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SEXTA TEMPORADA

Marcos Veras se emociona ao retornar à "Escolinha do Professor Raimundo"

Intérprete de João Canabrava, o ator comemora: "Encontrar a turma da Escolinha é sempre uma farra das boas."

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Marcos Veras tem uma energia que parece não ter fim. O que pode ser comprovado por sua capacidade em fazer graça com quase qualquer situação que se apresente ou pela velocidade de sua fala. Mas, principalmente, por sua disposição em emendar um trabalho no outro. Pelo menos nos últimos anos, Veras tem se envolvido com projetos seguidos, sem dar grandes intervalos entre eles. O ano de 2020, inclusive, estava repleto de planos a serem desenvolvidos. Por conta da quarentena, entretanto, depois de muito tempo, Veras teve de “pisar no freio”. 

Não teve muito jeito. Todos tivemos de nos adaptar. No fim, acabei me tornando pai no meio da pandemia e usei esse momento de pausa para curtir meu filho”, celebra o ator, pai do pequeno Davi, de apenas quatro meses, fruto de seu relacionamento com a atriz Rosanne Mulholland. 

Mesmo fascinado pela paternidade, Veras conseguiu matar um pouco a saudades dos estúdios de tevê com as gravações da sexta temporada de “Escolinha do Professor Raimundo”, onde apresenta sua versão do famoso João Canabrava. 

Encontrar a turma da Escolinha é sempre uma farra das boas. A estrutura que tivemos para gravar neste período de isolamento foi incrível. A Globo nos apoiou em todas as necessidades e nos trouxe muita segurança. Foi um respiro voltar a gravar, principalmente com humor num período tão difícil como esse que estamos todos atravessando”, valoriza.

Mesmo “pisando” em um terreno já conhecido, encarnar pela segunda vez um personagem que faz parte da memória afetiva de muita gente e que se tornou clássico a partir da verve cômica de Tom Cavalcante deixa Veras apreensivo. Para a sorte e até um certo alívio do ator, o próprio Tom teceu elogios a versão atualizada do papel construída por Veras para o vitorioso “remake” de “Escolinha do Professor Raimundo”, projeto que começou de forma despretensiosa e cresceu dentro da Globo. 

É muito bom poder fazer um personagem que faz parte da minha infância e adolescência. A autorização para fazer essa homenagem veio do Tom. Saber que ele confiou no meu nome e gostou do que viu é muito importante para mim. Faço tudo com muito carinho para afagar as boas memórias do público”, garante

Toda essa reverência é justificável. Antes mesmo de trabalhar como ator, Veras já admirava a desenvoltura de Tom como Canabrava em versões mais antigas do humorístico. Tanto que, quando estava na escola, fazia imitações do personagem para os colegas de turma. Além disso, não perdia um show do humorista. 

Eu sempre fui muito fã do Tom e sinto que deve existir uma ligação sanguínea também. Não sei se isso tem explicação. Minha família é do Ceará e o Tom é cearense. Deve ter algo de relevante nisso”, pontua, entre risos.

Inclusive, a mãe de Veras ficou feliz da vida com a notícia de que o filho estaria no elenco da “Escolinha”. “Para ela, foi um sonho realizado. E meu falecido pai, se estivesse aqui, estaria em êxtase vendo isso porque ele era muito fã do Chico (Anysio) e do Tom”, ressalta

Carioca e vascaíno, Veras era radialista quando começou a se interessar pela televisão. Suas primeiras experiências foram como figuração em produções como “Sítio do Picapau Amarelo”, da Globo, e “Bicho do Mato”, da Record. Foi pelo humor, entretanto, que ele começou a se destacar a partir de suas participações no antigo “Zorra Total”, onde ficou de 2009 a 2013. 

Foi quando senti o poder da televisão. De repente, passei a ser reconhecido e parado nas ruas”, relembra.

Nos anos seguintes, integrou o elenco do “Encontro com Fátima Bernardes” e, a convite de Gilberto Braga, acabou com um papel em “Babilônia”, de 2015, onde viveu o divertido Norberto. 

Até este trabalho, meus papéis na teledramaturgia eram bem pequenos. Foi uma experiência muito interessante e me deu vontade de fazer mais. Gosto do processo de estudar a trama, entender personagens e me preparar para cada nova cena”, conta Veras, que vem colecionando papéis de maior peso em tramas recentes como “Pega-Pega” e “Verão 90”. 

No momento, ele aguarda a estreia da série inédita “Filhas de Eva”, cujas gravações terminaram no início do ano. Na trama, ele vive o jornalista investigativo Fábio. 

A série tem doses de drama e humor muito bem equilibradas e fala sobre a força feminina. Não vejo a hora de ver o resultado”, destaca.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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