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CULTURA REGIONAL

Mato Grosso do Sul integra grupo que leva artesanato do Centro-Oeste para o RJ

Além do representante do Sebrae do Estado, participam as unidades de Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal

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O Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), localizado na Praça Tiradentes, região central do Rio de Janeiro, oferece ao público a exposição gratuita Casa do Brasil Central, do Cerrado ao Pantanal, que pode ser vista de terça-feira a sábado, das 10h às 17h, até o próximo dia 30 de outubro. Após a visitação, as peças artesanais podem ser adquiridas.

A exposição é promovida pelas unidades do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

“Os estados e o Distrito Federal se juntaram para fazer uma ocupação, como se fossem um território só, com os biomas do Pantanal e Cerrado”, disse o curador da mostra Renato Imbroisi à Agência Brasil.

Renato Imbroisi decidiu transformar a mostra em uma grande casa cenográfica, montada em uma área de 440 metros quadrados (m²) do CRAB, em cujos cômodos o visitante tem a oportunidade de apreciar as riquezas naturais, objetos artesanais e a culinária típica da região conhecida como Coração do Brasil ou Berço das Águas.

“Cada espaço tem a força de mostrar o artesanato de cada um desses estados, com uma diversidade grande. A gente tem cerâmica, madeira, bordados, trabalhos com fibras, crochê, pintura, escultura. São mais de 200 artesãos”.

A casa

A exposição tem duas entradas. A primeira exibe os monumentos de Brasília, seguindo-se o Pantanal e o Cerrado, ilustrados por esculturas de animais em fibra de vidro, madeira, barro e produto reciclado. A partir dessa área, o público entra em uma varanda, decorada por redes cuiabanas bordadas, além de objetos de mestres artesãos tradicionais dos estados do Centro-Oeste.

De acordo com Imbroisi, a ideia é também gerar negócios para os artesãos participantes da exposição. “É uma vitrine de oportunidades. A exposição inteira está à venda.”

Na varanda, são encontradas também peças indígenas, principalmente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No quarto, uma projeção na cama oferece ao visitante animações em cima de vários tipos de bordados. Há também painéis com flores do Cerrado, em fotos dos profissionais Lena Trindade e Lucas Moura, feitas para a mostra.

Na cozinha, estão expostos vários utensílios, desde panelas de barro, panos de prato, jogos americanos, até frutos do Cerrado. A sala de jantar expõe cavalhadas de Goiás, esculturas de cenas do cotidiano da região, ilustrando a lida no campo, utensílios de vaqueiros, animais, além de uma parte religiosa com terços de sementes de buriti. No fundo, ouve-se uma trilha sonora de conversas dos artesãos trocando receitas e falando de seus trabalhos.

O banheiro representa as águas cristalinas. Há uma série de projeções de filmes dos rios, cachoeiras, das águas correntes da região. Na sala de estar, um painel gigante de madeira esculpida retrata boiadeiros que atravessam o Pantanal levando gado. No corredor, aparece em tamanho real a maioria dos artesãos com sua obra na mão e, em frente a eles, há paisagens do Cerrado e do Pantanal e dos animais desses biomas.

A segunda entrada exibe uma quantidade grande de ipês feitos de troncos de árvores, com flores e pássaros esculpidos em madeira.

Diversificação

O diretor de Desenvolvimento do Sebrae Rio, Sergio Malta, destacou que esta é uma das maiores e mais diversificadas mostras de artesanato brasileiro já expostas no CRAB.

“Queremos, com isso, não só contribuir para essa arte popular e para a cultura do país, como também gerar renda para o artesão do Centro-Oeste, região que ocupa 19% do território nacional”.

Programa Ocupação

Criado em março de 2016, em um prédio histórico da Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro, o CRAB está, atualmente, conectado com todo o país para reposicionar e qualificar estrategicamente os produtos feitos à mão no Brasil e capacitar os agentes da sua cadeia produtiva.

O primeiro passo para reforçar essa conexão foi a criação do Programa Ocupação: um convite para que as áreas de artesanato de todas as unidades do Sebrae ocupassem o espaço do CRAB com mostras temporárias todos os anos, apresentando ao público o que há de mais significativo e relevante na produção de cada estado.

De acordo com a gerente do CRAB, Ana Paula Moura, a ideia é “vestir” o CRAB com todas as riquezas existentes no Brasil.

A mostra de artesanato organizada pelo Sebrae Pará, chamada Círio de Cores e Sabores, inaugurou o projeto Ocupação do CRAB, em setembro do ano passado.

 

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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