Economia

Inovação

Eldorado investe R$ 400 milhões em termoelétrica movida a biomassa de eucaliptos

O projeto terá capacidade de produzir energia suficiente para abastecer uma cidade de 700 mil habitantes

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A Eldorado Brasil se prepara para a operação de sua primeira usina termoelétrica, movida a biomassa  de  tocos e raízes dos eucaliptos colhidos para a fabricação de celulose.

O projeto é inédito no Brasil por conta da matéria-prima utilizada, e terá capacidade de produzir energia suficiente para abastecer uma cidade de 700 mil habitantes.  

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O primeiro empreendimento da Eldorado Brasil na área de energia, a unidade, batizada de Onça Pintada, contou com investimentos de R$ 400 milhões.

A usina funciona dentro do complexo da fábrica de celulose da Eldorado Brasil, em Três Lagoas (MS). A planta terá capacidade para gerar 432 mil MegaWatts de energia por ano.

O diretor industrial da Eldorado Brasil, Carlos Monteiro, que o aproveitamento do eucalipto pela industria será de 100%.  

“Este é um projeto absolutamente inovador e com a capacidade de promover renovação no setor florestal brasileiro, implicando a realização de investimentos e a criação de milhares de empregos por todo o país”, concluiu.

O empreendimento recebeu a Licença de Operação, expedida pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), com validade de quatro anos. 

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rombo fiscal

Empresas devem a MS mais de R$ 15,4 bilhões em impostos

Os maiores devedores vão de frigoríficos a telefônica; valor equivale a quase 80% da arrecadação anual

11/04/2025 08h00

Frigorífico focado no abate de bovinos é o maior devedor de MS

Frigorífico focado no abate de bovinos é o maior devedor de MS Divulgação / Fiems

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A lista das empresas que devem cifras milionárias em impostos a Mato Grosso do Sul é vasta e inclui de frigoríficos a telefônica entre os inadimplentes com o Fisco estadual. Levantamento da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco) aponta que, no total, a dívida ativa é de mais de R$ 15,4 bilhões. 

Segundo o Atlas da Dívida dos Estados Brasileiros – estudo conhecido como Barões da Dívida –, enviado ao Correio do Estado, o valor equivale a quase 80% da arrecadação anual. Somente as 10 empresas que mais devem ao governo de Mato Grosso do Sul somam uma dívida de mais de R$ 1,6 bilhão. 

As maiores empresas devedoras do Estado foram: o Frigorífico Bxb Ltda., que tem sede em Nioaque e é focado no abate de bovinos (R$ 442,3 milhões); o segundo maior inadimplente é o Buriti Comércio de Carnes Ltda., que também é um frigorífico, localizado em Aquidauana, e deve R$ 242,4 milhões; e na sequência vem o curtume Braz Peli Comércio de Couros Ltda. (R$ 186,2 milhões) e a Telefônica Brasil S. A. (R$ 156,6 milhões). 

Frigorífico focado no abate de bovinos é o maior devedor de MS

O auditor fiscal e presidente da Fenafisco, Francelino Valença, disse em entrevista ao Correio do Estado que, assim como a arrecadação é liderada pelo Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), os débitos seguem a mesma linha. 

“Em Mato Grosso do Sul, a arrecadação de ICMS corresponde, em média, a 85%. Então, nós podemos dizer que grande parte, a maior parte ou um porcentual aproximado disso corresponde ao ICMS. Quer dizer, a dívida ativa, predominantemente, é do não pagamento desse tributo”, explica.

Segundo a Fenafisco, a dívida ativa é o conjunto de débitos tributários de empresas e pessoas físicas que não foram pagos dentro do prazo legal de pagamento ou por decisão final em processo administrativo. Inclui impostos, multas e outras obrigações devidas ao governo.

Os dados usados para o estudo são referentes a 2023, mas foram divulgados neste mês. Conforme a análise da federação, os R$ 15,4 bilhões em dívida ativa registrados em 2023 equivalem a 79,55% da arrecadação anual daquele ano, que foi de R$ 19,3 bilhões.

“Ter uma dívida ativa que corresponda a quase 80% da arrecadação anual é o equivalente a 10 meses da arrecadação. A pergunta que nós poderíamos nos fazer seria o que o Estado poderia fazer com 10 meses de arrecadação em investimentos em programas sociais ou em obras? Ou seja, o Estado está sendo privado de investir ou de trazer benefício à população com recursos significativos em decorrência dessa elevada dívida ativa”, reitera Valença. 

ESTRATÉGIAS

Para reduzir a dívida ativa e buscar esses recursos devidos, o auditor indica a redução do estímulo ao pagamento em atraso. 

“Uma dessas coisas é a vantagem de atrasar e, depois, ser contemplado com os refinanciamentos das dívidas, os famosos Refis, com redução de juros e multa. Então, é necessário que mudemos a nossa visão em relação ao tributo em atraso, até porque isso é recurso da população, da sociedade, não é uma verba privada”, indica Valença. 

Ainda de acordo com o presidente da Fenafisco, outro ponto importante seria o combate efetivo à sonegação. 

“Dotando as administrações tributárias de instrumentos mais eficazes, sem contar também a legislação mais forte, mais contundente e menos parcimoniosa em relação à sonegação fiscal. Nós vivemos em uma sociedade em que temos tolerância ao crime de sonegação fiscal. É preciso, por exemplo, que nós mudemos a legislação, fazendo com que a sonegação, de fato, seja um crime punível, inclusive com penas mais duras”, afirma o presidente da Fenafisco.

NACIONAL

O levantamento nacional aponta que, de 2015 a 2023, a dívida ativa no balanço patrimonial dos estados brasileiros teve um expressivo crescimento, passando de R$ 988 bilhões, em 2015, para R$ 1,17 trilhão, em 2023.

Em fevereiro, o Colégio Nacional de Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal (Conpeg) divulgou levantamento que apontava um recorde de arrecadação dos estados no valor de R$ 14 bilhões. O estudo Barões da Dívida demonstra, no entanto, que a recuperação representa apenas 1,19% do total devido aos estados brasileiros. 

O Barões da Dívida mostra que os 10 principais devedores do País representam quase metade (43,14%) do porcentual dos 100 maiores, com um valor de R$ 163 bilhões em dívidas com os estados. São empresas petrolíferas, cervejarias, distribuidoras de bebidas e telefônicas.

Para a Fenafisco, o baixo índice de recuperação demonstra a ineficácia das políticas de cobrança. “O aumento da dívida ativa e os desafios para sua recuperação não são meramente resultado da lentidão burocrática, da falta de punição mais rígida para quem não paga, mas também são reflexo das dinâmicas de poder que permeiam o Estado brasileiro”, diz Francelino Valença. 

O diretor Ricardo Bertolini, organizador dos dados pesquisados, reforça que o estudo é uma importante fonte de informações aos gestores públicos na busca de ações alternativas que visem a melhoria da eficácia dos processos de execuções fiscais.

“No Atlas da Dívida Ativa, traz-se uma visão dinâmica da posição das dívidas ativas dos estados em relação ao total, bem como o das grandes companhias, que geralmente aparecem na lista dos maiores devedores em mais de uma unidade da Federação. A ideia é que sejam publicadas atualizações periódicas, a fim de construirmos uma série histórica, que servirá para acompanhamento, debates com a sociedade e tomadas de decisões”, finaliza.

Saiba

O Atlas da Dívida dos Estados Brasileiros, estudo conhecido como Barões da Dívida, é feito por iniciativa da Fenafisco desde o fim de 2020. Apesar da obrigatoriedade legal para divulgação das informações, apenas 22 unidades federativas disponibilizaram dados completos dos mil devedores. Amazonas, Distrito Federal e Mato Grosso não encaminharam as informações. Tocantins e Paraíba apresentaram somente informações até 2021 e São Paulo, apenas os 500 maiores devedores.

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Economia

STF pode rediscutir compensação da desoneração da folha, diz Haddad

Segundo ministro, medidas aprovadas pelo Congresso foram insuficientes

10/04/2025 20h00

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve fazer uma audiência de conciliação para discutir as medidas para compensar a desoneração da folha de pagamento, disse nesta quinta-feira (10) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Ele ressaltou que as ações aprovadas pelo Congresso Nacional no ano passado foram insuficientes para cobrir a perda de arrecadação provocada pela prorrogação do benefício para 17 setores da economia e para pequenos municípios até o fim de 2027.

“Respondemos ao ministro [Cristiano] Zanin [relator no STF], o Senado respondeu. Talvez venhamos a ter agora uma audiência de conciliação ali para ver como proceder nesse caso. Porque é uma decisão, ainda que liminar, confirmada pelo pleno do Supremo”, disse Haddad. 

O ministro reiterou que o Supremo condicionou a extensão do benefício à compensação total da medida.

No fim de fevereiro, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou haver uma insuficiência de R$ 20,23 bilhões em recursos apenas neste ano para garantir a desoneração da folha de pagamento. O órgão encaminhou um parecer ao Supremo a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Na semana passada, o Senado enviou manifestação ao Supremo. Segundo a Casa, a Constituição obriga que leis que criem despesas tenham estimativas de impacto no Orçamento. No entanto, não há a obrigatoriedade de prever medidas de compensação.

O governo pretende propor três caminhos:

  • A revisão do benefício
  • Um aperto maior nas regras para a reoneração gradual até 2027
  • Novas medidas do Congresso para aumentar a arrecadação e compensar as perdas.

Devedor contumaz

Em relação ao projeto de lei complementar do devedor contumaz, Haddad disse que houve ampla discussão entre o governo, os parlamentares e o setor produtivo do relatório do senador Efraim Filho (União Brasil-PB), que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Na quarta-feira (9), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa aprovou outro projeto, relatado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

“É o relatório dele [Efraim] que tramitou pelos órgãos internos aqui da Fazenda e em amplo acordo com o setor produtivo, que quer se proteger muitas vezes do crime organizado, que é o alvo do devedor quanto mais. Nós temos que entender que hoje, pela facilidade digital, que é uma conquista tecnológica, abriu uma grande fresta para o crime organizado usar os sistemas digitais para fraude”, explicou o ministro.

O projeto busca estabelecer critérios objetivos para identificar e punir os devedores contumazes, empresas que deixam de pagar tributos repetidamente e sem justificativa.

Programa de Alimentação do Trabalhador

Haddad também disse que, nos próximos 30 dias, o governo deve avançar na regulamentação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), alterado pelo Congresso em 2022. Em janeiro, Haddad disse que o governo pretende aprovar uma resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) para permitir a portabilidade dos vales-refeição e alimentação, barateando a taxa desses cartões.

“Possivelmente nos próximos 30 dias nós devemos ter novidades a respeito da regulamentação. O programa está evidentemente mantido. É um programa meritório, mas a questão da intermediação tem que passar por uma regulação na forma da lei, já aprovada inclusive, e é isso que nós estamos discutindo com a Casa Civil, com o Ministério do Trabalho e com o Banco Central”, disse Haddad.

O ministro informou ter discutido o assunto com os ministros da Casa Civil, Rui Costa; do Trabalho, Luiz Marinho; e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. De acordo com Haddad, a regulamentação depende apenas de análise interna para ver se as medidas propostas cumprem a Justiça.

Sancionada no governo anterior, a Lei 14.422 mudou o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e cria a portabilidade, por meio da qual o trabalhador poderá escolher a empresa gestora dos tíquetes, atualmente definida pelos recursos humanos de cada empresa. O governo espera que o aumento da concorrência gerado pela portabilidade resulte em preços mais baixos nos restaurantes e supermercados.

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