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SAÚDE

Corrida é aliada de mulheres que estão saindo da gravidez e do puerpério

Atividade transforma a vida de mulheres que precisaram encarar as mudanças da maternidade e a depressão pós-parto

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Não é de hoje que a corrida é considerada um dos esportes mais completos do mundo, capaz de auxiliar no emagrecimento, no ganho muscular e na diminuição dos efeitos do estresse. Além de todos esses benefícios, a corrida ainda pode ser uma aliada importante para as mulheres que estão saindo da gravidez e do puerpério. 

Quem vê Rafaela Arlotta, 34 anos, correndo em maratonas não imagina o quanto ela fugiu de práticas esportivas ao longo da vida. “Eu não gostava de praticar exercícios nem de comer de forma saudável, era uma obrigação para estar dentro de um padrão estético. Quando engravidei, eu já estava acima do peso e durante a gravidez engordei 17 quilos, porque para mim, por eu estar grávida, eu não precisava mais construir um corpo magro, então comia o que dava vontade e acabei engordando muito”, conta.

Rafa relembra que um dos piores momentos foi quando perdeu o desejo de sair de casa. A vida se resumia aos cuidados com a filha e ao trabalho. “Até que eu não me reconhecia mais, não era mais uma pessoa sociável”, afirma. Quando a filha Mel completou três meses de idade, a atleta decidiu mudar. “Esse clique me veio quando ela tinha mais ou menos uns três meses, porque percebi que ela seria tudo o que eu era, que ela iria se inspirar em mim, e decidi que ela precisava ter uma relação melhor com a comida, com os exercícios físicos, que ela precisava enxergar uma mãe que se amasse, que fosse uma mulher forte”, acredita.

Dessa vez, porém, Rafaela não quis ceder aos padrões estéticos e começou a praticar exercícios devagar e sem cobranças. Em um ano, perdeu 20 kg. “A corrida foi me conquistando porque eu via quão bem eu ficava, como eu me sentia bem sendo capaz de superar meus próprios desafios, aquilo me transformava e eu levava aquilo para dentro de casa como uma motivação. Sou capaz”, enaltece. 

Agora, Rafaela ainda tem a companhia da filha, Mel, de 6 anos, que já participa de competições infantis. 

BEM PRA MENTE

Corredora experiente, Tatiane Bergamo, 33 anos, participa de competições estaduais, como a meia maratona Bonito 21K, e internacionais, como a Maratona de Boston. Porém, a atleta confessa que já teve dificuldades de correr apenas uma quadra no passado. 

Foi com o diagnóstico de depressão pós-parto que Tati precisou descobrir uma atividade física que amasse. 
“Eu tive depressão pós-parto, minha médica me passou um tratamento com remédios, mas indicou muito que eu procurasse um esporte. No começo, não levei a sério, mas, como a médica insistiu, decidi recomeçar esse projeto, porque eu tinha começado a tentar correr um pouco antes da gestação. Mas logo engravidei e parei”, relata.

Ela conta que não conseguia correr nem mesmo uma quadra, mas se motivava a continuar pelo desafio. “Comecei com apenas 20 minutos, mas nesse tempo eu me conectava muito com tudo, inclusive comigo mesma. A corrida é muito isso pra mim, é o meu momento, é a hora em que eu reflito, penso em tudo, agradeço, é como se fosse uma meditação”, enfatiza. 

Aos poucos, ela fez como Rafa: estabeleceu metas, foi superando desafios e passou a fazer parte de um grupo. “A corrida foi realmente transformadora na minha vida, falo que depois dela me tornei uma outra pessoa muito mais forte, determinada, focada e feliz também, porque ela me traz muita felicidade”, pontua Tati. “Eu sou a prova de que o esporte salva, sou a prova também de que a depressão é uma doença muito mais séria do que a gente imagina, eu mesma não levava muito a sério antes de ter, achava que era mais fácil querer superar e se curar, e não é tão simples assim”, acredita.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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