Economia

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Dólar em alta e Bolsa em leve queda; foco no IPCA-15 e novo presidente da Vale

O dólar fechou em alta de 0,24% nesta terça-feira (27), aos R$ 5,502, com os mercados analisando os dados de inflação medidos pelo IPCA-15

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O dólar fechou em alta de 0,24% nesta terça-feira (27), aos R$ 5,502, com os mercados analisando os dados de inflação medidos pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), divulgados nesta manhã.

Já a Bolsa caiu 0,08%, aos 136.775 pontos, apesar do avanço firme da Vale após a definição do novo presidente. Em dia de volatilidade entre os sinais, o Ibovespa chegou a fechar em alta de 0,09%, aos 137.009 pontos, e virou para queda com os ajustes depois do fechamento.

Com isso, o pregão desta terça encerrou a sequência de recordes históricos do Ibovespa. Na máxima do dia, porém, atingiu 137.212,64 pontos no pico do dia, nova máxima durante o período de negociações.

Em dia de agenda esvaziada no mercado exterior, a cena doméstica direcionou os negócios nesta terça.

Pela manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA-15 desacelerou em agosto para 0,19%, em linha com o esperado por economistas. Em 12 meses, a inflação ficou em 4,35%, um pouco abaixo do teto da meta do BC de 4,5%.

O indicador funciona como uma espécie de "prévia" da inflação oficial do país, medida pelo IPCA, por ter um tempo de coleta diferente: em vez de medir a variação dos preços do primeiro ao último dia de um mês, a janela temporal é entre a segunda metade do mês anterior até a primeira metade do seguinte. Neste caso, entre 16 de julho e 14 de agosto.

A desaceleração acontece em meio à expectativa crescente sobre os próximos passos da política monetária do BC (Banco Central). Membros da autarquia têm levantado a possibilidade de elevar a taxa Selic na próxima reunião, em setembro, para trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Atualmente em 10,50% ao ano, a taxa de juros é o principal instrumento do BC para o controle inflacionário. A autoridade monetária trabalha com a meta de inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária e favorito à presidência da autarquia em 2025, reforçou em evento na segunda-feira que o BC está em posição conservadora e "dependente de dados" para futuras decisões sobre juros, com "todas as alternativas na mesa" para a reunião de setembro do Copom (Comitê de Política Monetária).

Nas últimas semanas, o mercado tem analisado de perto declarações de Galípolo e do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, em busca de sinalizações sobre a política de juros. Na terça-feira passada, um aparente desencontro entre os dois gerou alta no dólar.

Os agentes financeiros têm precificado um aumento na Selic até o final do ano. Com o IPCA-15, o contrato de juros futuros para janeiro de 2025, no curtíssimo prazo, subiu para 10,875% -ou seja, a aposta é que haverá aperto monetário nas reuniões deste segundo semestre.

"Dificilmente o IPCA-15 muda a trajetória de uma expectativa de alta da Selic, algo que poderia ter sido evitado caso a comunicação do BC tivesse sido mais clara e coerente ao longo das últimas semanas", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Agora, as atenções se voltam aos relatórios do mercado de trabalho Caged e Pnad Contínua, que serão divulgados na quinta-feira e sexta-feira, respectivamente. O último dia útil da semana também é o prazo final para envio do Projeto de Lei Orçamentário Anual de 2025 ao Congresso, depois dos ruídos fiscais diminuírem nos últimos meses.

Na cena corporativa, a Bolsa refletiu movimentos de realização de lucros em vários papéis, de acordo com o analista-chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal.

A definição do novo presidente da Vale, porém, agradou os investidores. O conselho de administração da mineradora elegeu por unanimidade o vice-presidente financeiro da companhia, Gustavo Pimenta, 46, para substituir Eduardo Bartolomeo na presidência.

Com o anúncio, a Vale subiu 3,01%, também amparada pelo avanço do minério de ferro na China. A força da mineradora contrabalançou a queda de mais de 1,30% dos papéis da Petrobras, em linha com o petróleo no exterior, após forte disparada na véspera.

Na segunda-feira, o dólar ensaiou uma recuperação, em alta de 0,16%, aos R$ 5,489, e a Bolsa renovou o recorde histórico mais uma vez com alta firme de 0,94%, aos 136.888 pontos.

Enquanto a alta de mais de 7% das ações da Petrobras fez o Ibovespa descolar do mercado internacional, o dólar refletiu uma maior cautela dos investidores diante da escalada de tensões no Oriente Médio e da expectativa pela magnitude do corte de juros nos Estados Unidos.

Em discurso no simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), afirmou que "chegou a hora" de reduzir os juros, confirmando as apostas de que o ciclo de afrouxamento provavelmente terá início na próxima reunião da autarquia, em setembro.

Agora, investidores aguardam a divulgação de uma nova bateria de dados econômicos para balizar as expectativas em torno do tamanho da redução. Na ferramenta CME FedWatch, 71,5% dos operadores enxergam probabilidade de corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 28,5% apostam no de maior magnitude, de 0,50 ponto.

A principal divulgação da semana acontece na sexta-feira com o relatório do índice PCE de julho, o indicador favorito de inflação do Fed. Na quinta, dados do PIB (Produto Interno Bruto) podem indicar a temperatura da economia americana.

 

*Informações da Folhapress 

Desempenho

Energisa MS compensa mais de 240 mil clientes por queda de energia em 2024

Clientes da área da Energisa MS ficaram, em média, 10,24 horas sem energia no ano passado, uma melhoria em relação a 2023

07/04/2025 08h30

Desempenho da Energisa MS não está nem entre os melhores do Brasil nem entre os piores

Desempenho da Energisa MS não está nem entre os melhores do Brasil nem entre os piores Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A Energisa MS teve de compensar em R$ 18,587 milhões 242.202 clientes no ano passado por interrupção no fornecimento de energia elétrica, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O valor representa cerca de 3% do lucro da empresa, que foi de R$ 603,5 milhões no ano passado.

Essas interrupções fizeram com que a concessionária registrasse o 15º pior desempenho no ranking do Desempenho Global de Continuidade (DGC), divulgado neste mês pela autarquia, que analisou 31 concessionárias no País com mais de 400 mil clientes.

Esse levantamento apontou que a qualidade dos serviços de distribuição de energia elétrica no ano passado melhorou em comparação a 2023, conforme indicam os indicadores DEC (tempo que, em média, cada unidade consumidora ficou sem energia elétrica) e FEC (média do número de interrupções ocorridas) apurados pela Aneel.

Os consumidores ficaram 10,24 horas, em média, sem energia no ano passado, o que representa uma redução de 1,7% em relação a 2023, quando foi registrado uma média de 10,42 horas. A frequência das interrupções se manteve em trajetória decrescente, reduzindo de 5,15 interrupções em 2023 para 4,89 interrupções, em média, por consumidor em 2024, o que significa uma melhora de 5% no período.

De acordo com a autarquia, os indicadores apurados vêm mantendo trajetória de queda, assim como os limites estabelecidos pela Aneel.

O DGC apontou que 242.202 consumidores da Energisa MS – que atende 1,1 milhão de consumidores em 74 municípios – foram compensados em R$ 18,587 milhões no ano passado por descumprimento desses parâmetros. Foram ressarcidos: 49.052 clientes residenciais rurais, com R$ 7,791 milhões; 192.214 urbanos, com R$ 6,330 milhões; 522 consumidores de média tensão do campo, com R$ 3,165 milhões; e 414 clientes urbanos de média tensão, que receberam créditos de R$ 1,299 milhão.

Esse ressarcimento representa 3% do lucro obtido pela Energisa MS, que foi de R$ 603,5 milhões, conforme balanço contábil divulgado no mês passado. O valor é bem abaixo dos R$ 513 milhões contabilizados em 2024 para o pagamento de juros e despesas decorrentes das variações cambiais.

A Aneel afirmou que o valor de compensações pagas aos consumidores aumentou no ano passado, resultado do trabalho de regulação da agência, que aperfeiçoou as regras de compensação para direcionar maiores valores aos consumidores com piores níveis de continuidade.

Os valores de compensação aos consumidores em todo o País subiram de R$ 1,080 bilhão em 2023 para R$ 1,122 bilhão em 2024. A quantidade de compensações também aumentou, de 22,3 para 27,3 milhões. No caso da Energisa MS, o valor compensado em 2023 foi maior, mesmo com o número de beneficiários menor. Foram devolvidos R$ 22,150 milhões para 237.919 consumidores.

Ranking

Essas falhas no DEC e no FEC fizeram com que a concessionária que atende 74 municípios ocupasse a 15ª posição no ranking nacional elaborado pela Aneel, com DGC de 0,74 (quanto maior o indicador, pior é o serviço oferecido).

A distribuidora melhor avaliada é a Companhia Jaguari de Energia (CPFL Santa Cruz, SP), com índice de 0,58, seguida pela Energisa Paraíba – Distribuidora de Energia S.A. (EPB, PB) e pela Energisa Rondônia – Distribuidora de Energia S.A. (ERO, RO), empatadas em segundo lugar.

A distribuidora que mais avançou no ranking no ano passado foi a Neoenergia Brasília (DF), com ganho de nove posições em relação a 2023, seguida pela CPFL Paulista (SP), que subiu sete posições, e pela Neoenergia Elektro (SP), com melhora de três posições.

As concessionárias que mais regrediram no ranking foram a Enel RJ (RJ), a Enel CE (CE) e a RGE (RS), todas com recuo de seis posições em comparação a 2023.

Desempenho da Energisa MS não está nem entre os melhores do Brasil nem entre os piores

A Aneel avaliou todas as concessionárias do País no período de janeiro a dezembro de 2024, divididas em dois grupos: concessionárias de grande porte, com número de unidades consumidoras maior que 400 mil, e concessionárias de menor porte, com número de unidades consumidoras menor ou igual a 400 mil.

O ranking é elaborado com base no DGC, formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC e FEC das concessionárias em relação aos limites estabelecidos pela Aneel para esses indicadores. A classificação é um instrumento que incentiva as concessionárias a buscarem a melhoria contínua da qualidade do serviço, sendo publicada anualmente pela agência desde 2012.

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ECONOMIA

Consignado CLT: saiba os cuidados na hora de contratar um empréstimo

Empréstimo não pode ser contratado por telefone

06/04/2025 20h00

Ao receber o empréstimo, o beneficiário não poderá começar a pagar meses depois

Ao receber o empréstimo, o beneficiário não poderá começar a pagar meses depois Foto: Divulgação

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Com a nova modalidade de crédito consignado criada pelo governo federal, voltada para trabalhadores da iniciativa privada com carteira assinada, entidades de defesa do consumidor alertam para os cuidados a serem tomados antes de contratar o empréstimo.

O crédito terá como garantia recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com algumas regras que devem ser observadas com muita cautela pelos consumidores. Uma delas é o comprometimento de até 35% do salário para o pagamento das parcelas e a garantia do crédito até 10% do FGTS ou 100% da multa rescisória, caso o trabalhador seja demitido sem justa causa.

“Esta retenção de parte do FGTS como garantia para um empréstimo mais barato deve ser bastante planejada pelo consumidor para que não se torne uma dificuldade, já que para os trabalhadores da iniciativa privada o FGTS representa uma reserva financeira estratégica”, alerta o diretor-executivo do Procon de São Paulo, Luiz Orsatti Filho.

Para ele, é preciso que o interessado compreenda muito bem as regras e avalie a real necessidade do empréstimo, analisando se a contratação não irá comprometer o orçamento e gerar uma situação de endividamento.

Taxa de juros

O Procon-SP alerta ainda para o fato de que a taxa máxima de juros deve incluir todos os custos da operação. “Não é permitida qualquer outra cobrança como tarifa, sob qualquer justificativa. É proibido estipular prazo de carência para o início do pagamento das parcelas. Ao receber o empréstimo, o beneficiário não poderá começar a pagar meses depois”, explica o Procon-SP.

Antes da assinatura do contrato, é preciso estar atento ao valor total contratado com e sem juros, a taxa mensal e anual de juros, o valor, número e periodicidade das prestações, a data do início e fim dos descontos e o custo efetivo total. Todas essas informações devem ser fornecidas pelos bancos e financeiras.

O consumidor deve se lembrar ainda de que as parcelas do empréstimo serão descontadas diretamente da folha de pagamento pelo eSocial, sistema público que unifica de forma obrigatória informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais dos empregadores e empregados de todo o país.

A nova modalidade de empréstimo consignado não pode ser contratada por telefone, só pelos canais oficiais das instituições financeiras, após proposta recebida no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital).

Para a advogada especialista em Direito do Consumidor, Renata Abalem, o ideal é não fazer dívidas, portanto, o melhor é analisar muito bem a necessidade de contrair o consignado.

“Se for para pegar esse dinheiro, que seja para comprar um bem durável. Se o objetivo for o de pagar uma outra dívida, que esse pagamento seja bem alinhavado para não ser ainda um prejuízo maior, porque uma dívida é um pacto de obrigatoriedade”, finaliza.

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