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Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta terça-feira, 2 de julho de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

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CAIO FERNANDO ABREU ESCRITOR BRASILEIRO Nada em mim foi covarde, nem mesmo as desistências:  desistir, ainda que não pareça,  foi meu grande gesto de coragem”.
 

FELPUDA

O tempo passa, o tempo voa e tem gente ainda acreditando que a população tem memória curta. Dirigente de partido está criticando administradores passados, afirmando que Campo Grande está atrasada  há alguns anos. Basta lembrar, porém, que ele foi quem impediu, pelo menos nos últimos quatro anos,  que sua legenda lançasse candidaturas para disputar  a cobiçada cadeira do Paço Municipal  e apostou suas fichas em ex-adversário que foi o vencedor. Crocodilo deve estar com inveja das lágrimas...
 

A caminho


A Porsche bateu o martelo  e Campo Grande terá sua primeira concessionária  da marca alemã.  Há quatro empresas no páreo, sendo três que já atuam no ramo  de revendas de veículos em MS.
 

Mais


Também participa o grupo Euro Bike, de São Paulo (SP).  Empresa daqui do Estado  foi desclassificada na seleção, porque “não tem perfil”.  A caução da revenda soma  a bagatela de R$ 90 milhões.

Imagem reprodução

 

No dia 8, será lançada a coleção Disney x Balmain: The Lion King, em comemoração ao 30º aniversário do clássico vencedor  do Oscar do Walt Disney Animation Studios, “O Rei Leão”, e do próximo lançamento nos cinemas: “Mufasa: O Rei Leão”, em dezembro.  O diretor criativo da Balmain, Oliver Rousteing, e sua equipe criaram uma coleção em edição limitada, com peças femininas e masculinas  – roupas e acessórios. Os looks baseiam-se diretamente  na aclamada narrativa da Disney, bem como nos temas poderosos  e no elenco de personagens que caracterizam “O Rei Leão”.  Essa coleção marca a primeira colaboração entre a empresa  de entretenimento e a histórica maison francesa.

 Therezinha de Alencar Selem e Jorge Selem

 

 Laura Kubrusly
 

Pontos

Há quem afirme que uma  das conversas para que ocorresse  a aliança dos tucanos com  o Partido Liberal não teria sido apenas o oferecimento da vaga  de vice à legenda do ex-presidente Bolsonaro na chapa encabeçada pelo pré-candidato tucano  Beto Pereira. Nas conversações  em Brasília, um dos pontos que teria sido tratado seria a filiação  do governador Riedel ao PL,  o que facilitaria o acordo para dificultar a tentativa de reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP).


Trunfo

Mas a prefeita Adriane não deverá recuar de suas pretensões  à reeleição, conforme vem sendo disseminado por seus adversários, em uma jogada para tentar enfraquecê-la, especulando  o afastamento do PL de sua  pré-candidatura – no caso,  leia-se Jair Bolsonaro.  Dizem que a prefeita tem um trunfo:  sua ajuda foi fundamental  na eleição de Eduardo Riedel, quando da disputa no segundo turno. Ela mostrou potencial político em Campo Grande.


Pulando fora


Ainda como efeito de uma possível aliança PSDB-PL  seria, segundo os bastidores, a debandada de muitos filiados, em sinal de protesto contra essa articulação, que teria sido  de conhecimento de poucos.  O caminho dos “últimos  a saberem” seriam partidos com linha programática mais conservadora, quando concentrariam suas forças  para ganhar o maior número  de cadeiras na Câmara  Municipal de Campo Grande.

 

Aniversariantes

Dr. Radi Jafar, 
Dra. Carolina Albuquerque Arroyo, 
Zoroastro Coutinho Neto, 
Wilmara (Mara) Rios, 
Sidney Campos Dolácio, 
Aketi Nagaya, 
Walfrido Rodrigues, 
Shalimar Martins 
Vasconcelos Filiu, 
Elvio Egidio Moro, 
Carlos Alexandre de Oliveira Pinto, 
Stefano Facchin, 
Roberto de Oliveira Silva Júnior (Beto), 
Isabel de Souza Brito e Silva, 
Joelma da Silva Coelho, 
Ronald Ramires Silva, 
Luiz Serafim Dias, 
Edemir Fernandes, 
Paulo Rodrigues Ferreira, 
Juarez Martins dos Anjos, 
Ineida Keiko Simabuco, 
Naiara Nogueira, 
Edimilson Alves de Sales,
Leonardo Chaves Jallad,  
Dra. Luciana de Matos Sobreira, 
Sandra Regina Anache, 
Lucimar Oliveira Guardiano, 
Walter Lambert, 
Benedito Teixeira Filho, 
Ana Luisa Martins de Barros Garcia, 
Tatiane da Silva Freitas, 
Vivita Gomes Martins, 
Alyne Mara da Silva, 
Oto Pau Ferro, Antonio Marcos de Oliveira Garcia, 
Bernardino Veron, 
Mara Lopes da Silva, 
Ary Alves Monteiro, 
Dr. Geraldo Marcos Faria, 
Terezinha Battaglin Brum, 
Palmira Oliveira, 
Reginaldo Correa da Silva, 
Waleska Jovê Cesar, 
Elder Cezário dos Santos, 
Moacir Marques Rosa, 
Renata Tartaglia Bassani,  
Ricardo Chedid, 
Gledis Maria Cruz Garabini, 
José Gabriel Duarte Gonzalez, 
Ney Sant’Ana de Carvalho, 
Maisa Mendes de Moraes, 
André Luiz Salgado Sá Maia, 
Eugênia Francisca de Carvalho, 
Silvia Helena Inocêncio, 
Tiago Macedo dos Santos, 
Ociel Hansen dos Santos, 
Maria Alice Menezes da Silva, 
Eurico Mariano de Souza Lemes, 
José Maria Ribeiro, 
Marcos Medeiros Teixeira, 
Gina Lúcia da Silva, 
Dr. André Puccinelli,  
Lucila Pedroza, 
Daniela Dall Bello Rondão, 
Tânia Rocha, Renato Pedreira, 
Gertrudes Araújo, 
Altevir Caborda, 
Luiz Picoli, 
Ana Flávia Fogolin Domingos, 
Carlos Felix Bezerra, 
Osmar de Lima Cordeiro, 
Maria de Lourdes Sollet Carminat Barcelos, 
Aral de Jesus Cardoso,
Ricardo Nicacio Arguello, 
Dermeval de Lima Ferreira Filho,
 Maria Stela Hernandes Alegria, 
Andréia Fabrício Machado Franco, 
Mônica Leite Bucker, 
João Marcelo Nepomuceno, 
Tânia Cristiane Volpe, 
Juliano Aparecido Ferreira, 
Maria Aparecida Alves de Oliveira, 
Ederley Francisco, Orlando Prosper Fialho Taveira, 
Francisco Rodrigues de Araujo, 
Ivanete Rodrigues Mota, 
Enaide Silveira Nantes, 
Francisco Neo de Carvalho Neto,
Reginaldo Oshiro, 
Dr. Paulo Roberto Silveira Pagliarelli, 
Ely Silva de Oliveira Semmelroth, 
Joisi Teresinha Paulo dos Santos, 
Maria Lúcia Teixeira Nunes, 
Guilherme Rhaian Passos Amaral, 
Gleidy Guimarães Godinho Rafael,
 Raquel Reis Marques Tolentino,
 Pedro César Guimarães, 
Gabriel Pelissari de Rodrigues, 
Jucélia Froes Bessa, 
Christianne Maria Dias Fonseca,
 Rogério Antonio Vidotte, 
Micheli Rodrigues dos Santos, 
Camilla Prósper Arce, 
Ivan Antonio Volpe, 
Mauro Barbosa de Oliveira, 
Viviane Zuffo Vargas, 
Eliane Gomes Souza, 
Tatiana Nantes Lemes.

Correio B

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes...Leia na coluna de hoje

Confira a coluna Diálogo desta quinta-feira (06/03)

06/03/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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LUIS FERNANDO VERÍSSIMO ESCRITOR BRASILEIRO
"Tem muita gente honesta neste País. 
Só não se identificam para não ficar 
de fora se aparecer um bom negócio”.

FELPUDA

Há quem garanta que não demorará muito para dois políticos que são parentes bem próximos colocarem luvas de boxe para embate em conhecido ringue. É que um deles vem posando de oposição, enquanto o outro é “chegado” de cabeça coroada. Na prática, dizem, um vai bater e o outro defenderá. Os dois já estiveram no mesmo partido, mas recentemente deixaram de andar de mãos dadas e foram caminhar politicamente separados. Um deles largou o certo pelo incerto e se deu muito mal. Já o outro tem dançado conforme a música. É esperar para ver.

Em alta

A Companhia Nacional de Abastecimento divulgou Boletim Logístico, mostrando que o avanço da colheitade soja tem influenciado os preços praticados no mercado de serviços de transporte de grãos nas rotas pesquisadas, como em MS.

Mais

A perspectiva de produção recorde para a oleaginosa, estimada em 166 milhões 
de toneladas, tende a gerar pressão na oferta de caminhões, o que influencia na alta nos serviços de frete.

DiálogoCorah Medeiros
DiálogoCláudio Castro e Rafael Picciani - Corcovado - Foto Lucas Teixeira - Rio Open 4090

 

Diálogo

Após 13 anos no esporte, a atleta Camille Giovanini (foto) parte para uma nova etapa na vida: a carreira como artista do Cirque du Soleil. No começo deste ano, a jovem de 19 anos foi para Montreal, no Canadá, iniciando um período de treinamentos. Aprovada em um processo seletivo muito disputado, ela foi escolhida para integrar a companhia multinacional. “A primeira etapa está sendo de muito treino e preparação. Eles me chamaram para a equipe do espetáculo ‘Russian Swing’, que é um número bem radical composto só de mulheres. Depois de toda a preparação vou adiante para os shows. É isso! O que eles pedirem estarei fazendo”, assegurou. 

Na mira

A tentativa da criação de CPI para investigar o Consórcio Guaicurus, e o pedido de impeachment da prefeita Adriane Lopes são os dois assuntos polêmicos que dominarão as discussões na área política de Campo Grande, neste pós-carnaval. Em ambos os casos, há quem não aposte nem “um dólar furado” de que vão prosperar, por uma série de fatores. Essas questões deixaram claro que a prefeita terá que estar preparada contra as ofensivas, que deverão ocorrer de forma constante.

Alerta

A invasão de hackers, no dia 2, ao sistema do Departamento de Tributação e Contabilidade da Prefeitura de Ivinhema serve de alerta para que outros municípios redobrem a segurança. Essa ação, conforme aquela prefeitura, pode ter resultado na obtenção pelos invasores cibernéticos de dados das pessoas, como nome, CPF, RG, endereço, telefone, data de nascimento e estado civil. As autoridades policiais foram comunicadas.

Bola da vez

Na briga pelo poder, a União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) é a bola da vez.  Integrantes do Legislativo municipal de Campo Grande estão fazendo articulações, buscando até a Justiça,  com vistas a conquistar  o comando da entidade, que há décadas tem a frente o vereador Jeovani Vieira dos Santos, de Jateí, e que poderá ter como concorrente o seu colega da Capital, Junior Coringa.

ANIVERSARIANTES

  • Adriana Paula Cândido,
  • Eduardo de Melo Spengler, 
  • Dra. Maria Auxiliadora Budib,
  • Sérgio Silva Muritiba,
  • Alessandra Patrícia Pandolfo Simon, Christiane Buainain Gonçalves,
  • Ademir Garcia dos Reis,
  • Benilo Allegretti,
  • Leida Aguero Reis,
  • Pedro Paulo Feronato,
  • Rodiney de Pinho Barbosa,
  • Valdeir de Oliveira,
  • Bento Lebre dos Santos,
  • Donizete Ribeiro de Magalhaes,
  • Maria Alves de Almeida,
  • Sandra Maria Silveria Denadai,
  • Antonio Silvio de Souza,
  • Benedicto Moreira,
  • Maria Aparecida de Oliveira,
  • Katia Tavares,
  • José Carlos Tavares do Couto Filho, 
  • Joao Reston Elias,
  • Edyna Araújo de Almeida,
  • Dr. André Augusto Wanderley Tobaru, 
  • Débora Rondon, 
  • Márcia Tateishi Yamauchi,
  • Dr. Redel Furtado Neres,
  • Dr. Marcos Tadeu Winche Andrade, Jaime Selle, 
  • Oscar Quiroga, 
  • João Adecio Alves,
  • José Narciso Escobar,
  • Marcos Antonio Soares,
  • Andréa Saab Baroli,
  • Nailo Garces da Costa,
  • Marcilio Gianerini Freire,
  • Elizabete Alves da Silva,
  • James Rudy Silveira,
  • Lidio Moraes,
  • Denise Tibal Vasconcelos Dias,
  • Andressa Rafaela de Souza,
  • Sérgio Roberto Mendes, 
  • Elida Brito de Alencar,
  • Joana Inês Bitencourt,
  • Júlio Sérgio Vargas Fernandes,
  • Magda Guimarães Falcão Alves Zamboni Freitas, 
  • Dra. Leonir Wiechert Nogueira Barros, 
  • Deodato Dortas Rodrigues Neto,
  • Fabrizia Ferreira Machado,
  • Júlio Cesar Carvalho,
  • Ivandro Correia Silveira,
  • Dayanny Bento Silva,
  • Kelly Cristina Garcia,
  • Angela Maria Ranconi,
  • Fernanda Marques Yafusso,
  • Milton Martinho,
  • Fernando Lamers, 
  • Antônio João Grande de Melo,
  • Marcelino Rodrigues de Souza,
  • João de Freitas Pinto, 
  • Washington Luiz Castro Júnior, 
  • Bernadete Abrão, 
  • Ivan Mendonça Arruda, 
  • Juailson Canhete da Costa, 
  • Maria de Almeida Metello de Assis, 
  • Cláudio Nakazato,
  • José Luiz Saad Coppola, 
  • Kelly Haruko Kaneki, 
  • Edmar José Panassolo,
  • Carlos Alberto Garcete de Almeida,
  • Diones Figueiredo Franklin Canela, Rener Cruvinel Borges,
  • Kenya Silveira Lopes, 
  • Mara Gimenez Pereira da Silva,
  • Karla Lorena Griesbach Nantes, 
  • Ruth Corrêa de Lima Carvalho,
  • Francisco de Paula Ribeiro Júnior,
  • Ana Keller dos Santos Aleyne, 
  • Luiz Carlos Mandu da Silva,
  • Marcelo Cesar de Oliveira, 
  • Hosana Gonçalves Moraes,
  • José Massayoshi Simabucuro,
  • Roberta Soto Maggioni,
  • João Paulo Tomás,
  • Ana Paula Seles Paco dos Santos,
  • Ozair Kerr, 
  • Emerson Tiogo da Silva,
  • Walderez e Silva de Farias,
  • Jorge Alberto Pizzaro de Menezes,
  • Dênis Peixoto Ferrão Filho,
  • Thaís Iguma, 
  • Higo dos Santos Ferre,
  • Renata Espíndola Virgilio,
  • Vânia Mara Basílio Garabini,
  • Tamara Guimarães da Costa,
  • Edinete Lira Torres Castello,
  • Jean Cleiton Santi,
  • Zenildo de Oliveira,
  • Carlito de Oliveira Boza, 
  • Ademar Gonçalves Machado, 
  • Fabia Elaine de Carvalho Lopes, 
  • Giselly Pitinari Cordeiro, 
  • Marisol Marim Alves de Oliveira,
  • Maria Luiza Businaro, 
  • Patricia Lantieri Correa de Barros, 
  • Christiane Barnard Pereira Utima,
  • Zilma Marques de Bernardo Castro e Silva,
  • Emerson Pereira de Miranda.

 COLABOROU TATYANE GAMEIRO

CULTURA & FOLIA

Conheça a relação do historiador Edson Contar com o Carnaval de Campo Grande

Pioneiro na organização do desfile carnavalesco de Campo Grande, o historiador, jornalista e compositor Edson Contar é uma figura essencial para se entender como a festa tomou conta da cidade e ganhou a dimensão que tem hoje

05/03/2025 10h00

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande

O compositor, cronista, turismólogo e, sobretudo, carnavalesco Edson Contar, no traço do cartunista Éder Flávio: alma do Carnaval de Campo Grande Foto: Flávio Eder

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“Minha carne é de Carnaval/meu coração é igual [...] onde quer que/eu ande em qualquer pedaço/eu faço/um campo grande/um campo grande”.

A canção de 1972 do Novos Baianos (“Swing de Campo Grande”), embora celebre a alegria dos integrantes do grupo de pular Carnaval em uma das praças mais conhecidas de Salvador, na Bahia, cai como uma luva no estado de ânimo que a festa provoca em Edson Contar.

Figura essencial para o que a festa da Campo Grande sul-mato-grossense se tornou, pelo menos, nos últimos 50 anos, o historiador, jornalista, compositor, turismólogo e, sobretudo, folião Edson Contar, que, inclusive, atuou no Correio do Estado, traz a história do samba, das escolas e dos desfiles da Capital na ponta da língua. Em muitos dos episódios que conta, mais do que testemunha, é ele um dos protagonistas, se não “o” protagonista da situação.

Seu Edson domina o assunto, e quem já bateu um papo com ele sabe o quanto é bom de prosa.

“Quanto a essa quarta [Quarta-Feira de Cinzas], nem eu entendi isso de cair logo após o Carnaval”, brinca, soltando uma risada, ao saber o dia em que seria publicada essa reportagem. O artista da folia segue dizendo que “o Carnaval ainda é uma festa do povo”, para relembrar, em seguida, dos carnavais “de antigamente”, recuperando o nome de Goinha como o responsável pela multiplicação das escolas, na década de 1960, a partir da criação da Acadêmicos do Samba.

PATRIARCA

“Mesmo que as escolas de samba não tenham espaço para tanta gente, os blocos e cordões supriram e deram chance de participação para os que gostam da folia”, reflete o veterano, cujo sangue carnavalesco transmitido ao filho, o também historiador Jefferson Contar, rendeu como fruto o Cordão Valu, que, por sua vez, desde 2007, quando desfilou pela primeira vez, acabou se tornando celeiro de outros blocos que surgiram, como o Capivara Blasé e o Vai Quem Vem.

É que Jefferson, ao lado de sua esposa, Silvana Valu, mais uma historiadora na resenha de hoje, foi quem criou o Valu, o que faz do patriarca uma espécie de “alfa e ômega” do Carnaval campo-grandense. À frente da Secretaria de Turismo da Capital, Seu Edson não mediu esforços para trazer mais profissionalismo à celebração e decidiu, em um esforço conjunto com as escolas, investir na organização, oficializando o desfile.

As alas passaram a ser identificadas e todo um ordenamento de entrada na passarela foi estabelecido, a partir de um regulamento que procurava seguir os ditames do Carnaval carioca – a festança do Rio de Janeiro é uma das paixões confessas do compositor.

A bateria ganhou um “tchan”, a confecção das fantasias passou a ser mais requintada, assim como a definição dos temas e a criação dos sambas-enredo também deram um salto de criatividade. A ala das baianas, a comissão de frente e tudo o mais ganhou outros cuidados.

IGREJINHA

Nada, porém, foi tão fácil quanto pode parecer olhando de longe. Uma das dificuldades era, justamente, encontrar quem compusesse os sambas-enredo. E, na falta de compositores, Edson assumiu a criação do samba de cinco escolas. Aos poucos, foram aparecendo outros bambas bons de verso, como Onésimo Filho, que, no ano seguinte, assinou o samba-enredo da Vila Carvalho.

Apesar do coração grande, onde cabem todas as agremiações, Seu Edson não esconde que as coronárias pulsam com mais força quando o assunto é a Igrejinha, para a qual compôs vários dos enredos que levaram a escola, fundada em 12 de maio de 1975, a ser campeã por 24 vezes.

“E assim fiz história cá na cidade que meu bisavô [José Antônio Pereira] fundou. Quesitos, que não existiam, as escolas tiveram que adaptar. Mas o entrave seriam os sambas-enredo”, relembra o carnavalesco e cronista, que em 2016 foi tema da Vermelha e Branca.

“Ainda não atraía compositores de então, e lá fui eu compor para as cinco ou seis escolas de samba da época. No segundo ano, bem-vindo o querido Onésimo Filho, que assumiu o samba da Vila Carvalho. Em seguida, o grande Cambará traz o balanço corumbaense para a Em Cima da Hora... (Meus respeitos e saudades, mestres!)”, escreve Seu Edson em uma crônica publicada recentemente em seu perfil no Facebook.

“E eu segui fazendo o enredo para a Igrejinha, na qual fui campeão por 12 anos, com letra e música dos enredos, ficando um deles como hino da escola: ‘Maria Fumaça – Um Símbolo e Seus Heróis’, que conta a chegada da estrada de ferro por aqui, em 1914. A maioria dos meus sambas foram puxados pelo amigo Edir Valu, que viria a ser sogro do meu filho mais novo [Jefferson]”, diz o mestre, que também é autor do clássico “Ave Maria Pantaneira”.

SEM MODÉSTIA

Ele conta que também “fez” dois campeonatos pela Unidos do Cruzeiro.

“Salve, salve, querido irmão amigo Renato Picolé, saudoso sambista que também fez história nos carnavais”, exalta o carnavalesco, na conversa por telefone.

Ele passou o Carnaval em Piraputanga, onde se recupera de um resfriado. Deve estar de volta a Campo Grande hoje.

“Tenho orgulho, sim. Modéstia não cabe quando a gente pode contar de cabeça erguida uma história de vida que milhares conhecem por aqui. Fui enredo da Igrejinha quando parei com as composições. O palco da escola tem meu nome. Recebi o troféu Cidadão Samba das mãos da famosa Leci Brandão”, conta Seu Edson, atualmente com 85 anos – “cara de 58”, brinca ele – e lidando com problemas de saúde em decorrência de décadas de baforadas nos “malditos” cigarros.

“Tenho em minha galeria dezenas de troféus, que, somados ao do turismo, que leva meu nome, em mais uma homenagem em vida que me presta a ABBTUR [Associação Brasileira de Turismólogos e Profissionais do Turismo], me fazem um homem realizado e hoje conformado. Se já não tenho pernas para sambar, resta-me olhar de longe o Cordão Valu passar, e nele um pedaço de mim, pois foi meu filho e sua esposa que fundaram essa agremiação, que hoje é o top do Carnaval em Campo Grande”, emociona-se.

“TORÇO POR TODAS”

“E no dia das escolas, além da minha Igrejinha, torço por todas, pois em cada uma tive um irmão de samba e amigo da vida. Valeu, Dudu, Chipe, Edno, Goinha, Carlão, Zé Carlos, Alceu Adão, Salvador Dodero, Picolé e os meninos da Estação Primeira. Tudo passou , mas ficam as lembranças”, relata Seu Edson, arrematando a conversa com mais uma declaração de amor ao Carnaval de Campo Grande. Ou, melhor dizendo, à sintonia que a vibração carnavalesca pode despertar.

“Ser comparado como primo pobre de Corumbá é coisa do passado. Basta ver a riqueza de nossas escolas e a animação dos blocos. Cada um tem suas características, mas é verdade que os corumbaenses muito contribuíram para o crescimento dos nossos carnavais. Há uma perfeita harmonia entre nossas agremiações e as de lá. E até casos de foliões que desfilam aqui e lá no outro dia”, ameniza Seu Edson. “Tá” falado, mestre.

Eram Outros Carnavais
(Edson Contar)

Fui menino de cordão
Pierrô de colombinas 
Rapazinho, dos danados,
Sem descanso pras meninas...

Já feito, peguei caminho
Ver de perto o carnaval
Fiz do Rio o meu ninho
Tempos de paz e carinhos
De alegria sem igual...

Animado e decidido
Passei por bandas de então:
Ipanema, Miguel Lemos,
Copacabana, Bola Preta,
E no Copa o salão.

Voltei pra casa formado,
(Malandro no sentido figurado)
Assumi cargo importante
Que incluía a folia ...
E era tudo o que eu queria,
Trazer a lei pro meu chão...
Pois aqui organizaria
Com regras e novo formato
Os desfiles de então.

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