É inegável o alcance que a tevê aberta tem no Brasil e João Pedro Oliveira sabe valorizar isso. Intérprete do batalhador Serginho de “Malhação: Toda Forma de Amar”, o gonçalense de 20 anos tem consciência do papel social que seu personagem exerce na história. Na trama, o rapaz se esforça, desde os primeiros capítulos, para sustentar a casa. E ainda enfrentou preconceitos quando ele e Guga, papel de Pedro Alves, decidiram assumir o namoro para os amigos e familiares de ambos. “Aprendi um bocado com o Serginho. Principalmente sobre a vivência dele enquanto homem negro, gay e periférico. Acho que arte é isso: fazer com que a vida se mova, trazendo informação e afago. Ajudar pessoas a aprenderem um pouco mais sobre o que é a diversidade”, reflete o ator, que cursa Estética e Teoria do Teatro na UniRio.
Criado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, João Pedro sonhava atuar desde 10 anos. O mais curioso é que a primeira oportunidade na televisão mais promissora surgiu justamente em “Malhação”, mas na temporada passada. Ele fez parte do elenco de apoio. “Participei do processo seletivo para ‘Malhação - Vidas Brasileiras’ e saí do workshop sabendo que trabalhar com arte era o que eu queria. Aquela crise dos 18 anos, de não saber o que quer para a vida, logo foi embora”, lembra.
Nome completo: João Pedro Augusto de Oliveira.
Nascimento: 19 de junho de 1999, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Sua atuação inesquecível: “Em ‘Malhação: Toda Forma de Amar’, na cena em que Serginho confronta o gerente da loja que trabalha, após descobrir que o cara possivelmente estaria sendo subornado por Lara, papel da Rosanne Mulholland”.
Interpretação memorável: Lázaro Ramos e Wagner Moura, no filme 'Ó Paí, Ó' (2007). “Tem uma cena cujo tema é preconceito e racismo que me inspira muito”.
Momento marcante na carreira: “Quando fui selecionado para o elenco principal de ‘Malhação: Toda Forma de Amar’”.
O que falta na televisão: “Histórias bem elaboradas a serem interpretadas por artistas negros”.
O que sobra na televisão: “Narrativas repetitivas”.
Com quem gostaria de contracenar: Rocco Pitanga.
Se não fosse ator, o que seria: “Não consigo imaginar outra coisa”.
Ator preferido: Jharrel Jerome.
Atriz preferida: Valéria Monã.
Novela preferida: “Da Cor do Pecado”, exibida pela Globo em 2004.
Vilão marcante: Nazaré, papel de Renata Sorrah em “Senhora do Destino”, exibida pela Globo entre 2004 e 2005.
Que novela gostaria que fosse reprisada: “Salve Jorge”, escrita por Glória Perez e exibida pela Globo entre 2012 e 2013.
Que papel gostaria de representar: “Um jovem negro intelectual”.
Filme: “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, dirigido por Barry Jenkins, ganhador do Oscar de Melhor Filme de 2017.
Autor: James Baldwin.
Diretor: Barry Jenkins.
Mania: “De ficar enrolando o cabelo. Passo o dia todo assim”.
Medo: “De não conseguir abrir portas para outras pessoas que vêm de uma realidade próxima à minha tenham a oportunidade de viver da arte”.
Projeto: “Me formar na faculdade para, futuramente, dar aulas de teatro para pessoas pobres, pretas e faveladas”.
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