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MÚSICA

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá trazem novo show à Capital

Parceiros de Renato Russo na Legião Urbana, o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá trazem a Campo Grande novo show em celebração à banda, maior fenômeno do rock brasileiro

A partir da esquerda, Pedro Augusto (teclados), Dado, Bonfá, André Frateschi (vocal),  Mauro Berman (baixo e direção musical) e Lucas Vasconcellos (guitarra e violão) encarnam  a "nova Legião", mas sem se anunciarem oficialmente como o grupo

A partir da esquerda, Pedro Augusto (teclados), Dado, Bonfá, André Frateschi (vocal), Mauro Berman (baixo e direção musical) e Lucas Vasconcellos (guitarra e violão) encarnam a "nova Legião", mas sem se anunciarem oficialmente como o grupo - ROGERIO AVELINO

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Ainda falta muito tempo para o show, 80 dias, mas certamente quem é fã não para de pensar desde a semana passada: “Vai ter show da Legião!”. Mesmo com a incontornável e trágica perda do vocalista Renato Russo (1960-1996), que provocou o fim da mais importante banda do rock brasileiro dos últimos 40 anos, o nome Legião Urbana continuou e continua a mexer com o imaginário de muita gente. Talvez como os Beatles ainda fazem.

Mesmo aqueles que tomaram contato com o repertório do grupo somente décadas depois de “Uma Outra Estação” (1997), oitavo e último álbum de estúdio, meio que sentem a alma arder com as canções compostas por Renato Manfredini Júnior, nome de batismo de Russo.

De voz poderosa, grave e extremamente carismática, o letrista soube como ninguém traduzir a sensibilidade de toda uma geração quando o assunto era engajamento político, tédio, alienação, desvãos existencialistas e, principalmente, os sortilégios do amor.

Junto com Renato Rocha (1961-2015), que permaneceu no grupo até 1989 e toca baixo nos três primeiros discos, Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria) são os três quartos que completam a magia de Renato.

O terceiro projeto do guitarrista e do baterista em celebração à Legião Urbana revisita o repertório de “As Quatro Estações” (1989) e “V” (1991) – respectivamente quarto e quinto álbuns da banda – e passa por Campo Grande no dia 21 de outubro. O show da turnê “As V Estações” será a partir das 22h no espaço Bosque Expo, no Shopping Bosque dos Ipês.

Dado e Bonfá, após um longo hiato desde o anúncio do fim da banda, ainda em 1996, só fizeram o primeiro tributo ao quarteto no ano de 2009. “É sempre prevista a chegada de dias mais claros e tranquilos depois da passagem de uma vigorosa tempestade”, filosofa Dado.

Com a Legião Urbana foi um pouco assim, afirma o guitarrista, já que aconteceram algumas “tortuosidades significativas na trajetória” do grupo – leia-se, a controversa exclusão de Rocha para que Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá voltassem a ser um trio novamente (o baixista havia ingressado em 1984 por indicação de Bonfá).

Essa transformação os teria levado à busca da espiritualidade e de novos papéis a desempenhar. Isso acabou provocando uma profunda mudança estética e temática do álbum “Que Pais é Este 1978/1987”, de 1987, para “As Quatro Estações”, de 1989, o recordista de vendagens da banda.

“AMOR CONSELHEIRO”

No projeto “As V Estações”, os cinco elementos são configurados da seguinte forma, com o devido rebatimento na construção do repertório e dos arranjos: ar (confissão, entrega, espelho), água (amor, relacionamento, selfie), terra (super-hits), fogo (política, Brasil, luta, mudanças) e espírito (“só o amor salva”).

“Vivemos um momento de construção de novos caminhos, o amor como conselheiro, a integração do meio com o ambiente, o empenho em adiar o fim do mundo. Uma utópica quinta estação que trará novos e melhores dias”, afirma o baterista. 

Em 2015, quando ele e Dado se juntaram para celebrar os 30 anos de lançamento dos álbuns da Legião Urbana, o projeto previa algo em torno de 20 shows. “Formamos uma banda que criou raízes e até agora já são sete anos do projeto, com duas turnês e centenas de apresentações”, conta Bonfá.

SEM LEGIÃO

Para a turnê “As V Estações”, a formação conta com os seguintes integrantes: Mauro Berman (diretor musical e baixista), Lucas Vasconcellos (guitarra e violão), Pedro Augusto (teclados) e André Frateschi (vocal), além de Dado Villa-Lobos na guitarra e Marcelo Bonfá na bateria.

Mesmo obtendo, na Justiça, o direito de usar o nome Legião Urbana para os shows do tributo, Dado e Bonfá preferiram não fazer isso. O nome da banda não aparece estampado durante as apresentações e nem mesmo no material oficial de divulgação enquanto atração a ser conferida nos shows da turnê.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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