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ALIMENTAÇÃO & SAÚDE

ENEM: o que comer no dia da prova?

Nutricionistas fazem recomendações e contraindicam alimentos que podem gerar picos de energia, mas resultam em fadiga e em falta de concentração

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Milhares de estudantes em todo o País se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que pode definir seus destinos acadêmicos, profissionais e sociais. Além de manter os estudos em dia, um aspecto muitas vezes negligenciado, mas que é fundamental para o desempenho dos candidatos, é a alimentação.
“Na véspera, tem que fazer uma alimentação diferenciada, com carboidrato, proteína, gorduras boas, leguminosas, como arroz e feijão, uma boa fonte de proteína, como frango grelhado ou bife. E evitar comer alimentos muito gordurosos, muito pesados, evitar comer fora, em lugares que podem ter contaminação. Porque se a pessoa comer lanche, pizza, e passar mal, vai acabar prejudicada no outro dia ou até mesmo não vai conseguir fazer a prova”, aconselha a nutricionista Bruna Reginatto, de Campo Grande.
Mestre em Ciências da Saúde, Bruna recomenda três porções de fruta e tomar bastante água. “Tanto na véspera como no dia da prova, quando devem se alimentar com uma comida que nutre, mas que ao mesmo tempo não seja pesada ou extremamente gordurosa. Evitar as frituras e o excesso de açúcar”, afirma Bruna.
A professora de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (Ceub) Paloma Popov destaca que a alimentação balanceada pode influenciar positivamente o desempenho na prova, agendada para este (5) e para o próximo (12) domingo.
De acordo com Paloma, a escolha dos alimentos para o dia da prova não envolve segredos, mas sim a consciência de ter uma alimentação saudável e equilibrada. Isso significa consumir alimentos de todos os grupos alimentares, incluindo carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais.
Os grupos de alimentos como carnes, cereais, frutas, hortaliças e leguminosas formam a base para uma alimentação equilibrada, contribuindo para a saúde física e mental.
“O preparo do corpo e da mente deve ser constante, não apenas na véspera de provas importantes. A escolha de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e sódio, deve ser evitada, pois pode resultar em desidratação, inchaço e desconcentração”, alerta Paloma.
A nutricionista explica que o estudante deve manter uma alimentação frequente com horários regulares, hábito fundamental para manter a concentração. Sobre o jejum, ela adverte que passar um período prolongado sem se alimentar pode levar o candidato à sonolência e até mesmo à hipoglicemia, o que é prejudicial durante a prova. 
“Durante longos períodos de estudo, é importante que os estudantes observem sinais de fome e, se necessário, façam pequenas refeições leves para manter os níveis de energia”, destaca.

CAFÉ: VILÃO OU MOCINHO?


Estimulante natural, o café é muito consumido para dar energia em atividades que envolvam foco e concentração. No entanto, a professora do Distrito Federal recomenda que os candidatos tenham cautela, pois a cafeína em excesso pode levar à ansiedade. 
Ela aconselha evitar a ingestão de café nos dias que antecedem o Enem. Paloma frisa que, para se sair bem na prova, a hidratação é fundamental, sendo a água a melhor opção para manter o corpo bem suprido de líquidos.
“O café é um bom aliado para se consumir pela manhã. Só não é interessante tomar o café logo após o almoço, para ir fazer a prova (que será à tarde), porque o café impede a digestão. Ele paralisa as células parietais do estômago que produzem o ácido clorídrico, que é essencial para a digestão”, pontua Bruna Reginatto. 
“Muita gente tem o costume de ‘comeu, deu aquela sensação pós-prandial’, que é o sono, e vai tomar um café para acordar. Mas isso prejudica a digestão, podendo fazer com que o aluno tenha mal-estar, fique com o abdome distendido e tenha sua digestão prejudicada após o almoço”, afirma.
Bruna frisa que algumas pessoas têm uma hiperestimulação do sistema nervoso por conta da cafeína. “Então é interessante ficar atento. Quem toma café e já se sente mal, tem uma sudorese aumentada ou arritmia cardíaca, não é legal estar tomando café”, diz. 
Já o chocolate durante a prova é “legal” segundo a nutricionista de Campo Grande. “Pode ser uma barra de cereal ou um chocolate, porque vai liberar um açúcar que é extremamente usado durante a prova pelo nosso cérebro, a glicose”, sugere.

FITOTERAPIA E CARBOIDRATOS


Para lidar com a ansiedade e garantir uma noite de sono tranquila antes do Enem, Paloma afirma que a fitoterapia pode ser uma aliada. Ela destaca o consumo de chás como camomila e capim-cidreira, conhecidos por suas propriedades calmantes. “Óleos essenciais e outras opções da fitoterapia podem ser úteis para promover o relaxamento e a concentração”, frisa.
No dia da prova, a nutricionista recomenda tomar um café da manhã reforçado para fornecer energia ao cérebro, mas consumindo com moderação alimentos gordurosos, pois eles podem causar plenitude e fadiga. 
“Neste caso, o consumo de carboidratos é essencial, incluindo opções como pães integrais e frutas. Uma fonte de proteína magra, como queijo branco, é uma escolha inteligente”, elege a especialista.

FOME NA HORA H


Se der fome durante a prova, os estudantes podem se beneficiar de lanches, desde que sejam leves e balanceados, adverte Paloma Popov. Segundo ela, deve-se evitar alimentos muito açucarados, como chocolates e balas, que podem resultar em picos de energia seguidos de sonolência. 
“O consumo de muito açúcar durante a prova pode trazer uma falsa impressão de agitação, mas depois isso passa rápido e aí pode até trazer uma fome que atrapalhe a concentração”, adverte Paloma. Para a sua colega de Campo Grande, um chocolatinho não vai tão mal, de preferência o de tipo 60% na proporção do cacau. 
“Durante a prova, pode ser um chocolate, e uma fruta também é sempre bem-vinda. Aquelas frutas simples e fáceis de levar. Uma maçã, uma banana, uma pera. Porque elas liberam o açúcar da fruta, que vai para o cérebro, têm fibras, têm nutrientes. Tem aquelas barrinhas também que não são de cereal, de castanhas, de oleaginosas. São sempre bem-vindas”, complementa Bruna Reginatto.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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