Felipe Bronze é um grande conhecedor dos “realities shows” de gastronomia.
O chef, que conta com duas estrelas no Guia Michelin em seu Restaurante Oro, no Rio de Janeiro, há anos equilibra sua rotina entre a cozinha e os estúdios de tevê.
Após participar de formatos como “The Taste” e “Que Seja Doce”, ambos exibidos pelo GNT, Bronze ainda encontrou espaço para se surpreender com os detalhes do “Top Chef Brasil”, da Record.
A competição não fica limitada apenas ao ambiente da culinária. Além da acirrada disputa, os participantes também precisam lidar com um período de confinamento até a grande final.
“Isso é muito curioso na versão brasileira. No exterior, os competidores querem se matar, ninguém se suporta. No Brasil, porém, tem de tudo. Tem briga, amizade, panelas e até namoro. Dá para acreditar? Nessa temporada vamos ter um casal durante a disputa. A gente não vê esse tipo de companheirismo nas versões internacionais. Acho isso surpreendente demais”, aponta.
No “reality show” gastronômico, 15 chefs profissionais competem entre si por um prêmio de R$ 300 mil e o título de Top Chef Brasil. Bronze, que comanda a terceira temporada consecutiva, busca encontrar chefs que saibam alinhar criatividade e identidade em suas receitas.
“É importante esses competidores mostrarem quem são. Afinal, temos 15 chefs totalmente diferentes, com personalidades diferentes, histórias de vida variadas, histórico profissional diverso... Essas experiências podem ser complementarem ou não. A gente vê de tudo um pouco. Ganhar o ‘Top Chef’ é uma honraria enorme dentro da gastronomia. É um formato conhecido no mundo inteiro. Em qualquer lugar do mundo vão reconhecer um vencedor do ‘Top Chef’”, valoriza.
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Além de apresentar, Bronze também é responsável por julgar os participantes. Ele conta com a ajuda do chef francês Emmanuel Bassoleil e a crítica gastronômica Ailin Aleixo.
Enquanto avalia os candidatos, o apresentador tenta equilibrar suas críticas e seu gosto pessoal com o desenvolvimento dos participantes na disputa.
“Nós três temos visões bem diferentes. O trabalho da Ailin, por exemplo, é julgar chefs há muito tempo. Eu e o Emmanuel, por outro lado, somos julgados nos nossos restaurantes todo santo dia. Qualquer um que senta no seu restaurante é um crítico em potencial. Gosto de levar a discussão para outro nível. Não é só falar se o prato está salgado, doce ou apimentado. Tem de despertar alguma sensação e levar para algum lugar”, avalia.
Justamente por se identificar em diversos momentos com os participantes, Bronze se emocionou inúmeras vezes ao longo das gravações. Para o chef, é importante mostrar ao público que jurados e apresentadores não estão imunes aos momentos de emoção.
“Teve um dia que foi uma choradeira só. Todo mundo no set chorou. Foi algo coletivo. Era uma situação forte diante da gente. É bom mostrar que por trás de cada crítica há um ser humano também”, ressalta o chef, que viu a emoção aflorar entre os participantes também.
“Eles estão em uma dupla pressão. É a pressão da cozinha e do confinamento. Então, a gente tem um espectro de emoção gigante”, completa.

Estener Ananias de Carvalho e Renata dos Santos Araújo de Carvalho
Anderson Varejão, Luiz Fruet e Aylton Tesch


