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Especial Cinema B+: Fernanda Torres e a Corrida pelo Oscar 2025 - Por Ana Claudia Paixão

O que está "contra" Fernanda é o pouco alcance internacional de filmes não falados em italiano, espanhol, francês ou inglês, que ficam muito restritos para o público americano (em geral, avesso às legendas).

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Fernanda Torres – merecidamente – arrancou na frente na corrida da temporada de premiações com uma vitória nem tanto inesperada, e ultra importante. O que ela significa para o Oscar? Assim como ela, sentimos algumas surpresas (Jodie Foster, estou pensando em você) dão alguma perspectiva para os Emmys também. Vamos ao recap e aos palpites?

Um quarto de século e “A prova de que a arte permanece ao longo da vida”

Tirando todo “patriotismo” de comportamento viralata aos que resumem “a vitória do Brasil”, o reconhecimento de Fernanda Torres nos Estados Unidos é sem dúvida emocionante porque embora seja filha de uma lenda, ela mesma é icônica. “Nanda”, como os amigos dela a chamam para diferenciar de sua mãe, “Fernandona”, é a mais bem sucedida (em termos de prêmios) das atrizes brasileiras com alcance internacional, sem jamais ter dado uma pausa ou focado em mudar de país para ganhar maior fama ou ampliar horizontes artísticos.

Isso não é crítica aos que estão em Hollywood, mas um fato. Fernanda ganhou o prêmio de Melhor Atriz em Cannes quando ainda tinha 20 anos, em 1986, mas ficou no Brasil circulando entre TV, Teatro e Cinema, construindo um legado sólido e tão importante quanto o dos seus pais famosos. Seu trabalho em Ainda Estou

Aqui é unanimidade e se ela tinha uma chance de repetir os passos de sua mãe 25 anos depois, vencer no Globo de Ouro (onde Fernanda Montenegro perdeu), era vital.

Walter Salles viveu duas realidades que são paradoxalmente semelhantes e opostas. Em 1999, Central do Brasil ganhou como Melhor Filme Estrangeiro, apesar da presença e empenho de Harvey Weinstein de emplacar suas produções e artistas.

Havia o fenômeno A Vida É Bela, mas “Brasil bateu a Itália” na imprensa estrangeira. Na categoria de Atriz, Fernandona perdeu – no Globo de Ouro – para Cate Blanchett em Elizabeth, sentimos na época mas hoje é razoável.

Em 2025, Walter volta à premiação sendo interrompido pelo fenômeno que é Emilia Perez, e “Brasil perdeu para França” na categoria de filme, meio que dando uma esfriada em quem não prestava atenção. Nicole Kidman era a favorita, Angelina Jolie era forte, mas Fernanda tinha tudo para vencer:

Nicole está meio que “super exposta” e Angelina não arrasou como Maria Callas. A corrida pelo Oscar agora tem maior peso no nome de Demi Moore por A Substância que reúne as fórmulas irresistíveis de Hollywood e fez um discurso histórico e emocionante. E Fernanda? Tem tudo agora para estar entre as indicadas.

Para os que vêem em Fernanda Torres vencendo como uma resposta às derrotas de Fernanda Montenegro vale lembrar que em 25 anos muita coisa mudou em Hollywood. As chances de uma estrangeira vencer – na época – eram ainda menores do que as de hoje.

Fernanda ao lado da mãe Fernanda Montenegro - Divulgação

Ainda mais em um filme estrangeiro e falado em português. Por isso, o carinho, a inteligência e a educação da atriz foram um show de classe e merecimento. “Quero dedicar este prêmio à minha mãe. Vocês não fazem ideia… Ela esteve aqui há 25 anos. Isso é uma prova de que a arte permanece ao longo da vida, mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva enfrentou.”

O que está “contra” Fernanda é o pouco alcance internacional de filmes não falados em italiano, espanhol, francês ou inglês, que ficam muito restritos para o público americano (em geral, avesso às legendas). Ela está de fora das finalistas de outros prêmios como o BAFTA e dos Críticos, mas quem sabe entre os atores foi diferente?

Amanhã sai a lista do SAG Awards, essa sim um sinal do que vai parar no Oscar. E, essa vitória, em plena época de votos para os indicados da Academia coloca Demi Moore e Fernanda Torres entre as cinco melhores. A terceira vaga certamente é de Nicole Kidman. Será que Angelina Jolie e Tilda Swinton garantem suas vagas? Não aposto muito e nenhuma das duas ganhou força…

Parabéns Fernanda, foi muito lindo.

Uma festa que ainda precisa de ajustes

O Golden Globes passou por mudanças nos últimos anos, tanto nos bastidores como no palco. Em termos de ‘formato’, ainda é longo, mas excluiu a transmissão de algumas categorias que poderiam estender mais a duração, como o Cecil B Demille e o Carol Burnett Awards, tampouco fez homenagem aos mortos. Fizeram falta? Tenho dúvidas.

A apresentadora Nikki Glaser herdou uma função difícil, mas em geral teve um desempenho positivo. Fez piadas “quase” perigosas, mas com tato e agilidade para não criar embaraço. Não expôs nem intimidade com as estrelas ou se mostrou intimada por elas. Fez o suficiente para ser um dos pontos altos da transmissão.

A atriz Demi Moore - Divulgação

A posição das câmeras e o fundo das mesas como cenário ainda gera estranhamento. Os apresentadores ficam de costas para parte da platéia, muitas vezes de costas para os indicados. Isso é ruim. E o formato de dupla fazendo piadinhas entre eles é tão antigo como essas festas, raramente tendo alcançado o efeito desejado. Melhor se fossem direto ao ponto.

As zebras da noite

Para os Emmys teremos algumas possíveis surpresas. Os prêmios de Bebê Rena e Shogun são ainda o reflexo do sucesso dessas séries em 2024 (elas foram lançadas depois da premiação do ano passado) mas a vitória de Jodie Foster deixou muita gente indignada. Eu mesma e porque esqueci que ela é f********* Jodie Foster, maravilhosa em tudo o que faz, e que já tinha levado o Emmy!

Isso não tira a chance de Kristin Millioti (Jodie estará fora do páreo porque True Detective não estará elegível), mas nos lembra que embora a série tenha sido considerada apenas razoável, o efeito Foster sempre se aplica.

No campo dos atores, Ralph Fiennes está perdendo espaço para a unanimidade que Adrien Brody e O Brutalista vêm ganhando. Dos 10 filmes para o Oscar, quatro estão definidos: O Conclave, Wicked, Emilia Perez e O Brutalista. A maior disputa estará mesmo na categoria de Melhor Atriz.

Antes de ir, vamos falar do karma de The Bear? A série febre dos últimos três anos virou febre, ganhou tudo, mas despertou polêmica por estar na categoria errada. A série definida como comédia, tirou a onda de crescimento de Abbot Elementary, nunca deu chance para Only Murders in the Building e só foi interrompida por Hacks, ela mesma uma série dramática mas sobre comédia e com momento (desde o início) cômicos.

Com isso, quem sofre são os atores, todos brilhantes mas a cada premiação que se passa, pagando a conta. O único que ainda se mantém na liderança é Jeremy White Allen, mas até ele vai começar a sentir uma rejeição.

Assim, o Golden Globes 2025 foi bem mais positivo do que seus últimos anos, sinalizando uma retomada interessante de prestígio, surpresas e influência na indústria. Uma ótima notícia para abrir o ano!

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Comportamento B+: Quando o salário mínimo reajusta, a pensão alimentícia também aumenta?

Saiba como o aumento do salário mínimo pode impactar no pagamento do benefício

05/04/2025 13h10

Comportamento B+: Quando o salário mínimo reajusta, a pensão alimentícia também aumenta?

Comportamento B+: Quando o salário mínimo reajusta, a pensão alimentícia também aumenta? Foto: Divulgação

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A pensão alimentícia é a verba paga pelo alimentante ao alimentando para suprir as necessidades básicas de quem não tem meios próprios de subsistência, tais como alimentação, vestuário, moradia, educação, saúde etc. O valor pode variar por influência do reajuste do salário mínimo ou não, a depender do acordo previsto no contrato entre as partes.

“Alimentante é quem paga a pensão alimentícia e alimentando é quem recebe a pensão. Se a pensão alimentícia foi fixada com base no salário mínimo, o reajuste do valor será realizado sempre que for alterado o valor base do salário mínimo realizado anualmente pelo governo. Agora, se o valor dos alimentos for fixados com base em uma porcentagem sobre os vencimentos do alimentante, só haverá aumento da pensão quando houver o efetivo reajuste de seus vencimentos em holerite”, explica Dr. Daniel Oliveira, especialista em Direito de Família e Sucessões.

Se a pensão tiver sido fixada com base no salário mínimo, o reajuste governamental se refletirá automaticamente no valor final da pensão alimentícia. Assim, caso um pagamento de pensão seja de 30% do salário mínimo atual (R$1.518,00), a verba a ser paga pelo alimentante será de R455,40.

Nos casos em que o calculo do valor da pensão tem como base os vencimentos líquidos daquele que paga os alimentos, normalmente, estipula-se uma porcentagem  entre 15% e 30% da renda líquida do responsável. Por exemplo, se a porcentagem for 30%, com base no valor de R$3.000,00, a verba a ser paga pelo alimentante será de R$ 900,00.

“Ou seja, nos casos de valores estipulados pelo salário mínimo, não há necessidade de intervenção judicial para reajustar o valor”, pontua Dr. Daniel Oliveira. Para saber se a pensão alimentícia está sujeita a algum reajuste é necessário ter conhecimento da base de incidência utilizada para sua fixação. Os artigos que regulamentam a pensão alimentícia estão entre o 1.694 e 1.710 do Código Civil brasileiro.

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Cinema B+: A Legado de Val Kilmer no Cinema

Ator faleceu aos 65 anos, deixando atuações icônicas como lembrança para os fãs

05/04/2025 13h00

Cinema B+: A Legado de Val Kilmer no Cinema

Cinema B+: A Legado de Val Kilmer no Cinema Foto: Divulgação

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Todos os jornais e blogs que cobrem cinema passaram os últimos dias lamentando e lembrando o ator Val Kilmer, um dos poucos atores podem ter uma coleção de trabalhos icônicos na história do cinema com personagens como Batman, Jim Morrison, Doc Holliday e, “Iceman”, entre outros.

A lista de sucessos (e fracassos) é longa, mas Kilmer navegava entre comédias, aventura e dramas com um carisma ímpar que o coloca no patamar das lendas, mesmo que gerações recentes mal lembrem seu nome.

Devo dizer logo de cara que meus filmes favoritos com Kilmer não são seus maiores: Fogo Contra Fogo, de Michael Mann, que todos amam, mas também o menor A Sombra e a Escuridão, que Kilmer co-estrelou com Michael Douglas. Um filme que é difícil de achar.

O ator fez um documentário em 2021, Val, onde abriu o jogo de como perdeu suas cordas vocais em 2015, quando descobriu que tinha câncer na garganta. A essa altura já trabalhava pouco, estava longe dos dias em que era um dos homens mais bonitos do cinema, estava irreconhecível. O documentário é emocionante para os fãs, mas, mais ainda foi a linda homenagem que Tom Cruise fez ao amigo com o filme Top Gun – Maverick.

No que foi a despedida oficial de Kilmer do cinema, Cruise fez questão de trazer o antagonista de Maverick, Iceman, como seu amigo e confidente. Mais ainda, com o uso de tecnologia de IA, recuperou a voz que Kilmer já não tinha e deu a ele falas emocionantes para ser lembrado com dignidade. Não houve um olho seco no cinema nessa sequência.

Do teatro à imortalidade nas telas, uma trajetória marcada pelo talento e pela resiliência

Val Edward Kilmer nasceu em 31 de dezembro de 1959, em Los Angeles, Califórnia, e foi um dos atores mais versáteis e intensos de sua geração. Dono de uma presença cativante e um talento inquestionável, Kilmer se destacou ao longo de quatro décadas em papéis icônicos que marcaram a história do cinema. Sua jornada começou nos palcos, mas foi na tela grande que ele consolidou sua carreira, tornando-se um dos rostos mais conhecidos e respeitados de Hollywood.

Formado pela prestigiada Juilliard School, onde foi o mais jovem a ser aceito no programa de teatro na época, Val Kilmer demonstrou desde cedo um compromisso inabalável com sua arte. Seu talento não tardou a chamar a atenção da indústria cinematográfica, levando-o rapidamente a se tornar um dos atores mais requisitados de sua geração.

Kilmer ganhou notoriedade nos anos 1980 ao estrelar a comédia Top Secret! (1984) e o cultuado Real Genius (1985), mas foi em 1986 que alcançou fama mundial ao interpretar o piloto Tom “Iceman” Kazansky no clássico Top Gun, ao lado de Tom Cruise. O sucesso do filme impulsionou sua carreira, abrindo portas para papéis ainda mais desafiadores na década seguinte.

Em 1991, viveu um de seus personagens mais memoráveis ao interpretar Jim Morrison na cinebiografia The Doors, dirigida por Oliver Stone. Para o papel, Kilmer mergulhou profundamente na persona do lendário vocalista do The Doors, chegando a gravar as canções do filme com uma impressionante fidelidade à voz original de Morrison. Sua dedicação ao papel foi elogiada pela crítica e pelos próprios membros da banda, consolidando sua reputação como um ator de método e ganhando uma indicação ao Oscar.

Ao longo dos anos 1990, Kilmer continuou a diversificar seus papéis, protagonizando o épico faroeste Tombstone (1993) como Doc Holliday, uma atuação que muitos consideram uma de suas melhores. Em 1995, assumiu o icônico papel de Bruce Wayne em Batman Eternamente, substituindo Michael Keaton.

Embora o filme tenha dividido a opinião do público e da crítica, Kilmer foi elogiado por sua interpretação do Cavaleiro das Trevas. No mesmo ano, atuou ao lado de Al Pacino e Robert De Niro no aclamado Fogo Contra Fogo (Heat). A década também o viu brilhar em O Santo (1997), onde interpretou um mestre do disfarce, demonstrando novamente sua versatilidade e carisma.

Apesar de sua notoriedade, Kilmer também enfrentou desafios dentro da indústria cinematográfica, sendo frequentemente descrito como um ator exigente e perfeccionista. Sua dedicação absoluta aos personagens às vezes resultava em atritos nos bastidores, mas seu comprometimento era inegável.

Nos anos 2000, sua carreira passou por altos e baixos, com papéis de menor destaque em filmes independentes e produções experimentais. Entretanto, ele nunca deixou de atuar e buscar novas formas de se expressar artisticamente.

Em 2014, sua vida tomou um rumo inesperado quando foi diagnosticado com câncer de garganta. O tratamento agressivo, que incluiu quimioterapia e cirurgias, afetou severamente sua voz e sua capacidade de respirar. Apesar das dificuldades, Kilmer permaneceu resiliente e encontrou novas formas de se comunicar e atuar.

Como mencionei, sua batalha contra a doença foi relatada no emocionante filme Val (2021), um documentário autobiográfico que trouxe à tona sua jornada de altos e baixos, sua paixão pela arte e sua luta pela vida. 

O documentário foi aclamado pelo público e pela crítica, proporcionando um olhar íntimo sobre a mente de um artista que nunca se rendeu às adversidades. A despedida oficial, também como citei, veio no ano seguinte com a participação em Top Gun – Maverick.

Val Kilmer faleceu em 1º de abril de 2025, aos 65 anos, em Los Angeles, devido a complicações de uma pneumonia. Sua filha, Mercedes Kilmer, confirmou que ele partiu pacificamente, cercado por seus entes queridos. Além de Mercedes, deixa seu filho Jack Kilmer, fruto de seu casamento com a atriz Joanne Whaley.

O legado de Val Kilmer permanece vivo através de suas performances inesquecíveis e de sua coragem em enfrentar desafios pessoais e profissionais com determinação. Seja como um lendário roqueiro, um pistoleiro do Velho Oeste, um super-herói ou um piloto de caça, Kilmer se reinventou constantemente, deixando uma marca indelével na história do cinema. Seu talento, paixão e comprometimento com a arte continuarão a inspirar gerações de atores e cinéfilos ao redor do mundo.

Para matar as saudades, terá que passear em algumas plataformas: Top Gun está na Paramount+; The Doors, pelo qual foi indicado ao Oscar, na MGM+/Prime Video; Fogo contra Fogo e Tombstone, na Disney+ e Batman Eternamente, na MAX. E antes de mais nada, na Prime Video, confira o documentário Val. Uma grande homenagem a um grande ator.

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