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Orquestra jovem forma, há 11 anos, músicos de alta performance

Orquestra jovem forma, há 11 anos, músicos de alta performance

THIAGO ANDRADE

11/03/2016 - 14h57
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Entre os 459 jovens que passaram pela Fundação Barbosa Rodrigues (FBR), muitos consideram o aprendizado um divisor de águas em suas vidas. As aulas de música ministradas no Projeto Orquestra Jovem expandiram as oportunidades pessoas e profissionais de muitos adolescentes, além de aumentar o conhecimento cultural de cada participante. 

Criado em 2005, a primeira geração a participar do projeto agora adentra universidades e locais de trabalho com a certeza de que o contato com a música e com a disciplina necessária para participar de uma orquestra foram fundamentais. Entre os que decidiram continuar na música, grandes feitos foram alcançados. 

Atualmente, há jovens estudando em universidades de ponta como a Unicamp ou tocando junto a grandes orquestras como a Sinfônica Jovem de São Paulo. Este é o caso de Brenner Rozales de Araújo, de 21 anos. Ele se mudou para a capital paulistana no ano passado e tem vivido uma rotina de ensaios e apresentações ao lado de grandes músicos nacionais e internacionais. 

“A Fundação Barbosa Rodrigues foi minha maior base para a decisão de seguir uma carreira musical. Foi lá que peguei gosto pela música”, conta Brenner. Ele tocava violino desde os seis anos, mas foi depois de entrar para a Orquestra Jovem que ele passou a conhecer uma rotina mais profissional ligada à música. São seis anos de dedicação ao instrumento. Ele lembra que foi na época da gravação do DVD da Orquestra Jovem, em 2011, que percebeu que era o que queria para a vida. “Eu gostava de estar ali, ensaiando, tocando, fazendo apresentações”, pontua.

Matheus Coelho é outro jovem campo-grandense que deixou a cidade por causa da música. Atualmente, ele mora em Campinas, onde estuda regência na Unicamp. “Na carência de orquestras de formação em Campo Grande e de conservatórios públicos, a Orquestra Jovem da Fundação Barbosa Rodrigues surgiu como uma grande escola de música para mim”, afirma o jovem. Segundo ele, o contato com outras orquestras só confirmou o trabalho de alta qualidade que vem sendo feito pela fundação na Orquestra Jovem.

Gleison Ferreira, 21 anos, é outro jovem que mergulhou no universo da música graças ao projeto. Ele ingressou na Orquestra Jovem em 2009 e permaneceu até 2013. Após este período, o jovem foi aprovado para fazer parte da Orquestra Sinfônica de Campo Grande. Além disso, passou a desenvolver uma ação social em Miranda. “É um trabalho de cunho social, focado na convivência e no fortalecimento de laços, com foco na música”, explica o violonista.

Além daqueles que continuaram no mundo da música, há também quem tenha participado da orquestra da Fundação Barbosa Rodrigues, mas optou por seguir outras áreas. É o caso de Pâmella Rodrigues. Ela entrou na Orquestra Jovem aos nove anos. “Eu descobri a música. Foi, literalmente, a melhor coisa que poderia ter me acontecido”, comenta.

Pâmella, Geison, Matheus e Brenner iniciaram suas trajetórias na Orquestra Jovem e se profissionalizaram na música

Depois de um problema de tendinite, Pâmella teve de deixar a música de lado por algum tempo. Nesse período, ela tentou estudar Publicidade e Propaganda, mas acabou percebendo que não era o que queria. Atualmente, é acadêmica de nutrição.

“A música me acompanha até hoje. Eu ainda tenho o sonho de fazer uma faculdade na área e seguir essa profissão”, explica. Antes da Orquestra Jovem, Pâmella conta que a música ainda não era nem um sonho em sua vida. “Tenho pessoas na família que são músicos profissionais, mas só depois de ter contato com o violino na fundação eu decidi que era aquilo mesmo que eu queria”, pontua.

Entre todos os jovens entrevistados, um nome surge como central em todo esse trabalho. O maestro Eduardo Martinelli foi o idealizador da Orquestra Jovem, em 2005. Segundo ele, o trabalho foi pioneiro ao oferecer a crianças e adolescentes de escolas públicas da Capital a oportunidade de aprender a tocar um instrumento musical. 

“A partir dele, surgiram outros. Inclusive, músicos que foram formados pelo nosso trabalho deram continuidade com essas iniciativas”, pontua o maestro, citando o caso de Gleison como exemplo. Por se tratar de um projeto de longa duração – que completa 11 anos em 2016 –, a Orquestra Jovem ajudou a promover uma mudança significativa na área de música de concerto em Campo Grande. 

Segundo Martinelli, muitos músicos que atuaram na Orquestra Jovem foram absorvidos no mercado de trabalho por outras orquestras, como a Sinfônica de Campo Grande, ou mesmo fora do Estado. “O projeto deu oportunidades e muitos souberam aproveitá-las”, comenta o maestro.

Em 2016, o projeto ainda não abriu vagas para novos integrantes. Segundo a coordenadora de projetos da Fundação Barbosa Rodrigues, Marta Barros dos Santos, isso se deu em razão do alto número de alunos que entraram no ano passado. “Estamos analisando a possibilidade de abrir mais vagas e estamos buscando parceiros para isso.”

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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