Renata Brás está começando 2025 cheia de projetos. Ela retornou aos palcos dia 9 de janeiro com o sucesso “Brilho Eterno”, onde vive um triângulo amoroso com Reynaldo Gianecchini e Tainá Muller, em SP.
A peça, aliás, lhe rendeu o Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz Coadjuvante de 2022. Na TV, a paulistana entra em fevereiro em “A Caverna Encantada”, no SBT, onde dará vida à divertida perua rica Úrsula.
No cinema, a artista estreia em março o longa “Uma advogada brilhante”, ao lado de Leandro Hassum. E, ainda este ano poderá ser vista dublando Lucy, a Bisnaguinha, na terceira temporada do desenho “Osmar – a primeira fatia de pão de forma”, na Nickelodeon.
Atriz, bailarina e cantora, Renata iniciou sua carreira artística profissionalmente ao integrar o grupo A Patotinha no início dos anos 90. Depois disso, trabalhou como assistente de palco de Silvio Santos e Gugu Liberato em diversos programas como “Viva a Noite” e “Domingo Legal”, no SBT.
Já e, seu primeiro trabalho como atriz foi no teatro com o sucesso “Splish Splash”, sob a direção de Wolf Maya, em 1993. Desde então, contabiliza dezenas de espetáculos no currículo, como os musicais “Grease”, “Chicago”, “Hairspray” “Cabaret” e “Hebe – O musical”, onde interpretou Nair Bello.
Em três décadas de carreira, a atriz atuou na TV em projetos como o seriado “Meu Cunhado” e as novelas “Carrossel” e “Carinha de Anjo”. Mas ela ganhou projeção nacional em 2019 ao fazer o quadro conhecido como “A Ciumenta” em “A Praça é Nossa”. Por conta do sucesso no humorístico, a atriz levou a personagem para o teatro em 2022, assinando seu primeiro monólogo autoral chamado “A Ciumenta”, sob a direção de André Dias.
Brás também trabalhou no cinema nos filmes “Os Parças 2”, “De Perto Ela Não é Normal” e “10 Horas para o Natal”. Já no streaming, atuou ao lado de Leandro Hassum: “Meu cunhado é um vampiro”, sucesso na Netflix.
Renata é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana, e em entrevista ao Caderno ela fala sobre carreira, trabalhos e retorno aos palcos no mês de janeiro.
Renata Brás é Capa exclusiva do Correio B+ desta semana - Foto: Nanda Farias - Diagramação: Denis Felipe e Denise Neves CE - Renata você tem uma carreira vitoriosa de três décadas. Como você avalia sua trajetória, e como planeja sua carreira para os próximos 30 anos?
RB - São 30 anos como atriz e 32 dedicados ao meio artístico como um todo. Ao refletir sobre essa trajetória, percebo que ela foi marcada por muita resiliência, persistência, luta e determinação. Enfrentei inúmeros “nãos”, mas também recebi ótimos “sims”, que me proporcionaram trabalhos significativos e gratificantes. Ainda assim, sei que há muito a ser conquistado.
Nos próximos 30 anos, fazer bons personagens, fazer cinema e explorar ainda mais o universo do streaming. Peço a Deus oportunidades, pois elas são essenciais e entre meus maiores desejos está o de fazer uma vilã em novela, fazer outro monólogo no teatro e dessa vez um drama. Continuar minha missão, envelhecer fazendo arte.
CE - Você está prestes a entrar em A Caverna Encantada, no SBT. O que pode adiantar sobre Úrsula, sua personagem? E como foi fazer esse trabalho para o público infanto-juvenil?
RB - A Úrsula é divertida e ricaaaa! (Risos). É muito gratificante trabalhar para o público infantil e infantojuvenil. Eu adoro crianças! Inclusive, trabalhei em Carinha de Anjo e Carrossel no SBT, e foi uma experiência incrível.
Os fãs desse tipo de produção têm uma inocência e um brilho especial no olhar. O carinho é sincero e eu aprendo muito com elas. Quando estou perto delas, sinto como se voltasse a ser criança também. Com os atores mirins, costumo ser a “amiga adulta”, uma troca maravilhosa, especialmente pela energia que elas trazem. Amo esse público com todo o coração!
CE - Seu ano mal começou e já está cheia de projetos, como a reestreia da peça “Brilho Eterno”, em SP, onde você faz triângulo amoroso com Reynaldo Gianecchini e Tainá Muller, e que já lhe rendeu prêmio Bibi Ferreira em 2022. Como é retomar esse espetáculo agora? E como esse prêmio impactou na sua carreira?
RB - Fazer “Brilho Eterno” em 22 foi muito especial. Eu gosto muito do filme, e esse foi um trabalho diferente desde o início. Começamos a ensaiar ainda na pandemia, com leituras online, e o processo demorou para acontecer. Além disso, eu já tinha vontade de trabalhar com o Gianni, porque quase fizemos “Cabaret” juntos, com a Cláudia Raia. Porém, na época, ele teve um imprevisto de saúde e precisou se ausentar.
Então, nos reencontramos agora, depois de 10 anos, em “Brilho Eterno”. Depois do prêmio, ganhou um gostinho especial, um reconhecimento que tornou tudo ainda mais marcante. Está sendo uma experiência muito enriquecedora. Trabalhar com o Jorge Farjalla também tem sido um grande aprendizado. Ele sabe exatamente o que quer e, além disso, é sempre estimulante trabalhar com novos diretores e em novas produções.
Meu Cunhado É Um Vampiro - Divulgação CE - Pra esse ano você ainda vai lançar seu segundo filme ao lado de Leandro Hassum. O que pode falar desse longa? E como é refazer essa dobradinha com o humorista?
RB - Amo essa dobradinha! Tenho o maior prazer em trabalhar com o Lelê. Me divirto muito. Ele tem ideias rápidas, improvisa com facilidade e, quando precisa ser sério ele é. Ninguém imagina, né? Risos.
Então, fico sempre atenta, porque aprendo muito com ele. Espero que venham muitas outras parcerias como essa. E essa dobradinha também é com a Alê Machado, a mesma diretora de “Meu Cunhado é um Vampiro”, na Netflix. Em “Uma Advogada Brilhante” interpreto a MC MOne, uma funkeira já com muito sucesso e que vai ao tribunal porque plagiaram sua música.
CE - Você ganhou fama ao entrar para o grupo As Patotinhas na década de 1990. Como se descobriu cantora? Quais lembranças tem desse período? Pensa em retomar a carreira musical?
RB - A Patotinha foi um marco nos anos 80. Eu entrei no final dos anos 80, quase já nos 90, na segunda formação do grupo. Foi uma experiência muito legal. Na época, eu não tinha nenhuma experiência com canto e descobri no teste que podia cantar, que era afinada.
A partir disso comecei a estudar canto e fui ganhando experiência na prática, no palco e em programas de televisão, o que foi bem importante para o meu desenvolvimento. Depois, trabalhei em musicais renomados como ‘Grease”, “Chicago’, “Cabaret” e continuo cantando em alguns projetos. Tenho planos para a música também.
CE - Aliás, em que momento você decidiu se dedicar às artes cênicas e investir na carreira de atriz?
RB - Em 1993, fui fazer um teste para o musical “Splish Splash’, com direção do Wolf Maya. Na época, o teste era para coro e dança, corpo de baile. Mas ali surgiu uma oportunidade: o Wolf me testou para um papel e passei para interpretar Dayse, uma fofoqueira. Desde então, comecei a estudar artes cênicas e nunca mais parei.
Renata Brás - Divulgação CE - Durante 4 anos você integrou o elenco de A praça é Nossa, no SBT, onde fazia o quadro A Ciumenta. Como foi essa experiência? Quais as vantagens e as desvantagens de fazer a mesma personagem por tanto tempo?
RB - Foi maravilhoso interpretar A Ciumenta. “A Praça” é um programa tradicional e, hoje, é o único de humor na TV aberta que permanece no ar há tantos anos. Aprendi muito ali. No começo, fiz elenco de apoio, escada para os humoristas com o Zé Bonitinho, o João Plenário, o Canarinho, o Golias. Aquilo foi uma verdadeira escola para a comédia e o humor. Até que, finalmente, tive o meu próprio quadro, A Ciumenta, que chamamos de “cabeça de quadro”.
Foi um aprendizado enorme e a personagem caiu no gosto popular. Até hoje, as pessoas me perguntam por que não estou mais lá. Parece que foram muitos anos fazendo A Ciumenta, mas nunca me cansei, porque o carinho do público é enorme. Eles pedem para eu voltar, perguntam se vou retomar a personagem. O mais legal é que esse público é muito bacana, sempre lembrando dos meus bordões e, às vezes, me reconhecendo. Isso é muito gratificante.
CE - Inclusive, você levou A Ciumenta pro teatro. Como foi essa oportunidade de dar continuidade a um trabalho iniciado na TV? E como é ser uma atriz que assume as rédeas da carreira e monta seus projetos?
RB - Sempre tive vontade de fazer um monólogo e, quando percebi o sucesso da personagem na TV, pensei: Por que não? Então, escrevi A Ciumenta para o teatro e foi uma das melhores coisas que fiz porque quando não estou em cartaz, é para o meu filho que eu corro. (Risos).
É importante para o ator ter seu próprio projeto e não ficar apenas esperando convites para trabalhos. Se autoproduzir não é nada fácil, mas me dediquei profundamente a isso e cresci muito com essa experiência. Já estou pensando em outros projetos próprios.
Em Brilho Eterno - Divulgação CE - Você é uma atriz que transita bem entre o drama e o humor. Existe uma preferência?
RB - Tenho feito muito mais comédia, mas não foi uma escolha. Aconteceu naturalmente. Se for para escolher, depende muito do meu astral e do momento da minha vida.
No momento, estou sentindo falta de fazer drama. Estou pensando nisso e direcionando minha energia para esse lado, mas jamais vou deixar a comédia. É muito bom rir de si mesma, fazer os outros rirem e se divertir enquanto trabalha.
CE - Renata Brás é crítica? Se assiste?
RB - Ah, eu sou crítica, sim. Eu assisto. Quando eu gosto, eu fico feliz. Mas quando eu não gosto, eu falo: “Poxa, eu poderia ter feito melhor”. Às vezes, quando eu acabo de gravar uma cena, eu falo: “Caramba, eu poderia ter feito assim, assado”.
Mas acho que eu sou muito mais crítica quando eu estou fazendo drama. Eu me levo muito mais a sério. Na comédia, eu me jogo. Por isso que eu falo que tá mais na minha zona de conforto. Eu amo o que eu faço. Mas não tem como não ser crítica. A gente sempre tem que melhorar.