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No elenco de 'Bom Sucesso', Igor Fernandez desbrava o universo das novelas pela primeira vez

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O dia a dia de gravações de uma novela é bastante intenso. Igor Fernandez, que fez sua estreia nos folhetins na trama de “Bom Sucesso”, sentiu isso logo em seus primeiros dias em estúdio. Ao se deparar com o atribulado cronograma da tevê, o ator percebeu que teria de fazer adaptações em sua rotina. O intérprete do gente-boa Luan precisou largar as aulas de circo, diminuir as lições de violão e o tempo na academia. “Tive de abrir mão de outros estudos dos quais eu sempre me envolvi, como o circo, porque eu não fazia ideia de que a dedicação para acompanhar o ritmo de uma novela é absurdamente grande e ocupa um espaço enorme no dia a dia. Tudo isso teve de dar espaço para ‘Bom Sucesso’ entrar”, explica Igor, que também precisou adaptar sua linguagem em cena. “Senti uma diferença do teatro para a tevê. Eu, que sempre atuei em circos de rua, sempre projetei muito a voz e sempre tive um corpo muito expansivo por conta do ‘ballet’ clássico e do circo. Precisei conter tudo e segurar meus impulsos, porque na televisão tudo é minimalista”, completa.

Igor Fernandez (Foto: Divulgação)

Na história de Rosane Svartman e Paulo Halm, Luan é um rapaz popular na escola e que chama a atenção das meninas. Porém, o jovem acaba se apaixonado por Alice, de Bruna Inocêncio, filha de Paloma, interpretada por Grazi Massafera. Por ter facilidade com as palavras, Luan descobre seu talento para o “rap” e faz rimas dentro dos trens e metrôs, decidindo seguir seu sonho de se tornar um “rapper”. “O Luan tem uma trama que é muito comum dentre os jovens de baixa renda que sonham com algo diferente da realidade em que vivem. Ele, com a alma de artista e poeta que tem, vive nessa luta interna, que é encarar a realidade de muitos ao redor dele e sobreviver em um subemprego ou lutar muito e sobressair para ser feliz trabalhando com o que ele mais ama, que é a arte e a poesia”, defende. Por conta do personagem, Igor entrou em contato com o “slam”, uma forma de poesia misturada com performance. O ator, inclusive, passou a criar poesias e rimas por conta própria e também declamou seus versos nos vagões do metrô do Rio de Janeiro. “Uma das surpresas foi explorar o universo do ‘slam’, que era totalmente desconhecido por mim até então. Eu nunca tinha nem ouvido a palavra. Depois de estudar, eu descobri que esse movimento cultural é gigantesco e tem até torneio mundial, que acontece em Paris”, ressalta.

Nome: Igor da Silva Fernandes.

Nascimento: Em 31 de março de 1996, em Cataguases, Minas Gerais.

Atuação inesquecível: “Está sendo essa”.

Interpretação memorável: Do Jesuíta Barbosa.

Um momento marcante na carreira: “O que estou vivendo agora, minha primeira novela”.

O que falta na televisão: “Um compromisso maior com a verdade cotidiana”.

O que sobra na televisão: “A riqueza de detalhes em cena”.

Com quem gostaria de contracenar: Lázaro Ramos

Se não fosse ator, o que seria: “Arquiteto, design de interiores ou professor”.

Ator: Jesuíta Barbosa.

Atriz: Adriana Esteves.

Novela preferida: “Avenida Brasil”, da Globo, de 2012.

Vilão marcante: Nazaré Tedesco, interpretada por Renata Sorrah em “Senhora do Destino”, da Globo, de 2004.

Personagem mais difícil de compor: “Por enquanto, o Luan”.

Que papel gostaria de representar: “Qualquer papel surrealista, como os que Tim Burton cria em suas produções”.

Filme: “Beleza Americana”, de Sam Mendes, e “Me Chame Pelo Seu Nome”, de Luca Guadagnino.

Autor: Dan Brown.

Diretor: Tim Burton.

Vexame: “Tenho um quase vexame que foi ter esquecido de passar desodorante para a coletiva de imprensa. Eu estava tão nervoso no dia, que me arrumei feito um rei, estava muito estiloso, passei perfume e fui. Quando estamos nervosos a gente começar a suar, não é? Então, no carro, antes de chegar, que eu comecei a perceber que algo estranho acontecia, e era justamente porque eu fiz tudo, menos passar desodorante. Tive de descer na porta da festa, e voltar andando pelo Saara todo arrumado atrás de uma perfumaria para me salvar. Consegui. Foi um quase vexame”.

Uma mania: “Tenho mania de ver alguma coisa diferente no meu dia, como, por exemplo, ver três pombas brancas juntas, na mesma posição, em um fio e pensar que hoje é meu dia de sorte porque vi aquilo. Faço isso com qualquer coisa diferente que eu veja no meu dia”.

Um medo: “De perder pessoas próximas a mim, e também de não conseguir viajar pelo mundo tanto quanto eu quero”.

Projeto: “Roteirizar e dirigir um espetáculo ainda este ano no Rio de Janeiro”.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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