Economia

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Bolsa e Dólar em alta: Impacto de dados de inflação e commodities no exterior

Investidores ainda seguiram de olho na escalada de conflitos do Oriente Médio

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O dólar fechou em alta de 0,55% nesta segunda-feira (7), a R$ 5,485, tendo como pano de fundo a previsão de cortes menores nos juros dos Estados Unidos e a escalada dos conflitos no Oriente Médio.

Já a Bolsa avançou 0,17%, aos 132.017 pontos. O Ibovespa teve impulso da valorização de commodities no exterior, sobretudo o petróleo e o minério de ferro, que alavancaram as ações da Petrobras e da Vale -as duas empresas de maior peso no índice.

A sessão engatou uma semana de dados cruciais para as políticas monetárias do Fed (Federal Reserve, a autoridade americana) e do BC (Banco Central).
No exterior, os números de inflação medidos pelo CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), divulgados na quinta-feira, são o foco. A projeção é de alta de 0,1% em setembro, contra o avanço de 0,2% de agosto.

Os investidores estão em busca de sinais sobre a trajetória dos juros americanos. Na reunião do mês passado, o Fed iniciou o aguardado ciclo de afrouxamento na taxa de referência com um corte de 0,50 ponto percentual, levando-a à faixa de 4,75% e 5%.

Na ocasião, a justificativa foi o mercado de trabalho. A autarquia dos EUA trabalha com um mandato duplo, isto é, observa de perto os dados de inflação e de emprego para decidir sobre juros. O objetivo é atingir o chamado "pouso suave", quando os índices de preços convergem para a meta de 2% sem maiores deteriorações à empregabilidade do país.
Nas leituras dos últimos meses, os indicadores inflacionários têm mostrado uma convergência gradual à meta de 2%, ao passo que os números de emprego estavam desacelerando a cada nova leitura.

Dados divulgados na semana passada, no entanto, indicaram que o mercado de trabalho não está passando por uma deterioração aguda, e, sim, por um esfriamento moderado.
Relatório mais monitorado pelos investidores, o "payroll" (folha de pagamento, em inglês) mostrou a abertura de 254 mil vagas em setembro, uma aceleração em relação às 159 mil abertas em agosto. A previsão era de 140 mil postos de trabalho. Também houve surpresa positiva na taxa de desemprego, que recuou para 4,1%, de 4,2% em agosto.

Os números benignos selaram apostas de que os próximos cortes nos juros serão graduais.
"Para a economia, isso significa que está ocorrendo um 'pouso suave'. Continuamos criando emprego em um ritmo acelerado e a taxa de desemprego está caindo", disse Ross Mayfield, 
estrategista de investimentos da Baird.

"Isso significa que é improvável que o Fed corte em 0,50 ponto percentual em novembro ou dezembro, certamente, e talvez até faça uma pausa em novembro."
Com isso, na ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto chegou a 84,5%, e a de manutenção da taxa no atual patamar atingiu 15,5%.

As projeções de cortes menores nos juros dos EUA fizeram os rendimentos dos Treasuries, os títulos ligados ao Tesouro americano, subirem nesta segunda. O rendimento do contrato de dez anos -referência global para decisões de investimento- subiu 0,06 ponto percentual, a 4,02%, ultrapassando a marca de 4% pela primeira vez em dois meses.

Com isso, o apetite por investimentos de maior risco diminuiu, e operadores foram atraídos para os títulos públicos.

No Brasil, a grande divulgação da semana é esperada para quarta-feira, quando o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação do Brasil, mostrará como os preços se comportaram no mês passado. A expectativa de analistas consultados pela Reuters é de alta de 0,46%, ante queda de 0,02% em agosto.

Os investidores também procuram por indícios sobre os próximos passos do Copom (Comitê de Política Monetária), que deixou a trajetória da taxa básica de juros do país em aberto. O colegiado reiniciou o ciclo de altas na Selic na reunião de setembro, quando optou por um aperto de 0,25 ponto percentual e a levou ao patamar de 10,75% ao ano.

As próximas decisões, porém, estão à mercê dos dados econômicos, em especial os de inflação. O BC trabalha com uma meta inflacionária de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, e a taxa de juros é o principal instrumento da autarquia para controle de preços.

No boletim Focus desta segunda, economistas consultados pelo BC passaram a projetar um IPCA em 4,28% ao final de 2024, uma alta de 0,01 ponto percentual em relação ao relatório da semana passada.
Ainda que dentro da banda, o dado indica que as expectativas de inflação estão desancoradas do centro da meta. Em declarações recentes, dirigentes do Copom afirmaram que o foco das decisões continuará sendo a perseguição do alvo de 3%, e não das margens de tolerância.

Neste cenário, a expectativa dos investidores é que a Selic suba em 0,50 ponto na próxima reunião de política monetária, marcada para novembro.
Outro fator de relevância para os ativos globais ainda pesou nesta sessão: a escalada de conflitos no Oriente Médio.

Desde terça-feira (1º), o mundo -e o mercado financeiro- tem estado em alerta para uma possível guerra generalizada na região. O Irã, em retaliação às ofensivas de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza e o Líbano, disparou cerca de 200 mísseis contra Israel, que já prometeu uma resposta.
A possibilidade de um ataque ao Irã, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, tem levantado temores de uma diminuição da oferta da commodity. Na semana passada, a cotação do barril do Brent, referência do mercado externo, disparou, e, hoje, ultrapassou US$ 80.

Olhando para o mercado doméstico, a alta do petróleo no exterior costuma favorecer o real ante o dólar, já que o Brasil é exportador da commodity.

"Apesar de os mercados observarem agora uma desaceleração mais lenta na taxa de juros dos EUA, a redução dos conflitos geopolíticos deve reaquecer o apetite por risco, favorecendo principalmente as moedas emergentes e países exportadores de commodities", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

Isso também costuma se traduzir em fluxos de compra de ações ligadas ao petróleo, como a Petrobras, em alta de 1,45% no pregão desta segunda.

Já a Vale subiu 0,91%, seguindo a valorização do minério de ferro no exterior.
 

*Informação da Folhapress 

MUNDO

Países pobres e vulneráveis são os mais afetados por tensões tarifárias globais

Alerta da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento faz menção às novas tarifas impostas pelos EUA

06/04/2025 12h04

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos

Países em desenvolvimento representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos Foto: Reprodução

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Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, a UNCTAD, da sigla em inglês, alertou que as novas tarifas impostas por grandes economias ameaçam o crescimento global, inibem investimentos e comprometem o progresso de países vulneráveis, agravando desigualdades.

De acordo com a entidade, a elevação de tarifas em um contexto de baixo crescimento e endividamento elevado pode "reduzir ainda mais os fluxos de comércio e investimento", aprofundando a incerteza em uma economia já fragilizada.

"Isso prejudica os vulneráveis e os pobres", afirmou a secretária-geral da UNCTAD, Rebeca Grynspan. "O comércio não deve se tornar outra fonte de instabilidade. Ele deve servir ao desenvolvimento e ao crescimento global."

Apesar de contribuírem pouco para os desequilíbrios comerciais, os países em desenvolvimento estão entre os mais afetados, destaca a UNCTAD. Eles representam uma fração do déficit comercial dos Estados Unidos. "Eles não resolverão o déficit comercial nem gerarão receita significativa", ressalta o relatório.

A organização defende que a correção dos desequilíbrios e a atualização das regras do comércio global devem ocorrer por meio de cooperação internacional.

"Este é um momento para diálogo, não para escalada", afirmou Grynspan. "As regras do comércio global devem evoluir para refletir os desafios atuais, mas com previsibilidade e desenvolvimento no centro, protegendo os mais vulneráveis."

A UNCTAD pede ainda que os líderes reconsiderem as tarifas sobre países frágeis, alertando que tais medidas podem "causar grande sofrimento a milhões de pessoas".

 

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ECONOMIA

Petrobras recupera liderança entre ações mais recomendadas para abril

Itaú, que no mês passado foi o mais indicado, caiu para a segunda posição e passou de 11 recomendações em março, para 9 neste mês

06/04/2025 10h00

 Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março.

Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março. Agência Brasil

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A Petrobras retomou a liderança entre as ações mais indicadas nas carteiras recomendadas para abril. Em levantamento realizado pelo Broadcast Investimentos com 13 das principais corretoras e bancos de investimentos, dez casas têm exposição ao papel da estatal.

O Itaú, que no mês passado foi o mais indicado, caiu para a segunda posição em abril, passando de 11 recomendações em março, para 9 em abril. Chamou a atenção para o mês a quantidade de instituições que seguiram com a mesma composição da carteira de março.

Geralmente, somente uma corretora mantém inalterada a recomendação. Para abril, quatro casas mantiveram exatamente os mesmos nomes. Dessas quatro, três apenas alteraram o peso de cada papel dentro do portfólio.

Entre as ações com maior peso dentro do Ibovespa, o destaque ficou com a Vale, que apresentou um salto de março para abril, saindo da sexta posição para a terceira.

Foram seis recomendações de compra para as ações da mineradora, mesma quantidade anotada para a Eletrobras.

Entre os fatores que apontam chance de valorização da ON da mineradora, o Santander destaca retomada mais forte da atividade industrial na China, a recuperação dos preços do minério de ferro em níveis mais elevados, a distribuição de dividendos e programas de recompra de ações e o destravamento de valor com venda minoritária da divisão de Metais Básicos.

Sobre a Eletrobras, a Ativa Investimentos, uma das seis casas que recomendou exposição no papel para abril, explica que decidiu aumentar o peso do papel na carteira após a finalização do acordo de arbitragem envolvendo a empresa e o governo que, finalmente, corroborou o seu status de empresa de capital disperso.

Apesar dos ruídos recentes como a nomeação de Guido Mantega no conselho fiscal da empresa, acreditamos que agora a companhia poderá repercutir com mais fidelidade os seus fundamentos.

Quatro papéis ocupam a quarta posição entre as mais recomendadas, com cinco indicações para cada, sendo:

  • Copel,
  • Cury,
  • Equatorial e
  • JBS.

No caso da JBS, em relação ao mês passado, a empresa caiu uma posição. A multinacional de carnes teve três recomendações a menos, enquanto Cury e Equatorial apareceram em dois portfólios a mais se comparado com março e Copel manteve as mesmas cinco indicações do mês passado.

Em sua carteira 10SIM para abril, o BTG Pactual afirma que está muito otimista com relação ao segmento de moradias de baixa renda.

Por conta disso, colocou o papel da Cury entre as indicações, destacando que a acessibilidade nunca foi tão boa no programa 'Minha Casa Minha Vida'.

"A Cury vem apresentando sólidos resultados operacionais e financeiros, com lançamentos e vendas crescendo cerca de 50% a/a [ano a ano] e o LPA [lucro por ação] aumentando 35% a/a em 2024", explicou.

Sobre a Equatorial, a Terra Investimentos diz que além de ter forte atuação na distribuição de energia, recentemente ingressou no setor de saneamento.

"Além disso, a Equatorial apresenta investimentos robustos em capex, visando revitalização e expansão de ativos, especialmente em Goiás. Apesar de um aumento do endividamento com efeito no alongamento da dívida, a empresa possui grande potencial de valorização", pontua a casa.

Por fim, com quatro recomendações para cada, aparecem as ações da Prio, Telefônica Brasil (dona da Vivo), Sabesp, Suzano e WEG. Prio sequer ficou entre as mais indicadas para março, aparecendo em apenas duas carteiras.

Telefônica recebeu um voto a mais se comparado com o mês passado, enquanto Sabesp e Suzano perderam uma indicação cada e WEG teve duas recomendações a menos em abril. Ao todo, 55 empresas constaram nas principais carteiras para abril, com um total de 131 indicações divididas entre os bancos e corretoras.

 

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