensando. E aí veio o personagem aparecendo durante as gravações, num cenário quase shakespeareano de briga sobre poder. Filho bastardo, crise de identidade, revanche vingativa, mãe desaparecida, ambição, paixão pela mulher impossível, muitos clássicos do gênero foram caindo no colo do personagem, para minha alegria.

CE - A novela acaba no fim de abril e você já tem previsto um monólogo, que vai estrear em junho, no Rio. O que podemos esperar desse projeto? E quais as facilidades e os desafios de fazer uma peça sozinho?
GW -
 Estreio dia 14 de Agosto no Rio de Janeiro, no Teatro Sesi Firjan. Chama-se “O Corpo Mais Bonito Já Visto Nesta Cidade” a partir do texto do catalão Joseph Maria Miró e conta o assassinato de um jovem de 17 anos em uma cidade pequena.

O jovem cheio de libido, desejos e pulsão de vida é punido pela moral e pelas facadas. Uma obra que além de sua temática de excruciante atualidade se sustenta em uma narrativa muito original e de enorme rigor estético e cumpre o ditado “cidade pequena, inferno grande.” Parece dizer que um corpo que deseja tanto e é tão desejado, em algum momento tem que ser punido.

O desafio é pela extensão do tempo em cena em palco vazio, um solo solicita muito do seu repertório de composição. Facilidades eu não listaria para não atrair azar nem pagar a língua, rs... mas existe uma grande delícia de começar o jogo, a troca com a plateia e não parar até o final, o fluxo contínuo da proposta do ator, do palco para a plateia.

Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e diretor Guilherme WeberO ator Guilherme Weber é a Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Sergio Baia - Diagramação: Denis Felipe - Por Flávia Viana

CE - Além de atuar, você é diretor, tendo vários projetos desses no currículo. Como seu lado diretor se comporta quando está atuando sob a batuta de outro diretor? Já pensou em se dirigir em algum projeto?
GW -
 Eu tento deixar o lado diretor em “modo avião” quando estou sendo dirigido, para usufruir justamente do universo e do olhar do outro, que é uma das coisas mais interessantes de ser dirigido. Confesso que não é fácil, rs... mas sempre fui um ator criador, muito propositivo, então estes dois papéis se misturam um pouco.

A ideia de me dirigir em um projeto sempre me pareceu ruim, não ter a visão da cena o tempo todo de fora, mas resolvi me deixar tomar por este delírio e assumir minha “fase Orson Wells” em um projeto de teatro que será fruto da minha pesquisa sobre literatura e dramaturgia latino americana. Cansei de chegar no dia da estreia e perder o melhor da festa que é estar no palco, rsrsrs

CE - Inclusive, você tem vários projetos como diretor já confirmados para os próximos tempos, como as novas montagens das peças “Plaza Suíte”, que já foi encenada por Fernanda Montenegro e Jorge Doria nos anos de 1970, e de “Chanel”, que foi estrelada há 20 anos por Marília Pêra. Qual o desafio maior de refazer esses projetos de sucesso? E eles terão adaptação para os tempos atuais?
GW - 
Eu não chamaria de “refazer”, serão criações de espetáculos a partir de textos que já foram encenados por outros artistas. Plaza Suite, inclusive, é um clássico absoluto da comédia e o autor do texto, Neil Simon, é um dos meus dramaturgos favoritos; seus diálogos são brilhantes e as situações cênicas da peça são um banquete para os atores, mistura comédia física, diálogos afiados, ritmo alucinante, drama visto pelos olhos do humor, uma delícia. Eu assino também a tradução e a adaptação da obra.

Não trarei a peça para os dias atuais porque ela não precisa deste recurso, é um clássico. Mas sempre injeto algumas piadas a mais, rsrsrs...

Chanel tem estatura de mito, então parece sempre se apresentar como uma pergunta impossível de ser inteiramente respondida. Será curioso observar novas gerações, oriundas do tik tok e do politicamente correto encarando uma mulher tão complexa e contraditória em sua genialidade.

Capa B+: Entrevista exclusiva com o ator e diretor Guilherme WeberFoto: Sergio Baia

CE - Em breve, ainda poderemos ver Guilherme Weber no cinema no filme “Dr. Monstro”, onde dá vida ao polêmico advogado Roberto Podval. Como é fazer um personagem verídico, que faz parte de uma história de assassinato recente no Brasil? Como foi seu processo de composição?
GW -
 Não houve a intenção de reproduzir o Podval, inclusive o meu personagem tem outro nome no filme; questões jurídicas acredito, rs...

Assistimos alguns julgamentos no Tribunal de Curitiba, onde filmamos, e foi uma preparação especialíssima. Entender as narrativas jurídicas, a encenação e ritos do tribunal e pensar em tudo isso na época da pós verdade foi muito instigante. É um “true crime” fascinante.

Além de relembrar de todos os filmes de tribunal, que é um subgênero fascinante, que vi e que sempre adorei. Disse ao diretor Marcos Jorge que sempre serei grato a ele pela oportunidade de dizer na minha carreira as frases “sem mais perguntas, meretíssimo” e “protesto, meritíssimo.”

CE - Você ganhou projeção ao fazer o inesquecível vilão Tony de “Da cor do pecado”.  Como foi o impacto para sua carreira ao fazer essa novela de tanto sucesso?
GW -
 Foi minha primeira novela e o personagem é lembrado até hoje, vinte anos depois e por diferentes gerações em função das sucessivas reprises e agora redescoberta no streming com impacto. Foi realmente uma sorte começar meu trabalho na televisão, depois de tantos anos de palco, com um personagem desta envergadura.

Agradeço muito ao João Emanuel Carneiro, ao Sílvio de Abreu e a Denise Saraceni em me escolherem para encarná-lo. Ele era muito irônico e tinha embates quase de desenho animado com a Bárbara de Giovanna Antonelli, essas eram também chaves de sucesso. O bordão do personagem, “Calma Coração” é falado até hoje e fiz uma auto citação em Volta Por Cima, repetindo-o em uma cena, parte de uma sequência de homenagens que a Claudia Souto de maneira muito sutil fez durante toda a novela.

CE - Como Guilherme Weber lida com a crítica? E é muito autocrítico com o próprio trabalho?
GW -
 Não lido, rs, deixo acontecer e sigo em frente, e digo isso sem nenhum esnobismo, acho que é maturidade mesmo. Tem muitas frases maravilhosas sobre crítica, duas que eu adoro, a do Laurence Olivier, “uma crítica pode estragar meu café da manhã, mas jamais o meu almoço” e a que li como do grande Luis Fernando Veríssimo, “um crítico é alguém que assiste uma batalha do alto de uma montanha e quando ela acaba, desce e atira nos sobreviventes.”

Sou muito observador do meu próprio trabalho, mas pelo entusiasmo da criação contínua.

CE - Com tantos trabalhos no currículo e outros à vista, o que Guilherme Weber ainda não realizou na profissão?
GW -
 Quero dirigir uma ópera.

CE - Você é um artista que trabalha bastante – inclusive em projetos bem populares como as novelas- e consegue manter a vida mais discreta. Como você lida com a exposição que a fama traz?
GW -
 Recebo a exposição como puro carinho do público e reconhecimento do meu trabalho, não me incomoda em nada.

 

 

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