A crise de 2008 mudou para sempre o cenário econômico mundial. Nesse período, diversas empresas declararam falência, e as que sobraram sofreram cortes significativos, em especial, o setor automobilístico americano. Praticamente todas as montadoras nacionais tiveram que receber auxílio financeiro do governo Obama para continuar suas atividades. Nesse processo, diversas indústrias fecharam as portas como forma de cortar gastos, e, junto com elas, milhares de empregos foram por água abaixo. Dentre as inúmeras baixas, uma dessas fábricas será o foco de "Indústria Americana", documentário original Netflix com estreia marcada para o dia 21 de agosto.
A produção contará a história da antiga fábrica da General Motors em Dayton, Ohio. Após a instalação fechar em 2008, cerca de 1100 pessoas, algumas que trabalhavam há décadas na fábrica, ficaram desempregadas e sem a menor perspectiva de futuro. Entretanto, em 2014, o empresário chinês Cao Dewang comprou o terreno para iniciar uma nova linha de montagem de sua empresa de vidros automotivos, a Fuyao. Nesse processo, cerca de 2000 empregos foram gerados, dentre eles americanos e chineses. Os nativos do país asiático vieram para os Estados Unidos para treinar a equipe estadunidense e agregar os valores do patrão a um cenário industrial muito distinto dos padrões orientais. E o grande foco do documentário é justamente esse choque cultural entre os dois países.
"Indústria Americana" chega à Netflix como mais um documentário do estilo "fly on the wall", ou seja, acompanha de perto todos os eventos sem participar ativamente, assim como uma "mosca na parede". Esse subgênero é um dos tipos mais populares de produção, visto que o espectador realmente se sente parte do ambiente, e essa dinâmica imersiva auxilia significativamente no entendimento do processo documentado. Apesar de não ser dirigido por diretores de peso no gênero, a produção chamou a atenção do público por contar com Michelle e Barack Obama como produtores. É a primeira vez que o casal participa nesse nível de algo voltado às telas, e, por mais que a dupla tenha nome em termos políticos, o peso do sobrenome Obama é sempre enorme, independentemente do setor de atuação.
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