Mato Grosso do Sul já se consolidou como polo da celulose, com indústrias em operação e outras em fase de instalação no Estado, e o governo do Estado busca agora trazer ao Estado fábricas que utilizem a celulose como obra-prima, especialmente de papel tissue.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, disse que o Estado já está avançando na linha estratégica de buscar a transformação da celulose produzida.
"Nós estamos negociando uma fábrica de tissue, que é a fase seguinte da produção. Você pega a celulose e faz um grande rolo de papel, que a partir dele pode ser feito papel A4, papel higiênico e outras estruturas", explicou.
"Neste momento, o governo do Estado está negociando com players internacionais independentes e também com empresas a vinda do papel tissue", acrescentou.
Verruck ressaltou que já há uma indústria em Três Lagoas, a Chamex, da Internacional Paper, que produz essa estrututa de papel, mas que o objetivo é ampliar a produção com outras unidades.
"A celulose continua numa ascendente em termos de captação de investimento e o objetivo é que a gente consiga fazer esse trabalho de ampliação da base de produção e, obviamente, avaliando todos os impactos positivos que nós temos nos municípios", disse Verruck.
O secretário destacou a assinatura dos incentivos fiscais do governo do Estado para a empresa indonésia Brascell, que irá construir uma fábrica em Bataguassu, além da fábrica de celulose da Arauco que será instalada em Inocência e que também foi lançada neste ano.
"Essas duas fábricas que foram anunciadas neste ano, no final do processo, cada uma delas vão ter em torno de 6 mil empregos diretos, entre florestal e industrial, e os indiretos na mesma proporção. Então, cada uma dessas cidades gera em torno de 12 mil empregos", disse, acrescentando que na fase de construção, o número de empregos gerados será ainda maior.
Vale da Celulose
Atualmente existem três fábricas de celulose em atividade em Mato Grosso do Sul. A primeira, da Suzano, opera desde 2009 em Três Lagoas. A segunda, a Eldorado, do grupo J&F, na mesma cidade, funciona desde 2012. A terceira é a da Suzano de Ribas do Rio Pardo.
E, além do projeto da Arauco em Inocência e da Bracell em Bataguassu, existem estudos para instalação de uma outra unidade, desta vez em Água Clara, que deve ser erguida também pela Bracell.
Verruck salientou que o Estado tem outras indústrias de celulose já em operação, que atendem a demanda mundial de celulose.
No lançamento da fábrica da Arauco, em abril deste ano, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, já havia dito que Mato Grosso do Sul é um polo central de celulose para o mundo.
“A indústria da exportação da celulose cresceu, de 2023 para 2024, 24%. É importante na pauta da exportação brasileira e no saldo da balança comercial, agrega valor, gera emprego, está na vanguarda da inovação, certamente uma das indústrias mais modernas do mundo. Mato Grosso do Sul é um grande hub para o mundo, as maiores indústrias estão hoje aqui instaladas”, disse Alckmin na ocasião.




