Com diversidade musical, dança, oficinas (graffiti, etc), rodas de conversa, feirinhas alternativas e cultura cigana, Festival Expressão de Rua comemora sua primeira década com dois dias de programação gratuita na Plataforma Cultural
“Nas ruas é que me sinto bem/Nas ruas é que me sinto bem/Ponho meu capote e está tudo bem/E está tudo bem”. Os versos iniciais da canção “Nas Ruas”, composta pelo guitarrista Edgard Scandurra e apresentada há quase 40 anos no repertório do segundo álbum do Ira!, “Vivendo e Não Aprendendo” (1986), caem feito uma luva no conceito do próximo festival a ocupar a Plataforma Cultural (Esplanada Ferroviária) neste fim de semana.
Anunciado como “o festival mais alternativo de Mato Grosso do Sul”, o Expressão de Rua completa 10 anos de trajetória em 2025 e a edição comemorativa da primeira e frutífera década do evento será realizada neste sábado e domingo, das 14h às 23h, com uma programação extensa, variada e marcada por muito engajamento e descontração. Todas as atividades terão acesso gratuito.
MÚSICA
Entre as atrações musicais estão previstas as presenças dos sul-mato-grossenses Falange da Rima, Engenheiro Edson, A Insana Corte, MC Cachorrão, Patrick Sandim, Samba do Caramelo, Projeto To’kaya e Dupla Permanência. O grupo musical convidado de fora do estado é o Nazireu Rupestre, banda de rasta-punks da zona leste de São Paulo (SP), que pela primeira vez vai se apresentar em Campo Grande.
TGB E FNK
Haverá ainda oficina de graffiti, roda de conversa, performances artísticas e oficinas culturais com Coletivo Enegrecer e DJ TGB, além da Feira São Chico, a Feira Rota Cigana e a Tenda da Comunidade Cigana, com apresentações do Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana (Ibacc). O grupo de dança Espaço FNK também marcará presença no line-up de atrações.
TIA EVA E SANTA SARA
O Expressão de Rua terá duas homenageadas nesta edição: Tia Eva e Santa Sara Kali. Haverá uma roda de conversa sobre a Tia Eva, a primeira liderança feminina afrodescendente de Campo Grande. Em novembro de 2026, completam-se 100 anos de seu falecimento. O festival também vai homenagear Santa Sara Kali, a santa preta venerada como padroeira da comunidade cigana.
Realizado pelo Movimento Quem Luta Vence e Instituto Ìmolé, o Expressão de Rua tem o apoio do Ministério da Cultura e governo federal, da Secretaria Executiva de Cultura (Secult), da Prefeitura de Campo Grande e do deputado federal Vander Loubet.
NAZIREU RUPESTRE
Banda da região leste de São Paulo, conhecida como os rasta-punks, deixa sua marca com uma presença de palco única e músicas autênticas. Formada em 2004, tiveram a primeira oportunidade de se apresentarem em 2007, no quilombo da Praia de Camburi das Pedras, em Ubatuba (SP), onde moraram por oito anos.
Desde então foram muitos réveillons nesse lugar. Daí em diante, começaram a se apresentar por todo estado de São Paulo, com passagens por estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas e Paraná.
Depois de três álbuns, os rastas lançaram como quarto trabalho o álbum “Os Tempos São Cruéis” (2014), que conta com três videoclipes e músicas veiculadas em emissoras de rádio FM de São Paulo e nas maiorias das web rádios de todo o País, com boas visualizações nas plataformas digitais e milhares de cópias de CDs vendidas de forma independente.
PETER TOSH
O grupo assina um projeto paralelo chamado Tosh Attack, apresentado a partir de 2016. Trata-se de um tributo a Peter Tosh, com quatro vídeos no YouTube e apresentações ao vivo com figurino da época e músicos convidados. E a mais recente obra, o álbum “Rasta Punk”, é considerado pelos integrantes um divisor de águas na trajetória da banda.
“Um som pesado, sincero e revelador. No começo [da trajetória da banda], violão e tambores. Hoje, guitarras distorcidas e linha de baixo e bateria se fundem às harmonias de teclados e mensagens marcantes”, anunciam os integrantes do Nazireu Rupestre nas redes sociais do grupo.
Serviço
FESTIVAL EXPRESSÃO DE RUA EDIÇÃO COMEMORATIVA DE 10 ANOS
SÁBADO (12/4)
14h – Feira São Chico, Exposição de Arte e Cultura Negra, Feira Rota Cigana e Tenda da Comunidade Cigana;
14h – Oficinas artísticas com TGB, Coletivo Energrecer e Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
16h – Espaço FNK;
18h – Abertura oficial;
18h20min – MC Cachorrão;
19h10min – Dupla Permanência;
19h30min – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
19h50min – Projeto To’kaya;
20h30min – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
20h50min – A Insana Corte;
21h30min – Instituto Brasileiro de Arte e Cultura Cigana;
21h50min – Falange da Rima.
DOMINGO (13/4)
14h – Feira São Chico, Exposição de Arte e Cultura Negra, Feira Rota Cigana e Tenda da Comunidade Cigana;
14h – Roda de conversa: 100 anos sem Tia Eva;
14h – Oficinas artísticas com TGB e Coletivo Energrecer;
17h – Samba do Caramelo;
19h – DJ TGB com participação de DN MC e Martins MC;
20h – Patrick Sandim;
21h – Engenheiro Edson;
22h – Nazireu Rupestre (SP).
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