A letra impecável de Vespasiano Martins na ata de fundação do Rotary Club de Campo Grande tem um valor imensurável para a história da associação, que completou oito décadas de atuação em Mato Grosso do Sul. Ex-prefeito e ex-senador ainda na época de Mato Grosso uno, Vespasiano foi também presidente do primeiro Rotary do Estado, fundado em 15 de dezembro de 1939. “O clube padrinho é o de Bauru, e os associados vieram para Campo Grande para fundar o Rotary”, explica o atual presidente, Lucimar Lacerda de Melo.
O Rotary Club foi fundado na cidade de Chicago, Estados Unidos, em 1905, pelo advogado Paul Percy Harris junto de três amigos, um engenheiro, um comerciante e outro alfaiate. Em 1912, a associação iniciou sua expansão e se tornou a Rotary International. “O Rotary é um clube de serviços, que também tem a parte filantrópica realizada pela associação das senhoras rotarianas, denominada Casa da Amizade, um braço do Rotary Club”, explica Lucimar, que há 19 anos integra a associação.
Em Mato Grosso do Sul, há oito clubes rotarianos espalhados pelos municípios. Com sua própria estrutura, que inclui presidentes, secretários e outras funções, a associação busca reunir pessoas de diferentes profissões para fomentar iniciativas nos mais variados setores. “O nosso distrito engloba Mato Grosso do Sul e alguns municípios de São Paulo, como Penápolis e Pedro Juan Caballero, sendo o club binacional um dos poucos no mundo. No nosso distrito, há 1.800 integrantes distribuídos nessas associações”, ressalta. O primeiro Rotary de Campo Grande tem apenas 20 integrantes, que participam ativamente das ações.
Trajetória
Um dos ex-presidentes da associação, o médico Hélio Mandetta tem mais de 60 anos de história no clube ao lado da esposa, Maria Olga Mandetta. Para ele, a possibilidade de auxiliar o próximo e de lutar por ideais em conjunto são as grandes contribuições da associação. “Em primeiro lugar, o companheirismo entre as pessoas, porque falam companheiro, o que significa companheiro? Para o Rotary, companheiro é aquele que acompanha as suas ideias, o seu trabalho, as suas ações. Ele não é colega, não é amigo, ele é companheiro. Ele luta pelas ideias”, acredita.
Com tanta história no clube, o médico fala de cada um dos lemas da associação ao longo do tempo. “Todo ano, o Rotary lança um lema para que possamos nos inspirar durante o ano. Um dos que mais me marcaram foi ‘Acredite no que faz, faça aquilo em que acredita’. Essa frase me marcou e me acompanha até hoje”, diz.
Histórico
Além de ter nomes importantes na diretoria do clube, como Vespasiano Martins, Fernando Corrêa da Costa e o escritor Abílio Leite de Barros, que faleceu em outubro de 2019, o Rotary esteve presente em momentos emblemáticos do Estado.
A associação foi responsável por manter durante 12 anos o Educandário Getúlio Vargas, que abrigava filhos de pessoas com hanseníase. Na época, excluídos da sociedade, as pessoas com a enfermidade viviam em colônias – em Campo Grande, no atual Hospital São Julião –, sem contato com o resto da sociedade. “Ao todo, foram cerca de 120 crianças abrigadas no espaço”, conta Mandetta.
O Rotary, por meio da Casa de Amizade, também realizou diversas campanhas em prol da educação e da saúde, incluindo uma recente, com diversos parceiros para aumentar o número de crianças vacinadas em Mato Grosso do Sul.
Até mesmo um piano para o Instituto Sul-mato-grossense para Cegos (Ismac) foi oportunizado por meio da doação de investimento dos integrantes do Rotary e o apoio da sociedade civil.
“Nós temos uma qualidade, todos nós rotarianos, que é a nossa credibilidade. As pessoas acreditam em nós”, diz Mandetta.
Para Lucimar, a associação cumpre o seu dever. “A gente faz essa ponte entre a instituição que está precisando e as que podem ser parceiras”, frisa.
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