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Tropicália 50 anos: A história do movimento que marcou a cultura nacional

Tropicália 50 anos: A história do movimento que marcou a cultura nacional

AGÊNCIA BRASIL

21/10/2017 - 12h29
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O movimento artístico que ficou conhecido como Tropicália completa 50 anos este mês. A apresentação das músicas Alegria, Alegria e Domingo no Parque, em 21 de outubro de 1967, durante a final do III Festival Record, marcaram o início de uma série de experimentações que levaram a uma nova forma de compreender a música brasileira.

Essas inovações estéticas continuaram nos discos seguintes dos músicos Gilberto Gil e Caetano Veloso e na obra coletiva Tropicália ou Panis Et Circencis, o disco manifesto lançado no ano seguinte às apresentações no Festival da Record.

O clima tropicalista contagiou o Brasil e a efervescência se estendeu até dezembro de 1968, quando Caetano e Gil foram presos e, meses depois, obrigados a sair do país e irem para o exílio.

A ditadura militar (1964-1985) acabava de iniciar sua fase mais dura, com Ato Institucional (AI) 5. A repressão não deixou passar o trabalho dos tropicalistas que, naquele momento, tinham sua máxima expressão em um programa semanal exibido na TV Tupi, emissora extinta no ano de 1980.

O pesquisador Frederico Coelho, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e especialista em Tropicália, relembra o que foi o movimento e a obra.

Nova MPB

No momento em que a Tropicália surgiu, o cenário musical do país tinha como principais expressões as canções politizadas e de protesto dos artistas da chamada Música Popular Brasileira (MPB) e o pop da Jovem Guarda, liderada por Roberto Carlos e seu iê-iê-iê, que mimetizava Beatles e Rolling Stones. Era o auge da ditadura militar.

A radicalização política no país também se expressava na música: de um lado os admiradores das canções de protesto, do outro, os fãs do iê-iê-iê.

“Os tropicalistas buscavam justamente uma cena que fosse um pouco mais aberta, com menos preconceitos e mais liberdade de criação”, destacou em entrevista à Agência Brasil o escritor Carlos Calado, autor do livro Tropicália: história de uma revolução musical.

A Tropicália representou uma renovação no cenário musical do país ao investir em ritmos como o baião, bolero, marcha, música caipira, incluindo na mistura o pop e o rock.

“A Tropicália era muito mais um ponto de vista crítico sobre a cena da música brasileira, sobre o repertório da música brasileira, do que propriamente uma maneira de se fazer música. Não existia uma forma tropicalista, na verdade os tropicalistas buscaram várias formas”, explica Calado.

Passados 50 anos do movimento, o autor considera que o disco Tropicália ou Panis et Circensisrepresenta hoje seu principal legado por permanecer moderno e desafiador.

“É um disco que não envelhece. Praticamente se tornou um clássico que você pode ouvir a qualquer momento e ainda se surpreender de alguma maneira”.

Para o poeta e compositor Salgado Maranhão, a Tropicália foi fruto de um momento do país e teve o papel de abrir caminhos e possibilidades no campo artístico. “A Tropicália nos deu uma modernidade e uma ousadia que não tínhamos”.

O também poeta e compositor Antônio Cícero destaca que o mais interessante no tropicalismo foi o fato de ser um movimento de vanguarda para a música popular.

“Foi através da Tropicália que eu rompi com essa separação radical entre a cultura erudita e a cultura popular. Foi muito importante para o Brasil, representou a liberação de todas as possibilidades para a música brasileira”.

ARTES VISUAIS

"Sofrência" chega à Capital com pinturas do acervo do Museu Internacional

Com abertura na quinta-feira, mostra no Centro Cultural José Octávio Guizzo apresenta 72 pinturas do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil que retratam o cotidiano; curadoria de Ulisses Carrilho inspirou-se na música sertaneja

03/09/2024 10h00

"Gafieira de Luxo" (1990; 27,5 cm x 35,5 cm), óleo sobre eucatex de Fernando Lemos Novaes IMAGENS: DIVULGAÇÃO/ACERVO MIAN

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O projeto Arte nas Estações, idealizado pelo colecionador e gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald, chega a Campo Grande nesta quinta-feira com a inauguração da exposição “Sofrência”.

Essa é a primeira de três mostras sequenciais que ocuparão os 200 m² de área expositiva do Centro Cultural José Octávio Guizzo, exibindo parte do acervo do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian).

Sob a curadoria de Ulisses Carrilho, as exposições foram concebidas de forma integrada, trazendo um total de 262 obras de 25 artistas. Instalado no Rio de Janeiro entre 1995 e 2016, quando encerrou as atividades por falta de recursos, o Mian abrigou um acervo permanente de 6 mil pinturas de artistas de 120 países.

Considerado o maior do gênero em todo o mundo, o conjunto foi reunido ao longo de décadas pelo joalheiro francês radicado no Rio Lucien Finkelstein (1931-2008).

“Quando idealizei o projeto, meu objetivo era dar visibilidade a esta rara coleção e propor um olhar contemporâneo para esses artistas e suas produções, a partir de um diálogo entre eles e o mundo em que vivemos hoje”, diz Szwarcwald, diretor-executivo do Arte nas Estações.

Após o sucesso da primeira edição do projeto no interior de Minas Gerais, que atraiu quase 30 mil visitantes no ano passado, a segunda itinerância inicia-se em Campo Grande com a mostra “Sofrência”, que seguirá aberta à visitação até 20 de outubro. Em seguida, serão apresentadas as exposições “A Ferro e Fogo”, de 31 de outubro a 8 de dezembro, e “Entre o Céu e a Terra”, de 19 de dezembro a 20 de fevereiro de 2025. 

Em francês, o termo naïf significa “ingênuo, sem qualquer tipo de malícia”. No campo das artes visuais, a arte naïf identifica uma produção de caráter autodidata, daqueles que não tiveram acesso ao ensino formal de arte.

No entanto, os temas do universo popular, abordados por artistas como o mineiro Odoteres Ricardo de Ozias, mostram que a ingenuidade que transparece à primeira vista também é capaz de revelar camadas mais complexas e profundas da realidade social representada nas telas.

O curador afirma que se trata de um termo questionável e defende a sua utilização para desmontar a ideia de inferioridade e sublinhar o texto político que essas obras carregam.

“De naïf esses artistas nada tinham, eram politicamente engajados”, observa Ulisses. “Essas exposições são sobre saberes que precisam ser respeitados e que não fazem parte de uma norma”, argumenta.

TAMBÉM NO SPOTIFY

“Sofrência” reúne 72 obras que têm como matriz a figura feminina e retratam cenas de convívio social, ambientes domésticos e ruas das cidades onde florescem flertes, festas e trocas de olhares.

A narrativa é entremeada por versos da música sertaneja, que popularizou o termo que dá título à mostra em canções que falam de amores mal resolvidos.

“Em ‘Sofrência’, a veia poética feminina tem como ponto de partida a canção ‘Troca de Calçada’, em que a cantora e compositora Marília Mendonça traz para o eu lírico a voz de uma trabalhadora do sexo”, explica Ulisses.

A força da poesia popular se manifesta nas obras de arte e nos versos de outros grandes nomes do sertanejo, como Maiara e Maraísa e Cristiano Araújo, cujas letras das canções aparecem impressas nas paredes da exposição. Essas e outras faixas que inspiraram a mostra estão disponíveis em uma playlist criada na plataforma de streaming Spotify.

TONS DE VERMELHO

O projeto expositivo de “Sofrência” também ecoa uma estética pop ao convidar o público para uma experiência imersiva na área expositiva do Centro Cultural José Octávio Guizzo. 

A expografia de Janine Marques foi concebida para criar um “túnel de cor”, no qual paredes e chão em tons de vermelho vibrante envolvem o público. Já a fachada espelhada do edifício, que esteve fechado para obras durante um longo período, vai ganhar uma intervenção com filtro colorido.

O Arte nas Estações destaca-se não apenas pelo trabalho voltado à democratização da cultura e das artes visuais, mas também pelo legado construído por meio de suas iniciativas educativas.

Com programação ampla e inclusiva, o projeto afirma investir “na perspectiva social da arte”, promovendo atividades que visam a construção de saberes em parceria direta com as comunidades locais.

Em Campo Grande, o Arte nas Estações pretende engajar ainda mais a população local, “reforçando sua missão educativa e deixando um legado relevante para a cidade anfitriã”. 

Uma realização da Ikigai Produções e do Ministério da Cultura, o projeto é viabilizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, sob o patrocínio da Energisa (master), Copa Energia, BMA Advogados e Banco BV, além de uma série de apoiadores: Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Instituto Energisa e Fundo de Filantropia da Família Hees.

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Diálogo

Confira a coluna Diálogo na íntegra, desta terça-feira, 3 de setembro de 2024

Por Ester Figueiredo ([email protected])

03/09/2024 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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ADÉLIA PRADO - ESCRITORA BRASILEIRA

Às vezes acho que nasci na década errada. 
Tenho princípios que já se perderam 
e amo coisas a que já não se dá mais valor”.

FELPUDA

Vídeo que circula nas redes sociais mostra candidatos a prefeito de município do interior de Mato Grosso do Sul saindo todos sorrisos depois de reunião. Para os mais atentos, trata-se da prova cabal de que a candidatura de um deles não passaria de esquema armado nos porões da municipalidade, pois ele estaria apenas fingindo ser adversário, mas na realidade os dois vão jogando juntos para enfraquecer uma terceira candidatura. É mole?

Rastreamento

Ferramenta desenvolvida pela Embrapa, o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade, que utiliza tecnologia blockchain (banco de dados avançado), começou a ser aplicado para a cadeia do arroz. 

Mais

A Arrozeira Pelotas levará ao mercado o primeiro lote do cereal rastreado. Por meio de um QR Code na embalagem, se terá acesso a informações sobre a origem da matéria-prima e mais informações do produto.

Diálogo

A professora Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo será a nova reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) a partir do dia 27 de outubro deste ano. Ela ficou em primeiro lugar na consulta pública à comunidade universitária nos três segmentos: professores, técnicos e estudantes, também liderando em primeiro na votação no Conselho Universitário, com aprovação de 82,3% dos membros. O atual reitor Marcelo Turine termina sua gestão em 26 de outubro, após oito anos à frente daquela universidade.

DiálogoDira Paes e Theresa Hilcar

 

DiálogoEscreva a legenda aqui

Enigma

Alguns esquerdistas juramentados de Campo Grande estão irritados que só com a candidata Rose Modesto (União Brasil). 
Tudo porque ela apresentou em seu programa do horário gratuito a participação de colega de partido, o governador Ronaldo Caiado, um dos representantes da direita do País e com trajetória política marcante contra, principalmente, o PT. Se essa tchurminha tem seus candidatos próprios, por que a preocupação com a candidatura alheia? Huuummm...

No páreo

Depois de pular miúdo que só com a possibilidade de ser barrado na disputa pela prefeitura de Corumbá, o ex-senador Delcídio do Amaral (PRD)conseguiu escapar da ameaça da guilhotina. A Justiça entendeu que ele pode participar da eleição. O Ministério Público Eleitoral havia pedido indeferimento de sua candidatura, por considerar que o período de inelegibilidade, depois da cassação no Senado, ainda persistia. Portanto...

Sufoco

Diante do risco de o ex-prefeito Marcos Trad ficar impedido de concorrer por falta de algumas certidões exigidas para o registro da candidatura, o PDT correu mais que corisco em cerca de arame farpado durante tempestade e tratou de botar a mão na massa. 
O partido anunciou que está tudo nos trinques. O candidato é o principal nome da sigla para tentar se fazer presente na Câmara Municipal a partir de 2025.

ANIVERSARIANTES

Lude Simioli Júnior, 
Jane Mary Abuhassan Gonçalves, 
Sandra Uhry, 
Gevair Ferreira Lima,
Linda Jeronimo Dias,
Alice de Araújo de Alcântara,
Cleber Aguirre,
José Sotoma,
Luis Carlos Beraldo da Costa,
Maria Aparecida dos Reis Siqueira,
Rosália Yocie Tokuyama,
Maria Eunice de Jesus Santos,
Antonio Marcos de Andrade,
Paulo Queiroz,
Marco Aurelio Perez,
Helio de Paula,
Moacir Fernandes Dutra,
Sônia Irma Frainer, 
Leny Ourives da Silva,
Monacy Carlos Moura,
Paulo Sérgio Costa,
Francisco Almeida Telles (Chiquinho Telles), 
Sônia Maria Pinto de Arruda,
Vitor Francisco Torres Menegazzo, 
Thiago Cardozo, 
Marcos Benedetti Hermenegildo,
Fabiana Silva Laburu,
Gleide Soares Morel Durães, 
Diego Bazana Senzano,
Micchelle Coutinho Lubacheski,
Geise Conceição Teodoro Soares Tôrres, 
Valdir Antunes Nuncao,
Altamiro de Figueiredo,
Rosilene Garcia,
José Benício Praxedes,
Marlene de Matos Bossay,
Carmen Tieko Massan,
Ana Lúcia de Almeida dos Santos,
Rose Mary Domingues,
Eveline Jacobina Marceli,
Mariana Tomaz Silva,
Luciana Santos de Oliveira,
Renan de Souza Nucci, 
Luiz Sirineu, 
Dra. Carolina Muzzi Youssef, 
Dr. Armindo Ramão Medina, 
Félix Amado Soares,
Luiz Carlos Ortega,
Yvan Luiz Madruga Varjão,
Moysés Aristeu Thomé,
Silvio Rebelo de Freitas,
Kaurry Miyasato Alves,
Eduarte Candido de Lima,
Pedro Costa de Barros,
Maria Lúcia Rodrigues da Silva,
Fernando Antonio Camargo,
Patrícia Alves Barbosa,
Marcelo Alves Barbosa,
Carla Rodrigues Cubel,
Lúcia Andrade Lamota,
Sandra Dutra Araújo,
Rosângela Carla Muller,
Gisela Luz Ferreira,
Neuza Barbosa Massi,
Maria Rita de Lima,
Herberto Cristovam Dias Gomes,
Eloty Justina Dias Schieder,
Claudete Cristovão Abrão, 
Marlene Bobato,
Cândida Maria de Souza,
Maria Rita Menezes Arruda,
Renilde Viana de Souza,
Elizabeth de Souza Lemos,
Tércio José Alves,
Flávio Alexandre Chagas Martins,
Oledir Querino dos Santos Vianna,
Lisandra Cristina Felix,
Valdeir Rodrigues Dias,
Rosely Libanês,
Iraldo Grisoste Barbosa,
Elenice Barbosa,
Regina Maria Ribeiro,
Jucineide Almeida de Menezes, Argentino José Nepomuceno Neto,
Miriam Elizabeth Lemos Dutra,
Maria de Lurdes Saveran Trevizan,
Aluizio Gomes Silva Filho,
José Gazilan,
Laís Helena Adami de Freitas,
Toshiaki Ueno, 
Marcos Hernani Teixeira Hollender, Danilo César Maffei,
Lourdes Mikoleite de Brites de Souza,
Lucas Flores Grisoste Barbosa,
Ursula Mara Bernardes Maldonado,
Laura Cesco Gonçalves da Silva, Rodolfo Fernandes Rocha,
Zulma Luiza Contar Fernandes Reis,
Jesus Breno Batista,
Renan Cintra Soloaga,
Jesus Milane de Santana,
Abdaias Borges Sena,
José Roberto de Souza Freire,
Valéria Sudan, 
Cássio Roberto Gradela,
Gislaine dos Santos Federici,
Hamilton Arguelho Espinosa de Souza,
Liziane Berrocal.

*Colaborou Tatyane Gameiro

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