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CINCO PERGUNTAS

Para Cláudia Raia, "Ti Ti Ti" foi um dos seus melhores momentos na comédia em sua carreira na tevê

A novela foi exibida originalmente entre 2010 e 2011 pela Globo, e agora está no "Vale a Pena Ver de Novo"

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Interpretar tipos exuberantes não chega a ser uma novidade para Cláudia Raia, em seus 38 anos de carreira na tevê. 

Mesmo assim, a campineira, aos 54 anos, não disfarça que “Ti Ti Ti”, novela exibida originalmente entre 2010 e 2011 pela Globo e na qual deu vida à destrambelhada Jaqueline, é um dos trabalhos de comédia mais marcantes de sua carreira nos folhetins. 

Afinal, além de ter sido uma de suas inúmeras parcerias de sucesso com o diretor Jorge Fernando, que morreu em outubro de 2019, também foi uma espécie de retorno aos folhetins, depois do sucesso estrondoso de “A Favorita”, em 2008, trama na qual a atriz interpretou a injustiçada Donatella. 

“Até hoje, o público ainda fala da Jaqueline, do cabelo dela... O jeito fofo e romântico dela seduziu o público completamente”, avalia Cláudia.

A atriz reconhece que o humor segue tendo um lugar especial em sua carreira. 

Mas garante não ter exatamente uma predileção pelo gênero. 

“A comédia é muito especial para mim, mas não tenho preferência. O que sempre falo é que comédia exige do ator uma preparação diferente, outro tempo. É um trabalho extremamente minucioso e que exige uma precisão enorme”, analisa. 

Outro ponto importante para Cláudia em “Ti Ti Ti” foram as parcerias que ela teve dentro de cena.

“Trabalhar com o Alexandre Borges é como estar em casa. Acho que ele é a pessoa com quem mais fiz par romântico na vida. Minha relação com o restante do elenco era ótima também. Foi tão boa que a Fernanda Souza, minha filha da ficção, se tornou minha filha do coração. Até hoje somos grudadas”, revela, citando os intérpretes do estilista Jacques Leclair e da instável Thaísa do remake de Maria Adelaide Amaral.

 

P – Como foi receber a notícia de que “Ti Ti Ti” estaria de volta no “Vale a Pena Ver de Novo”? 

R – Eu amei receber essa notícia. Jaqueline é uma personagem muito querida por mim e pelo público. 

Ela é sempre muito lembrada. Foi uma novela deliciosa, mais um trabalho com meu querido parceiro Alexandre Borges, que é meu marido da ficção, de tantos pares românticos que fizemos juntos (risos). 

Sem contar que é mais um trabalho em que fui dirigida pelo meu amigo-irmão Jorge Fernando. 

Uma maneira de matar a saudade que sinto dele todos os dias.

P – Qual a importância de “Ti Ti Ti” na sua carreira? 

R – Jaqueline era uma mulher completamente destrambelhada (risos). 

E o público se divertia muito com esse jeito dela. Mesmo sendo uma personagem de comédia, Jaqueline me trouxe outro registro. 

Ainda não tinha feito uma personagem como ela. 

Foi interessante também porque foi a primeira personagem de novela que eu interpretei depois de “A Favorita”, e Jaqueline e Donatella não poderiam ser mais diferentes.

P – Como foi a sua composição? Que referências da primeira versão, exibida em 1985, você usou?

R – Eu já sou uma pessoa muito ligada à moda. Então, poder viver esse universo na novela foi uma delícia.

Quando Jorge Fernando falou comigo sobre o trabalho, ele disse que queria que a minha personagem fosse a prima-dona do Brasil. E assim foi! 

A Jaqueline é uma Porcina pop, extravagante, exuberante... A Jaqueline da primeira versão foi interpretada pela Sandra Bréa, que é minha grande referência de musicais feitos em televisão. 

As nossas Jaquelines foram bem diferentes, mas foi muito interessante essa reverência a ela. 

E, claro, eu fui buscar referências nela também para a personagem.

P – Na história, Jaqueline é uma mulher extravagante e cômica, que estava sempre mudando de visual. Você se identifica com a personagem?

R – Adorei isso, porque fui muitas personagens em uma mesma novela. 

Não posso deixar de falar da figurinista Marília Carneiro, que foi muito importante. 

O trabalho de moda dessa personagem, desse universo todo de “Ti Ti Ti” é muito importante e o trabalho impecável da Marília tem de ser enaltecido. 

Ao mesmo tempo em que eu e Jaqueline temos muito em comum, somos bem diferentes. 

Acho que a exuberância, o interesse por moda e ter essa lente do humor para a vida são características que compartilhamos. 

Mas quando você olha mais para ela, percebe que somos completamente diferentes. 

Jaqueline é tão imersa em si mesma que não há espaço para mais ninguém, nem para a própria filha. 

Na verdade, ela tem uma quase obsessão em ser amada, em casar com alguém por quem seja completamente apaixonada e viver seu conto de fadas. Mas, nessa busca, ela negligencia todo o entorno. 

P – Você também é assim?

R – Eu sou o extremo oposto. Estou sempre de olho em todo mundo que me rodeia, preocupada com o bem-estar de todos. 

Tenho esse perfil mãezona mesmo, de cuidar, de acolher, não só com os meus filhos, mas com todas as pessoas que estão por perto. Sou muito maternal.

 

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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