Correio B

CINEMA

Mostra gratuita traz homenagem às seis décadas de carreira do ator e diretor Davi Cardoso

Museu da Imagem e do Som realiza mostra em homenagem às seis décadas de carreira do ator e diretor David Cardoso

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“Vai ser talvez a última oportunidade de nós interagirmos. Ao término de cada sessão, eu vou bater um papo com o público. Vou aprender com a juventude que está fazendo comunicação, cinema, teatro, televisão aqui no Estado. E eles aprendem comigo. Isso é muito importante.”

Quem fala é o ator, produtor e diretor David Cardoso, nascido em Maracaju, em 9 de abril de 1943, e com uma carreira de seis décadas no cinema e na televisão. 

O Rei da Pornochanchada, como Cardoso ficou conhecido nos anos setenta, refere-se à Mostra Especial David Cardoso – 60 Anos, que começa hoje no Museu da Imagem e do Som, com sessões gratuitas, sempre às 19 horas, e segue até sexta-feira (23).

“Fiz oito filmes no Estado. Considero isso um orgulho para nós, sul-mato-grossenses. São imagens de uma época remota ou de um passado mais recente aqui de Campo Grande, Dourados, Aquidauana e outras cidades do Estado.”

HOJE (19)

Caingangue, A Pontaria do Diabo

101 minutos

Aventura, faroeste

Direção: Carlos Hugo Christensen

Classificação indicativa: 14 anos

A história começa quando o pai de um jovem mestiço índio é morto em uma emboscada em uma estrada perto da fronteira de Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul) com o Paraguai. Anos depois, o jovem vagueia pelo Cerrado como o misterioso pistoleiro solitário conhecido como Caingangue. Cavalgando pelos campos, ele avista a família do posseiro Zé Cajueiro sendo ameaçada por um bando de jagunços. Com rapidez ele age e imediatamente cinco jagunços caem mortos. Caingangue leva os cadáveres para a vila de Santa Helena, quando o sinistro coveiro Lírio Branco de Jesus os identifica como capangas do doutor Ribeiro, proprietário da Fazenda Ouro Verde. Em poucas palavras, Lírio conta a história do lugar, marcado por confrontos de 20 anos entre os posseiros e os grileiros. Caingangue diz a todos que “está de passagem,” mas aos poucos resolve intervir na luta do lado dos posseiros.

“Foi todo rodado em Maracaju. Não tinha asfalto, não tinha água, não tinha luz. Nós alugamos um gerador de 80 Kva para poder tocar os refletores e iluminar o local. E este gerador servia, o que é um dado curioso, para o hospital na parte da noite, porque a luz da cidade só ia das 18h às 22h. Depois das 22h, nosso gerador ficava à disposição para uma emergência no hospital.

É um marco na produção cinematográfica brasileira, o maior faroeste já realizado na América Latina. Não tem nada igual. Só ganhou ótimo e bom na cotação dos jornais. Não foi um êxito comercial muito grande porque, para começar, foi lançado durante o Carnaval e em uma rede de cinemas que não eram próprios para o povão. Foi a produção mais difícil que eu fiz na minha vida. Nem ‘A Moreninha’ nem em nenhuma outra fita eu fui tão sobrecarregado de trabalho como nesse filme. Porque eu era o diretor de produção e o ator principal, com uma equipe de 45 pessoas. Então eu tive de me dividir, trazer, por exemplo, 200 cavalos de Ponta Porã para Maracaju. É um marco na produção cinematográfica brasileira.”

TERÇA-FEIRA (20)

Corpo e Alma de Mulher

91 minutos

Drama

Direção: David Cardoso

Classificação indicativa: 16 anos

Um jovem casal, Rodrigo e Aimé, se ama profundamente e faz de tudo para alcançar a felicidade eterna. Porém, Aimé sofre um acidente e fica paraplégica.

“Rodei em Ponta Porã, Pedro Juan Caballero e Assunção. Os ambientes são os mais bonitos. Foi feito na casa de um homem famoso lá em Ponta Porã. Em Pedro Juan, a mesma coisa. Em Assunção também. A gente pegou os melhores lugares e as melhores condições. O maior desafio dessa produção foi convencer a Tássia Camargo, que é a atriz principal do filme, a não ir para São Paulo ou Rio de Janeiro durante as filmagens. Às vezes, ela precisava de dois ou três dias para fazer as coisas dela e eu falava ‘pelo amor de Deus, eu não posso ficar com a equipe de 22, 23 pessoas parada’”.

Mostra Especial David Cardoso – 60 anos

Museu da Imagem e do Som

Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 559

Bairro Vila Carvalho

Entrada franca

Às 19 horas

QUARTA-FEIRA (21)

Dezenove Mulheres e Um Homem

107 minutos

Aventura

Direção: David Cardoso

Classificação indicativa: 18 anos

Dezenove universitárias alugam um ônibus para uma excursão ao Paraguai. No meio do caminho, o veículo é interceptado por perigosos bandidos. O motorista, Rubens, é a única esperança para salvá-las.

“Foi rodado em Campo Grande, Maracaju, Aquidauana e em fazendas do Pantanal sul-mato-grossense. É uma brincadeira, um suspense. Foi o filme que mais dinheiro me deu, entre todos os que eu fiz. Porque eu não tinha sócios. Não tem nada, mas a censura era de 18 anos. Qualquer novela das oito hoje é mais forte. Não podia aparecer nem a frente do homem nem a frente da mulher. Mas era uma tentação, na época do regime militar, teve censura, cortes, não nesse filme, mas em vários outros filmes meus, do Zé do Caixão e outros produtores, a gente tinha de ir a Brasília para lutar para a censura suavizar um pouco nos cortes.” 

QUINTA-FEIRA (22)

Desejo Selvagem – Massacre no Pantanal

95 minutos

Ação, aventura

Direção: David Cardoso

Classificação indicativa: 18 anos

A região do Pantanal é o lugar ideal para homens inescrupulosos em busca de fortuna, aventura e anonimato. Piloto de um pequeno avião que presta serviços no local, o jovem Tigre decide defender Mônica, herdeira de uma grande fazenda, contra a conduta predatória do ambicioso Malamud. Visando tornar-se o maior proprietário de terras da região, Malamud usa uma quadrilha de homens violentos para extorquir e matar outros fazendeiros.

“Foi todo rodado aqui no Estado. Aquidauana, Maracaju, Corumbá, Ladário e fazenda Pantanal sul-mato-grossense. Percorremos várias cidades e o Pantanal sul-mato-grossense. Sou piloto, sou um defensor ferrenho, então levava fiscais do antigo órgão de proteção ambiental para o Pantanal no meu avião. O governo pagava a gasolina, eu pilotava com um 38 na cinta, vê se tem cabimento.

O maior desafio era pegar todo o elenco e levar para esses lugares. A atriz principal é a Ira von Fürstenberg, que era na época a quarta mais rica do mundo, sobrinha do dono da Fiat mundial.

É justamente em defesa do meio ambiente. Tem uma famosa caçada da onça. Eu tive problemas, tive de ir a Brasília porque mataram a onça e ela estava registrada no meu nome.”

SEXTA-FEIRA (23)

Sem Defesa

110 minutos

Ficção documental

Direção: David Cardoso

Documentário realizado em Mato Grosso do Sul, que aborda temas como maioridade penal, pena de morte, uso de drogas, maus-tratos de crianças e mulheres, lentidão no Poder Judiciário, uso de células-tronco, corrupção, além de violência social.

“É a última produção que eu fiz em longa-metragem. É um filme documentário. Quer dizer, tem a parte emocional contando as atrocidades que acontecem nesse país e em vários países da América do Sul com relação aos crimes. A ênfase é que a polícia faz a parte dela e muitas vezes a Justiça não corresponde à altura. Há depoimentos de vários desembargadores daqui do Estado, cinco deles advogados, e a participação especial do Ratinho e do juiz da época Odilon de Oliveira e do meu amigo Álvaro Dias, que é senador do Paraná. Foi rodado em Campo Grande, em Terenos, em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Quis fazer porque é uma denúncia. Sempre tive esse negócio dentro de mim, aquela de denunciar os crimes hediondos, e não são fabricados porque são cenas retiradas de vários canais de televisão do Brasil. São cenas verdadeiras e, com isso, o drama desse camarada que fica paraplégico e o que ele faz no fim do filme.”

Correio B+

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

Bailarina, atriz e criadora do método Dança Integral, Keila Fuke transforma o movimento em linguagem de escuta, autocuidado e reinvenção feminina

21/12/2025 20h00

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos Foto: Divulgação

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Keila Fuke fala de dança como quem fala de família. Não no sentido de abrigo confortável apenas, mas de território vivo - onde moram memória, desejo, silêncio e prazer. Quando ela diz que o corpo é templo, não soa místico. Soa prático. Soa vivido.

“A dança é uma arte que se expressa pelo corpo, e o corpo é nossa casa, templo sagrado e cheio de emoções, histórias e prazer”, diz. Para ela, quando uma mulher escuta e sente o próprio corpo, algo essencial se reorganiza: “ela realmente se conecta com sua essência primária, seus desejos, e consegue ir para a vida de forma mais consciente”.

Há mais de três décadas, Keila dança, atua, coreografa e cria. Sua formação artística começou ainda na infância e se expandiu por diferentes linguagens (dança, teatro, musical e direção), construindo uma trajetória consistente nos palcos brasileiros. Nos grandes musicais, viveu a intensidade da cena em produções como “Miss Saigon”, “Sweet Charity”, “A Bela e a Fera”, “Victor ou Victoria” e “Zorro” (experiências que aprofundaram sua relação com a disciplina, a entrega e a presença).

Foi também no teatro que sua trajetória profissional ganhou contorno definitivo. Keila estreou ao lado de Marília Pêra, em “Elas por Ela”, num encontro que deixaria marcas profundas em sua forma de compreender a arte. A convivência com Marília reforçou a noção de que o palco exige verdade, escuta e disponibilidade (valores que atravessam seu trabalho até hoje).

Mas só quem escuta com atenção percebe que sua trajetória não foi guiada apenas pela busca da forma perfeita ou do espetáculo bem acabado - e sim por uma pergunta insistente: o que o corpo ainda tem a dizer quando a vida muda de ritmo? Essa pergunta atravessa tudo o que ela faz hoje.

Ao falar sobre movimento, Keila não separa o gesto do afeto, nem a técnica da emoção. “A dança revela a comunicação entre o mundo interno e o externo. O gesto se torna linguagem, o movimento vira verdade.” Talvez seja exatamente por isso que tantas mulheres chegam às suas vivências depois de períodos de exaustão: ali não se pede performance, mas presença.

Existe algo de radicalmente gentil na forma como Keila olha para o corpo feminino. Especialmente aquele que atravessa a maturidade. A menopausa, tema ainda cercado de silêncio, aparece em sua fala como travessia, não como falha. “Todas as mulheres irão passar por esse portal ao entrar na maturidade”, afirma. “Não para corrigir o corpo, mas para reconhecê-lo.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos         B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Foi desse entendimento que nasceu o método Dança Integral, desenvolvido a partir da integração entre sua experiência artística e seus estudos terapêuticos. Ao longo dos anos, Keila aprofundou-se em yoga, meditação, tantra, bioenergética e consciência sistêmica, incorporando esses saberes à dança. “É um trabalho que convida a mulher a ativar e integrar seus corpos (físico, mental e emocional) devolvendo consciência, presença e escuta.”

Na prática, o movimento deixa de ser esforço e passa a ser aliado. O corpo volta a circular energia, as emoções encontram expressão e a mente desacelera. “No movimento consciente, o corpo lembra que não nasceu para ser corrigido, mas habitado.” Quando isso acontece, o corpo deixa de ser campo de conflito e volta a ser morada.

A ancestralidade japonesa que Keila carrega atravessa profundamente esse olhar. Mestiça de origens japonesa, italiana, alemã e libanesa, ela se reconhece como uma mulher amarela e traz dessa herança a disciplina entendida como cuidado. O respeito ao tempo, ao silêncio e ao gesto essencial molda sua relação com o movimento, a prática e o feminino. Espiritualmente, o corpo é templo, o movimento é ritual e a repetição, um caminho de aperfeiçoamento interno.

Ao mesmo tempo, Keila é mistura. Emoção, calor e invenção brasileira convivem com rigor e silêncio. “Vivo entre tradição e vanguarda, entre raiz e criação”, diz. É dessa fusão que nasce um trabalho que não se fixa nem na forma nem no conceito, mas no estado de presença.

Essa escuta sensível também se manifesta fora das salas de dança. Há 17 anos, Keila atua na Fundação Lia Maria Aguiar, em Campos do Jordão, onde integra a formação artística de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ali, ela participa da criação de um núcleo de teatro musical que utiliza a arte como ferramenta de educação, inclusão e fortalecimento da autoestima. “Com eles, aprendo que sensibilidade não é fragilidade, é potência.”

B+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anosB+: Keila Fuke transforma a dança em escuta do corpo, cura emocional e reinvenção aos 59 anos - Divulgação

Falar de reinvenção aos 59 anos, para Keila, não tem a ver com começar do zero. Tem a ver com fidelidade. “Se reinventar é um gesto de fidelidade à vida.” Ela fala de saúde emocional, de vulnerabilidade, mas também de prazer, curiosidade e desejo. “Depois dos 50, algo se organiza internamente: ganhamos coragem para comunicar quem somos e ocupar nosso lugar sem pedir permissão.”

Existe algo profundamente político nesse corpo que segue dançando sem pedir licença ao tempo. Que reivindica delicadeza sem abrir mão de força. “Dançar, assim, é um ato político e espiritual”, diz. “É a mulher dizendo ao próprio corpo: eu te vejo, eu te respeito, eu te celebro.”

Quando Keila afirma que cada passo é uma oração, a frase ganha densidade. “Hoje, a oração que guia meus passos é a gratidão em movimento.” Gratidão por estar viva, criando, aprendendo e colocando o talento a serviço da vida. “Que minha arte continue sendo ponte - entre corpo, alma e coração.”

Talvez seja isso que faz de Keila Fuke uma presença tão inspiradora: não apenas o que ela construiu nos palcos, mas a forma como permanece. Em movimento. Em escuta. Em verdade.

Correio B+

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Médicos alertam sobre riscos da exposição solar e sobre a importância da proteção solar eficaz

21/12/2025 19h00

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira!

Saúde B+: Você sabia que bronzeado saudável não existe? Confira! Foto: Divulgação

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Infelizmente … aquele bronze dourado e saudável não existe! Esse, que é o desejo de muitas pessoas, pode representar um real perigo para a saúde da pele. “Classificamos os tipos de pele de I a VI, de acordo com a capacidade de resposta à radiação ultravioleta (UV), sendo chamado fototipo I aquele que sempre se queima e nunca se bronzeia, até o VI, pele negra, totalmente pigmentada, com grande resistência à radiação UV. A pigmentação constitutiva - cor natural da pele - é definida geneticamente. A cor facultativa - bronzeado - é induzida pela exposição solar e é reversível quando cessa a exposição”, explica a dermatologista Dra. Ana Paula Fucci, Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O chamado "bronzeado dourado" é observado nas peles mais claras e para ocorrer, ocasiona danos no DNA das células.  “As  consequências serão vistas anos mais tarde, em forma de fotoenvelhecimento, manchas ou lesões cutâneas malignas.O ideal é respeitar seu tipo de pele e sua sensibilidade ao sol. Nunca queimar a ponto de “descascar”. Importante: evite se expor ao sol entre 10 e 16h”, detalha a dermatologista. 

Dra. Ana Paula alerta ainda sobre os riscos de bronzeamento artificial, através das câmaras de bronzeamento: “esse é ainda mais prejudicial para a pele do que a exposição ao sol. A radiação é entregue de forma concentrada e direta, sem nenhum tipo de filtro ou proteção”.  

A médica ressalta que filtro solar não é uma permissão para a exposição ao sol. “Ele é um grande aliado, desde que sejam seguidas as orientações de horário, evitar exposição exagerada e usar complementos como bonés, óculos etc”, reforça Dra. Ana Paula Fucci.  

- Proteção solar eficaz 

A rotina de proteção solar é muito importante em qualquer época do ano, sobretudo agora no verão.  “Não deixe para aplicar o filtro quando chegar na praia ou piscina, por exemplo. O ideal é aplicá-lo cerca de 20 minutos antes de se expor ao sol, para dar tempo de ser absorvido e começar a agir. Também devemos reaplicar o filtro solar a cada 2 horas ou após se molhar ou suar muito”, destaca Dr. Franklin Veríssimo, Especialista e pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pelo Hospital Albert Einstein-SP. 

Dr. Franklin destaca três aspectos importantes para uma proteção solar eficaz:

1- “Use filtro com FPS 30 ou maior;  e para as crianças ou pessoas que possuem pele mais sensível, FPS de no mínimo 50;

2- Use proteção adicional ao filtro solar, como chapéus, viseiras, óculos escuros. Recomendo evitar a exposição solar entre 10 e 16h;

3.  Use roupas leves, claras e chapéu e óculos de proteção UV, principalmente se for praticar caminhadas e atividades físicas ao ar livre.  Quem costuma ficar muito tempo no sol tem que redobrar os cuidados e investir em roupas com proteção ultravioleta”, conclui o médico.  

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