Economia

COMPETITIVIDADE

Com gasolina cara, abastecer com etanol fica mais vantajoso em Campo Grande

Litro do combustível derivado de petróleo custa R$ 4,39, enquanto o álcool é comercializado a R$ 2,89 em média

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Em fevereiro deste ano, o governo do Estado alterou o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e o etanol em Mato Grosso do Sul. 

A alíquota sobre o etanol foi reduzida de 25% para 20%, enquanto a da gasolina aumentou de 25% para 30%. A justificativa da gestão estadual para a mudança é o incentivo ao consumo do biocombustível. Sete meses após a alteração, o preço do etanol passa a compensar em Campo Grande.

A reportagem do Correio do Estado percorreu, nesta sexta-feira (18), 25 postos da Capital para aferir os preços dos combustíveis. 

Conforme a pesquisa, o litro da gasolina variou entre o mínimo de R$ 4,33 e o máximo de R$ 4,56, média de R$ 4,39 por litro, enquanto o etanol é comercializado ao preço médio de R$ 2,89 – variando de R$ 2,78 a R$ 3,24 em Campo Grande.  

De acordo com o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, nas condições atuais vale a pena trocar a gasolina pelo álcool, tanto em relação ao preço quanto em eficiência. 

“Compensa, sim, porque o preço médio da gasolina está em torno de R$ 4,37 e do etanol 3,00. Fazendo a conta básica do preço do etanol dividido pelo preço da gasolina, temos o resultado de 68% , ou seja, abaixo de 70% , que é o parâmetro ideal”, destacou.

Considerando a pesquisa da reportagem, com a gasolina a R$ 4,39 e o etanol a R$ 2,89 a diferença entre os combustíveis chega a 65%, menor que o máximo indicado de 70%. 

O biocombustível tem uma queima maior, sendo consumido mais rapidamente. Assim, com um litro de álcool, o motorista percorre uma quilometragem menor, se comparado à autonomia de um litro de gasolina. 

SETOR

A Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) informou que o preço mais competitivo com relação à gasolina é um dos fatores para a recuperação nas vendas do etanol.

No mês de julho, foram consumidos 9,1 milhões de litros do biocombustível, volume 8% maior com relação ao mesmo mês em 2019, quando foram registrados 8,4 milhões de litros.

“A mudança tributária do etanol no Estado, assim como os reajustes no preço da gasolina atrelados à alta do dólar, proporcionaram maior competitividade para o biocombustível. Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de etanol, e para o setor sucroenergético, quanto mais acessível o combustível verde para o consumidor final, melhor para a recuperação do mercado, que foi duramente atingido pelos efeitos da pandemia”, explicou o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, que ainda reforçou a importância para o meio ambiente.  

“Além de economizar, ao escolher o etanol, o consumidor contribui com a preservação do meio ambiente, com a qualidade do ar nas cidades e apoia mais de 30 mil empregos gerados dentro dessa cadeia produtiva no interior do Estado”, finalizou Hollanda Filho.

OUTROS COMBUSTÍVEIS

Nas últimas semanas, os combustíveis derivados de petróleo registraram duas quedas nas refinarias, mas os preços nas bombas não caíram.

A Petrobras anunciou a primeira queda no dia 9 de setembro, de 5% na gasolina e no diesel. Já a segunda baixa foi anunciada no dia 11 de setembro, de 7% no diesel e 5% para a gasolina.

Na semana passada, a gasolina variou entre R$ 4,37 e R$ 4,54, conforme pesquisa da reportagem em Campo Grande. Nesta sexta-feira, apenas um dos 25 postos visitados reduziu o litro do combustível para R$ 4,33, porém, o valor máximo encontrado também mudou para R$ 4,56.

O diesel comum era comercializado, em média, a R$ 3,59 no dia 11 de setembro – indo de R$ 3,49 a R$ 3,69. Já nesta semana, o preço médio praticado foi de R$ 3,54, variando entre R$ 3,25 e R$ 3,69.

Enquanto isso, o diesel S-10 foi de R$ 3,59 a R$ 3,79, média de R$ 3,64 por litro, na semana anterior.  

Nesta sexta-feira, o litro do combustível foi comercializado pelo mínimo de R$ 3, 39 ao máximo de R$ 3,74, média de R$ 3,55.

Metodologia

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza semanalmente pesquisa dos preços dos principais combustíveis do País.

 A última divulgação, no entanto, foi realizada no dia 22 de agosto. De acordo com a ANP, há uma reformulação da metodologia de pesquisa em construção. 

A previsão inicial era que o levantamento voltasse a ser publicado no dia 14 de setembro, mas o prazo foi postergado, ainda sem data confirmada.  

Agricultura familiar

Plano Safra aumenta recursos para pequenos produtores em 44%

Com juros entre 0,5% e 3% ao ano, agricultura familiar de Mato Grosso do Sul terá crédito de R$ 500 milhões

16/09/2024 16h00

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc)

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Mairinco de Pauda

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Foi divulgado nesta segunda-feira (16) o Plano Safra da Agricultura Familiar em Mato Grosso do Sul, que promete fortalecer a agricultura familiar no estado, com um aumento de 44% nos recursos disponíveis para pequenos produtores.

O total agora chega a R$ 500 milhões, com juros acessíveis entre 0,5% e 3% ao ano, prazos de pagamento longos e bônus para quem adotar práticas ambientalmente sustentáveis. A iniciativa busca estimular a produção agroecológica e oferecer melhores condições para o desenvolvimento rural.

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), celebrou o lançamento do plano, considerando-o "amplo e abrangente", capaz de atender às necessidades do setor no estado.

"O que os produtores da Agricultura Familiar precisavam era de recursos. O governo disponibilizou meio bilhão de reais com linhas de crédito competitivas, juros abaixo da inflação e prazos extensos. Agora, esperamos que os bancos sejam ágeis na liberação dos financiamentos", afirmou.

Novos recursos

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 para Mato Grosso do Sul inclui várias medidas para facilitar o acesso ao crédito. Em 2023, foram contratadas 6.332 operações de crédito, somando R$ 346 milhões. Com o novo plano, o valor sobe para R$ 500 milhões, representando um acréscimo de 44%.

Entre as novidades estão três fundos garantidores, um deles operado pelo Sebrae, que fornecerá suporte adicional para os agricultores. A linha Pronaf Florestas Produtivas, por exemplo, incentiva a recuperação de áreas degradadas com práticas de silvicultura, oferecendo até R$ 100 mil por operação, com juros de 3% ao ano e prazos que podem chegar a 20 anos, incluindo 12 anos de carência.

"A agricultura familiar em Mato Grosso do Sul tem grande potencial. O Governo Federal está comprometido em garantir que esses recursos cheguem aos pequenos produtores, para que eles possam aumentar a produção de alimentos de qualidade para o mercado interno", destacou o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Vanderley Ziger.

O Plano

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 trouxe um recorde de recursos, com a disponibilização de R$ 85,7 bilhões para impulsionar a agricultura familiar no Brasil, um aumento de 10% em relação ao ciclo anterior. Desse montante, R$ 76 bilhões serão destinados especificamente ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Um dos grandes diferenciais deste ano foi a redução das taxas de juros para diferentes tipos de produção, com destaque para a produção agroecológica e orgânica, que conta com taxas de 2% para custeio e 3% para investimento.

O plano também introduziu uma nova linha de crédito para financiamento de máquinas agrícolas de pequeno porte, além de ampliar o microcrédito rural, com uma linha específica voltada para jovens agricultores. Outro destaque é o lançamento do maior edital da história do programa Ecoforte, voltado para projetos de agroecologia e extrativismo, visando a produção sustentável de alimentos.

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INOVAÇÃO

Nível de biosseguridade animal credencia MS a abrigar projeto de genética suína

Mato Grosso do Sul vai abrigar a primeira unidade de produção de sêmen suíno da Agroceres

16/09/2024 08h45

O projeto terá início com 850 reprodutores, podendo até crescer no futuro, dependendo da adesão

O projeto terá início com 850 reprodutores, podendo até crescer no futuro, dependendo da adesão Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

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Com um elevado padrão de biossegurança animal e abundante oferta de matéria-prima, Mato Grosso do Sul se destacou como o local ideal para a primeira unidade de produção de sêmen suíno da Agroceres. 

A instalação, situada a 30 km de Campo Grande, na rodovia MS-040, está prevista para ser inaugurada no final de novembro, com um investimento de R$ 50 milhões. Com capacidade para atender 120 mil matrizes suínas anualmente, a unidade Agroceres PIC promete se tornar uma referência no setor.

Recentemente, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) visitaram o local.

Entre os presentes, estavam o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, o coordenador de Pecuária, Marivaldo Miranda, e o gestor de suinocultura Rômulo de Freitas Gouveia Jr. Eles foram recebidos pelo gerente de produção da Agroceres, Nevton Hector Brun, que apresentou o andamento da construção.

A unidade iniciará suas operações com 850 reprodutores, com potencial de expansão conforme a demanda dos produtores.

A meta é introduzir os animais em dezembro e, a partir de fevereiro, iniciar a produção de sêmen, com uma capacidade de mais de um milhão de doses anuais. O foco principal será atender produtores de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

Com equipamentos de última geração e alta tecnologia, a central será a primeira no Brasil a atender às novas normas de bem-estar animal. “Os suínos não ficarão em gaiolas, mas em baias de seis metros quadrados”, destacou Brun.

Sobre a escolha do local, o gerente ressaltou a importância estratégica de Mato Grosso do Sul. “Nós necessitávamos implementar uma unidade na região Centro-Oeste, e aí quando olhamos para a região de Mato Grosso do Sul, ela estava muito bem posicionada nessa questão logística”, afirmou.

Outro diferencial foi o rigor em biosseguridade.

“Precisávamos ter segurança da nossa unidade, da nossa produção. Era importante encontrar um local onde tivéssemos mão de obra disponível, fornecedores para atender a unidade, mas principalmente oferecer essa segurança sanitária para o nosso rebanho em produção. Tudo isso encontramos aqui em Mato Grosso do Sul”, acrescentou.

MÃO DE OBRA

A qualificação da mão de obra local já está em andamento. “Nossa mão de obra é bastante especializada. Estamos agora iniciando o processo de captação desse pessoal local com perfil adequado para este modelo de negócio”, explicou Brun.

Após a contratação, os funcionários passarão por treinamentos em outras unidades da empresa. A operação altamente automatizada irá gerar 20 postos de trabalho.

Para Marivaldo Miranda, coordenador de Pecuária da Semadesc, a central de produção completa o ciclo da suinocultura em Mato Grosso do Sul.

“O Centro de Fornecimento de Material Genético, mais especificamente sêmen de animais de altíssima qualidade, terá capacidade de atender não só o estado, mas também parte de Mato Grosso e Goiás. Isso gera empregos qualificados e nos coloca em uma posição de alta performance na produção de suínos”, destacou.

Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, reforçou a importância da iniciativa para o avanço da produção de suínos no estado.

“A escolha de MS para abrigar essa central mostra a relevância da segurança sanitária, da oferta de matéria-prima e do alto nível de biosseguridade local. Tudo isso fortalece a suinocultura e os produtores do Mato Grosso do Sul”, concluiu.

R$ 50 milhões em investimentos

Com investimento de R$ 50 milhões e capacidade de atender 120 mil matrizes suínas por ano, a unidade da Agroceres PIC será inaugurada ainda neste ano, no fim de novembro.


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