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Pedro Scobby: "Eu fico feliz em ter um estilo de vida que inspira pessoas."

Nossa Capa dupla do Correio B+ dessa semana, Pedro Scooby, fala com exclusividade sobre o apoio da família, medo e preparo para encarar as maiores ondas

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“Os perrengues acontecem porque é um esporte de alto risco, faz parte do momento.”

Preciso começar essa matéria dizendo que a agenda desse surfista não é nada fácil, ainda mais em plena temporada de ondas gigantes do qual é destaque mundial. Mas que bom que deu certo após algumas semanas de espera (risos).

 

Pedro Henrique Vianna, chamado desde menino de Pedro Scooby surfa desde criança incentivado pelo pai.

Nascido no Rio de Janeiro, atualmente o surfista de apenas 33 anos vive em Nazaré (Portugal), onde estão as maiores ondas do mundo e o levou até lá, mas ao longo de sua carreira, que começou aos 11 anos de idade (Pedro considera que profissionalmente foi aos 13 porque começou a ser patrocinado) já conheceu os quatro cantos do planeta e surfou em todos eles.  

 

“Todos os lugares que já surfei, surfaria novamente”, explica.

Apesar de ser avesso às competições, ele já venceu prêmios internacionais como o Gigantes de Nazaré (2019) e está sempre sendo cotado entre os melhores pela WSL – maior liga de surf do mundo. 

Ele também é protagonista da série “Pedro Vai Pro Mar”, exibida pelo canal Off, e o 1º surfista brasileiro a estrelar uma história em quadrinhos, o gibi “De volta à rotina”, que conta sua história de vida como atleta, além de seu Canal no YouTube.  

“Eu fiz 26 episódios, mostrando minha vida, com meus filhos. Curtindo, saindo, balada, treino, preparo físico, ondas gigantes. Tudo que acontece nos bastidores das ondas gigantes. Foi ótimo gravar. E agora estou me preparando para fazer uma segunda temporada”, conta Scooby.

 

Seu estilo de vida inspira não só aos seus seguidores e admiradores, mas também patrocinadores e grandes marcas mundiais como a Red Bull, Hot Buttered, Ultimate Ears, Bvlgari, Carolina Herrera, além de pertencer ao time de atletas da Quiksilver.

“É verdade e eu fico feliz de ter um estilo de vida que inspira pessoas, empresas, marcas e todo um público além do nicho do meu esporte”, explica o surfista que possui quase 2 milhões de seguidores no Instagram.

Nossa Capa dupla do Correio B+ dessa semana, Pedro Scooby, fala com exclusividade sobre o apoio da família, medo e preparo para encarar as maiores ondas do mundo, sobre o seu lado empreendedor e novos projetos.

CE - Por que Scooby?

PS - Foi um amigo meu chamado Gabriel Pastori que me deu esse apelido. Um dia ele falou: “Nossa, você parece o Scooby, hein?”. 

Aí é aquela coisa de moleque, o apelido pegou e todos passaram a me chamar assim. Além disso, na época tinha um Pedro Henrique que competia já no surfe profissional e por isso acabei colocando Pedro Scooby.

 

CE - Por que escolheu profissionalmente Portugal?

PS - Porque é onde estão as maiores ondas do mundo, em Nazaré.

 

CE - O que é o free surfer?

PS - O Freesurfer é um estilo mais livre. Não tem o compromisso com a competição. Muita gente não sabe, mas isto é muito forte dentro do surfe e do skate. 

Existem freesurfers tão famosos mundialmente, quanto os competidores. 

E nos últimos anos acabei me dedicando até mais às ondas gigantes, que não têm um circuito como os das ondas pequenas. O que me deu uma disposição e performance muito boa, até a nível mundial.

 

CE - Pedro, o que te levou a começar a surfar aos 11 de idade?

PS - Meu pai me ensinou a pegar onda com 5 anos de idade, mas só que dos 5 aos 10, eu não ia muito para a praia, mas ele já meio que plantou a semente ali. 

Ele que me empurrou na minha primeira onda e depois nunca mais larguei o esporte.

 

CE - Quando passou a ser profissional?

PS - Passei a me considerar profissional quando eu comecei a ter patrocínios e viver do surf, que foi por volta dos 13 anos, mas comecei a competir em campeonato profissional com uns 16/17 anos.

 

CE - Já competiu em outras categorias no surfe?

PS - Já competi no circuito ‘normal’ do surf e participei de competições de ondas gigantes. Inclusive, fui campeão de ondas gigantes em Nazaré.

 

CE - Por que ondas gigantes?

PS - As ondas grandes são muito desafiadoras, é uma modalidade do surf e uma forma de sair do óbvio, de se desafiar e de trabalhar o corpo e a mente. 

Também porque eu sou completamente viciado em adrenalina.

 

CE - Eu, como jornalista, sempre quis perguntar a você: VOCÊ NÃO SENTE MEDO? Inclusive de acontecer algo realmente grave? Já aconteceu?

PS - Sinto medo sim! Mas a minha relação com o medo é diferente do o que a maioria das pessoas têm. 

Eu tenho medo, mas consigo administrar bem essa situação. 

Passar por cima do medo, até porque eu me preparo para isso. 

Me dediquei muitos anos para isso. 

Eu respeito muito o mar e vou continuar respeitando independente da minha experiência. Já passei muitos apuros, já quase morri há dois anos em Nazaré, mas também tive muitos momentos de alegria, de adrenalina e de gratidão. 

Os perrengues acontecem porque é um esporte de alto risco, faz parte do momento.

 

CE - Você sabe que corre risco de vida surfando ondas tão gigantes, quais os preparos e precauções para evitar acidentes?

PS - Muito treino físico, mental, apneia e muito surf. Para surfistas de ondas grandes é normal ficar horas na água sem conseguir pegar uma onda. 

Você tem que ficar ali, peneirando, porque você não se joga em qualquer uma, você morre se fizer isso.

 

CE - Como funciona a sua alimentação e preparo físico?

PS - Eu não tenho muitas restrições ou dieta específica, mas procuro manter um equilíbrio e cuidado com o meu corpo e mente, principalmente nas preparações de temporada para as ondas gigantes. 

Sempre antes da temporada, eu faço um preparo físico específico para as ondas gigantes. 

É como se fosse um treino funcional, mas especifico para ondas gigantes.

 

CE - Um lugar que jamais surfaria de novo?

PS - Não existe esse lugar. Todos os lugares que já surfei, surfaria novamente.

 

CE - Um lugar que AMA surfar? Por quê?

PS - Nazaré. Porque me remete muitas lembranças boas e é sempre bom estar dentro d’agua em Nazaré, me sinto em casa.

 

CE - O surfe te levou para um patamar internacional dentro do esporte, como foi essa trajetória e o que foi primordial?

PS - Eu acho que as dificuldades que eu passei na vida me fizeram sair daquele sentimento de Surfe por prazer e pensar, opa, é minha profissão. Então para mim foi um divisor de águas quando eu comecei a depender daquele dinheiro. 

Eu também tinha um Surfe muito revolucionário, muito acrobático, eu fazia umas manobras que quase ninguém fazia e isso foi uma coisa que me colocou nos melhores filmes, numa posição de destaque.

 

CE - Sua posição profissional no esporte levou você a ser muito requisitado para publicidades e também patrocínios. Me fala sobre isso?

PS - O surf de ondas gigantes é para todos. Não só para os simpatizantes do surf. Pessoas que nunca viram o surf na vida, vê as ondas gigantes e aquilo ali atrai. Então, eu trabalhei muito bem esse lado de levar para todos o surf de ondas gigantes. 

E junto disso, sempre trabalhei muito bem minha imagem fora d’agua. Isso acabou atraindo as grandes empresas. Eu sempre olhei muito para isso. 

Não apenas estar dentro d’agua pegando as maiores ondas do mundo, mas o também, o depois. O que fazer com a minha imagem e como trabalhá-la.

É verdade e eu fico feliz de ter um estilo de vida que inspira pessoas, empresas, marcas e todo um público além do nicho do meu esporte. 

O surf e principalmente o de ondas grandes é algo extremamente desafiador, onde exige do surfista uma preparação muito completa e que nos agrega como ser humano. 

Graças ao surf eu trabalho a minha saúde física, mental, eu desenvolvo projetos sociais e assim compartilho o meu estilo de vida.

 

CE - Como é pra você ver o surfe nas Olímpiadas?

PS - Na minha opinião, o maior erro de terem colocado o Surfe nas Olimpíadas, já que virou um esporte olímpico, foi não ter colocado na piscina de onda. 

Já que hoje em dia existe a piscina de onda, você pode fazer um esporte Olímpico, igual para todo mundo. 

Todos os atletas vão surfar a mesma onda, uma idêntica à outra. 

Como a próxima Olimpíada vai ser em Paris, a competição de Surfe vai ser disputada no Taiti (Exemplo), e os atletas perdem essa vivência Olímpica, já que vão ficar concentrados em outro lugar.

 

CE - Sua família, esposa e filhos te apoiam?

PS - Eles me apoiam demais. Eu vivo por eles. Eu tento buscar o máximo de tempo e dedicação para poder estar e fazer a felicidade deles. 

Tentar entender como é a cabeça de cada um, o que eles precisam de mim e o que eu posso fazer para torná-los mais felizes. 

E claro, sempre ensinando muito sobre respeito e educação. 

E a Cíntia é minha parceira. Primeiro ela foi meu sonho de mulher concretizado e depois que a gente ficou pela primeira vez e começou a se conhecer melhor, eu passei a admirá-la ainda mais como minha parceria. 

Ela virou uma amiga, uma pessoa que eu gosto de estar junto e tem a visão da vida igual a minha, que é ser feliz e curtir.

 

CE - Seu filho mais velho é fera no skate, ele gosta de surfar?

PS – Meu filho mais velho é o fera no skate, o Dom. O mais novo está aprendendo, começando a andar bem. 

Mas ele não gosta da água gelada em Portugal, ele surfava no Brasil. Quando a gente se mudou para Portugal que ele parou de surfar e passou a andar de skate.

 

CE - Muitos sonham em viver do esporte e você consegue isso. Como incentiva outros esportistas?

PS - Aquela velha história de acreditar nos seus sonhos. Não tem muita explicação sobre isso. 

Você tem que entender se você tem talento ou não para aquilo que você sonha e você tem que apostar, botar todas as suas fichas, além de tempo e dedicação para fazer tudo aquilo acontecer. 

Tem que acreditar muito.

 

CE - Me fala sobre:

- ‘Pedro Vai Pro Mar’ – Foi incrível. Foram duas temporadas no Canal Off. Viajei para alguns lugares maravilhosos, mostrando como era minha vida no surf. 

Foi muito bom, faria de novo até (risos).

 

https://player.vimeo.com/external/640376483.sd.mp4?s=c630df651f96799c1e71bc49e87baa929582c1a9&profile_id=164&oauth_token_id=1289434942

- Seu canal no Youtube – Eu fiz 26 episódios, mostrando minha vida, com meus filhos. 

Curtindo, saindo, balada, treino, preparo físico, ondas gigantes. Tudo que acontece nos bastidores das ondas gigantes. 

Foi ótimo gravar. E agora estou me preparando para fazer uma segunda temporada.

CE - Como você se descobriu empreendedor? Me fala de suas sociedades e empresas...

PS - A Sal, Água e Alma, que é minha marca de acessório, a gente está dando o maior gás, estamos arrebentando. 

A gente fez a coleção do Rock In Rio, fez várias outras coisas legais. 

Começamos uma coleção nova agora, está bombando. 

Agora também estou no ramo da construção, estou construindo algumas casas na Bahia, um ramo que minha mulher já estava investindo, agora estou também. 

Comecei a estudar muito sobre criptomoeda também.

 

CE - Você nunca para. Quais são os próximos projetos?

PS - Agora está começando a minha temporada. Então é um momento que estou apenas me dedicando às ondas gigantes.

 

CE – Mais sonhos?

PS - Eu já vivo meu sonho. Acho que meu sonho é dar continuidade para que esse sonho que realizei dure, até quando eu ficar bem velhinho.

 

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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