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INCENTIVO À LEITURA

Sul-mato-grossense Henrique de Medeiros entra para a diretoria do Instituto Oldemburg

Nascido em Corumbá, Henrique de Medeiros passa a integrar a nova diretoria do Instituto Oldemburg de Desenvolvimento, responsável pela implantação de 900 bibliotecas em todo o Brasil

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 “A leitura é para a inteligência o que o exercício é para o corpo”. A máxima do literato e político irlandês Richard Steele (1672-1729) é prima-irmã do que costuma dizer Cristina Oldemburg: “A educação e a cultura passam pela leitura para sua consolidação”.

Cristina, que é presidente do Instituto Oldemburg de Desenvolvimento, com sede no Rio de Janeiro (RJ), está à frente das comemorações pelos 20 anos de atividades literoculturais da entidade em todo o País, com várias ações ao longo deste ano, entre elas a posse de uma nova diretoria.

O escritor, publicitário e jornalista sul-mato-grossense Henrique de Medeiros assumiu a vice-presidência do instituto na semana passada e citou, na ocasião, a importância das realizações da entidade, entre as quais a implantação de mais de 900 bibliotecas no Brasil.

“Não é brincadeira. Novecentas salas de leitura, sabe, é muito. É um trabalho lindo de inserção cultural, no sentido de apoio à leitura. Isso tem uma força muito grande”, afirma o escritor, que também é presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL) desde 2017 e já passou vários anos de sua formação no Rio de Janeiro, onde se graduou em Jornalismo.

“Eu já tenho o conhecimento há alguns anos, vamos dizer, uma inter-relação com o instituto, acompanhando suas atividades e suas implantações de projetos, como, por exemplo, de bibliotecas e de salas de leitura pelo Brasil. Esses laços de conhecimento, tanto profissionais quanto de amizade com os amigos da entidade, terminaram me levando a estar mais presente com eles nesses trabalhos”, diz o imortal da ASL, manifestando gratidão e expectativa com a nova missão.

GEOGRAFIA DE CARINHO

“Esse convite para assumir a vice-presidência, na realidade, só vai ampliar um pouco mais esse inter-relacionamento. Vou poder, dentro do Instituto Oldemburg de Desenvolvimento, participar da busca por mais bons resultados nesse trabalho, que é tão bonito, de implantação de salas de leitura pelo Brasil”, pontua o escritor.

Segundo Henrique de Medeiros, será muito gratificante que, nas atividades pelas ações de desenvolvimento cultural do instituto, o estado de Mato Grosso do Sul também possa estar mais inserido dentro desses objetivos, com a participação de seus atores e de seus investidores culturais.

Nascido em Corumbá, o autor, por sua trajetória de vida, divide, ainda, a geografia pessoal e o coração com mais uma localidade brasileira: São Paulo.

“Eu cresci no Rio de Janeiro, mas, na realidade, praticamente o meu crescimento foi no Rio e em São Paulo. Isso é muito legal, porque você consegue fazer com que também esses contatos, de repente, possam até se reverter para Mato Grosso do Sul, para o nosso estado. Assim, para que alguns projetos possam ser utilizados também e a gente possa ter talvez a inserção de alguns trabalhos nesse sentido em alguns municípios de MS”, conta Medeiros.

“Acho que essa ligação que eu tenho com Rio e São Paulo, que é uma relação de carinho mesmo, de eu ter vivido e crescido também por aqui, embora seja nascido em Mato Grosso do Sul e minha origem seja toda daí, inclusive a família, isso sempre me dá uma satisfação. Principalmente, por eu estar fazendo esses vínculos, tentando torná-los úteis, no sentido de divulgar o Estado, mas também de levar para MS coisas que sejam importantes, que sejam legais”, diz o escritor.

900 MIL LIVROS

Durante a cerimônia de posse da nova diretoria e do conselho do Instituto Oldemburg de Desenvolvimento, no dia 17, na cidade do Rio de Janeiro, foram empossados, além da presidente Cristina Oldemburg e do vice Henrique de Medeiros, Dyrceu Marinho como diretor-secretário e Robson Ferreira e Virgílio Gibbon como conselheiros fiscais. Claudio Katz, economista e geógrafo, e Eric Katz, matemático, estiveram entre os convidados que marcaram presença na cerimônia.

Ao longo de seus 20 anos, a entidade, que já implantou mais de 900 salas de leitura e/ou bibliotecas em 500 instituições públicas do País, a exemplo em hospitais, presídios e Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de 24 estados brasileiros, também capacitou 400 agentes de leitura.

A iniciativa já mobilizou um acervo com mais de 900 mil livros não didáticos de literatura brasileira e estrangeira, com títulos infantojuvenis e para adultos dos mais variados estilos e temáticas.

Tudo começou com o legado de Wanda Oldemburg, mãe de Cristina, professora de escola pública e realizadora de ações em comunidades locais. Seu grande triunfo foi transformar a biblioteca e os livros em instrumentos de interação, o que deu origem ao Instituto Oldemburg de Desenvolvimento e ao projeto Sala de Leitura, que, ao lado da entidade, também completa 20 anos de atuação.

LEVAR ADIANTE

O novo vice-presidente vislumbra levar adiante o legado do instituto. “Para mim, antes de mais nada, complementar as mil salas de leitura.

Antes de mais nada ou qualquer coisa. São 20 anos com 900 [já em operação], mas a gente tem que tentar o mais rápido que puder para completar as mil. É um número significativo, marcante. Vamos ver se a gente consegue chegar a isso”, destaca Medeiros.

“A importância é que o Instituto Oldemburg de Desenvolvimento não se dedica apenas à questão da formação das salas. A gente tem também, dentro disso, toda uma questão de formar agentes de leitura. São essas pessoas que realmente ficam nas regiões depois trabalhando em cima disso. Não adianta simplesmente colocar os livros”, ressalta.

“Ao colocar as salas de leitura, você tem que ter realmente os agentes, pessoas que estejam ligadas dentro desse trabalho, que estejam ativas dentro dos municípios, nos locais que inserir as salas de leitura, em hospitais ou no que for. Pessoas que realmente tenham essa participação, que cumpram essa atividade”, analisa o escritor.

Ao lado da qualificação dos agentes, Henrique de Medeiros pensa em novos projetos que possam ser voltados sempre à leitura.

“Uma das propostas é criar alguns personagens do instituto e, em relação aos que já estão criados, tentar ampliá-los no sentido de uma participação maior nessa formação cultural”, revela o jornalista e publicitário, atividades nas quais o escritor contribui há décadas no circuito de MS.

“Pretendo me envolver cada vez mais e ver se consigo fazer com que esses trabalhos que estão sendo implantados prosperem. Que eu possa contribuir com eles, inclusive, nos que já existem. A gente já tem que pensar em ir criando novos para o fomento da leitura, para a educação”, planeja o autor de “O Azul Invisível do Mês que Vem”, “Transformem em Cores”, “Palavras Correndo Atrás de Textos”, “Vertentes: Nossos Poemas” e outros títulos de prosa, poesia, biografia e ensaio.

ASL

Na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique de Medeiros está à frente de uma série de atividades.

A ASL mantém, entre outras iniciativas, o Concurso de Contos Ulisses Serra, o Concurso de Poesias Oliva Enciso, o Chá Acadêmico e a Roda Acadêmica – os dois últimos apresentando palestras e debates em torno da obra de autores do Estado.

A Academia também é responsável pelo “Suplemento Cultural” – caderno literário ininterrupto mais antigo do País, com mais de cinco décadas de publicação –, pela “Revista da ASL”, entre outras publicações.

A defesa da língua portuguesa e o cultivo da arte literária, zelando e incentivando todas as derivações da cultura nacional e estadual, são dedicações constantes da ASL.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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