Apesar do rosto de menina, Polliana Aleixo (26), começou sua trajetória bem cedo como atriz, e segundo ela de modo intuitivo. “Eu acredito que quando comecei foi tudo muito intuitivo, justamente por ainda ser bem jovem. Tive a sorte de ter uma família que entendeu e apoiou esse meu caminho desde cedo, o que fez toda diferença na minha trajetória, sem dúvida”, explica.
Polliana já fez inúmeras novelas, em sua maioria na TV Globo, mas em sua passagem pela Record TV também fez uma personagem bíblica, mais precisamente Kesiah em JESUS.
Entre 2015 e 2017, Polliana cursou Publicidade e Propaganda na faculdade IBMR.
A atriz Polliana Aleixo é Capa do Correio B+ desta semana - Foto Pupin+Deleu - Capa Denis FelipeA atriz gravou, em 2019, uma participação no programa "Dra. Darci", do Multishow, dirigido por Cris D’amato, e na sequência rodou o seu primeiro longa-metragem, com a mesma diretora, “A Sogra Perfeita”. No filme, lançado em 2021, Polliana interpreta Cileia, uma das personagens principais.
Ela também estreou no dia 11 de outubro na Netflix o longa-metragem "Esposa de Aluguel", comédia romântica dirigida por Cris D'Amato, e que conta com Caio Castro, Mariana Xavier, Thati Lopes e grande elenco. Na semana de estreia, ele não só alcançou o TOP 10 mundial e o primeiro lugar em diversos países, como foi o filme de língua não inglesa mais assistido da plataforma.
Em ascensão, esteve durante todo o ano de 2021 com trabalhos na TV aberta, primeiro, no ar na reprise de "A Vida da Gente" (Globo), e depois na novela inédita “Gênesis” (Record).
Na novela Jesus da Record TV - Divulgação
Ao mesmo tempo, gravava no Uruguai um de seus trabalhos mais recentes, a série chilena "El Presidente" (Amazon Prime Video). A produção é roteirizada pelo argentino Armando Bó, vencedor do Oscar 2015 na categoria Melhor Roteiro Original por "Birdman (or The Unexpected Virtue of Ignorance)".
“O mais legal nisso tudo, é que além de premiado e genial, o Armando é o grande pai desse projeto. Ele escreve e produz também, então ele era envolvido em todos os processos. Ele tem uma equipe muito alinhada, um set muito concentrado, até porque acontecia em várias línguas por ter um elenco de diferentes nacionalidades”, opina Polliana.
Hoje, (04/11) no Prime Video a atriz estreia com "Jogo da Corrupção", a segunda temporada do sucesso internacional "El Presidente". Na trama, indicada ao Emmy 2021, a artista dará vida a Victoria Havelange, filha única do protagonista João Havelange (ex-presidente da FIFA), interpretado pelo ator português Albano Jerónimo (Vikings).
Com Francisco Cuoco na TV Globo - DivulgaçãoA história promete movimentar as estruturas do mundo do futebol, em pleno ano de Copa do Mundo, já que mostrará os bastidores de como a FIFA se transformou em potência comercial e política.
“Eu sinto uma gratidão absurda por ter a oportunidade de fazer a Victoria Havelange, pois pude construí-la do início ao fim, desde a fase mais jovem até a fase adulta. Foi minha primeira experiência interpretando mãe, por exemplo. Fora que pude contracenar com grandes atores diretamente, como o Albano Jerónimo, Maria Fernanda Cândido e Eduardo Moscovis”, conclui.
Polliana é a nossa Capa do Correio B+ desta semana, e em conversa exclusiva com o Caderno ela fala sobre sua estreia, construção de seu personagem, trajetória e também de novos projetos no cinema e no streaming.
CE - Você estreou muito jovem como atriz, você sempre quis seguir esse caminho?
PA - Eu acredito que quando comecei foi tudo muito intuitivo, justamente por ainda ser bem jovem. Tive a sorte de ter uma família que entendeu e apoiou esse meu caminho desde cedo, o que fez toda diferença na minha trajetória, sem dúvida. Comecei como a maioria, fazendo publicidade quando criança, aí fui pro teatro, com o apoio dos meus pais vim para o Rio fazer um book e um teste. Eu lembro até hoje da primeira vez que entrei num estúdio, gravando um especial de fim de ano da Globo, eu fiquei encantada, era meu parque da Disney.
CE - São inúmeras novelas na TV Globo por anos inclusive, muitas vezes emendando um papel no outro. Como foi esse período e esse processo pra você tão jovem com responsabilidades tão importantes.
PA - Eu sempre trabalhei com adultos, raramente tive outras crianças no set comigo, e acho que isso me amadureceu mais cedo, mas de uma forma positiva. No início, fazia apenas porque gostava, lá pros meus 14 anos eu fui entender a dimensão das coisas e lembro que, nessa idade, decidi pra mim que era isso que queria para o resto da minha vida. Tive o privilégio de ter pessoas incríveis no processo, sempre foquei nos amigos, em quem queria ajudar, ensinar, edificar. Vejo artistas como uma classe que deve se unir cada vez mais, acho que porque essa foi minha experiência, sempre tive pessoas dispostas a dividir comigo o que sabia.
A atriz Polliana Aleixo - Foto Pupin+DeleuCE - Como foi pra você fazer uma novela bíblica?
PA - Foi o primeiro trabalho que tive que estudar mais História, entender a cultura de cada povo, de acordo com sua época, crença, região. No caso da Paltith, que era uma personagem que existiu na Bíblia e, ainda por cima, trazendo assuntos tão delicados, o trabalho foi dobrado. Foi um preparo importante pros meus últimos trabalhos que tem sido sempre baseado em fatos reais, o que é muito legal pessoalmente falando, pois é uma das coisa que mais me atrai na hora de escolher um filme ou série para assistir.
CE- Você fez Publicidade, pensou em seguir carreira na área?
PA - Não, mas foi de extrema importância na minha carreira. Às vezes, sinto que nosso trabalho fica num lugar de fluidez, quase como uma sorte, mas na verdade exige planejamento, estratégia, pois é uma indústria, e das grandes. Cada vez produzindo mais, com mais pessoas no mercado se destacando, com o avanço da internet. A faculdade de publicidade me trouxe um 360 importantíssimo para minha carreira, foi onde comecei a entender a importância de ter a equipe que tenho hoje comigo, como minha assessora e meu empresário, de me envolver em todos os processos, a relevância da imprensa para que nosso trabalho chegue nas pessoas e como essas etapas funcionam. Hoje tenho muito mais autonomia e segurança administrando minha carreira, sabendo onde e como quero chegar.
CE - E o cinema como foi a sua experiência em “A Sogra Perfeita”?
PA - Foi meu primeiro longa e não poderia ter começado de forma melhor. A Cris D'amato, nossa diretora, foi definitivamente um encontro. Amo trabalhar com ela, e a pessoa que é ainda por cima. Foi um elenco forte, de gigantes da comédia como a Cacau Protássio, Evelyn Castro e Rodrigo Santana, tinha tudo pra ser intimidador, mas eles foram mestres, me acolheram, fizeram eu me soltar e descobrir o caminho da comédia. É curioso, pois quase não se fala do professor que a comédia é para um ator, é preciso coragem de se experimentar, de se expor. Sai muito mais corajosa e curiosa desse projeto.
CE - Pensa em fazer mais trabalhos no cinema e no streaming?
PA - Não só penso como já estou, rs. Estou começando agora na pré-produção de uma série para streaming. Acho incrível a velocidade que as coisas mudaram nos últimos tempos, em todos os aspectos, mas principalmente na forma de produzir e consumir conteúdo. A internet é uma revolução, ela criou um antes e depois na história da humanidade, não tem como ser diferente com o audiovisual e acho importante reconhecer e se apropriar disso. Hoje o Brasil vem ganhando um espaço, cada vez mais rápido, no mundo, porque a internet permite essa globalização dos conteúdos. Já pensou em como só assistia filmes de Hollywood? Hoje temos acesso a todo tipo de conteúdo de todo lugar do mundo, séries como Dark e filmes como Parasita, se destacando para o grande público. Acredito que o Brasil só tem a crescer nesse mercado com esse movimento.
Polliana começou muito cedo sua carreira de atriz - DivulgaçãoCE - Entre seus papéis, algum que você lembre sempre pela dificuldade ou pela felicidade de fazer?
PA - É difícil escolher um, sempre perguntam isso e eu fico horas pensando porque é quase pedir para uma mãe escolher entre os filhos. Geralmente o que tem grandes dificuldades traz grandes felicidades no processo também, como El Presidente, que fique 4 meses longe de casa e das pessoas que amo, mas é o trabalho que mais me emociona no momento.
CE - Como foi gravar no Uruguai?
PA - Intenso, é engraçado quando a equipe e elenco se encontram, porque é uma experiência que só a gente tem plena noção de como foi. Morávamos no mesmo hotel trabalhando juntos em meio a pandemia, foi nosso mundinho por 4 meses. Eu sempre senti que estava vivendo aquilo ao máximo, aproveitei cada conversa, cada chance de perguntar e pedir ajuda, cada chance de aprender.
Criei laços e fiz contatos. Essas últimas semanas que antecedem o lançamento, estão sendo nostálgicas e muito emocionantes, assisti a série toda essa semana e é inacreditável pensar que fiz parte de tudo aquilo, estou muito orgulhosa. Mas é um orgulho diferente porque não é sobre mim, é orgulho do projeto como um todo, porque a gente vivenciava as dificuldades de cada um, de cada processo, fizemos uma história que roda o mundo em algumas ruas de Montevideo. Exigiu muito do talento de cada um e do amor pelo ofício, pois todos estavam com saudade de casa, foi o maior trabalho em equipe que tive até hoje.
CE - Como surgiu o convite para o trabalho em “El Presidente”?
PA - Foi um teste através do meu empresário, na época fiz para duas personagens. Teste é não só um teste para o trabalho em si, mas de controle da ansiedade, pois não tem um tempo definido para nada, podem te dar uma resposta em dias como em meses. Então, já sabendo disso, e que é normal, fiz e entreguei, e deixei para lá. Na época, estava gravando uma novela e lembro como se fosse ontem do momento. Eu estava chegando exausta de um fim de semana gravando no interior, só pensando em tomar um banho e dormir, foi quando meu empresário ligou. Fiquei em choque, demorei um pouco para processar. Só na manhã seguinte eu senti de verdade, aí chorei o choro mais feliz da minha vida.
CE - E gravar com um diretor tão premiado?
PA - O mais legal nisso tudo, é que além de premiado e genial, o Armando é o grande pai desse projeto. Ele escreve e produz também, então ele era envolvido em todos os processos. Ele tem uma equipe muito alinhada, um set muito concentrado, até porque acontecia em várias línguas por ter um elenco de diferentes nacionalidades. O Armando é um artista, criativo, entusiasmado e que tem ideias e cria caminhos para torná-las reais. Mesmo tendo feito parte, sabendo como cada cena foi feita, é inacreditável assistindo agora, e ele foi um grande líder, porque muitas vezes só ele realmente entendia a cena final e a gente confiava. E valeu a pena demais, porque está impecável.
Polliana estreia na Amazon Prime Video - Foto Pupin+DeleuCE - Qual é a sua expectativa com a estreia?
PA - Eu estou tentando segurar, para ser honesta, mas está difícil. Está muito bem-feita, a história te prende do início ao fim, todos os capítulos acontecem muita coisa e é inquietante, traz à tona muitas questões além do futebol, como política, a relação familiar e como a FIFA se tornou o que é hoje por conta dos movimentos do Havelange e o que o motivava nessa jornada. E levando em consideração que a Copa está chegando, acho que tem tudo para cair nas graças não só de quem ama futebol, mas também de quem não sabe muito sobre nada sobre isso.
CE - Como foi para você fazer esse papel?
PA - Sendo muito honesta, esse projeto para mim vai muito além disso, porque entendemos no processo que era sobre algo maior que um personagem em si, mas sobre uma história. Eu sinto uma gratidão absurda por ter a oportunidade de fazer a Victoria Havelange, pois pude construí-la do início ao fim, desde a fase mais jovem até a fase adulta. Foi minha primeira experiência interpretando mãe, por exemplo. Fora que pude contracenar com grandes atores diretamente, como o Albano Jerónimo, Maria Fernanda Cândido e Eduardo Moscovis.
CE - Como é a Polliana fora do trabalho?
PA - Muito tranquila, cada dia mais, na verdade, rs. Hoje em dia sou mais caseira, gosto de receber os amigos em casa, ficar com minha família e meu namorado. Meu trabalho é agitado, barulhento, e por mais que eu ame, demande energia mental, física e emocional. E tenho tido uma agenda agitada, tanto de gravações quanto de lançamentos e esse último ano eu tenho focado em separar bem pessoa jurídica e pessoa física, então aproveito meus momentos de lazer para realmente desconectar de tudo e me conectar com outras coisas que amo, como ler, a dança que comecei esse ano e se tornou uma grande paixão e tenho me dedicado cada dia mais.
Polliana Aleixo - Foto Pupin+DeleuCE - Quais os seus novos projetos?
PA - No mesmo dia que lança "El Presidente - Jogo da Corrupção'', eu começo a preparação para uma série. Acho que é o maior desafio da minha carreira até então, estou muito animada, tem sido um turbilhão de sentimentos para administrar, mas estou animada e feliz acima de tudo. E no ano que vem, lanço outros dois projetos, um longa e uma série. Não vejo a hora de poder compartilhar mais detalhes!
CE - Um sonho que gostaria muito de realizar...
PA - Tenho muitos ainda, gosto de sonhar. Mas pensando em um sonho profissional seria ir para algum festival internacional com um projeto que fiz, deve ser uma experiência emocionante.

Chayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral
Camila Fremder
Equipe do curta-metragem posa em um boteco da cidade com a diretora Gleycielli Nonato Guató (em pé, à esquerda, de blusa preta) - Foto: Divulgação/Marcus Teles


