Correio B

Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta quinta-feira, 25 de julho de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

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ALEXANDRO GRUBER  ESCRITOR BRASILEIRO Atrás de cada ser que cruza o nosso caminho há um mestre escondido,  uma lição oculta pronta a ser absorvida e necessária naquele momento para  o nosso crescimento. Por isso, a pessoa que chega sempre é a pessoa certa”.
 

FELPUDA

Como não poderia deixar de ser, nos bastidores políticos, vem sendo muita comentada suposta  “teoria da conspiração”, que seria digna de filme  da mais exemplar “tapetada” se conseguir atingir os objetivos.  Segundo se ouve, a ação foi engendrada na tentativa  de beneficiar figurinha que teve sonho interrompido  e, diante dos recentes episódios, surgiria como  “candidatura postiça”. Verdade ou não, as orelhas ali,  lá, acolá e alhures estão “queimando” que só. Vai vendo...
 

Título


O município de Panambi (RS) pode se tornar a Capital Nacional da Pós-Colheita de Grãos, conforme projeto que  foi aprovado pelo Senado  e segue para sanção  do presidente da República. 

Mais

Segundo dados apresentados, aproximadamente 60% dos grãos colhidos no Brasil são tratados  no período de pós-colheita  em equipamentos produzidos em uma das mais de cem empresas do polo industrial de Panambi. 

Pedro Ernesto

O livro “Diálogos do Ócio”, de autoria do jornalista Bosco Martins,  foi lançado na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro,  no dia 16, reunindo intelectuais, escritores,  jornalistas e admiradores do poeta Manoel de Barros.  Antes do lançamento, Bosco foi recebido na Academia Brasileira  de Letras (ABL) pelo seu presidente, o jornalista e escritor  Merval Pereira (foto), quando conversaram sobre a obra, que traz  um inventário de décadas de amizade do autor com o poeta.

 Dra. Heda Maria Medeiros Rodrigues e Dr. José Roberto Paquera

 

 Cris Rudge
 

Em embulição

Que o caldeirão político está fervendo a poucos dias para  o encerramento das convenções partidárias, mais precisamente no dia 5 de agosto, disso não  resta dúvida. O surgimento  de ingredientes novos, funcionando como petardos nos adversários, e até como fogo amigo, poderá refletir negativamente nos envolvidos. Afinal, ninguém gosta de levar bolas nas costas, e para toda ação há uma reação. Portanto...

Nenhum

Diferentemente de 2020,  quando três deputados estaduais disputaram a Prefeitura  de Campo Grande, nas eleições deste ano, integrantes  da Assembleia Legislativa,  pelo menos até agora, não estão oficializados pelos partidos  para entrar na briga  como cabeças de chapa.  O petista José Orcírio sairá,  mas como vice. No pleito municipal passado, MDB, PT  e PL lançaram candidatos,  mas não tiveram sucesso  na empreitada. O trio conseguiu, porém, a reeleição em 2022.

Apostas

A bancada na Câmara dos Deputados tem dois integrantes que disputarão a eleição, Camila Jara (PT) e Beto Pereira (PSDB). Os dois são as apostas de suas respectivas siglas para tentarem quebrar uma situação histórica: a de nunca terem conseguido o comando político-administrativo da capital de MS. O máximo  que os tucanos obtiveram foram participações como coadjuvantes, pois em duas ocasiões disputaram a vice em chapas emedebistas.

ANIVERSARIANTES

Glaudyr Flôres, 
Maria José Falcão Alves, 
Luiz Gugliatto, 
Adriana Rezende Corrêa, 
Paulo Roberto Duarte, 
Celso Luiz Antonialli, 
Benjamin Duarte, 
Dalva Aparecida da Silva, 
Jonas Schimidt das Neves, 
Kátia Silene Sarturi, 
Jasmir Pedro da Silva, 
Roberto Marcondes Filinto da Silva, 
Javer de Oliveira Santos, 
Luiz Paulo Medeiros Coutinho, 
Joana de Souza, 
José Roberto Venturoso, 
Ismael Oshiro Bordon, 
Rodrigo Ferrari, 
Danielle Cristine Zago, 
Christovam Carlos Krug, 
Fernando Sergio Munhoz Pinheiro, 
Maria Angela Vacis, 
Clayton Kammer da Silva,
Zeina Adriana Borba Diab Siufi,  
Ana Paula da Costa Aoki, 
Marcelo Erick Moriyama, 
Rosana Julia Arnez Cedron, 
Luciana Vieira, 
Laire de Moraes Alves, 
Fernando Celso Ferreira Gonçalves, 
Antonio Edison Fernandes, 
Alessandra Kelly Rocha Fernandes, 
Reynaldo Pereira Alfarone Júnior, 
Nair Fonseca Higa, 
Ary Sergio Motti da Silva, 
Claudio Pinto da Silva, 
José Antonio Pereira dos Santos, 
Daniel Moraes Pereira, 
Maura Maria Ferreira Corrêa, 
Dra. Sílvia Nogueira Emboava, 
Nilton da Silva Macedo, 
Evair Gomes de Oliveira, 
Patrícia Martha Rabello de Moura Brasil, 
Simone Regina Freire, 
Francisco Espíndola Netto
Dr. André Luis Moraes de Oliveira, 
Robson Cristovão Fonseca Ferreira, 
Manoel Marreira, 
Nizete Laranjeira Silva, 
Inocêncio de Souza Amorim, 
Luis Guilherme Galvão Bacchi, 
Dr. Orlando Carvalho Filho, 
Adriane Eliza de Souza Cação, 
Gustavo Henri Couto, 
Jardel Barcellos de Paula, 
Moisés Silva, 
Waldo Barbosa de Menezes, 
Waldomiro dos Santos Nogueira, 
Jorge Francisco Ferreira,
 Maria Clara Bacchi Rodrigues Oliveira, 
Valtiveti Lima de Barros, 
Nicéria de Mello Prata Braga, 
Flávio de Carvalho e Castro, 
Joana Joelma Duarte Amaral, 
Daniela dos Santos Souza, 
Sara Coelho Azevedo, 
Carmem Lúcia Moreira Alves
Márcia Maria Ferreira Corrêa Rigo
Renato Takahiro Shinzato Molikawa, 
Dr. Henrique de Araújo Alvarenga, 
Karen Akiko Kaku,  
José Antônio Quadros de Oliveira, 
Vanderlice da Silva Serrareci, 
Pedro Paulo Pinheiro de Lacerda Neto, 
José Alceu Padilha Bueno, 
Edilson Aparecido Alves, 
Hiram Francisco Biembengut, 
Rodolfo Santiago Bascope Moreno, 
Jeferson Pereira de Oliveira, 
Rudiney de Araújo Leal, 
Dr. André Guimarães Gouveia, 
Ricardo Costa Ostetto Oliveira, 
Valdeci Pedro Feltrim, 
Elaine Bernardo da Silva, 
Adelson Guazina de Brum, 
Fábio Sousa Lanzetti, Rafael Sauer da Motta, 
Beatriz Vasconcellos Marques Salvador,
Edina Curto do Nascimento, 
Reginaldo Sarian, 
Luiz Claudio Moreira Lima, 
Alberto Henrique Dias Cação, 
Carlos Faria de Miranda, 
Evelyn Pinho Ferro e Silva, 
Eliane Arguelo de Lima, 
Tereza Lopes Bennett Volpato, 
Thaís Laranja Aguirre, Marcelo Cater,
 Geni Tiburcio Zawierucha,
 Ana Maria Cândido de Menezes Raguazi, 
Adriana Calles, 
Henrique Luiz Marques Herane, 
Marcos Cesar Azevedo de Medeiros, 
Vani Clarice Borgmann Poleis, 
Karla Rocha Mattos e Cunha, 
Maria Estela Guimarães Martins, 
Gustavo Bittencourt Vieira.

COLABOROU TATYANE GAMEIRO
 

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Diálogo

Tremenda de uma "cascata" a informação apregoada pelo governo de Lula que... Leia na coluna de hoje

Leia a coluna desta terça-feira (23)

23/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cecília Meireles - escritora brasileira

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”

Felpuda

Tremenda de uma “cascata” a informação apregoada pelo governo de Lula que ele ressarciu os aposentados, vítimas da roubalheira de esquema que envolve pessoas ligadas ao INSS, empresas privadas, ONGs, laranjas e políticos. Na realidade, essa conta sobrou para o cidadão, inclusive os próprios aposentados que pagam Imposto de Renda. Nenhum dos bandidos até agora restituiu aos cofres públicos o dinheiro que roubou. Aliás, a maioria está sendo blindada de forma vergonhosa. Há quem diga até que buscam “freio” para que a CPMI do INSS comece a patinar e não avance. Lamentável!

Pra cabeça

Quem entrará em 2026 com problemas no Conselho de Ética da Câmara é a deputada federal Camila Jara, do PT. O Partido Novo protocolou representação contra ela.

Mais

A acusação é de violação do decoro, ao se envolver na confusão originada quando da retirada à força de Glauber Braga, do Psol, e de ofensa ao secretário-geral da Mesa Diretora.

Diálogo

O vorí-vorí, tradicional prato paraguaio, foi eleito o melhor do mundo na lista anual do Taste Atlas, plataforma internacional que reúne avaliações gastronômicas de todas as partes do planeta. A iguaria recebeu nota 4,64 de 5, com base em votos de usuários reais que experimentaram o prato. Conhecido também como borí-borí, o vorí-vorí é descrito pelo portal como “a icônica sopa de galinha paraguaia com bolinhos de fubá recheados com queijo”. Rico em sabor, textura e história, o prato ocupa um lugar especial na mesa das famílias paraguaias e agora também no cenário global da gastronomia. Nos últimos anos, o vorí-vorí já havia figurado entre as melhores sopas do mundo em rankings do mesmo portal, reforçando sua reputação. A lista do Taste Atlas se tornou referência global por utilizar um sistema que identifica e descarta avaliações nacionalistas ou feitas por robôs, garantindo legitimidade às escolhas.

DiálogoChayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral

 

DiálogoCamila Fremder

Prova de fogo

O atual time que forma o entorno do governador Eduardo Riedel terá, no próximo ano, prova de fogo, porque a missão deverá ser reeleger o “chefe” para o segundo mandato. Será o momento de a tchurminha provar quem é quem na estrutura. Quando foi eleito em 2022, Riedel nunca havia disputado uma eleição, porém, tinha um grupo político forte que sabia “o caminho das pedras”, o que foi fundamental para sua vitória. Em 2026, ele não poderá contar com esse pessoal.

Nem tanto

O PT em Mato Grosso do Sul já não estaria demonstrando, digamos, tanto amor pela candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Senado pelo Estado, achando ser melhor por São Paulo. Lideranças petistas cá dessas bandas dizem que a ministra poderá ser um dos nomes para suceder a Lula. Ela figura entre algumas opções para ocupar o trono petista. A lista tem Alckmin, do PSB, e Haddad, o único do PT. Tudo indica que não se faz mais petista raiz como antigamente...

Entrave

Nos bastidores, o que se fala é que a ministra Simone Tebet, até então considerada excelente opção para disputar o Senado por MS, seria fonte de problemas. Algumas das alas do PT teriam torcido o nariz com a possibilidade de ela disputar pelo partido, até porque esse time lembra de que, quando candidata à Presidência, ela desferiu ataques a Lula. Além disso, há dúvidas se no Estado teria potencial eleitoral para o embate com outros candidatos, em sua maioria da direita, tendo em vista que o governo do qual faz parte, dizem, “está caindo pelas tabelas”

ANIVERSARIANTES

Beatriz Rahe Pereira, 
Dr. Gevair Ferreira Lima Júnior,
Julianne Stranieri Metello, 
Stephan Duailibi Younes, 
Maria Fatima Bueno,
Adhemar Mombrum de Carvalho Neto,
Augusto Costa Canhete,
Rosangela Neves,
Edgar Basmage,
Gileno Almeida Costa Nonato,
Sérgio Aguni,
Rinaldo da Silva Cruz,
Edna Maria Potsch Magalhães,
Dr. Márcio Molinari,
Ivo Batista Benites,
Ronaldo Fernandes Donizeti de Jesus,
Fabiano Borges da Silva,
Maria Aparecida Menezes,
Rafael Medina Araujo,
Rosilene Gois Paes,
Antonio Angelo Garcia dos Santos,
Maria Elisa Hindo Dittmar,  
Beatriz de Almeida,
Dr. Amaury Bittencourt Gonçalves, 
Izabella de Matos Lopes,
Cláudia Regina Di Felice,
Neide machado da Silva Gimenes,
Domingos Puckes,
Silvio Luiz de Moura Leite,
Helder Kohagura,
Maria Clementina Aparício Fernandes,  
Aurino Rodrigues Brasil,
Tânia Ignez Pinheiro,
Marilda Flores Haidar,
Samara Carvalho Gomes Binn,
Josselen Resstel Escórcio,
Valdo Maciel Monteiro,
Luiz Eduardo Yukio Egami,
Rafael Ferreira Ribeiro Lima,
Leila Maria de Albuquerque,
Maria Aparecida de Moura Leite, 
Datis Alves de Souza,
Aurea Leite de Camargo,
Maria de Fátima Vendas Muzzi, 
Thiago Ferraz de Oliveira,
Ruth Lopes Abreu,
Sandra Rodrigues Pereira,
Paulo da Costa Oliveira,  
Paulo César Reis Mendonça,
Fernanda Marques Ferreira,
Terezinha Alves Araújo,
Lucilaine Aparecida Tenorio de Medeiros,
Maria Helena Alves Lima,
Rosana Paes de Matos,
Laura Holsback Alvarenga,
Renato de Freitas Martins,
Miriam Fontoura Prata,
Nelson Maia de Melo,
Cleonice Gomes de Oliveira,
Rodolfo de Morais Dias,
Jussara Leite Barbosa,
Hugo Sabatel Neto,
Carolina Saves,
Solange Xavier Vargas,
Augusto Coelho Freire,
Soraia Kesrouani,  
Rubens Mendes Pereira,
Lilian Gabriela Heideriche Garcia,
Ana Maria Coimbra Santos,
Nelly Vasconcelos Coelho,
Valmir de Andrade Ferreira,
Eliana Miyuki Aratani Kaiya, 
Flávia Ribeiro Ramirez,
Laurinda Paiva Peixoto,
Patrícia de Souza Queiroz,
José Antônio Braga,
Elaine Viana Nunes,
Washington Justino Gonzaga,
Maria Stella Maia Pepino,
Vânia de Toledo Neder,
Osvaldo de Moraes Barros Neto,
Raquel Barbosa Franco,
Suely Ferreira Leal,
João Rafael Sanches Florindo,
Antonio Fernando Cavalcante,
Lúcia Torres Marchine,
Marcos Henrique Boza,
Adriana de Oliveira Rocha,
Suely Luiza Comerlato,  
Benedito Celso Dias,
Alirio Leitun,
Débora Queiroz de Oliveira,
Edson Pulchério Alves,
João Borges da Silva Filho,
Mário Zan Moreira,
Marcelo Luiz Ferreira Correa,
Valdecir Jorge,
Sérgio Carlos Borges,
Dr. Ruy Alberto Bueno,  
Marta Maria Vicente,
Guilherme Nucci dos Reis,
Marcelo Flores Acosta,
Noêmia Ramos de Oliveira,
Luiz Carlos de Carvalho,
Cláudia Garcia de Souza Trefilo,
Leonardo Marques Mourão,
Maria Delfina Louveira Trindade,
Camyla Queiroz de Faria Gonzales. 

*Colaborou Tatyane Gameiro

CINEMA

Curta-metragem "Carne Amarela" transforma a Terra do Pé de Cedro em set de filmagens

Com produção de Marcus Teles e direção de Gleycielli Nonato Guató, curta-metragem "Carne Amarela" tem equipe local e conta história que entrelaça memórias da infância em meio aos pequizeiros e banhos de rio

22/12/2025 10h30

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab),

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da natureza Divulgação: Marcus Teles

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Nostalgia e engajamento são os motores para evocar os sabores da infância que fizeram Coxim voltar a ser cenário de cinema. Conhecida como Terra do Pé de Cedro, a cidade localizada a 245 quilômetros de Campo Grande, no norte do Estado, é uma das protagonistas de “Carne Amarela”, curta-metragem de ficção dirigido por Gleycielli Nonato Guató e produzido por Marcus Teles.

Os dois nasceram na cidade, que também é conhecida como Portal do Pantanal, e são profundamente conectados ao Cerrado e ao Pantanal.

As filmagens se encerraram ontem e foram realizadas integralmente por lá, contando com elenco local, que envolveu moradores atuando pela primeira vez na frente de uma câmera e também uma equipe de produção majoritariamente formada por coxinenses. Ou seja, uma combinação de saberes tradicionais, talento regional e formação técnica.

A produção nasce do desejo de fazer Coxim se ver na tela grande, “suas cores, sua luz, seus frutos, suas infâncias”, como afirma a diretora. E nasce, segundo Gleycielli, também da necessidade urgente de lembrar o que esses mesmos elementos significam para a identidade do município.

“Eu estou completamente em êxtase. Planejei muito trazer esse filme para cá. É emocionante gravar na cidade onde cresci, com o povo daqui, com artistas da terra. Noventa por cento do elenco é coxinense, a equipe tem muita gente da cidade, e isso me deixa profundamente feliz”, compartilha Gleycielli Nonato Guató, que, além de dirigir a produção, também assina o roteiro baseado em seus próprios textos literários.

DOIS TEXTOS

“Carne Amarela” nasce de dois textos de Gleycielli – o poema “Carne Amarela” e o conto “É Tempo de Ouro no Cerrado” – que guardam lembranças de uma Coxim que pulsava mata, rio e fruta. A diretora explica que o filme busca reencontrar essa paisagem quase perdida.

“Eu quero trazer a infância que vivi. A gente saía para caçar pequi, pegava ingá, comia goiaba no pé, trazia caju para fazer doce. Coxim era meu ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Hoje, muitos lugares onde eu brincava viraram bairros. O filme é um lembrete do que ainda existe e do que não pode desaparecer”, afirma.

A obra convida as crianças e os adultos a olhar novamente para o Cerrado como pertencimento. O pequi, fruto central da narrativa, é apresentado como força, resistência e alimento da memória coxinense.

“O pequi já sustentou muitas famílias. Trouxe renda, trouxe mistura, trouxe nutrição. Ele resiste ao fogo, resiste ao tempo, mas não resiste ao machado. O filme quer acender esse sentimento de pertencimento e preservação, para que as próximas gerações vejam valor no que tantas vezes sustentou Coxim”, ressalta Gleycielli.

ZORAIDE

A protagonista adulta, Zoraide, teve como referências mulheres de alusão familiar e ancestral para Gleycielli: sua mãe, tias, avó e bisavó. A diretora revela que a personagem carrega traços de todas elas. E quem interpreta Zoraide é justamente Maria Agripina, mãe da diretora, pioneira do teatro coxinense.

“É muito emocionante ver minha mãe interpretando a Zoraide, que leva o nome da minha tia que faleceu na pandemia. Este filme é pioneiro em muitas coisas dentro de mim”, revela. Além disso, todos os cargos de direção são ocupados por mulheres, fortalecendo a presença feminina no audiovisual sul-mato-grossense.

“Trabalhar com essa equipe é um prazer imenso. Estamos construindo juntas. É uma energia muito poderosa”, afirma. A equipe ainda é formada majoritariamente por profissionais de Coxim, como Robertson Isan Vieira, artesão ceramista premiado, e José Carlos Soares, cabeleireiro e designer de imagem.

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da naturezaEquipe do curta-metragem posa em um boteco da cidade com a diretora Gleycielli Nonato Guató (em pé, à esquerda, de blusa preta) - Foto: Divulgação/Marcus Teles

ENCONTRO

Para o produtor executivo e corroteirista Marcus Teles, filmar em Coxim não foi uma escolha estética, mas ética e afetiva. “Coxim faz parte da nossa formação pessoal e artística. Os textos que deram origem ao filme nasceram daqui.

A luz, a paisagem, o modo de vida, o jeito como o pequi aparece na cidade, tudo isso faz parte da essência da história. Filmar em Coxim é garantir autenticidade”, afirma Marcus.

O produtor explica que mapear as locações foi um processo guiado pela afetividade. “Coxim é uma cidade onde o urbano e o rural se encontram o tempo todo. Não procuramos cenários: reconhecemos neles o que a história já trazia em essência”.

Marcus destaca ainda que oito moradores da cidade trabalharam pela primeira vez no audiovisual, acompanhados de profissionais experientes. “Queremos abrir portas. Que jovens de Coxim encontrem no set um caminho possível, uma nova profissão, um futuro”, destaca o produtor.

101 FILMES

O elenco também conta com a participação especial do ator Breno Moroni, que marcou gerações como o Mascarado na novela “A Viagem” (Globo, 1994), além de ter participado de diversas outras produções no cinema e na televisão.

Com uma carreira extensa que inclui desde aberturas de telenovelas e mais de 100 filmes, Breno esteve em Coxim para integrar o elenco de “Carne Amarela” como seu 101º trabalho audiovisual.

“Trazer o Breno foi como aproximar duas forças que se completam. Ele chega com experiência, mas com humildade. Ele senta na varanda e deixa a conversa fluir. É uma presença que soma sem apagar a simplicidade regional, que é a alma do filme”, reconhece Marcus.

“Ele é fantástico. Consegue ir do drama à palhaçaria. Traz o duo que a personagem dele pede: o velho ranzinza e o homem capaz de se transformar”, completa Gleycielli.

O CERRADO

O filme aborda temas urgentes como queimadas, perda de territórios e desmatamento, mas com a delicadeza necessária para o público infantil, segmento prioritário na meta de audiência da produção.

“O tema duro vem com sutileza. As crianças vão entender o sentimento de perder e o de pertencer. E, quando algo pertence a você, você quer cuidar”, explica Gleycielli. Ao fim, o curta reforça que a preservação é um aprendizado coletivo e que cuidar da terra só é possível quando ela é reconhecida como parte de nós.

Na semana passada, a equipe teve uma atividade formativa com Alexandre Lopes, que é doutor em Ciências Sociais e professor de Sociologia do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no campus de Coxim.

A interação rendeu contribuições fundamentais para reflexão sobre como pensar e construir um audiovisual mais inclusivo.

AUTOESTIMA

A expectativa da equipe é de que o filme leve Coxim para o Brasil e para o mundo por meio de festivais, mas, principalmente, que devolva à cidade a consciência de seu próprio valor.

“Esperamos que Coxim se veja com carinho. Que perceba que suas histórias merecem estar no cinema. ‘Carne Amarela’ é uma celebração da cidade, das suas raízes e da força do Cerrado”, diz Marcus.

Para Gleycielli, a gravação na cidade é também um gesto de retorno. “Eu sou uma Guató de Coxim. Este filme diz muito sobre de onde eu vim e quem sou eu”.

Como uma “semente que rompe a casca”, reforça a diretora, “Carne Amarela” nasce para devolver à cidade o brilho do seu fruto mais resistente.

Aquele que atravessa gerações, que muda o PIB, que alimenta famílias, que resiste ao fogo e que ensina a permanecer. E Coxim, agora, se prepara para ver sua história ganhar corpo, cor, movimento e tela.

O projeto conta com investimento da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do governo federal, por meio do Ministério da Cultura, operacionalizado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

"Carne Amarela"

> Direção e roteiro: Gleycielli Nonato Guató;
Direção de produção: Gabriela Lima Ferlin;
> Direção de arte: Maíra Espíndola;
Direção de fotografia: Dafne Alana;
Som direto e edição de mixagem: Laura Cristina;
Produção executiva, assistência de direção e roteiro: Marcus Teles;
Operador de câmera: Gabriel Ribeiro;
Produção de set: Jefley M. Cano;
Elenco: Breno Moroni, Maria Agripina, João da Mata, Elena Vendroscolo, Maria Sonea Domingos;
Trilha sonora original: Gian Markes;
> Edição de imagem e cor: Rafael Viriato;
Microfonista: 4real.wav;
Assistente de produção executiva: Lucas Moura e Guinha Serrou;
Assistente de produção e captação: Robertson Vieira;
Assistente de produção: Carlos Soares;
Assistente de arte: Angela Gabrieli;
2º assistente de direção: Eduardo Henrique;
2ª assistente de fotografia: Lavinia Ribeiro;
Assessoria de imprensa: Lucas Arruda e Aline Lira.

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