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ARTES VISUAIS

"Sofrência" chega à Capital com pinturas do acervo do Museu Internacional

Com abertura na quinta-feira, mostra no Centro Cultural José Octávio Guizzo apresenta 72 pinturas do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil que retratam o cotidiano; curadoria de Ulisses Carrilho inspirou-se na música sertaneja

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O projeto Arte nas Estações, idealizado pelo colecionador e gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald, chega a Campo Grande nesta quinta-feira com a inauguração da exposição “Sofrência”.

Essa é a primeira de três mostras sequenciais que ocuparão os 200 m² de área expositiva do Centro Cultural José Octávio Guizzo, exibindo parte do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian).

Sob a curadoria de Ulisses Carrilho, as exposições foram concebidas de forma integrada, trazendo um total de 262 obras de 25 artistas. Instalado no Rio de Janeiro entre 1995 e 2016, quando encerrou as atividades por falta de recursos, o Mian abrigou um acervo permanente de 6 mil pinturas de artistas de 120 países.

Considerado o maior do gênero em todo o mundo, o conjunto foi reunido ao longo de décadas pelo joalheiro francês radicado no Rio Lucien Finkelstein (1931-2008).

“Quando idealizei o projeto, meu objetivo era dar visibilidade a esta rara coleção e propor um olhar contemporâneo para esses artistas e suas produções, a partir de um diálogo entre eles e o mundo em que vivemos hoje”, diz Szwarcwald, diretor-executivo do Arte nas Estações.

Após o sucesso da primeira edição do projeto no interior de Minas Gerais, que atraiu quase 30 mil visitantes no ano passado, a segunda itinerância inicia-se em Campo Grande com a mostra “Sofrência”, que seguirá aberta à visitação até 20 de outubro. Em seguida, serão apresentadas as exposições “A Ferro e Fogo”, de 31 de outubro a 8 de dezembro, e “Entre o Céu e a Terra”, de 19 de dezembro a 20 de fevereiro de 2025. 

Em francês, o termo naïf significa “ingênuo, sem qualquer tipo de malícia”. No campo das artes visuais, a arte naïf identifica uma produção de caráter autodidata, daqueles que não tiveram acesso ao ensino formal de arte.

No entanto, os temas do universo popular, abordados por artistas como o mineiro Odoteres Ricardo de Ozias, mostram que a ingenuidade que transparece à primeira vista também é capaz de revelar camadas mais complexas e profundas da realidade social representada nas telas.

O curador afirma que se trata de um termo questionável e defende a sua utilização para desmontar a ideia de inferioridade e sublinhar o texto político que essas obras carregam.

“De naïf esses artistas nada tinham, eram politicamente engajados”, observa Ulisses. “Essas exposições são sobre saberes que precisam ser respeitados e que não fazem parte de uma norma”, argumenta.

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“Sofrência” reúne 72 obras que têm como matriz a figura feminina e retratam cenas de convívio social, ambientes domésticos e ruas das cidades onde florescem flertes, festas e trocas de olhares.

A narrativa é entremeada por versos da música sertaneja, que popularizou o termo que dá título à mostra em canções que falam de amores mal resolvidos.

“Em ‘Sofrência’, a veia poética feminina tem como ponto de partida a canção ‘Troca de Calçada’, em que a cantora e compositora Marília Mendonça traz para o eu lírico a voz de uma trabalhadora do sexo”, explica Ulisses.

A força da poesia popular se manifesta nas obras de arte e nos versos de outros grandes nomes do sertanejo, como Maiara e Maraísa e Cristiano Araújo, cujas letras das canções aparecem impressas nas paredes da exposição. Essas e outras faixas que inspiraram a mostra estão disponíveis em uma playlist criada na plataforma de streaming Spotify.

TONS DE VERMELHO

O projeto expositivo de “Sofrência” também ecoa uma estética pop ao convidar o público para uma experiência imersiva na área expositiva do Centro Cultural José Octávio Guizzo. 

A expografia de Janine Marques foi concebida para criar um “túnel de cor”, no qual paredes e chão em tons de vermelho vibrante envolvem o público. Já a fachada espelhada do edifício, que esteve fechado para obras durante um longo período, vai ganhar uma intervenção com filtro colorido.

O Arte nas Estações destaca-se não apenas pelo trabalho voltado à democratização da cultura e das artes visuais, mas também pelo legado construído por meio de suas iniciativas educativas.

Com programação ampla e inclusiva, o projeto afirma investir “na perspectiva social da arte”, promovendo atividades que visam a construção de saberes em parceria direta com as comunidades locais.

Em Campo Grande, o Arte nas Estações pretende engajar ainda mais a população local, “reforçando sua missão educativa e deixando um legado relevante para a cidade anfitriã”. 

Uma realização da Ikigai Produções e do Ministério da Cultura, o projeto é viabilizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, sob o patrocínio da Energisa (master), Copa Energia, BMA Advogados e Banco BV, além de uma série de apoiadores: Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Instituto Energisa e Fundo de Filantropia da Família Hees.

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Notas B+: Cantor Levi Alvim celebra boa fase na carreira: "A música me salvou em momentos difíceis"

Sua trajetória é marcada por uma série de conquistas, incluindo a participação em grandes eventos como o Carnaval de Salvador, onde puxou o Bloco Beijo, e a oportunidade de cantar ao lado de artistas renomados como Ivete Sangalo.

14/09/2024 19h00

Cantor Levi Alvim celebra boa fase na carreira e dispara:

Cantor Levi Alvim celebra boa fase na carreira e dispara: "A música me salvou em momentos" Foto: Divulgação

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Levi Alvim, nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, mas criado em Salvador, Bahia, é um artista que define sua carreira como uma jornada de luta, superação e fé. Cantor, compositor, produtor musical e multi-instrumentista, ele tem trilhado um caminho de muita perseverança  na música brasileira. Recentemente, Levi gravou seu primeiro DVD, "Simplesmente Levi Alvim", uma produção completamente independente que marca um novo capítulo em sua trajetória musical.

Levi começou sua jornada na música aos 10 anos, quando, já mostrando talento herdado de seus pais músicos, comprou seu primeiro cavaquinho e violão fazendo rifas em bares da Cidade Baixa, em Salvador. Aos 13 anos, deu início à sua carreira profissional, apresentando-se como cantor em shows pela Bahia e Minas Gerais.

"A música me salvou em momentos difíceis, foi o que me motivou a seguir em frente e construir minha carreira", afirma Levi, que perdeu seus pais para o HIV na infância e teve que se criar praticamente sozinho, após também perder sua irmã para um aneurisma cerebral.

Sua trajetória é marcada por uma série de conquistas, incluindo a participação em grandes eventos como o Carnaval de Salvador, onde puxou o Bloco Beijo, e a oportunidade de cantar ao lado de artistas renomados como Ivete Sangalo, em Guarulhos, para mais de 100 mil pessoas.

Além disso, Levi já firmou parcerias com importantes nomes da música, como Denny Denan (Timbalada), Mari Antunes (Babado Novo), Samara Souto (Magníficos), e Felipe Pezzoni (Banda Eva). Mesmo diante das adversidades, Levi nunca pensou em desistir. "Sim, pensei em desistir várias vezes, mas minha força, foco e fé sempre foram maiores", revela. Hoje, além de ser um artista multifacetado, Levi se destaca como produtor musical, trabalhando em seu próprio home estúdio, onde cria suas composições, shows, CDs e DVDs.

Ele acredita que sua arte tem um impacto significativo na vida das pessoas, levando alegria e paz através de sua música. Levi Alvim segue em frente, determinado a conquistar novos espaços no cenário musical nacional. Seus planos para o futuro incluem continuar investindo em sua carreira, expandindo seu público e mostrando sua verdade e arte ao maior número possível de pessoas.

"Não desista nunca dos seus sonhos e objetivos, por mais difícil que seja. Seja forte e busque alcançá-los", aconselha o artista, que tem como inspiração seus pais, sua irmã Pâmella e seus filhos, Saulo Levi e Pâmella Rita. Com sua humildade, talento e determinação, Levi Alvim está construindo uma carreira sólida e promissora, e seu trabalho como cantor, compositor e produtor musical já começa a ganhar o reconhecimento que merece no Brasil.

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Moda B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exterior

Com editoriais internacionais para revistas como Elle, Glamour, Grazia, a fotógrafa transita entre moda e música, já tendo trabalhado com artistas como Pabllo Vittar, Duda Beat e Demi Lovato.

14/09/2024 17h30

Moda B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exterior

Moda B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exterior Foto: Divulgação

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A fotógrafa Alice Cipriano tem feito muito sucesso dentro da área, além de fotografar, ela traz um diferencial na hora da edição. Seu amor pela arte faz com que ela se aprofundasse na criação na pós em trazer universos lúdicos e visuais diferentes nas suas fotos.

- Aprendi a criar digitalmente antes de saber usar uma câmera, então quando eu passei a unir os dois, tudo se encaixou. Eu gosto de compor imagens e universos em cima das fotos que tiro, brincar com texturas, cores e montagens. Às vezes, eu apenas altero o fundo de estúdio por outro local que eu criei como conceito para a foto – mar, céu, montanhas, fim do mundo. Outras, eu mexo na parte de texturas, movimento, luz, cores. Eu gosto muito de inovar nas minhas edições, então estou sempre experimentando nos programas de edição. Por mais que eu ame essa parte digital, eu também fotografo muito com filme, amo a fotografia analógica e todo processo que a foto passa – explica ela.

A curitibana de 27 anos teve o primeiro contato com a fotografia quando ganhou um concurso para estudo no Instituto Marangoni em Miami.

- Foi meu primeiro contato formal com a fotografia, em 2018, ganhei um concurso e fui estudar no Instituto Marangoni em Miami, me encontrei imediatamente e estudei na minha faculdade no Brasil. Segundo minhas professoras na época, me destaquei muito. Logo em seguida, passei a levar a área a sério, sabendo que seria minha carreira. Porém, desde mais nova eu sempre gostei da parte criativa de edição de fotos, e aprendi a usar o Photoshop sozinha com tutoriais no YouTube, lá por 2010/2011. Na época, eu postava minhas edições e gifs no Tumblr, de séries como Castle, Suits, Grey’s Anatomy, e de artistas como Katy Perry, Jessie J e Madonna. Era um hobby que passava madrugadas fazendo – diz.

Além de fotografia, ela é formada em design de moda, o que a ajuda a trazer todo a arte no seu trabalho.

- Minha especialização é fotografia de moda e música. Sou formada em Design de Moda, inicialmente eu achava que seria estilista, mas sempre fui mais encantada pela parte visual como de registros, imagens, estampas, design gráfico, toda essa parte de criação de imagem veio muito natural pra mim, então quando realmente percebi isso, eu uni minha paixão por moda na parte de fotografia. E a parte de fotografia de artistas musicais também está conectado demais a isso, porque é uma área mais criativa, e eu sou apaixonada por música, então estar nesse meio e poder registrar os momentos, pessoas de quem sou fã, pessoas que também vivem de arte e se expressam por meio da arte, me completa muito. Sei que é um discurso meio idealista, mas é a verdade – revela.

Moda B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exteriorModa B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exterior - Divulgação

Muitos dos trabalhos de destaque de Alice foram feitos quando ela esteve nos Estados Unidos em 2023 e 2024.

- Quando eu estava na faculdade – não era de moda ainda – eu ganhei a bolsa do Ciências Sem Fronteiras, e tive a sorte de entrar em uma faculdade em Nova York. Morei lá por um ano, me apaixonei, sabia que seria a cidade que eu queria morar pra sempre. Durante esse ano também cursei duas matérias no FIT (Fashion Institute of Technology), que solidificou minha conexão com a moda. Desde então, eu sempre voltei por qualquer motivo que eu encontrasse, e fazer com que projetos coincidirem com a minha presença lá – conta.

Com pouco tempo de mercado, a fotógrafa já tem trabalhos de destaque em revistas internacionais com nomes bem importantes do mercado da moda e da cultura.

- Meu primeiro trabalho foi em assistência de produção para um editorial com a Gisele Bündchen, ela seria a capa da revista Forbes Life Brasil. Já fiz alguns editoriais internacionais para revistas como a Elle, Glamour, Grazia, além de algumas fotos minhas terem sido selecionadas pela curadoria da PhotoVogue da Vogue Italia, incluindo na categoria “Melhor da PhotoVogue” – complementa.

Outro viés do seu trabalho está atrelado a bastidores e shows, onde tem estado em contato constante com nomes bem conhecidos do grande público nacional e internacional.

- Tive a oportunidade de fotografar nos bastidores e apresentações de algumas artistas como a Duda Beat e a Pabllo Vittar, isso foi um sonho virando realidade. A Pabllo estava em turnê internacional, a Duda foi para Nova York para um festival chamado Brazil SummerFest, que acontece anualmente. Além dos bastidores - elas são grandes queridas - também fotografei as performances ao vivo. Algumas outras artistas que já tive a oportunidade de clicar foram Fletcher, Demi Lovato, St. Vincent, Aly&AJ, Verité, e MARINA (anteriormente Marina and the Diamonds) – ela inclusive postou minhas fotos em seu feed do Instagram. Eu sempre fui fã do mundo pop, sempre amei acompanhar a identidade visual de cada lançamento e ensaio das artistas, então amo poder fazer parte disso de alguma maneira – ressalta.

Para o futuro, Alice já prepara novos trabalhos com artistas musicais.

- Estou cada vez mais trabalhando com artistas musicais, para os próximos meses estou planejando alguns conteúdos para imprensa com essas pessoas, tanto nacional como internacionalmente – complementa.

Moda B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exteriorModa B+: Fotógrafa Alice Cipriano faz sucesso com seu trabalho no Brasil e exterior - Divulgação

 

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