Correio B

DIÁLOGO

Confira a coluna Diálogo na íntegra, deste sábado e domingo, 31 e 01 de agosto/setembro de 2024

Por Ester Figueiredo (dialogo@correiodoestado.com.br)

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Sylvia Cesco poeta de ms

"Minha alma é feita de rendas esgarçadas,
não são de seda, nem de algodão.
Mas não há nada que as rebente ou lhes dê nó".

FELPUDA

Candidato a vereador de cidade do interior de MS distribuiu vídeo em suas redes sociais em que aparece tecendo loas ao nome indicado pelo seu partido para a disputa da prefeitura e anuncia sua agenda das caminhadas pelos bairros com seus cabos eleitorais. No momento em que estava dizendo seu nome e o número para ser teclado nas urnas, buzinaço de seus empolgados correligionários torna inaudível o que está falando. A continuar assim...

Neste sábado, às 16h, no Parque das Nações Indígenas, acontecerá a 1ª Caminhada Todos por Elas: Um Movimento pelo Fim do Feminicídio. A concentração para a caminhada terá início na Concha Acústica Helena Meirelles, de onde os participantes seguirão por um trajeto de 1 km ao redor do lago do parque, retornando ao local de partida. O evento contará com logística bem estruturada, incluindo a distribuição de água, serviços médicos, segurança e animação, e é uma realização conjunta do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Poder Executivo de Mato Grosso do Sul. A desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, responsável pela Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJMS, é a idealizadora da Campanha #TodosporElas.

Gleice Amado e Deise Alves Monteiro
Carolina Galindo - Creditos  Nicolas Calligaro

Devagar

Enquanto algumas assessorias estão divulgando até "o respirar" de candidatos a prefeito de Campo Grande, outras se assemelham a carro que precisa pegar no tranco. A continuar assim, será como teco-teco competindo com airbus.

Paternidade

A terceira edição do projeto Meu Pai Tem Nome foi realizada pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, por iniciativa do Conselho Nacional de Defensoras e Defensores Públicos-Gerais, acontecendo simultaneamente em todo o País. Em MS, ocorreram em 13 comarcas. Na Capital, somaram 41 atendimentos e 13 exames de DNA, totalizando 92 pessoas que receberam orientação e 17 que solicitaram procedimentos de compatibilidade sanguínea.

Evidente

Diante da crescente onda de execuções em Campo Grande com envolvimento de facções, morador das antigas afirmou que, "por anos, dourou-se a pílula", pois estava evidente que isso aconteceria. Justificou pelo fato de MS fazer fronteiras com dois países envolvidos com plantio de maconha e tráfico de cocaína. E disse: "Por aqui, antes, bandido anoitecia, mas não amanhecia".

Aniversariantes

SÁBADO (31)

  • Paulo Roberto Freire Palhano,
  • Silvana Maria Marchini Coelho,
  • Otavio Pazin,
  • Dila Sampaio,
  • Lindalva David Costa,
  • Maysa Lilian de Paula,
  • Davi Gonçalves Costa,
  • Maria Aparecida Pereira Maia,
  • Sérgio Fernando da Costa Lopes,
  • Vécio de Oliveira Brito,
  • Tiago Ferreira de Castro,
  • Siyoji Yamamoto,
  • Sara Dacron Ferreira,
  • Custódio Atanásio da Silva,
  • Siley de Souza Ferreira Silva,
  • João Custodio Braga,
  • Ângela Bernardes da Silva,
  • Luciano Ferreira,
  • Joselina Soza Gouveia,
  • Cristiane Gonçalves Pimentel,
  • André Luiz Gutierrez,
  • Ailton Ramos Lima,
  • Roberto Camillo,
  • Semia Raslan Pettengill,
  • Maurício Gomes de Arruda,
  • Dra. Bianca Maria Gasparini,
  • Kayque Rodrigues Leandro da Silva,
  • Dr. Valdir Donizete Galvão Torres,
  • Aparecido Rojo Duarte,
  • Sérgio Henrique Cance,
  • Francisco Luiz Rodrigues Cirilo,
  • Alda Fernandes Pulchério,
  • Francisco Modesto Sobrinho,
  • Fernando de Carvalho Santos,
  • Reinaldo Yoshiro Mizobata,
  • Rosa Mônica Lopes Moura,
  • Walmir Tornaciole de Matos,
  • Glória Maria de Castro,
  • Luiz Carlos Antunes,
  • Sidney Ramão Massuda,
  • Vera Cristina Bacchi,
  • Jorge André Caetano,
  • Vera Cristina Galvão,
  • Yolanda Tereza de Freitas,
  • Patrícia Gutierres de Moraes,
  • Fernando Jeffery,
  • Luiz Antônio de Queiroz,
  • Alceu Menezes Jordão,
  • Arnaldo Serafim,
  • Eva Maria Fontoura Corrêa,
  • Elizabeth Cristina Bobato,
  • Glória Maria Moreira Lima,
  • Dr. Raimundo Girelli,
  • João Nobuko Eguchi Minami,
  • Adriane Pires Batiston,
  • Ramon Hector Calderon,
  • Elde de Mattos Fukushima,
  • Leandra Marla Oshiro,
  • José Emílio Bianchini,
  • Ana Karina Garcia Javarez
  • de Araújo,
  • Norberto Oguro,
  • Wilma Martins Vidal Migotto,
  • Dirceu Paulo Bigaton,
  • Diego Bonilha Schlatter,
  • Therezinha Mercante Zucarelli,
  • Cláudia Yukimi Sano Iwata,
  • Ana Cristina Oliveira Bitencourt,
  • Camila Cazarotto Mateus,
  • Niwton Lopes Cirqueira,
  • Anibal Apostolo de Oliveira,
  • Eliana Sandra da Silva,
  • Carla Cristina Souza,
  • Luiza Lima Lopes,
  • João Henrique Santos,
  • Raissa Guerreiro Caetano, Elaine Cristina de Lima Schwind,
  • Henrique Fernando Carmona Cogo,
  • Simone Gassen Tonini.

DOMINGO (1º)

  • Dr. Gervásio Alves
  • de Oliveira Júnior,
  • Cláudia Bossay
  • Assumpção Fassa,
  • Jean Saliba,
  • William Henrique Machado,
  • Cláudio Takeshi Iguma,
  • Arlindo Nardini,
  • Rodrigo Juliace de Araújo,
  • Maria do Socorro Alves Cardoso,
  • Edson Inacio Guarnieri,
  • Julio Kenko Shimabukuro,
  • Laerte Gomes da Silva,
  • Rosângela Teixeira
  • dos Santos Couto,
  • Maria Lucia Alves Melli,
  • Ricardo Landi,
  • Nilson Paulo Fontana Cordeiro,
  • Araldo Caimar Rocha,
  • Cláudio Sérgio Guasso,
  • Priscila Elisa Siqueira Gianini,
  • Paulo Sérgio Gondim,
  • Egídio Vilani Comin,
  • Wellington Oshiro,
  • Orestes Ferreira dos Santos,
  • Ana Carolina de Paula,
  • Sidney Guerreiro,
  • Mariana Baís Mujica,
  • Dr. Luiz César (Luizito) Anzoategui,
  • Dr. André Luiz de Souza Grava,
  • Eduardo Nogueira Salazar,
  • Marcos Akamine,
  • Dra. Rosania Maria Basegio,
  • Maria Aparecida Satiro
  • da Silveira,
  • Dirceu Bettoni,
  • Alírio José Bacca,
  • Filipi Trevisan Simões,
  • Gelson Salino de Souza,
  • Maria Aparecida de Paiva,
  • Rogerio Cardoso,
  • Waldecir Monterio da Silva,
  • Sueli do Nascimento Silva,
  • Ana Carla Massuda de Góes,
  • Gilmar Pereira Bejarano,
  • Miltro Chaves Corrêa,
  • Marinete Martins Guevara
  • de Farias,
  • Bruna Albuquerque Setti,
  • Neudo Ribeiro Campos,
  • Allan Rupp Filho,
  • Thereza Miyeko Nakao Shimizu,
  • Patricia Mansano,
  • Manoel Frederico Cortez,
  • Neido Castilho Filho,
  • Gilson Molina Filartiga,
  • Dr. Hussem Khalil Fares,
  • Lilian Roberta Hormung Cardoso de Melo,
  • Roberto Tomi,
  • Bruno Gavioli do Nascimento,
  • Renata Gonçalves Pimentel, Dr. Paulo André Costa Novaes,
  • Gladia Rodrigues Cabel,
  • Isabel Nunes da Cunha,
  • Julimar Faria Santiago,
  • Frederique Leite Penteado,
  • Célia Vaz de Campos Trindade,
  • Janete Nagles Faker,
  • Cícero Ferro,
  • Dr. Márcio Resende Archanjo,
  • Rogério Rodrigues Figueiredo,
  • Paulo Sérgio Franco
  • do Amaral,
  • Ana Maria da Cunha Ayub,
  • Angélica Nunes Dourado,
  • Gilvan Antonio Perin,
  • Gladis Maria Pelisari,
  • Agnes Keppke,
  • Adriana de Matos Monteiro Martins.

colaborou tatyane gameiro

CAMPO GRANDE

Associação promove corrida e caminhada para conscientizar sobre o autismo; saiba como se inscrever

3ª. Corrida e Caminhada da AMA será realizada no domingo, em comemoração do Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

01/04/2025 16h15

Foto: Divulgação

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Nesta quarta-feira se comemora o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo; a data foi instituída pela ONU em 2007 para estimular o conhecimento sobre o assunto e é levantando essa bandeira que a Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande (AMA) convida a população da capital para participar da 3ª. Corrida e Caminhada da AMA no próximo domingo

“O Transtorno do Espectro Autismo (TEA) não é uma doença, é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório de interesses restritos que não têm cura.”

Quem informa é a assistente social Divina Oruê, que atua na Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande (AMA) e, ao lado de André Luiz de Oliveira, professor da instituição, é responsável pela organização da 3ª. Corrida e Caminhada da AMA, a ser realizada no próximo domingo, a partir das 6h30 da manhã, no estacionamento da Assembleia Legislativa (Parque dos Poderes), com início da prova às 7 horas.

EMPATIA E RESPEITO

A corrida é o principal evento realizado pela entidade para marcar o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado nesta quarta-feira, 02 de abril, e instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007 com o objetivo de estimular o conhecimento sobre o TEA, bem como a importância do diagnóstico precoce e do tratamento.

O tema escolhido pela ONU para mobilizar a população global em torno do assunto - “Informação gera empatia, empatia gera respeito” - reveste ainda de mais importância o depoimento acima da assistente social e a realização da corrida.

“O foco principal é a divulgação sobre o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, para diminuir o preconceito e abranger o conhecimento da população. Todo recurso arrecadado será destinado para manutenção da instituição”, afirma Divina, comentando a corrida, que deve reunir - entre atletas mais experimentados e a população em geral, incluindo autistas e seus familiares - em torno de 1.500 participantes. 

“A iniciativa da corrida surgiu da necessidade de criar um evento que fosse capaz de chamar a atenção para a causa do autismo, promovendo conscientização e inclusão. A ideia inicial era fazer algo diferente e impactante que alcançasse esse objetivo, visando o mês em que se comemora o Dia Mundial sobre a Conscientização do Autismo. Foi um desafio bastante grande os detalhes logísticos, a escolha do local, a definição do percurso, a organização da infraestrutura e a parceria dos serviços”, conta Divina.

As inscrições se encerram amanhã e podem ser realizadas pelo site https://www.kmaisclube.com.br/ ou pelo número 67 99267-4088, com valores de R$ 60 (doadores e 60+), R$ 80 (caminhada 3km) e R$ 100 (corrida 5km e 10km) para o terceiro lote.

São 11 categorias por idade entre 16 e 69 anos, além da categoria para participantes a partir dos 70 anos. A retirada dos kits, no próximo sábado, poderá ser feita das 9h às 17h na sede da AMA - Av. Bandeirantes, 215, bairro Amambai.

Os kits incluem camiseta, número de peito e chip individual para acompanhamento da performance, além de brindes.

“As inscrições foram abertas em dezembro e a equipe trabalhou bastante para promover a corrida e atrair participantes. A cada ano, a corrida tem alcançado sucesso, com um aumento no número de inscrições. Isso demonstra que a iniciativa está alcançando seu objetivo de promover conscientização e inclusão sobre o autismo”, avalia a assistente social.

A AMA

A Associação de Pais e Amigos do Autista de Campo Grande foi fundada em 1990 por um grupo de acadêmicos de Psicologia da FUCMAT e, após dois anos de estudos, foi apresentada à sociedade campo-grandense, no I Encontro Sul-Mato-Grossense de Autismo.

“A AMA oferece um espaço preparado e minuciosamente adaptado às necessidades do nosso público, o que colabora para a qualidade do atendimento prestado a todos”, apresenta Divina, que lista a série as várias frentes de atuação da entidade.

“Saúde, educação e assistência social, atendendo crianças, adolescentes, adultos e os seus familiares, e oferecendo às pessoas com autismo, atendimentos diferenciados: atendimento educacional especializado (AEE), educação física, dentista, nutricionista, psicologia, musicoterapia, fonoaudiologia, capoeira, oficinas de artes, teatro, mídias sociais e os grupos onde todos as pessoas com TEA podem participar e desenvolver suas habilidades e talentos.”

No total, a AMA atende regularmente 166 pessoas com autismo e seus familiares, contando para isso com uma equipe de 33 profissionais - entre médicos, professores, pessoal do administrativo, cozinha e serviços gerais.

O objetivo é “de promover e articular ações de defesa de direitos e prevenção, orientações, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria de qualidade de vida da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, e à construção de uma sociedade justa e solidária”, segundo a colaboradora da AMA.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Divina destaca o papel que as políticas públicas têm desempenhado no segmento. “A AMA reconhece os avanços significativos nas políticas públicas destinadas às pessoas com TEA em Campo Grande e no Mato Grosso do Sul. Iniciativas recentes refletem um compromisso crescente com a inclusão e o bem-estar dessa população”, afirma.

“Em 2024, por exemplo, Campo Grande se destacou ao anunciar a implementação de espaços sensoriais nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) dos bairros Coronel Antonino e Universitário. Esses ambientes foram projetados para oferecer um atendimento mais humanizado às pessoas com TEA, reduzindo estímulos sensoriais e proporcionando maior conforto durante o atendimento de urgência e emergência”, argumenta Divina.

Para fazer doações em dinheiro para a AMA: Caixa Econômica Federal, Ag: 1108, Conta Poupança: 52326-9, Operação: 013; ou por PIX: 26.824.425/0001-09.

Sinais comuns na criança com autismo

  • Brinca ou usa o brinquedo de forma incomum;
  • Choro ou risadas inapropriadas;
  • Dificuldade com a mudança de rotina;
  • Apego a objetos inusitados;
  • Hiperatividade;
  • Dificuldade em relacionar com pares da mesma idade;
  • Ausência da fala ou fala ecolálica;
  • Sensibilidade a alguns sons;
  • Ausência de consciência do perigo;
  • Baixa tolerância à frustração

MÚSICA REGIONAL

Márcio de Camillo canta músicas de Geraldo Rocca em seu novo trabalho

Os dois me levam de volta ao Litoral Central, definição cunhada por Geraldo Roca para traduzir um pedaço de Brasil onde a água doce domina uma vastidão de terra que, supõe-se, um dia foi mar

01/04/2025 10h00

"O punhal afiado da poesia de Geraldo Roca corta manso na voz de Márcio de Camillo, sem perder o fio, nem a capacidade aguda de ferir de morte o senso comum" Foto: Divulgação/Márcio de Camillo

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Recebo mensagem de Márcio de Camillo me avisando sobre seu novo trabalho. “Márcio de Camillo canta Geraldo Roca”. Um show ao vivo que virou disco e já está disponível nas plataformas digitais.

Aproveito a estrada entre a minha casa e o trabalho para ouvir o disco. Ouvir Roca na voz de Camillo é quase um delírio. Uma surpresa, uma saudade imensa, muitas lembranças. Os dois me levam de volta ao Litoral Central, definição cunhada por Geraldo Roca para traduzir um pedaço de Brasil onde a água doce domina uma vastidão de terra que, supõe-se, um dia foi mar.

A praia pantanal me serve de ponte para unir, em mar aberto imaginário, o Rio de Janeiro – lugar de nascimento – ao coração do Brasil, onde Geraldo Roca se fez e se desfez desse plano. Seu coração, irrigado por sangue pantaneiro, fazia dos campos alagados, das fronteiras paraguaia e boliviana seu berço metafísico. E foi assim sempre.

Talvez isso também sirva pra explicar por que a passagem meteórica dele por aqui tenha início figurado e fim real nestas plagas, onde aprendemos desde cedo a sonhar em Guarany e poemar em Manoelês.

Os carros passam por mim em alta velocidade. Eu ouço Camillo cantando Roca. E me transmuto. O punhal afiado da poesia de Geraldo Roca corta manso na voz de Márcio de Camillo, sem perder o fio, nem a capacidade aguda de ferir de morte o senso comum. Não, Geraldo não cabe em uma única caixinha. E Márcio sabe disso. 

Às vezes, ele encarna um bardo. Um Dylan pantaneiro em letras incomuns, longas e lisérgicas. Em outras, reúne numa só figura a essência folk de Crosby, Still, Nash & Young. Mas nesse universo BeatFolkPolkaRock há espaço para a mansidão de um Caymmi fronteiriço, para a sutileza urbana de um Jobim. Geraldo, como eu disse, não cabe numa caixinha.

E tudo isso se transforma em mais, muito mais, na homenagem à altura dos arranjos, das violas, da flauta, do celo reunidos por Márcio de Camillo nesse show que vira disco e que se torna eterno de agora em diante. Pra gente não se esquecer. Nunca. 

Quando Geraldo Roca decidiu sair de cena, fechar as portas desse mundo, que já lhe arreliara o suficiente, era muito cedo pra isso. Foi o que todos pensamos. Mas ele era dono de seus próprios rumos. Sua poesia e sua música seguem aqui. Pra nossa sorte, a desassossegar nossos ouvidos e almas. Agora, mais ainda, na voz também infinita de Márcio de Camillo. 

P.S.: Márcio. A foto da capa é uma obra de arte. É você nele... É ele em você. Uma fusão, uma incorporação. Cara... que disco!!!

Brasília, 25/3/2025

"Souber ler a música de fronteira"

O cantor, compositor e instrumentista Márcio de Camillo estreou o show “Do Litoral Central do Brasil: Márcio de Camillo Canta Geraldo Roca”, no Teatro Glauce Rocha, no dia 24 de setembro de 2024. Com direção de Luiz André Cherubini, o show é uma homenagem ao “cantautor” Geraldo Roca, falecido em 2015, considerado um dos principais compositores da música regional de Mato Grosso do Sul.

Roca é autor, em parceria com Paulo Simões, da música “Trem do Pantanal”, sucesso na voz de Almir Sater. Considerado maldito por seus pares, era chamado de príncipe por Arrigo Barnabé. Sua produção musical pode ser considerada pequena, se tomarmos como referência a quantidade de composições e discografia, mas analisada a fundo, perceberemos um artista de voz potente e marcante, com composições inspiradas e profundas.

São polcas, rocks, chamamés, guarânias e até baladas, e Márcio de Camilo, amigo e admirador de Roca, aprofundou-se na pesquisa para definir o repertório como “uma panorâmica deste artista reverenciado, cantado e gravado por amigos que, assim como ele, fizeram parte da ‘geração de ouro’ da música pantaneira sul-mato-grossense: Paulo Simões, Alzira E, Geraldo Espíndola, Tetê Espíndola, Almir Sater, entre muitos outros”, como afirma Camillo.

“Além de um músico que eu admirava muito, não só como compositor, mas como violonista, violeiro e cantor, Roca influenciou muito a música da minha geração”, conta o músico. “Além disso, ele era meu vizinho, morava em frente à minha casa. A gente saía para jantar, para conversar, éramos amigos. Conheço a obra dele e vejo a obra dele na minha, compusemos uma canção juntos, em parceria com outros compositores, chamada ‘Hermanos Irmãos’”, relembra Camillo.

“Também dividimos uma faixa no CD ‘Gerações MS’ chamada ‘Lá Vem Você de Novo’. Roca é referência e pedra fundamental na construção da moderna música sul-mato-grossense. Ele soube ler a música de fronteira, mesclando elementos do rock, do pop, do folk, criando um estilo único. Ele é um verdadeiro representante do folk brasileiro”, conta.

A arte visual do show, com fotos feitas por Lauro Medeiros, foi baseada no álbum “Veneno Light”, que Geraldo Roca lançou em 2006. A foto principal de divulgação do show faz referência direta à capa deste álbum, cuja foto original é assinada pelo cineasta Cândido Fonseca. (Da Redação)

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