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ARTE E AÇÃO SOCIAL

Projeto Sala de Visita oferece oficina de dança e vivências para mulheres atendidas pela Cufa

À frente do projeto Sala de Visita, dançarina Jackeline Mourão realiza oficina na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e vivências com mulheres atendidas pela Cufa

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Da sala de casa para a sala de aula e para comunidades com pouco ou nenhum acesso aos bens culturais.

Depois de transformar a sala do próprio apartamento em palco, onde recebeu uma série de convidadas para apresentações artísticas, com a segunda edição do Sala de Visita, a dançarina Jackeline Mourão cumpriu uma agenda bem engajada e instigante, ainda que breve, para grupos diferentes da plateia virtual que acompanhou as performances do projeto pela web.

O roteiro de ações envolveu uma oficina de dança, realizada em parceria com o curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), e mais duas vivências com mulheres das comunidades atendidas pela Central Única das Favelas (Cufa/MS).

As atividades fizeram parte das contrapartidas previstas em contrato para Sala de Visita, já que o projeto foi contemplado com recursos financeiros do Fundo Municipal de Investimento Cultural (Fmic/2021), da Prefeitura Municipal de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

Entre o fim de outubro e ao longo do mês de novembro de 2022, Jackeline Mourão recebeu quatro artistas mulheres de diferentes linguagens para encontros performáticos de improvisação em dança em diálogo criativo com as convidadas.

Em cada dia, Jackeline foi anfitriã de uma de suas convidadas, e as apresentações foram ao vivo, com transmissão on-line e gratuita pelo YouTube e mediação de um profissional intérprete de Libras para estimular que deficientes auditivos também pudessem acompanhar e curtir.

Cada performance foi denominada como um procedimento.

Em 26 de outubro, com o procedimento “#umaIntrusa”, Jackeline recebeu a artista visual Isabê. No dia 1º de novembro, com “#umaBomba”, a convidada foi Lívia Lopes, artista da dança.

No dia 10 de novembro, com o procedimento “#umaEsquecida”, a convidada foi Franciella Cavalheri, artista da dança. 

E no dia 22 de novembro, com “#umaAncestral”, a convidada foi a multiartista e performer Maíra Espíndola. No total, as quatro apresentações obtiveram mais de 560 visualizações no YouTube durante a temporada.

FORÇA MUSCULAR

Em parceria com o curso de Artes Cênicas da UEMS, Jackeline Mourão realizou uma oficina de treinamento físico, junto a uma investigação criativa em dança, com os acadêmicos da universidade, nos dias 28, 29 e 30 de novembro de 2022.

“Nos encontros, partimos do compartilhamento dos procedimentos realizados no projeto Sala de Visita para um mergulho coletivo na experiência do movimento de cada pessoa. A oficina realizou um treinamento orientado, buscando um equilíbrio entre força, flexibilidade e movimento”, afirma Jackeline Mourão, que integra o elenco da Cia Dançurbana e de outros coletivos artísticos da Capital.

“Despertar, mobilizar e fortalecer as redes musculares. O principal objeto de estudo foi a fisicalidade do movimento, considerando-o intrinsecamente ligado ao espaço, aos objetos, às relações, às sensações, às emoções e às percepções geradas. Buscamos perceber como funciona essa totalidade do corpo em estado de dança”, explica a artista.

VIVÊNCIA E TWERK

Como contrapartida social, o Sala de Visita realizou duas vivências com mulheres das comunidades atendidas pela Central Única das Favela. A primeira ação vinculada à Cufa/MS mobilizou um grupo de participantes na Associação dos Moradores do Tarumã, no dia 22 de dezembro.

Durante o encontro, foi realizada uma aula de twerk conduzida pela artista de dança Lívia Lopes. As mulheres presentes puderam conferir, coletivamente, a projeção do procedimento “#umaBomba” e receberam um kit com produtos de higiene pessoal.

Já a segunda ação em parceria com Cufa/MS foi realizada em 23 de dezembro, no Vivendas do Parque, com a doação de produtos de higiene pessoal. Aproximadamente 60 mulheres e suas famílias foram contempladas nessas duas ações

VÍDEOS

As apresentações que foram realizadas, e registradas, ganharão, em breve, o formato de minidocumentários em vídeo, com recursos de acessibilidade (legenda e audiodescrição) para, uma vez mais, favorecer o acesso de pessoas com deficiência aos registros. 

Os materiais serão disponibilizados no canal do YouTube da artista Jackeline Mourão. Todas as apresentações, atividades e agenda do projeto Sala de Visita podem ser acompanhados pelo Instagram.

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B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

"Não é influência positiva, é propaganda de misoginia". Especialista em relacionamentos, a Dra. em psicologia Vanessa Abdo explica como a ideologia do movimento afeta nos direitos das mulheres e contribui para o incentivo à violência

13/12/2025 17h00

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz

B+: Especialista explica o que é o red pill, que ganhou repercussão após caso de Thiago Schutz Foto: Divulgação

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O termo “red pill” tem gerado em muitos debates nas redes sociais devido à denúncia de agressão e tentativa de estupro de Thiago Schutz, conhecido como “Calvo do Campari”. O coach foi detido em Salto (SP) no último dia 29 de novembro, após ser denunciado para a Polícia Civil pela namorada. Thiago Schutz é considerado influenciador do movimento “red pill”, por produzir conteúdos e ser autor de livro que aborda o tema.

Mas afinal, você sabe o que significa o movimento “red pill” e por que ele afeta violentamente as mulheres? Para responder a essa pergunta e esclarecer outras dúvidas sobre o tema, conversamos com a doutora em Psicologia Vanessa Abdo.

Sobre o termo

O nome “red pill” (pílula vermelha, em português) vem de um conceito fictício do filme “Matrix” (1999), em que a pílula vermelha seria a escolha para "despertar" e ganhar "consciência" da realidade do mundo.

Com essa narrativa, o movimento red pill passou a criar teorias da conspiração que incentivassem os homens a “acordem para a realidade” e não serem “dominados” pelas mulheres.

“O red pill se apresenta como uma ‘verdade sobre as relações’, mas na prática é um conjunto de ideias que reduz mulheres a objetos, corpos, funções ou serviços e coloca os homens como dominantes e superiores. É uma ideologia que traveste controle e desprezo como se fossem ‘ciência comportamental’. Quando os nossos corpos são objetificados, não tem graça. Isso não é sobre relacionamento, é sobre poder”, afirma a psicóloga Dra. Vanessa Abdo.

Qual a relação do red pill com a misoginia?

“A base do red pill é a crença de que as mulheres valem menos, sentem menos, pensam menos ou merecem menos. Isso é misoginia. O movimento estimula o desprezo pelas mulheres, especialmente as fortes e independentes, justamente porque homens que aderem a esse discurso precisam de parceiras vulneráveis para manter no seu controle. A misoginia não é efeito colateral do red pill, é sua espinha dorsal.”

Por que o red pill é tão perigoso para toda a sociedade, principalmente para as mulheres?

“Porque ele normaliza a violência. Quando você cria uma cultura em que mulheres são tratadas como objetos descartáveis, a linha entre opinião e agressão se dissolve. Esse tipo de discurso incentiva violências físicas, psicológicas, sexuais e digitais, que são camufladas como humor ou “liberdade de expressão”. Uma sociedade que naturaliza o desprezo por mulheres adoece, retrocede e coloca todas em risco.” 

Nas redes sociais, muitos homens fazem uso de um discurso de ódio às mulheres disfarçado de humor. Qual a diferença da piada para a incitação à violência?

“A piada provoca riso, não medo. A piada não tira a humanidade do outro. Quando o ‘humor’ reforça estereótipos, desumaniza mulheres e legitima agressões, ele deixa de ser brincadeira e se torna uma arma. A diferença está na intenção e no efeito. Se incentiva o desrespeito, a dominância ou a violência, não é humor, é incitação.

É importante reforçar que combater a misoginia não é sobre guerra dos sexos, é defesa da vida. Toda vez que normalizamos piadas que objetificam mulheres, abrimos espaço para violências maiores. Precisamos ensinar homens, especialmente jovens, a construir relações baseadas em respeito, não em dominação. E precisamos dizer claramente que humor não pode ser usado como máscara para ódio.”

Na internet, muitas pessoas consideram quem prolifera o movimento red pill como “influenciadores digitais”. Qual a sua opinião sobre isso?

“Influenciadores pressupõem responsabilidade social. Quem difunde ódio e objetificação influencia, sim, mas influencia para o pior. Não podemos romantizar a figura de alguém que lucra reforçando violência simbólica e emocional contra mulheres. É preciso nomear corretamente: isso não é influência positiva, é propaganda de misoginia.”

Sobre o caso de Thiago Schutz, surgiram muitos julgamentos sobre as mulheres que tiveram um relacionamento com ele mesmo cientes do posicionamento que ele adota nas redes sociais. Como você avalia isso?

“Culpar mulheres é repetir a lógica da violência. O discurso misógino desses movimentos é sedutor exatamente porque se disfarça de humor, lógica ou ‘verdade inconveniente’. Relacionamentos abusivos não começam abusivos, eles começam carismáticos. Além disso, mesmo quando uma mulher percebe sinais de risco, ela pode estar emocionalmente envolvida, vulnerável ou acreditar que será diferente com ela. O foco não deve ser questionar as mulheres, mas responsabilizar quem propaga discursos que desumanizam e ferem.”

Como uma mulher pode identificar um homem misógino?

“Existem sinais claros:

* Desprezo por mulheres fortes ou independentes.

* Humor que sempre diminui o feminino.

* A crença de que mulheres devem ser controladas ou colocadas ‘no seu lugar’.

* Incômodo com a autonomia da parceira.

* Falas generalizantes, como ‘mulher é assim’ ou ‘toda mulher quer…’.

Desconfie de homens que desprezam mulheres, especialmente as fortes. Eles precisam que a mulher seja vulnerável para se sentir poderosos.”

Como uma mulher pode identificar que está dentro de um relacionamento abusivo?

“O abuso aparece em forma de controle, medo e diminuição. Se a mulher começa a mudar sua vida, roupas, amizades ou rotina para evitar conflitos, se se sente culpada o tempo inteiro; se vive pisando em ovos, se sua autoestima está sendo corroída, se há chantagem, humilhação, manipulação ou isolamento, isso é abuso. Não precisa haver agressão física para ser violência.”

Como podemos ajudar uma mulher que é vítima de um relacionamento abusivo?

“O principal é acolher, não julgar e não pressionar. Ela já vive em um ambiente de medo e culpa. Oferecer apoio prático, ouvir, ajudar a montar uma rede de proteção, encaminhar para serviços especializados e incentivar ajuda profissional é mais efetivo do que dizer: ‘saia desse relacionamento’. O rompimento precisa ser planejado. Segurança vem antes de tudo.”

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Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Médica-veterinária explica que cães e gatos não têm o mesmo comportamento alimentar dos humanos e aponta possíveis razões para recusarem a ração

13/12/2025 15h30

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento

Pet B+: Pets enjoam da ração? Entenda os motivos do seu animal perder o interesse pelo alimento Foto: Divulgação

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Não é raro os responsáveis por pets observarem que seu animalzinho perdeu o interesse pelo alimento oferecido, e a primeira coisa a se pensar é que ele enjoou da ração. Afinal, a ideia de comer a mesma coisa todos os dias, em todas as refeições, não parece muito atrativa para nós, seres humanos. E como os pets, de modo geral, costumam ter uma única fonte de alimento, o desinteresse seria um sinal de que está na hora de trocá-lo.

Para quem se pergunta se o animal de companhia “enjoa” da ração, a resposta, do ponto de vista biológico, é que cães e gatos não precisam de trocas frequentes de alimentos apenas por variedade de sabor. Estudos mostram que os cães têm menos botões gustativos do que os humanos e são muito mais influenciados pelo olfato, pela textura e pela forma como o alimento é apresentado do que pela “novidade” do sabor em si.

Já os gatos são reconhecidamente mais seletivos, especialmente em relação ao aroma, à textura, à crocância e ao formato do alimento, o que ajuda a explicar por que podem recusar determinadas rações com mais facilidade.

“Enquanto os cães têm o olfato e a audição muito apurados em comparação aos seres humanos, o paladar é menos desenvolvido, de modo que eles tendem a aceitar bem uma dieta constante, sem necessidade de trocas frequentes apenas para evitar um suposto “enjoo”. Já os gatos, por serem mais exigentes quanto ao aroma e à textura, podem recusar o alimento quando há mudanças na formulação, no formato ou na crocância”, explica a médica-veterinária Amanda Arsoli.

Outro ponto importante é que os alimentos de qualidade são formulados para oferecer alta palatabilidade, uma combinação de fatores que envolve o aroma, a textura, o sabor e até a forma como é processado e apresentado. Esse conjunto de características estimula o consumo e garante que cães e gatos se alimentem de forma adequada, mantendo sua saúde e vitalidade.

Mas se os pets não costumam enjoar do alimento, por que então podem passar a recusá-lo? Amanda Arsoli explica que a falta de apetite é um sinal de alerta. “A redução ou até a recusa da alimentação pode estar ligada a fatores como estresse, alguma doença, mudanças no ambiente ou na rotina, chegada de outro animal ao convívio ou ainda alterações na formulação do alimento.

Diante de uma recusa persistente, é importante consultar o médico-veterinário de confiança, para que avalie o histórico do animal, realize os exames físicos e laboratoriais necessários e oriente, de forma adequada, sobre a necessidade – ou não – de mudança do alimento”.

Para complementar, Amanda Arsoli lista algumas razões que podem fazer com que o pet passe a recusar o alimento oferecido:

- Armazenamento incorreto, o que pode fazer com que o alimento perca aroma e outras características importantes. O ideal é que a ração seja mantida na embalagem original, pois ela foi desenvolvida para preservar as propriedades do produto. Além disso, a embalagem deve estar bem fechada e em local fresco e arejado, longe da luz, umidade e de produtos químicos;

- O comedouro estar em local inadequado, como ambientes muito quentes ou próximo de onde o animal faz suas necessidades;

- O alimento ficar muito tempo exposto no comedouro, perdendo suas características e atraindo pragas que possam contaminá-lo;

- Em dias muito quentes, o animal pode não ter vontade de comer nos horários de costume. O ideal é oferecer o alimento pela manhã e final do dia, por serem horários mais frescos;

- Oferecer petiscos em excesso, o que pode prejudicar o apetite e fazer com que o pet rejeite a ração.

 

Entender o comportamento alimentar dos pets, ficar atento ao quanto o animal está ingerindo diariamente e manter consultas periódicas ao médico-veterinário são atitudes essenciais para preservar a saúde e o bem-estar de cães e gatos ao longo de toda a vida.

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