Correio B

ENTREVISTA EXCLUSIVA

"O folclore não não vai se acabar com a globalização"

O Dia do Folclore Brasileiro, celebrado hoje, é uma data que nos convida a refletir sobre a importância de preservar e valorizar as tradições culturais que compõem a rica identidade nacional.

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Para dar voz a essa reflexão, o Correio B publica a seguir uma entrevista com a mestre Marlei Sigrist, figura icônica no campo do folclore em Mato Grosso do Sul e no Brasil, conduzida pela ensaísta Ana Maria Bernardelli, que integra a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL

Para começarmos, poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória pessoal e profissional, destacando os principais marcos que a levaram até a sua posição atual? Ao longo de sua carreira, quais foram os desafios mais significativos que você enfrentou? 

Eu posso contar a partir da convivência que tive, enquanto estudava na faculdade, com uma professora apaixonada pelo folclore, a exemplo, também, do que ela viveu e conviveu com o mestre maior Mário de Andrade. O despertar para os estudos do folclore nasceu naquele momento e se prorrogou até hoje.

Durante minha vida, tive que fazer algumas opções momentâneas para atuar em áreas paralelas, mas o folclore permeou todas elas. Quando fui admitida como professora na UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul], tive de deixar as escolas de Ensino Fundamental/Médio para abraçar a carreira do magistério superior.

Foi, então, que um colega me perguntou o que eu pretendia fazer na universidade, além de dar aulas. Respondi que gostaria de propor projetos de pesquisa sobre o folclore em Mato Grosso do Sul, pois dispúnhamos de pouco material teórico sobre o tema.

Em uma resposta quase debochada, ele me disse que não encontraria nada por aqui, porque folclore não acontecia em MS. Então, esse foi um dos primeiros desafios que me propus a desvendar e encontrei muito material, o que mais tarde se transformariam em livros.

Ainda há muito material intacto a se pesquisar, venho formando pessoas que, timidamente, vão trazendo os resultados.

Ao mesmo tempo, nas últimas quatro décadas, também venho atuando em outras frentes, como folkcomunicação, literatura e, principalmente educação, criando, escrevendo e publicando, mantendo 
o folclore como o ponto principal das discussões.

Quais foram as realizações mais significativas em sua carreira no campo do folclore? Existe algum projeto ou pesquisa de que você se orgulha particularmente?

Creio que todas as realizações foram e são significativas, não gosto de fazer trabalho pela metade. Mas o conjunto de todas elas é mais importante para mim, porque significa que abri um caminho, antes inexistente, em Mato Grosso do Sul, o caminho da organização desse imenso universo chamado folclore.

Claro que em uma vida não conseguiremos entrar em todos os meandros da área, porém, algumas se mostraram mais favoráveis. Por exemplo, paralelamente às pesquisas, fui dando a conhecer os achados de então de maneira mais lúdica, mais palatável, como foi o caso de criar grupos de danças folclóricas que se apresentavam em eventos e nas cidades do interior de MS.

As apresentações sempre tiveram cunho pedagógico, porque o público era informado sobre as danças, as músicas e os ritmos, as regiões onde acontecem, e alguns elementos da história permeavam nossas falas e as roupas dos dançarinos. Às vezes, até exposições de imagens como fotografias eram informações que agregavam valor e reflexão.

Como você vê o papel da educação na preservação e na disseminação do folclore? Em sua experiência, qual é a importância de incluir o folclore no currículo escolar?

A educação tem o papel de difundir a valorização do folclore como fator importante na formação de cidadãos conscientes e culturalmente informados sobre as gerações que lhes precederam e a responsabilidade que eles têm em atualizar, no presente, o que será reprocessado no futuro.

Ao incorporar o estudo do folclore nos currículos escolares, os educadores têm a oportunidade de conectar os alunos com suas raízes culturais, despertando neles o orgulho e o respeito pela sua herança.

Além disso, vai ajudar a promover a tolerância e a compreensão intercultural, à medida que os alunos entram em contato com as tradições de outros grupos e aprendem a valorizar a diversidade cultural.

Essa prática não é apenas uma ferramenta pedagógica, mas também um meio de enriquecer o imaginário dos estudantes e de fortalecer o tecido social, cultivando um senso de pertencimento e de identidade coletiva.

O que você tem a dizer sobre suas principais contribuições para a formação de profissionais da educação na área de folclore? Poderia compartilhar experiências ou resultados de iniciativas que você liderou ou participou focadas na capacitação de educadores?

Penso que a publicação dos livros que tenho realizado, principalmente o que considero como carro-chefe, “Chão Batido”, que trata do folclore em MS; seguido de “Pantanal: Sinfonia de sabores e cores”, editado pelo Senac Nacional e que evidencia os hábitos alimentares do povo pantaneiro; e de “Mestres do Sagrado”, que entra no aspecto histórico e cultural na manutenção da Festa do Divino da família Malaquias – [todas essas obras] ferramentas para os educadores começarem a pensar o folclore na sala de aula.

Depois, tem as publicações de incontáveis artigos que disponibilizo para pesquisas, palestras, cursos e oficinas, realizados especialmente para professores a convite das secretarias de Educação ou das universidades.

Todos os anos, por meio da Comissão Sul-Mato-Grossense de Folclore [CSMFL], são realizadas atividades abertas para as escolas, os professores e a comunidade em geral.

Outra ação também importante – e que continua sendo – foi a formação de grupos de danças folclóricas como o Sarandi Pantaneiro, levado ao ECO-92 [II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento] e aos festivais folclóricos na Bolívia e no Nordeste brasileiro.

Depois, a criação do Grupo Camalote, que já completou maioridade, 21 anos, se apresentando em vários estados brasileiros e montando diversos espetáculos, todos abertos às escolas – as quais sempre lotaram as casas de espetáculo.

Oportunidades de aprendizado sobre a história e a cultura regionais.[Ainda], grupos mirins de danças em várias escolas da rede pública de ensino, oportunidade de estudar mais o nosso folclore e estender esse conhecimento às famílias dos alunos.

E por fim, a Semana do Folclore, que chamamos de Estação Folclore de Agosto, que oferece cursos, oficinas, palestras, brincadeiras, contação de histórias do folclore, etc. – como está acontecendo nesta semana.

O que você considera essencial para a formação de uma nova geração de estudiosos e educadores comprometidos com a valorização do folclore?

É essencial que eles tenham muita sede de saber, que se disponham a ler muito, não somente livros, mas principalmente artigos acadêmicos em vários formatos, tendências e discussões sob diferentes ângulos e interfaces com diferentes áreas do conhecimento. Hoje, a maior produção teórica está nas revistas acadêmicas especializadas.

O estudo do folclore é muito abrangente e perpassa primeiramente pela própria teoria que dá embasamento para alçar outros voos ligados ao campo das religiões, da estética, da literatura, da psicologia, do imaginário, da botânica, da comunicação, da história, da sociedade em todas as suas manifestações culturais.

O folclore está lá, e são necessários olhos e expertise para trazê-lo à tona e estudá-lo. Se não, o olhar só recai sobre os mitos do saci, da mula sem cabeça, das crendices, e termina aí, sem discutir os meandros por onde passa, desde a criação do mito até as razões pelas quais sobrevive na contemporaneidade.

Como você definiria folclore em um contexto contemporâneo? A partir das suas pesquisas e experiências, como o conceito de folclore evoluiu ao longo dos anos, especialmente em um país tão diversificado quanto o Brasil?

O folclore, como todo aspecto cultural, é dinâmico, vai mudando e se atualizando conforme as necessidades dos grupos sociais. Entretanto, as expressões do folclore, que sobrevivem no meio social, carregam consigo a raiz de suas origens, muitas vezes com nova roupagem, porque atualizar é preciso.

Mas se elas estão aí presentes, é porque exercem uma função importante para as pessoas que as mantêm vivas. Então, o folclore é cultura viva – embora seja criado em um passado pelo povo, independentemente de classe social, etc. – e está presente na vida das pessoas, ou de forma mais contundente, ou simbolicamente, ou então na memória dos que se dizem distantes desse modo cultural, pronto a ser redescoberto e reavivado lá na frente.

A evolução dos estudos do folclore vem acompanhando as mudanças de paradigmas e tendências que a erudição estabelece ao longo dos tempos. Só o nome, por exemplo, já sofreu mudanças de acordo com as tendências de estudos que vêm acompanhando os grupos sociais.

É folclore porque esse foi o termo encontrado por seu criador, que se interessou em organizar os estudos, passando a ser aceito à terminologia “cultura popular” sugerida pela Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura], pois nem todos os países conceituam a primeira palavra criada para defini-lo, principalmente países orientais, até chegar aos dias de hoje em que denominamos como patrimônio imaterial.

Estamos falando da mesma coisa, com olhares diferenciados e com enunciações que privilegiam ora alguns grupos, ora outros. E assim encontramos muitos outros conceitos e características do folclore atualizados na contemporaneidade.

Qual é o papel das novas tecnologias na preservação ou na transformação das tradições folclóricas? Como o folclore pode ser preservado em meio à crescente globalização e à digitalização das culturas?

As tecnologias ajudam muito as novas gerações a conhecerem o folclore de todas as partes habitáveis deste planeta, cada qual com suas identidades marcantes e prontas a mostrarem ao mundo o que têm de melhor em termos de tradição.

Para as comunidades que mantêm bem vivas as suas expressões, as tecnologias paulatinamente se transformam em ferramentas que melhoram suas condições de vida, de luta pela preservação e até de construção de seus fazeres e expressões folclóricas.

Podem fazer convites para a festa tradicional pelas redes [sociais], postar suas performances, criar seus próprios sites, possibilitando reuniões virtuais para decidirem os próximos passos na melhoria daquela expressão folclórica, enfim, são mil maneiras descobertas para participar do mundo globalizado.

Até velas virtuais por intenção aos mortos ou aos santos ou às novenas algumas comunidades vêm fazendo de maneira virtual, principalmente durante e após a pandemia [de Covid-19].

Por outro lado, ainda não abrem mão do encontro presencial, porque são nesses momentos que se fortalecem os laços de afeto, de fé, de compadrio, de reconhecimento enquanto grupo social.

As pessoas me perguntam se com a globalização o folclore vai acabar. Digo sempre que não, apesar do nivelamento cultural que a globalização proporciona e o massacre da indústria cultural sobre outras culturas, como observamos com culturas étnicas, de grupos específicos, cultura folclórica, por exemplo.

A cultura, por ser dinâmica, se adapta sempre que necessário, e no campo do folclore as pesquisas têm nos mostrado que ela está se fortalecendo, pois cada povo deseja mostrar o seu diferencial, não quer ser igual ao outro, tem orgulho de suas tradições e as estimula. Por se verem na telinha, os grupos fazem suas autocríticas, melhoram sua estética para apresentações artísticas, melhoram o vocabulário, etc.

O sincretismo cultural é uma característica marcante do folclore brasileiro. Qual a sua avaliação acerca da interação entre as tradições populares e as influências externas na construção da identidade cultural do Brasil?
 

Com certeza, os grupos migratórios carregam consigo suas culturas, e ao se estabeleceram em um determinado lugar de outra cultura, elas passam a interagir entre si. 

Com o tempo, podemos perceber que desse contato alguns elementos de ambas as culturas se fundiram, formando uma outra diferenciada. Claro que esse processo pode acontecer naturalmente ou impositivamente, gerando resistências. Não vou entrar nesse mérito agora, porque isso envolve vários tipos de relações.

O Brasil recebeu muitos povos diferentes, em meio a outros diferentes, que já existiam antes da colonização. Formou um rico caldeirão cultural, haja vista a diversidade cultural que exibe de norte a sul, de leste a oeste. Nós, aqui em Mato Grosso do Sul, fazemos fronteira com dois países e nos influenciamos mutuamente no campo da cultura. Esse processo de interação ocorreu na Europa, na Ásia, na África, há milênios e ainda não cessou.

Às vezes, as pessoas querem o impossível, a cultura pura de um lugar. Ela não existe. Desde que os humanos formaram seus grupos ainda nas cavernas, sempre migraram e puseram em contato culturas distintas.

O resultado mais imediato podemos observar na língua e seus sotaques, na culinária, na religiosidade, na organização de festas populares e seus personagens, nas histórias contadas atravessando gerações, nas formas de construção e nas técnicas artesanais. São muitos indícios que nos alertam para posterior pesquisa.
 

O folclore pode contribuir para o fortalecimento da identidade e da coesão social em comunidades marginalizadas? Você poderia compartilhar algum exemplo em que o folclore teve um impacto significativo no desenvolvimento comunitário?

O folclore é uma grande válvula de escape para comunidades marginalizadas. Entenda-se aqui que não é marginal, mas comunidades que estão à margem da cultura local, sem condições de usufruir, por vários motivos, de todas as vantagens que a sociedade oferece. Então, elas criam seus mecanismos de escape e recriam condições que lhe favoreçam.

De imediato, eu me lembro de três comunidades afrodescendentes mineiras que encontraram, no seu saber e fazer cotidianos, elementos para inseri-los dentro do que chamamos hoje de economia criativa.

Uma delas é a Comunidade dos Arturos, com suas festas de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito. Eles têm oficinas de confecção de tambores e outras oficinas e vendem seus produtos. Outra comunidade é da família Alcântara, formada pela grande família e pelos agregados que investiram na música, principalmente afro, apresentando-se enquanto coral em eventos importantes.

E a outra comunidade é das pequenas cidades do Vale do Jequitinhonha, que é a região mais pobre de Minas. Tem cânticos belíssimos de lavadeiras, de pescadores, de fazedores de coisas, cujo repertório o amigo Frei Chico descobriu quando chegou, ainda moço, naquela região.

Ele coletou os cantos, formou o coral, gravou as músicas, e eles cantam até hoje em eventos. Além disso, os artesanatos superelaborados também vêm daquelas comunidades, como a figura da noiva, tão cobiçada pelos turistas.

Em sua opinião, qual é o papel das políticas públicas na preservação e na valorização do folclore? Quais são as principais lacunas e oportunidades nesse campo no Brasil?

As políticas públicas desempenham um papel fundamental na preservação da cultura em geral. No campo do folclore, elas atuam como instrumentos essenciais para garantir que as tradições – desde a língua até as expressões artísticas e os patrimônios – possam ser protegidas. 

Sem elas, é sempre mais difícil para os grupos mantenedores do folclore, quando se trata, por exemplo, de grupos artísticos, embora esse saber possa ser recuperado mais à frente por uma nova geração.

O risco de desaparecer é mais provável sem políticas públicas que lhes deem sustentação. Com elas, criam-se proteção ao patrimônio, marcos regulatórios com leis apropriadas de preservação, há o estímulo às ações de revitalização de importantes tradições, de museus, de pontos de cultura que abrigam comunidades de folclore, há a inclusão de conteúdos do folclore nos currículos escolares e o incentivo ao turismo cultural onde predominam grupos de folclore com suas apresentações artísticas, artesanais, religiosas, etc.

Com isso, as leis ajudam a criar oportunidades de vendas dos produtos culturais, beneficiando comunidades 
e grupos de folclore. Porém, essas mesmas políticas no Brasil ainda castigam os fazedores de cultura popular com o peso da burocracia na hora de apresentarem seus projetos, quando muitos desistem de fazê-lo.

Para nós, aqui em Campo Grande, há 22 anos venho apresentando um projeto consistente aos maiores políticos, que até o momento nada fizeram para concretizar a cedência de um espaço físico para instalação de um centro cultural, a Estação Folclore. 

Ali prevemos funcionar biblioteca específica para atender alunos das escolas, cursos para professores, escola de danças folclóricas da nossa região – como já acontece em vários países – e um pequeno espaço de exposições temporárias de objetos do folclore, como se tem nos museus.

É o projeto que ainda precisa ser acolhido pelo município, pelas empresas, mas que ele se concretize com um espaço físico decente. Um espaço como esse é uma grande vitrine cultural para o município e para o Estado.

Como você imagina o futuro do folclore brasileiro? Quais tendências você acredita que moldarão a pesquisa e a prática do folclore nas próximas décadas?

Como já falei anteriormente, as tendências para pesquisas são ditadas muito mais pelas academias e universidades, porque os pesquisadores estão vinculados à ela. Como diz Zygmunt Bauman, estamos vivendo a era da sociedade líquida, e as tendências das nossas vivências, dos estudos, estão conectadas a essa ideia.

Existem inúmeras possibilidades de pesquisa, incluindo vieses diferentes e, às vezes, divergentes, em se tratando da área das humanidades. Cada pesquisador terá de achar o seu melhor caminho para chegar a um argumento final.

Na prática, o folclore estará presente no futuro com uma nova roupagem que a geração do momento resolveu revesti-lo, como tem sido ao longo dos séculos.

Que este 22 de agosto nos lembre da riqueza cultural que possuímos e da importância de celebrá-la, não apenas como uma homenagem, mas como um compromisso com a continuidade e o fortalecimento da identidade brasileira. Professora Marlei Sigrist, agradeço profundamente sua disponibilidade e as valiosas informações que compartilhou conosco. 

Suas experiências e percepções certamente enriquecerão nossa compreensão sobre o tema folclore. Foi um prazer conversar com você e espero que possamos ter outros momentos tão ricos no futuro. Muito obrigada!

(Ana Maria Bernardelli)

Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

12/09/2024 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Fernando Pessoa - escritor português

Nada sabemos da alma senão da nossa; 
as dos outros são olhares, são gestos, são palavras, 
com a suposição de qualquer semelhança no fundo”.

FELPUDA

Sem ficar nem um pouquinho vermelho, vereador que é candidato à reeleição postou em sua propaganda eleitoral vídeo de visita a um condomínio popular, e espertamente usou o verbo “concluímos” para falar do ano da inauguração daquele núcleo. Em seguida, especificou a estrutura urbana (obrigatória) do local, e só ao final informou ter sido uma ação conjunta da prefeitura e do governo do Estado. Não custa lembrar que vereador não executa obra nenhuma e, portanto, não conclui nada também. Tem cada uma!

Oportunidade

Com  salários de até R$ 7,2 mil e 123 vagas em diversas áreas, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) abriu processo seletivo simplificado, que se encerrará às 17h do dia 23 de setembro. 

Mais

Estão sendo oferecidos cargos em 54 municípios de MS, que abrangem funções em diversas áreas, além de vagas para Ensino Médio completo e pesquisadores. Inscrições exclusivamente pelo site oficial de concursos do governo. 

Diálogo

O Brasil passará a exportar para o México aves destinadas à exibição e à reprodução, que são de zoológico e criadas em ambiente controlado. Aquele país é o oitavo maior destino de produtos agrícolas brasileiros, com exportações que totalizaram 1,82 bilhão nos primeiros sete meses deste ano. Essa nova abertura se soma às autorizações obtidas em 2024 para exportações, do Brasil para o México, de material genético asinino e avícola, pepsina suína e óleos de aves e de peixes destinados à alimentação animal.

DiálogoRicardo Salles e Gisela Estella Salles

 

DiálogoAlexandra Benenti

Sem perrengue

A possibilidade da fusão do PSDB com o MDB para formação de um novo partido, para assim entrar de “cara nova” nas eleições gerais de 2026, não está descartada. Caso isso aconteça, em MS não deverão ocorrer impasses, até porque as duas siglas têm histórico de muitas alianças. Vale lembrar que a Casa Civil do governador tucano Eduardo Riedel é comandada por Eduardo Rocha, do MDB. 

Dados

O maior número de eleitores em Campo Grande está na faixa etária de 35 a 44 anos, com 137.422, seguida daqueles que têm de 25 a 34 anos, somando 135.419. Na sequência, são 126.862 com idade de 45 a 55 anos. Os demais números: 119.965 de 56 a 69 anos; 53.191 com 70 anos ou mais; 70.153 de 18 a 24 anos; e 3.204 entre 16 e 17 anos. Os dados são do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), até o dia 31 de agosto.

Discriminação 

“Isso mesmo, imuniza estas pestes que não produz nada... bando de cachaceiro... [sic]”. Essa postagem, feita em 2021, no Facebook, referindo-se aos indígenas guarani-kaiowá de Dourados, levou à condenação de um homem a dois anos de prisão e multa por incitar a discriminação. O comentário referiu-se à vacinação contra a Covid-19 para as pessoas do grupo prioritário.  A decisão foi da Justiça Federal, e ele cumprirá a pena em liberdade, porém tendo de prestar serviços à comunidade, além do pagamento de dois salários mínimos.

ANIVERSARIANTES

Delasnieve Miranda Daspet de Souza, 
Dr. Milton Garcia Leal Júnior, 
Mariana Massani Romero, 
Thiago Ortiz Doneda, 
Rayssa Garcia Barcaça, 
Alda Aparecida Ferreira Nantes,
Glória Maria Vaz Leal,
Dr. Henoch Cabrita de Santana, 
Maria Aparecida Coutinho Machado,
Terezinha Bezerra de Almeida,
Averaldo Alves Garcia,
Mariana Coli Muzzi, 
Guilherme Ortega Zulim,
Marisa Dias Rolan Loureiro,
Sílvio Lobo Filho, 
Morivaldo Firmino de Oliveira,
Ricardo de Souza Rosa,
Daniela Martins Bertoncelo, 
Maria Antonia Correia Gondim,
Helena Alcara,
Dacir de Souza, 
Mônica Pedrossian Coelho, 
Pedro Henrique Adames, 
Gilzânio (Gil) da Silva Rodrigues, 
Rodrigo Aguirre Menezes, 
Sérgio Fenelon,
Alfredo Dobilas,
Dr. Hérico Monteiro Braga, 
Dayanne de Almeida Ferreira,
Francisco de Paula Junior,
Claudete Regina Modenesi,
Fernanda Oliva,
Rosa Maria Maçães Coutinho,
Dr. Ricardo Verde Selva,
Katiuscia Azambuja,
Aparecida Leke Garcia,
Luiz Eduardo Ferreira Rocha,
Ivanilde Vaz,
Idenir Medina,
Maurício Nakazato,
Antonia Serrou Camy,
Luciano Araújo Júnior,
Rosália Maria Jesus Silva,
Zender Guimarães Sales,
Dr. Lauro Takeshi Myasato, 
Ligia Ribeiro de Andrade,
Fábio Michel Ferzeli Abussafi,
Orlando de Almeida,
Elcy Nogueira de Jesus,
Virgínia Corrêa Merísio,
Celso Cordeiro,
Genê Rosa da Silva,
Jair Emiliano Queiroz,
Almir de Magalhães,
Marlene Silva de Campos,
Renato Moura Braga,
Eli Garcia Nogueira,
Olga Holsback Ramos,
Ademir Godoy,
Maria Elizabeth Durval,
Paulo Nogueira Dantas,
Suely Siqueira Ney,
Maria Glaucia Batista, 
Leda Maria Ribeiro Costa,
Gilson Gomes Silva,
Josevaldo Alves da Silva,
Valdenice de Oliveira,
Luis Panoff Philbois,
Ana Paula Saliba Dias, 
Maria Auta de Oliveira Inagaki,
Eliete Alves de Lima Lauretto,
Gil Messias Fleming,
Alírio Villasanti Romero, 
Mariuza Carlos Oliveira,
Adão Valdez Arteman,
Julian Moreno Roselli,
Sérgio Roberto Sodré,
Ailton Gino de Souza,
Antônio Aparecido de Lima,
Pedro Aiduck,
Valdete Freitas Yokoyama,
Luiz Gustavo Garai da Silva,
Ilda de Oliveira, 
Maria Josefina Zampieri West,
Dr. Alcides dos Santos,
Jorge Buissa Júnior,
Victor Caethano de Santana Victor,
Ronald Tokya Higashi, 
Maria Alzira Trelha Falcão,
André Lopes Beda,
Regina Célia Rojas Gerotti,
Priscila Thronicke Rodrigues Figueiredo, 
Rosa Adriana Tavares Coimbra,
Ângela Maria Veríssimo,
Gilson Domingos de Pietro,
Esmilce Figueiredo Abreu,
Mary Kellen Horita Ricci,
Gooitzen Geert Kruizenga, 
Laurizete Curto Cação Nicolau,  
Salete Petry Coski,  
Bruna de Campos Pavoni,   
Carla Priscila Campos Dobes do Amaral,
Carlos Sussumu Koumegawa, 
Oscar César Ceolin,  
Grazieli Meazza,
João Carlos Baird,
Jussara Aparecida Faccin Bossay,
Sidnei da Silva Rodrigues.

*Colaborou Tatyane Gameiro

LITERATURA

Dois anos e meio após atuar apenas de modo virtual ou itinerante, livraria ganha espaço físico

Dois anos e meio após atuar apenas de modo virtual ou itinerante, Hámor Livraria ganha espaço físico na Rua 13 de Junho; inauguração, neste sábado, terá a presença da escritora gaúcha Mar Becker

11/09/2024 10h00

Quase pronto: reta final dos preparativos para a inauguração da mais nova livraria de Campo Grande, que já nasce com dois anos de trajetória em feiras e em outros eventos da cultura literária,  além do atendimento virtual

Quase pronto: reta final dos preparativos para a inauguração da mais nova livraria de Campo Grande, que já nasce com dois anos de trajetória em feiras e em outros eventos da cultura literária, além do atendimento virtual Fotos: REPRODUÇÃO INSTAGRAM

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“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria”. A frase do argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) ganha um sabor especial em Campo Grande a partir deste sábado (14), com a inauguração da Hámor Livraria. 

Desde a sua criação, em 2022, o funcionamento era apenas de modo virtual, pela internet, ou marcando presença em feiras e em eventos literários. Com a estreia do endereço físico, na Rua de 13 de Junho, nº 1.592, na esquina com a Rua das Garças, a Hámor ganha “um cantinho para chamar de seu”.

Maciel, Daniel, Hamurabi. Conta-se nos dedos as poucas livrarias que resistem na Capital, mantendo seus espaços físicos para que o leitor possa desfrutar do hábito de apreciar, à moda antiga, obras literárias. 

Ou seja, tendo a oportunidade de percorrer estantes e prateleiras, passar os olhos em dorsos e capas, manusear exemplares, dar uma folheada e eventualmente ler um trecho, seja do livro procurado ou de algum título que fez o coração bater mais forte durante o rolê por corredores e seções temáticas.

O quadro de escassez, concomitante à generalizada virtualização do consumo, é uma realidade que se verifica em todas as regiões do País. Por isso, o novo ponto da Hámor merece ser saudado, mais que como um negócio, na dimensão maior de uma iniciativa cultural. 

Seguindo a tradição de nomes próprios, e quase sempre bíblicos, que batizam as livrarias da região central de Campo Grande, a Hámor instala-se em um ponto bem charmoso, onde por 11 anos, até o fim de 2023, funcionou o restaurante Recanto das Ervas.

O local passa a abrigar também o Café do Recanto das Ervas e marca ainda a retomada das atividades da Hámor Editora. Durante os dois anos e meio em que a livraria vem atuando, a equipe liderada por Bianca Resende e Felipe Mafra participou de festivais e eventos, organizando lançamentos e rodas de conversa. 

Apesar do desejo constante de abrir um espaço físico, a complexidade burocrática e os desafios econômicos tornaram o processo mais complicado do que o esperado.

No entanto, a perseverança e o apoio de um público fiel, como destaca a dupla, permitiram a concretização desse “sonho”.

O espaço físico, que será inaugurado no sábado, às 16h, promete ser um ponto de encontro para amantes dos livros e das boas conversas, a exemplo do que vem sendo a trajetória virtual e itinerante da casa literária.

“Além de uma livraria onde os visitantes poderão encontrar livros e lançamentos de editoras inovadoras, queremos que nosso espaço seja acolhedor para clubes de leitura, lançamentos e outras atividades literárias. É essencial estreitar a relação com os leitores e construir um ambiente que sustente a continuidade do trabalho das editoras e livrarias”, afirma Bianca.

A novidade vem sendo recebida com muita alegria pelos clientes da Hámor e também pelo cenário cultural sul-mato-grossense. “Após dois anos formando um público fiel em feiras e eventos, vemos a felicidade deles com a inauguração como um reflexo do nosso próprio entusiasmo. Isso significa muito para nós”, pontua Felipe.

MAR BECKER

A inauguração da Hámor Livraria contará com a presença da escritora gaúcha Mar Becker, que lançará dois de seus livros, “Cova Profunda É a Boca das Mulheres Estranhas” (2024) e “Canção Derruída” (2023), e ministrará um workshop no dia seguinte, domingo (15), intitulado “Poesia e Rastro – Um Caminho pela Escrita”. 

O workshop será realizado a partir das 10h, e as inscrições podem ser feitas pelo site da Hámor Edições (hamoredicoes.com.br). Mais informações no box.

Mar Becker nasceu em Passo Fundo (RS), tem 38 anos e é autora de “A Mulher Submersa” (2020) e “Sal” (2022), que foram reunidos em Portugal no volume “Canção Derruída”. Ela foi finalista do Prêmio Jabuti 2021, na categoria Poesia, com “A Mulher Submersa”, livro pelo qual foi agraciada com os prêmios Minuano e da Associação Gaúcha de Escritores.

RETOMADA

A nova fase da Hámor inclui também a retomada da Hámor Edições. O escritor Febraro de Oliveira, um dos editores, destaca o objetivo de criar uma curadoria que valorize a diversidade literária.

“A Hámor Edições surgiu com a missão de publicar boas histórias que desafiem o real e deem voz a narrativas plurais. Estamos iniciando com cinco publicações previstas para os próximos meses, focadas em autores e autoras inéditos de Mato Grosso do Sul. Estamos animados para contribuir com uma cena literária rica e diversificada”, afirma o autor, que por coincidência faz aniversário no sábado.

A Hámor Livraria funcionará de terça a sexta-feira, das 13h às 19h, e aos sábados, das 9h às 16h. O endereço é Rua de 13 de Junho, nº 1.592.

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